Felipe Levy

PHILIPE LEVY
(69 anos)
Ator

* São Paulo, SP (12/12/1938)
+ São Paulo, SP (09/07/2008)

Descendente de franceses, Felipe Levy foi criado no município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

Aos 19 anos de idade, Felipe Levy voltou a morar em São Paulo, iniciando-se na carreira artística.

Felipe Levy nunca se casou, mas teve um filho, Patrick, fruto de um relacionamento amoroso.

Na TV, Felipe Levy atuou em novelas e programas humorísticos, destacando-se as suas participações nos programas Os Trapalhões e Bronco, com Ronald Golias onde interpretava o personagem Salomão. No cinema, dentre dezenas de atuações, destacam-se suas participações em pornochanchadas e nos filmes de Amácio Mazzaropi. Se caracterizou por interpretar personagens judeus e estrangeiros. Atuou no cinema desde 1971.

Afastado do cinema e televisão desde o fim da década de 90, participou de algumas peças de teatro, e no final de sua carreira, demonstrava sinais de melancolia devido a idade, a problemas particulares e por ter sido esquecido após tantos anos de carreira.

Fumante crônico e com uma série de problemas circulatórios, faleceu no primeiro semestre de 2008 em sua residência de ataque cardíaco aos 69 anos. Sua morte não foi divulgada pela mídia, e ficou desconhecida de seus amigos artistas e do grande público por um longo período.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam e Wikipedia

Noite Ilustrada

MÁRIO SOUSA MARQUES FILHO
(75 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

* Pirapetinga, MG (10/04/1928)
+ Atibaia, SP (28/07/2003)

Cantor sambista brasileiro nascido em Pirapetinga, interior do Estado de Minas Gerais, que ganhou o apelido do humorista Zé Trindade, quando ainda calouro em função de ser viciado numa revista de passatempo com palavras cruzadas que tinha esse nome.

Filho único de um professor de inglês, depois da II Grande Guerra, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na patota da Portela.

Na década seguinte partiu para São Paulo. Na capital paulista, iniciou sua carreira como crooner de boates e começou a gravar.

Sambista com 73 discos gravados, fez grande sucesso em todo o país, especialmente depois de meados do século. Seu primeiro grande sucesso foi o samba Volta por Cima, de Paulo Vanzolini, gravado em no disco Noite Ilustrada (1963).

Gravou grandes nomes do samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho e, em mais de 40 anos de carreira, consagrou-se como um dos grandes cantores do ramo. Entre seus sucessos destacaram-se Cara de Boboca, de Jaime Silva e Edmundo Andrade, Barracão, de Luís Antônio e Oldemar Magalhães, O Neguinho e a Senhorita, de Noel Rosa e Abelardo Silva, e Toalha de Mesa, de Dora Lopes, Carminha Mascarenhas e Chumbo.

Noite Ilustrada fez grande sucesso em todo o país no final dos anos 50 e início dos 60; sua gravação de Volta Por Cima, de Paulo Vanzolini, marcou época. Seu último disco foi Perfil de um sambista (2001), com produção de Fernando Faro e repertório formado por releituras das canções que mais gostava de cantar .

Figura lendária da noite paulistana, o famoso intérprete morreu na cidade de Atibaia, no Estado de São Paulo, aos 75 anos de idade, depois de 20 dias internado no Hospital de Atibaia, tentando resistir a um câncer no pulmão.

Fonte: NetSaber Biografias

Francisco Petrônio

FRANCISCO PETRONE
(83 anos)
Cantor

☼ São Paulo, SP (08/11/1923)
┼ São Paulo, SP (19/01/2007)

Francisco Petrônio, nome artístico de Francisco Petrone, foi um cantor brasileiro. Filho de imigrantes italianos, nasceu no bairro do Bexiga, em São Paulo, no dia 08/11/1923.

Cantava desde a infância, e costumava contar:

"Quando eu era criança, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas um passageiro e cantor chamado Nerino Silva gostou de minha voz e me levou para fazer um teste na TV Tupi. Cantei, e o Cassiano Gabus Mendes que na época era diretor artístico da emissora, gostou da minha voz e me contratou para a Rádio e a TV Tupi."

Em 1964 gravou a música "Baile da Saudade" que marcou sua carreira e bateu recordes de vendas.


Na televisão, em 1966, Francisco Petrônio criou o programa "Baile da Saudade", apresentado na TV Paulista, aproveitando a boa receptividade da música que levava o mesmo nome. Posteriormente, passou por várias emissoras brasileiras, como TV Bandeirantes, TV Gazeta, com o programa "Trasmontano em Família", TV Cultura, com "Festa Baile", TV Record, com "O Grande Baile" e Rede Vida, com o programa "Cantando Com Francisco Petrônio".

