Lia de Aguiar

LIA BORGES DE AGUIAR
(73 anos)
Atriz

☼ Taubaté, SP (30/04/1927)
┼ Piedade, SP (08/06/2000)

Lia Borges de Aguiar, mais conhecida como Lia de Aguiar foi uma atriz brasileira. Seu pai era funcionário público e sua mãe era dona de casa. Quando mudou-se para a cidade de São Paulo, conheceu Sagramour de Scuvero, radialista jovem, que a ajudou a entrar na rádio e na televisão. Devido a amizade deste com Homero Silva, que dirigia e apresentava na Rádio Difusora de São Paulo o programa "Clube do Papai Noel", Lia de Aguiar começou como cantora, passando a seguir para o ramo rádio-teatro.

Sagramour de Scuvero também organizou um programa, que se chamava "Teatro de Brinquedo", onde eram montadas peças teatrais infantis, levadas ao rádio, porém feitas no palco com auditório. Inicialmente modesto, mas logo o Centro do Professorado Paulista (CPP), teve de aumentar o número de lugares para comportar mais de mil pessoas. Nesta época, encenou "Branca de Neve", "A Gata Borralheira", "Joãozinho e Maria", entre tantos outros.

Sempre acompanhada pela mãe, foi contratada pela emissora Tupi-Difusora de São Paulo ou Rádio Tupi. Começou a fazer os papéis de ingênua, nas rádio-novelas. Seu primeiro grande papel foi em "Quo-Vadis", com Otávio Gabus Mendes. A seguir, passou a trabalhar com Oduvaldo Viana e esteve em inúmeros rádio-teatros. Sua voz era considerada linda e sua dicção perfeita. São dessa época os sucessos "Tempestade D'alma", "A Felicidade Bate a Sua Porta" e "Pelos Caminhos da Vida".

Televisão

Em 1950, a televisão chegou ao Brasil. Era o primeiro país da América do Sul e Lia de Aguiar esteve presente desde o primeiro dia.

Foi a primeira protagonista do programa "Sua Vida Por Um Fio" e participou de outros programas como "TV de Vanguarda", o principal programa de televisão na época. Nessa época, entre outros, atuou nos teleteatros "A Vaidosa", "Esquina Perigosa" e "E o Vento Levou". Atuou na peça de Henrik Ibsen, "Casa de Bonecas", ao lado de Guiomar Gonçalves, Suzi Arruda, Jaime Barcelos, Lima Duarte, Dionísio Azevedo e Heitor de Andrade. Interpretou o papel principal, Nora Helmer.

Participou de telenovelas e foi apresentadora, a primeira da televisão brasileira. Apresentou o programa "Encontro Entre Amigos", que ficou no ar por muitos anos, sempre no horário nobre.

O Afastamento e o Retorno

Casou-se com Devanir Otaviano Corazza, tiveram dois filhos, Denise e Gilberto, e separaram-se em 1958. Após um período de onze anos de afastamento, voltou a fazer programas na TV Bandeirantes, em seguida na TV Record e no SBT.

Algumas das peças de teatro em que participou foram "Feitiço", no Teatro Popular do SESI e "Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?".

Lia de Aguiar faleceu em 2000, vítima de uma Parada Cardiorrespiratória, em consequência de crise de asma.

Televisão

  • 1999-2000 - Chiquititas ... Condessa
  • 1998 - Pérola Negra ... Branca Pacheco Oliveira
  • 1998 - Fascinação ... Querubina Vidigal
  • 1997 - Os Ossos do Barão ... Lupércia
  • 1996 - A Última Semana
  • 1994 - Éramos Seis ... Dona Marlene
  • 1983 - A Ponte do Amor
  • 1982 - A Força do Amor ... Julica
  • 1981 - Partidas Dobradas ... Ruth
  • 1980 - Dulcinéa Vai à Guerra
  • 1979 - Dinheiro Vivo ... Isildinha
  • 1978 - O Direito de Nascer ... Consolação
  • 1977 - Éramos Seis ... Madre
  • 1976 - Tchan, a Grande Sacada
  • 1976 - Xeque-Mate ... Carolina
  • 1975 - Ovelha Negra ... Cecília
  • 1974 - A Barba Azul ... Ester
  • 1973 - Vidas Marcadas
  • 1973 - Vendaval
  • 1972 - O Leopardo ... Ester
  • 1972 - Os Fidalgos da Casa Mourisca
  • 1971 - Sol Amarelo
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Eulália
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor
  • 1969 - Algemas de Ouro
  • 1969 - Seu Único Pecado
  • 1957 - Coração Inquieto ... Carolina
  • 1956 - E o Vento Levou ... Melanie Hamilton
  • 1955 - Engenho Das Almas
  • 1955 - Caminhos Sem Fim ... Olívia
  • 1954 - Encruzilhada
  • 1951 - Sua Vida Me Pertence

Cassiano Gabus Mendes e Lia de Aguiar
Cinema

  • 1998 - A Hora Mágica
  • 1979 - Dani, um Cachorro Muito Vivo
  • 1975 - O Sexo Mora ao Lado
  • 1956 - O Sobrado
  • 1951 - O Comprador de Fazendas
  • 1949 - Quase no Céu

Fonte: Wikipédia

Martins Pena

LUÍS CARLOS MARTINS PENA
(33 anos)
Dramaturgo e Diplomata

* Rio de Janeiro, RJ (05/11/1815)
+ Lisboa, Portugal (07/12/1848)

Luís Carlos Martins Pena foi dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro. Sua obra caracterizou pioneiramente, com ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É patrono da Academia Brasileira de Letras.

