Heloísa Faissol

HELOÍSA WORMS PINTO
(46 anos)
Socialite, Artista Plástica, Dançarina e Cantora

☼ (1970)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2017)

Heloísa Faissol foi uma socialite e funkeira brasileira. Filha do badalado dentista Olympio Faissol, que já cuidou da boca de personalidades como o ex-presidente Fernando Collor e o ator Reynaldo Gianecchini.

Heloísa Faissol é irmã da socialite Cláudia Faissol, que ganhou as colunas sociais ao ser revelado que o pai de sua filha, Luísa, não era seu marido, e sim o cantor João Gilberto, amigo da família, com quem ela mantinha um romance secreto. À época, ela era casada com o empresário Eduardo Zaide. Ele só descobriu a infidelidade e que não era o pai da criança ao pedir um exame de DNA. Os encontros entre João Gilberto e Cláudia Faissol aconteceram principalmente no Japão, durante uma turnê. Desde então, os vínculos entre Cláudia Faissol e Eduardo Zaide.

Mas se por um lado Cláudia Faissol teve um romance real com um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira (MPB), Heloísa Faissol tinha uma verdadeira paixão não correspondida por Chico Buarque. Ela chegou a ligar para o músico diariamente durante um período e ir até a casa dele apenas para beijar a porta por onde ele entrava em casa. Após um jogo de futebol, Heloísa Faissol esperou o compositor em cima do capô do carro dele e disse que só descia com uma condição: Se recebesse um beijo.

Por meses, Heloísa Faissol subornou garçons de bares do Leblon para que ligassem caso o músico aparecesse. "Eu ligava tanto, e ele me atendia sempre, até o dia em que falou: "Pô, Helô, assim não dá! Eu preciso trabalhar!", contou ela em entrevista à coluna de Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo.

Criada em um casarão com jardins e piscina no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, junto com quatro irmãos e os pais, Heloísa Faissol teve uma infância privilegiada. Estudou na Escola Suíço-Brasileira, um colégio de elite. Afirma que lhe faltou liberdade: "Não podia nada!", lembra ela, que não esconde a mágoa que guarda do pai, com quem cortou relações em novembro de 2008. De acordo com ela, a família era muito unida até seus 16 anos, quando se descobriu que o pai tinha outra família. Ela disse que nunca se recuperou do choque.

"Não fiquei bem da cabeça e fui estudar fora. Descobri que tinha outros irmãos que não conhecia e que só fui encontrar já adulta!"


Depois de estudar moda em Paris, Heloísa Faissol passou a frequentar o Morro da Babilônia, onde descobriu sua paixão pelo som, taxado como música de periferia. Antes de se envolver no meio artístico, ela comandava um ateliê de alta costura, foi artista plástica, dançarina, atriz e até acrobata.

Educada nos moldes mais tradicionais, Heloísa Faissol morou na Suíça e na França, casou-se com um dentista e, por influência dele, se formou em marketing e exerceu a profissão por apenas um ano e meio. Já separada e mãe de um menino, José Arthur, ela decidiu dar novo rumo a sua vida: rejeitou a alta sociedade e tornou-se funkeira.

Em uma autobiografia lançada em 2012, explicou por que rompeu com familiares, além de revelar detalhes sórdidos e obscuros da elite carioca. Em um dos capítulos, ela conta que sofreu assédio aos 12 anos quando realizou um curso de férias no Manège (espécie de hípica particular). Heloísa Faissol disse que era obrigada a lavar os pênis dos cavalos e a assistir a filmes pornográficos com um dos professores.

De acordo com explicações dadas em entrevistas concedidas na época da divulgação do livro "Do Luxo ao Lixo", essas experiências teriam causado traumas psicológicos que até hoje refletiam na personalidade dela.

Em suas declarações polêmicas nas páginas da publicação, Heloísa Faissol sempre deixou claro sua aversão à alta sociedade, que para ela era "podre" e uma "farsa". Não à toa, era persona non grata nesse círculo social e vivia afastada desse ambiente nos últimos anos e próxima dos bares do Morro da Providência, no centro do Rio de Janeiro.

Com o pai e os irmãos, Heloísa Faissol vivia um relacionamento complicado. Quando decidiu largar o mundo das artes plásticas e da moda para virar funkeira, foi a gota d'água para os parentes.

Funk Politizado

Por causa de sua origem nas altas rodas, Heloísa Faissol ganhou o apelido de Helô Quebra-Mansão, em alusão ao nome da funkeira da Cidade de Deus, Tati Quebra-Barraco. Uma mudança tão radical tinha, para ela, explicação simples:

"As pessoas perguntam por que não fiz música pop. É que não quero me comunicar com a elite, mas com as classes desprivilegiadas. Sempre me identifiquei mais com as letras de funk, porque vão direto ao ponto!"

Ela, porém, garantia que as letras sexualizadas foram criadas apenas para causar impacto e que pretendia investir em letras mais politizadas: "Imagina eu entrar de cara com uma letra intelectual, sendo uma pessoa que não cresceu na comunidade!"