Conhecido também como o "Rei do Baile da Saudade", Francisco Petrônio passou a realizar shows e bailes da saudade por todo o Brasil. Certa ocasião ele declarou:

"Continuo fazendo o que melhor sei fazer, ou seja, cantar. Até quando não sei, Deus é quem dirá. A única certeza que tenho é que estou aqui de passagem e preciso entoar meu cântico aos que gostam de me ouvir cantar!"

Em 46 anos de carreira, gravou cerca de 750 músicas e teve lançados 55 discos e CD´s, entre gravações solo, participações especiais e regravações.

Foi casado com Rosa Petrone, tiveram três filhos, José, Armando e Francisco Jr., e seis netos, Alessandro, Leandro, Thiago, Juliana, Camila e Rafaela.

Francisco Petrônio morreu na madrugada de sexta-feira, 19/01/2007, em São Paulo, SP. Ele estava internado desde domingo, 14/01/2007, no Hospital Santa Paula. A causa da morte foi uma Infecção Abdominal. Francisco Petrônio está sepultado no Cemitério do Araçá.

Fonte: Wikipédia

Jamelão

JOSÉ BISPO CLEMENTINO DOS SANTOS
(95 anos)
Cantor e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (12/05/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/06/2008)

Filho de um pintor de paredes, José Bispo Clementino dos Santos foi engraxate, vendedor de jornal e tocador de tamborim e cavaquinho nos subúrbios cariocas.

Aos 15 anos conheceu o sambista Lauro Santos, que o levou à escola de samba Estação Primeira de Mangueira, onde começou tocando tamborim, na bateria. Com o tempo, entrou nas rodas de samba que aconteciam após o desfile, na Praça Onze.

Ganhou o apelido de Jamelão quando se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Já a alcunha de Gogó de Ouro veio por causa de sua bela voz, de enorme versatilidade.

Em 1945 participou do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, interpretando "Ai, Que Saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago). A partir daí conseguiu trabalhos em boates e no rádio. Também assinou um contrato com a gravadora Continental.


Em 1949, começou a sua carreira como intérprete da Mangueira. Três anos depois viajou para a França como crooner da Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, para cantar em uma festa promovida por Assis Chateaubriand e pelo estilista francês Jacques Fath. Ainda como crooner, Jamelão protagonizou um "duelo" ocorrido no auditório da antiga Rádio Tupi entre a Orquestra Tabajara e a big band norte-americana de Tommy Dorsey.

Na gravadora Continental, em 1954, obteve destaque com as músicas "Leviana" (Zé Keti e Armando Reis), "Folha Morta" (Ary Barroso) e "Deixa de Moda" (Padeirinho). Dois anos depois, fez sucesso com "Exaltação à Mangueira" (Enéias Brito e Aluísio Augusto da Costa), feita para o desfile daquele ano. Em 1959, gravou "Ela Disse-me Assim" (Lupicínio Rodrigues).

Jamelão entrou para a ala de compositores da Mangueira em 1968. Quatro anos depois, gravou o disco "Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues", acompanhado pela Orquestra Tabajara. A seguir, lançou o LP "Jamelão", que incluía "Coquetel de Sofrimento" e "Castigo e Molambo".

Em 1987, outro disco dedicado a Lupicínio Rodrigues, "Recantando Mágoas - A Dor e Eu" fez os críticos o colocarem como um cantor de músicas de dor de cotovelo, enquanto Jamelão preferia considerar-se um cantor romântico.

No carnaval de 1990, Jamelão anunciou o fim da sua carreira de intérprete de escola de samba, mas no ano seguinte, ele voltou a ativa. De personalidade forte e com muitas manias, tinha o costume de andar com uma caixa cheia de elásticos no bolso e alguns deles nas mãos. Dizia que iria utilizá-los no dia em que ganhasse bastante dinheiro.


Em 1994, Jamelão gravou com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, o samba "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu" (Davi Corrêa, Carlinhos Sena, Bira do Ponto e Paulinho Carvalho).

Em 1997, a gravadora Continental lançou a coletânea "Jamelão - A Voz do Samba", em 3 CDs. Ainda em 1997 Jamelão também participou da gravação do CD "Chico Buarque da Mangueira".

No carnaval de 1998, conquistou seu sexto Estandarte de Ouro como intérprete de samba-enredo no carnaval carioca, do qual também foi eleito intérprete do século, no ano seguinte.