Filho de João Martins Pena e Ana Francisca de Paula Julieta Pena, pessoas de poucas posses. Com um ano de idade, tornou-se órfão de pai e aos dez anos, de mãe. Seu padrasto, Antônio Maria da Silva Torres, deixou-o a cargo de tutores e, por destinação destes, ingressou na vida comercial, concluindo o curso de Comércio aos vinte anos, em 1835.

Depois, passou a frequentar a Academia Imperial das Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música. Simultaneamente, estudava línguas, história, literatura e teatro. Em 4 de outubro de 1838, foi representada, pela primeira vez, uma peça sua, "O Juiz de Paz na Roça", no Teatro São Pedro, pela célebre companhia teatral de João Caetano, o mais famoso ator e encenador da época.

Ainda no ano de 1838, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu cargos diversos, tais como amanuense da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, em 1843, e adido à Legação do Brasil em Londres, Inglaterra, em 1847. Durante todo este período, contribuiu para a literatura brasileira com cerca de trinta peças, das quais aproximadamente, vinte sendo comédias, o que o tornou fundador do gênero da comédia de costumes no Brasil, e as restantes constituindo farsas e dramas. De agosto de 1846 a outubro 1847, fez críticas teatrais como folhetinista do Jornal do Commercio.

Em Londres, contraiu Tuberculose, e em trânsito para o Brasil, veio a falecer em Lisboa, Portugal, com apenas 33 anos de idade, em 7 de dezembro de 1848.

Em sua obra ele debruçou-se sobre a vida do Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX e explorou, sobretudo, o povo comum da roça e das cidades. Com a ajuda de sua singular veia cômica, encontrou um ambiente receptivo que favoreceu a sua popularidade. Construiu uma galeria de tipos que constitui um retrato realista do Brasil da época e compreende funcionários públicos, meirinhos, juízes, malandros, matutos, estrangeiros, falsos cultos e profissionais da intriga social. Suas histórias giram em torno de casos de família, casamentos, heranças, dotes, dívidas e festas da roça e das cidades.

Após sua morte, ainda vieram a público algumas de suas peças, como "O Noviço" (1853) e "Os Dois ou o Inglês Maquinista" (1871). Sua produção foi reunida em "Comédias" (1898), editado pela Editora Garnier, e em "Teatro de Martins Pena" (1965), 2 volumes, editado pelo Instituto Nacional do Livro. "Folhetins - A Semana Lírica" (1965), editado pelo então Ministério da Educação e Cultura e pelo Instituto Nacional do Livro, abrange a colaboração do autor no Jornal do Commercio (1846-1847).

Martins Pena deu ao teatro brasileiro cunho nacional, influenciando, em especial, Artur Azevedo. Sobre sua obra, escreveu o crítico e ensaísta Sílvio Romero (1851-1914):

"...se se perdessem todas as leis, escritos, memórias da história brasileira dos primeiros 50 anos desse século XIX, que está a findar, e nos ficassem somente as comédias de Martins Pena, era possível reconstruir por elas a fisionomia moral de toda esta época."

Uma das principais salas do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, leva seu nome.

Obra

A obra de Martins Pena reúne quase 30 peças, dentre comédias, sátiras, farsas e dramas. Destacou-se especialmente por suas comédias, nas quais imprimiu caráter brasileiro, fundando o gênero da comédia de costumes no Brasil, mas foi criticado pela baixa qualidade de seus dramas. No geral, produziu peças curtas e superficiais, contidas em um único ato, apenas esboçando a natureza das personagens e criando tramas, por vezes, com pouca verossimilhança e coerência. Ainda assim, construiu muitas passagens de grande vivacidade e situações surpreendentes e é constantemente elogiado pela espontaneidade dos diálogos e pela perspicácia no registro dos costumes brasileiros, mesmo que quase sempre satirizados.

Estes aspectos da obra de Martins Pena se devem às característica do teatro da época. Quase sempre, após a representação de um drama, era encenada uma farsa, cuja função era aliviar a plateia das emoções causadas pela primeira apresentação. Na maioria das vezes, essas peças eram de origem estrangeira, comumente portuguesa.

Martins Pena, então, percebeu que poderia dar ao teatro uma natureza mais brasileira a partir de tipos, situações e costumes, tanto rurais quanto urbanos, facilmente identificáveis pelo público do Rio de Janeiro. Às cenas rurais, reservou a comicidade e o humor, explorados por meio dos hábitos rústicos e maneiras broncas da curiosa gente rural, quase sempre pessoas ingênuas e de boa índole. Já às cenas urbanas, reservou a sátira e a ironia, compondo tipos maliciosos e escolhendo temas que representavam muitos dos problemas da época, como o casamento por interesse, a carestia, a exploração do sentimento religioso, a desonestidade dos comerciantes, a corrupção das autoridades públicas, o contrabando de escravos, a exploração do país por estrangeiros e o autoritarismo patriarcal, manifesto tanto na escolha de profissão para os filhos quanto de marido para as filhas.