Pouco a pouco, Heloísa Faissol foi tentando criar intimidade com o novo mundo que escolheu. Foi a alguns bailes funk e frequentou o Morro da Babilônia, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde conheceu Michele Sabino, que seria uma de suas dançarinas, quando começou a fazer shows. Elas se cruzaram no bar da família de Michele, onde Heloísa Faissol foi beber uma cerveja.

"Eu estava no meu barzinho, toquei um funk e ela cantou. Eu ri, achei ela meio maluca!", disse Michele, segundo quem, apesar das diferenças sociais, Heloísa Faissol era bem aceita na favela. "Tem gente que a chama de poodle, por causa das roupas coloridas, mas é brincadeira!"


Sua fama foi construída no boca-a-boca. Amigo de Heloísa Faissol há vários, o fotógrafo Ricardo Gama disse na época não gostar de funk, mas aprovou a nova carreira da amiga, principalmente a ideia das letras politizadas.

"Odeio funk, mas acho legal uma pessoa de uma classe social como a dela usar essa linguagem. Ela não está dando uma de funkeira, ela continua sendo quem sempre foi, só que com outros valores que descobriu subindo o morro!"

Lançou músicas como "Dou Pra Cachorro", além de realizar inúmeros shows em bailes da periferia e de morros cariocas. Mas desistiu quando percebeu que para viver de música teria que abrir mão de certos valores e trocar o dia pela noite, o que não concordava. Além disso, os cachês não condiziam com o que a socialite imaginava e o sonho de ser a primeira funkeira proveniente da elite logo foi abandonado.

Heloísa Faissol participou da 7ª edição do reality show "A Fazenda", em 2014, e ficou entre os três finalistas.

Morte

Heloísa Faissol foi encontrada morta na tarde de quinta-feira, 02/02/2017, no apartamento em que morava, na Rua Souza Lima, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada pela Polícia Civil. O caso será investigado pela 13ª Delegacia de Polícia. O corpo foi recolhido para o Instituto Médico Legal (IML).

Segundo informações de policiais civis que estiveram no apartamento, Heloísa Faissol estava na cozinha. O corpo da socialite foi encontrado pelo filho, de 19 anos. Peritos fizeram uma análise inicial no local. Parentes da socialite estiveram na 13ª Delegacia de Polícia, todos estão muito abalados.

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que um inquérito foi aberto para que as circunstâncias da morte de Heloísa Faissol sejam investigadas:

"Um procedimento foi instaurado na 13ª Delegacia de Polícia para apurar a morte de Heloísa Worms Pinto, 46 anos, cujo corpo foi encontrado ontem à tarde em um apartamento localizado na Rua Souza Lima, Copacabana. Perícia foi realizada no local e diligências estão em andamento para esclarecer todas as circunstâncias do ocorrido. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa da morte."

Heloísa Faissol teve apenas um filho, José Arthur, com o dentista René Gerdes. Os dois chegaram a brigar na Justiça pela guarda do menino quando ele tinha 15 anos. José Arthur escolheu morar com o pai naquela época, o que Heloísa contestou judicialmente, mas sem sucesso. Apesar disso, ela podia visitá-lo quando quisesse e a relação era boa. 

Marisa Letícia

MARISA LETÍCIA LULA DA SILVA
(66 anos)
Primeira-Dama Brasileira

☼ São Bernardo do Campo, SP (07/04/1950)
┼ São Paulo, SP (03/02/2017)

Marisa Letícia Lula da Silva, nascida Marisa Letícia Rocco Casa, foi a primeira-dama do Brasil de 01/01/2003 a 01/01/2011, quando seu marido, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve no cargo de presidente da República.

Filha de Antônio João Casa (filho de Giovanni Casa e Carolina Gambirasio) e Regina Rocco (filha de Mariano Rocco e Giovanna Boff), Marisa nasceu numa família de imigrantes italianos, lombardos de Palazzago, província de Bérgamo, de origem agrícola. Morou com os dez irmãos no sítio dos Casa até os 5 anos de idade. Neste sítio, seu avô paterno construiu uma capela em homenagem a Santo Antônio, ainda existente. Hoje, toda a área do sítio chama-se Bairro dos Casa, em homenagem a seus antepassados, pioneiros da região.

Em 1955, Marisa e sua família mudaram-se para o centro de São Bernardo do Campo, região do Grande ABC, em São Paulo. Depois de frequentar uma escola humilde, Marisa foi transferida, na terceira série, para o Grupo Escolar Maria Iracema Munhoz. Aos nove anos, já tinha experiência como pagem de três garotas mais novas.

Aos 13 anos de idade, com a autorização do pai, Marisa começou a trabalhar na fábrica de chocolates Dulcora, como embaladora de bombons. Permaneceu nesta fábrica até os 19 anos de idade, quando se casou com o taxista Marcos Cláudio e deu à luz seu primeiro filho, Marcos. Seis meses após o casamento, ainda grávida, Marisa perdeu o marido, assassinado a tiros.