Em 2001 foi eleito presidente de honra da Mangueira. No mesmo ano recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, pelas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Jamelão tinha hipertensão e diabetes. Em 2006, sofreu dois derrames e passou a ter dificuldades para se alimentar. No fim de 2007, foi internado com um quadro de desnutrição e desidratação. Outros problemas decorrentes da idade avançada resultaram em novas internações e na morte, por falência múltipla dos órgãos, aos 95 anos.

Discografia


  • 2003 - Cada Vez Melhor (Obi Music, CD)
  • 2001 - Escolas de Samba no Dia da Cultura (CD)
  • 2000 - Por Força do Hábito (Som Livre, CD)
  • 1997 - A Voz do Samba (CD)
  • 1994 - Minhas Andanças (RGE, LP)
  • 1987 - Recantando Mágoas - Lupi, a Dor e Eu (Continental, LP)
  • 1984 - Mangueira, a Super Campeã (Continental, LP)
  • 1980 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1977 - Folha Morta (Continental, LP)
  • 1975 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1975 - Samba-Enredo - Sucessos Antológicos (Continental, LP)
  • 1974 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1974 - Os Melhores Sambas Enredos 75 (Continental, LP)
  • 1973 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1972 - Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues (Continental, LP)
  • 1970 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1969 - Cuidado Moço (RCA Victorl, LP)
  • 1964 - Torre de Babel / Feioso e Pobre (Continental, 78)
  • 1963 - Horinha Certa / Eu Agora Sou Feliz (Continental, 78)
  • 1963 - Reza / Não Adianta (Continental, 78)
  • 1963 - Fim de Jornada / Foi Assim (Continental, 78)
  • 1963 - Velinha Acesa / Eu Não Quero Vacilar (Continental, 78)
  • 1963 - Estamos em Paz / Voa Meu Passarinho (Continental, 78)
  • 1963 - Sambas Para Todo Gosto (Continental, LP)
  • 1962 - A Marron do Leblon / Você é Gelo (Continental, 78)
  • 1962 - Jamelão Canta Para Enamorados (Continental, LP)
  • 1961 - Amor de Mãe / Valsinha da Mamãe (Continental, 78)
  • 1961 - Meu Barracão de Zinco / Vou Fugir de Mim (Continental, 78)
  • 1961 - Mais do Que Amor / Qual o Quê! (Continental, 78)
  • 1961 - Foi Brinquedo / Só Meu Coração (Continental, 78)
  • 1961 - Dia de Pierrô / Linguagem do Morro (Continental, 78)
  • 1961 - Jamelão e os Sambas Mais (Continental, LP)
  • 1960 - Não Importa / O Grande Presidente (Continental, 78)
  • 1960 - Exemplo / Jajá na Gamboa (Continental, 78)
  • 1960 - Solidão / Decisão (Continental, 78)
  • 1960 - Deixei de Sofrer / Eu Não Sou Deus (Continental, 78)
  • 1960 - Desfile de Campeãs - Jamelão e Escolas de Samba (Continental, LP)
  • 1959 - Ela Disse-me Assim / Esquina da Saudade (Continental, 78)
  • 1959 - Três Amores / Há Sempre Uma Que Fica (Continental, 78)
  • 1959 - O Samba é Bom Assim / Esta Melodia (Continental, 78)
  • 1959 - Fechei a Porta / Perdi Você (Continental, 78)
  • 1959 - O Samba é Bom Assim - A Boite e o Morro na Voz de Jamelão (Continental, LP)
  • 1958 - Grande Deus / Frases de um Coração (Continental, 78)
  • 1958 - Nem te Lembras / Ela Está Presente (Continental, 78)
  • 1958 - Saudade Que Mata / Serenata de Pierrô (Continental, 78)
  • 1958 - Guarde Seu Conselho (Continental, 78)
  • 1958 - O Samba em Noite de Gala (Continental, LP)
  • 1958 - Escolas de Samba (Continental, LP)
  • 1957 - Moleza / Eu Hein, Dolores (Continental, 78)
  • 1957 - Timbó / Pense em Mim (Continental, 78)
  • 1957 - Quem Mandou / Como Ela é Boa (Continental, 78)
  • 1957 - Não Quero Mais / Não Tenho Ninguém (Continental, 78)
  • 1956 - Cansado de Sofrer / Mirando-te (Continental, 78)
  • 1956 - Folha Morta / Dengosa (Continental, 78)
  • 1956 - Definição (Continental, 78)
  • 1956 - Vida de Circo / Confiança (Continental, 78)
  • 1955 - Bica Nova / Se Parar Esfria (Continental, 78)
  • 1955 - Ogum General de Umbanda / Encosta o Carro Gírias Cariocas - (Continental, 78)
  • 1955 - Corinthians, Campeão do Centenário / Oração de um Rubro Negro (Continental, 78)
  • 1955 - Exaltação à Mangueira / Lá Vou Eu (Continental, 78)
  • 1955 - Eu Não Mandei / Castigo do Céu (Continental, 78)
  • 1954 - Sem Teu Amor / O Caçador de Preá (Sinter, 78)
  • 1954 - Alta Noite / A Cegonha Mandou (Sinter, 78)
  • 1954 - Leviana / Deixa de Moda (Continental, 78)
  • 1953 - Acabei Entrando Bem / Vem Cá Mulata (Sinter, 78)
  • 1953 - Eu Não Poderei / Deixa Amanhecer (Sinter, 78)
  • 1953 - Seu Deputado / Voltei Ao Meu Lugar (Sinter, 78)
  • 1952 - Só Apanho Resfriado / Você Vai... Eu Não (Sinter, 78)
  • 1952 - Eu Vou Partir / Mora no Assunto (Sinter, 78)
  • 1951 - Falso Pirata / Lá Vem Você (Odeon, 78)
  • 1951 - Casinha da Colina / Voltei Ao Meu Lugar (Odeon, 78)
  • 1951 - Torei o Pau / Onde Vai Sinhazinha (Odeon, 78)
  • 1950 - Pancho Vila / Este é o Maior (Odeon, 78)
  • 1950 - Capitão da Mata / Já Vi Tudo (Odeon, 78)
  • 1950 - Pai Joaquim / Siá Mariquinha (Odeon, 78)
  • 1950 - Pirarucu / Duque de Caxias (Odeon, 78)
  • 1949 - A Jiboia Comeu / Pensando Nela (Odeon, 78)

