Mário Reis

MÁRIO DA SILVEIRA MEIRELES REIS
(73 anos)
Cantor

* Rio de janeiro, RJ (31/12/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/10/1981)

Mário da Silveira Meireles Reis, o Bacharel do Samba, foi um popular cantor brasileiro da Era do Rádio. Nascido em uma família carioca abastada, começou a ter aulas de violão por volta de 1926. O professor era Sinhô, conhecido como "Rei do Samba", que, impressionado com o aluno, resolveu levá-lo para uma gravadora.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na turma de Ary Barroso, de quem era amigo e incentivador, e foi o primeiro intérprete a gravar uma música do então desconhecido pianista e compositor: o samba "Vou à Penha", em 1929.  Foi Mário Reis que gravou o primeiro sucesso popular de Ary Barroso, "Vamos Deixar de Intimidades".


Em 1930 começou a gravar uma série de discos em dupla com o vozeirão de Francisco Alves, fórmula que mostrou-se extremamente bem-sucedida, e imitada, entre outras, pela dupla Jonjoca e Castro Barbosa.

Mário Reis inaugurou em estilo de cantar diferente do que havia no Brasil até então. Ao contrário dos vozeirões do rádio, cantava coloquial, com outro timbre e uma divisão rítmica mais ágil, dando uma interpretação diferente às canções. O seu estilo de cantar, que até hoje soa moderno, é considerado como um dos precursores da Bossa Nova. Muitos consideram que seu canto influenciou João Gilberto. Seus primeiros sucessos foram gravações de músicas de Sinhô, como "Que Vale a Nota Sem o Carinho da Mulher", "Jura" e "Gosto Que Me Enrosco", essas duas últimas do compacto que foi seu primeiro grande êxito.

Mário Reis gravou muitos sucessos com Carmen Miranda e Francisco Alves, com os quais também se apresentou frequentemente nos anos 1930. Fizeram turnês pelo Brasil e também na Argentina.

Na década de 30 firmou-se como um dos maiores intérpretes de Noel Rosa, que também foi seu parceiro. Entre essas gravações estão "Filosofia" (Noel Rosa e André Filho) e "Meu Barracão".

Gravou, em 1933, dois grandes sucessos de Lamartine Babo, "Linda Morena" e "A Tua Vida é um Segredo", e no ano seguinte "Alô Alô" (André Filho) em dueto com Carmen Miranda.

Outro grande êxito foi com "Agora é Cinza", de Bide e Marçal, que nos anos 80 voltaria a ser sucesso com Mestre Marçal, filho do compositor.

Mário Reis ficou muitos anos afastado da carreira de cantor tendo voltado anos mais tarde a fazer discos. Em 1965 e 1971 gravou dois discos, sendo este o seu último. No repertorio, antigos sucessos de autores como Sinhô, Noel Rosa e Ismael Silva além de uma versão de "A Banda" de Chico Buarque.

Em 1995 Julio Bressane fez o filme "O Mandarim" sobre a música popular brasileira do século XX, focando especialmente na vida e no trabalho do cantor Mário Reis. O cantor foi representado pelo ator Fernando Eiras.


Sucessos


Fonte: Wikipédia