Mais tarde, em 1973, trabalhou como inspetora de alunos em um colégio estadual. Neste mesmo ano, já viúva, conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos de sua cidade natal. Os dois se casaram 7 meses depois. O relacionamento de mais de 30 anos gerou três filhos: Fábio, Sandro e Luís Cláudio. Marisa tem ainda uma enteada, Lurian, filha de Lula e sua ex-namorada Miriam Cordeiro.

Em 1980, quando Lula e diversos sindicalistas estavam presos devido às greves, Marisa liderou a Passeata das Mulheres, em protesto pela liberdade dos sindicalistas.

Vida Política de Lula

Marisa começou na vida política militando ao lado do marido, eleito presidente do Sindicato em 1975, para que outras mulheres se juntassem ao movimento sindical na região. Em 1978, iniciaram-se as greves no ABC paulista.

Foi Marisa quem cortou e costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT), quando este foi fundado em 10/02/1980. Participou ativamente no início das atividades do partido, ajudando a criar núcleos e a estampar camisetas. Com a intervenção do Governo Federal no sindicato em abril do mesmo ano, Lula e outros sindicalistas foram presos, e as reuniões eram realizadas ilegalmente em sua casa.

Nesse período, ela organizou uma passeata de mulheres pela libertação dos sindicalistas. Centenas de mulheres e de crianças, todas cercadas por policiais, tanques e cavalaria, saíram da Praça da Matriz e caminharam pela rua Marechal Deodoro até o Paço Municipal, retomando à Igreja da Matriz.

Durante as disputas eleitorais de 1982, 1986, 1994 e 1998, nas quais Lula se candidatou, Marisa dedicou-se aos filhos, à casa e às campanhas. Em 2002, entretanto, com os filhos já adultos, pôde se dedicar exclusivamente à campanha do marido.

Em 01/01/2003, Marisa Letícia tornou-se a primeira-dama do Brasil. Em outubro daquele mesmo ano, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real, durante visita do rei Haroldo V e da rainha Sônia da Noruega.

Em 23/07/2003 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e em 05/03/2008 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Nos oito anos como primeira-dama do Brasil, Marisa Letícia não participou ativamente de nenhum projeto, fato duramente criticado pela oposição. Tradicionalmente a primeira-dama de um país realiza projetos sociais, em paralelo as ações oficiais.

No primeiro turno das eleições de 2006, Marisa Letícia não deu tanto apoio a Lula quanto nas eleições anteriores. Assim como o marido, ela acreditava que a disputa seria resolvida no primeiro turno. Entretanto, com a disputa encaminhada para segundo turno, Marisa começou a participar mais ativamente da campanha, mantendo uma agenda própria e realizando caminhadas sozinha em prol do marido em Brasília e em Goiânia.

Nomes

Marisa nasceu Marisa Letícia Casa. Ao casar-se, seu nome passou para Marisa Letícia Casa dos Santos. Ao casar-se pela segunda vez, passou para Marisa Letícia Casa da Silva. Quando Lula incorporou seu apelido no nome, Marisa mudou novamente de nome, passando a chamar-se Marisa Letícia Lula da Silva.

Operação Lava Jato

Em 04/03/2016, Marisa Letícia foi alvo da Polícia Federal de busca e apreensão na 24ª fase da Operação Lava Jato.

Morte

Em 24/01/2017, Marisa foi internada na UTI do Hospital Sírio-Libanês após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Ela passou mal na tarde de terça-feira, 24/01/2017, quando estava em casa, em São Bernardo do Campo, e foi socorrida pelo médico cardiologista Roberto Kalil, que atende a família do ex-presidente Lula.

Marisa foi submetida a um cateterismo e o procedimento foi considerado bem-sucedido, segundo fonte ligada à família dela. O principal objetivo era estancar o sangramento no cérebro, provocado por um aneurisma (dilatação anormal de um vaso sanguíneo). Logo em seguida ela foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Marisa Letícia Lula da Silva morreu na sexta-feira, 03/02/2017, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, SP, aos 66 anos de idade.

Seguindo o protocolo oficial para constatar a morte cerebral, os médicos submeteram Marisa Letícia a dois testes: O primeiro ocorreu às 12h05 e o segundo, às 18h05. O protocolo determina que o último exame seja conduzido por outro médico para comprovar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais.

O óbito foi constatado às 18h57, segundo boletim médico. Lula e sua família autorizaram a doação dos órgãos.

Logo após a divulgação do boletim, Lula postou em suas redes sociais informações sobre o velório.


Também nas redes sociais, Lula lembrou com carinho da esposa.

"A ex-primeira-dama costurou a primeira bandeira do PT, começou a trabalhar aos 9 anos e organizou resistência das mulheres durante as grandes greves do ABC!"

Ao saber da morte de Marisa Letícia, o presidente Michel Temer decretou luto oficial de três dias no país.

Fonte: Wikipédia e G1