Fonte: Uol Educação Biografias

Candeia

ANTÔNIO CANDEIA FILHO
(43 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/11/1978)

Era de filho de sambista. Em seus aniversários, a festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido alto. No Natal, a situação se repetia.

Seu pai, tipógrafo e flautista, foi, segundo alguns, o criador das Comissões de Frente das escolas de samba. Passava os domingos cantando com os amigos debaixo das amendoeiras do bairro de Oswaldo Cruz. Assim, nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé Com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros. Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira.

Candeia começou a fazer músicas ainda na adolescência. Seu pai tocava flauta e carregava o filho para rodas de samba e de choro em Oswaldo Cruz e Madureira.

Compôs em 1953, aos 17 anos, seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego: foi quando a Portela realizou a façanha inédita de obter nota máxima em todos os quesitos do desfile (total 400 pontos). É até hoje um dos grandes nomes no panteão da Portela.

No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba, no qual participavam Arlindo, Jorge do violão, Picolino, Casquinha e Casemiro.

Em 1961, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta no ano de 1965, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, após bater em um caminhão de peixe e atirar nos pneus do caminhão, Candeia levou cinco tiros entre eles um atingiu a medula óssea que paralisou para sempre suas pernas.

Viveu os seus últimos treze anos de vida numa cadeira de rodas, em decorrência daquele tiro.

Candeia se aposentou por invalidez após o acidente e pôde, então, se dedicar exclusivamente à música.

Sua vida e obra se transformaram completamente. Em seus sambas, podemos assistir seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida: Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz são só alguns exemplos.

Recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. "De qualquer maneira, meu amor, eu canto", diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.

No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. Coerente com seus ideais, em dezembro de 1975 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: "Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo".

No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu Testamento de Partideiro, onde dizia: "Quem rezar por mim que o faça sambando".

Em 1978, ano de sua morte, gravou Axé um dos mais importantes discos da história do Samba, porém não chegou a ver o disco pronto. Ainda viu publicado seu livro escrito juntamente com Isnard: Escola de Samba, Árvore que Esqueceu a Raiz.

No dia 16 de Novembro de 1978 decorrente de uma infecção generalizada Candeia parte deixando esposa, filhos, amigos e fãs inconsoláveis.

Porém o maior reconhecimento veio da passarela paulistana durante o ano de 1981, com o enredo "Axé, Sonho de Candeia", a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, homenageou o grande baluarte em seu desfile...

Voltou a ser lembrado em 1995, quando Martinho da Vila gravou o disco Tá delícia, tá gostoso, no qual incluiu um pot-pourri chamado Em memória de Candeia, que tinha as faixas Dia de graça, Filosofia do samba, De qualquer maneira, Peixeiro grã-fino e Não tem vencedor.

Em 1997 foram relançados em CD três discos de Candeia: Samba da antiga, de 1970, Filosofia do samba, lançado originalmente em 1971, e Samba de roda, de 1974.

Fonte: Wikipedia