Apesar disso, nada foi tratado do ponto de vista trágico e nunca um desfecho era funesto. Pelo contrário, dada a finalidade destas comédias, que era a de opor-se aos dramas, a trama comum consiste na apresentação dos problemas, na resolução cômica dos empecilhos e no surgimento, muitas vezes com casamento ou namoro sério, de um final feliz.

Academia Brasileira de Letras

Martins Pena é o patrono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de um dos fundadores desta academia, o teatrólogo Artur de Azevedo.

Fonte: Wikipédia

Rosinha de Valença

MARIA ROSA CANELLAS
(62 anos)
Cantora, Compositora e Instrumentista

* Valença, RJ (30/07/1941)
+ Valença, RJ (10/06/2004)

O apelido, que adotou como nome artístico, lhe teria sido dado por Sérgio Porto que dizia que ela tocava por uma cidade inteira. Um gravíssimo problema de saúde a retirou do mundo artístico. Depois do fato, nunca mais apareceu publicamente.

Cantora, violonista, concertista e compositora brasileira nascida em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da bossa nova. Ainda criança começou a se interessar por violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar o violão sozinha ouvindo músicas de rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região.

Em 1963 foi morar no Rio de Janeiro, abandonando os estudos para dedicar-se exclusivamente à carreira de instrumentista. Foi descoberta pelo jornalista Sérgio Porto, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet.

Causou impacto quando apareceu, graças a força de seu toque e à qualidade de suas apresentações. Já com o codinome famoso, criado por Sérgio Porto, graças a sua cidade natal. Passou a tocar na boite Bottle's, onde ficou por oito meses, e gravou seu primeiro disco, "Apresentando Rosinha de Valença" (1963), pela Elenco, gravadora de Aloysio de Oliveira.

Destacou-se como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como "O Fino da Bossa", ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden Powell foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver.

Em 1964 viajou com Sérgio Mendes e excursionou pelos Estados Unidos com o grupo Brasil 65, e gravou dois discos. Seguiu depois para a Europa como solista de um grupo formado pelo Itamaraty para apresentar a Música Popular Brasileira no exterior, apresentando-se em 24 países europeus. Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, em 1970 voltou ao Brasil e engajou-se em movimentos de valorização da música instrumental brasileira. Trabalhou então com Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs seguintes e realizou novas tournées no exterior.

De volta, em 1974, organizou uma banda que teve várias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, ganhou um prêmio da Ordem dos Músicos do Brasil.

Nos anos seguintes apresentou-se em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha, e acompanhando artistas. Gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e França, em diversas marcas, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay.


Últimos Anos

Infelizmente, em 1992, uma Parada Cardíaca provocou-lhe lesão cerebral e a deixou em estado vegetativo e foi levada de volta para Valença. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear as despesas médicas da violonista.

Desde então, diversos shows-tributo foram organizados por amigos e familiares para ajudar a custear o tratamento. Os primeiros oito anos do coma passou na casa da irmã mais velha, Mariló e, após o falecimento desta, ficou aos cuidados de outra irmã, Maria das Graças, em um bairro humilde de Valença.

Após 12 anos em estado de coma, uma das mais destacadas instrumentistas da bossa nova foi internada no Hospital Escola Luiz Giosef Jannuzzi, onde veio a falecer no dia seguinte, no início da madrugada de quinta-feira, 10 de junho de 2004, aos 62 anos, vítima de Insuficiência Respiratória, em sua cidade natal, Valença, no sul do Estado do Rio de janeiro. Seu corpo foi enterrado no Cemitério Riachuelo, no centro de Valença.

Em 2002, em entrevista, a irmã da instrumentista contou que sofria muito em vê-la imobilizada, movendo apenas os olhos. Mas, ainda que a Justiça permitisse, descartou a possibilidade de apressar a morte de Rosinha por meio da eutanásia. 

Os parceiros de Rosinha, Maria Bethânia e Martinho da Vila, lamentaram a morte da violonista.


Discografia

  • 2004 - Namorando a Rosa
  • 1980 - Violões em Dois Estilos - Rosinha de Valença e Waltel Blanco
  • 1977 - Sivuca e Rosinha de Valença ao Vivo
  • 1976 - Cheiro de Mato
  • 1975 - Rosinha de Valença e Banda ao Vivo
  • 1973 - Rosinha de Valença
  • 1971 - Um Violão em Primeiro Plano
  • 1970 - Rosinha de Valença Apresenta Ipanema Beat
  • 1966 - Rosinha de Valença ao Vivo
  • 1965 - In Person At El Matador - Sergio Mendes Brasil' 65
  • 1965 - Brasil' 65 - Wanda de Sah Ffeaturing The Sergio Mendes Trio
  • 1963 - Apresentando Rosinha de Valença

Fonte: Wikipédia