Tiaguinho

TIAGO DA ROCHA VIEIRA
(22 anos)
Jogador de Futebol

☼ Trajano de Moraes, RJ (04/06/1994)
┼ La Unión, Colômbia (28/11/2016)

Tiago da Rocha Vieira, mais conhecido como Tiaguinho, foi um jogador de futebol brasileiro que atuou como atacante, nascido em Trajano de Moraes, município localizado na Região Serrana do Rio de Janeiro, no dia 04/06/1994.

Tiaguinho teve passagem nas categorias de base do Corinthians e se profissionalizou atuando pelo XV de Piracicaba, no interior de São Paulo, em 2014. Depois disso, jogou pelo Cianorte, do Paraná, antes de se destacar com a camisa do Metropolitano no Campeonato Catarinense deste ano.

Tiaguinho buscou o seu espaço no clube de Blumenau, saiu do banco de reservas e virou titular, chamando a atenção dos dirigentes do time de Chapecó.

Tiaguinho estava na Chapecoense desde a metade de 2016. Estreou em junho e vinha sendo titular da equipe, com 23 partidas disputadas e quatro gols feito durante o ano. Em um dos jogos que brilhou, fez dois gols no empate com a Ponte Preta, por 2x2, no dia 18/09/2016, na Arena Condá, pelo Campeonato Brasileiro. O último gol marcado aconteceu na vitória sobre o São Paulo por 2x0, no dia 20/11/2016, no mesmo local, também pelo Brasileirão.

Tiaguinho e sua esposa Graziele da Rocha Vieira
Tiaguinho Seria Pai

Um vídeo divulgado pela família de Tiaguinho, mostra o atacante recebendo a notícia que seria pai pela primeira vez. As imagens foram feitas uma semana antes do acidente, por companheiros de clube, que comemoram a novidade com Tiaguinho.

A gravação também mostra Tiaguinho lendo um bilhete com a notícia e, logo em seguida, festejando com os jogadores da Chapecoense. Além disso, é possível ver o jovem fazendo um gesto com as mãos como se estivesse "embalando uma criança".

Segundo a prima de Tiaguinho, Gilmara Marins, a esposa do jogador, Graziele da Rocha Vieira, estava gravida há aproximadamente um mês e esperava o primeiro filho de Tiaguinho.

Morte

Tiaguinho faleceu aos 22 anos vítima de um acidente aéreo. Ele foi uma das vítimas fatais da queda do Voo 2933 da Lamia, no dia 28/11/2016. A aeronave transportava a equipe da Chapecoense para Medellín, onde disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana de 2016.

Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional, comissão técnica, diretoria, convidados e a tripulação da aeronave.

Títulos

Chapecoense

  • 2016 - Copa Sul-Americana

Fonte: Wikipédia e Globo Esporte
#FamososQuePartiram #Tiaguinho

Francisco Nagem

FRANCISCO NAGEM TORRES
(78 anos)
Ator e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (18/09/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/10/2017)

Francisco Nagem foi um ator brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 18/09/1939.

Francisco Nagem iniciou a carreira no teatro e seu maior sucesso nos palcos foi na peça "Os Veranistas" em 1978 ao lado de Ítalo Rossi.

No cinema, atuou em único filme, a comédia "O Barão Otelo no Barato dos Bilhões" (1971), estrelada por Grande Otelo e Dina Sfat. O filme também contava com uma participação especial do jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.

Na televisão atuou em "Verão Vermelho" (1969), "Vejo a Lua No Céu" (1976), "Escalada" (1975), "Sitio do Pica Pau Amarelo" (1977), "Louco Amor" (1983), "Sassaricando" (1987), "Memorial de Maria Moura" (1994), dentre outros.

Seu último trabalho na televisão foi na novela "Paraíso Tropical", exibida em 2007.

Francisco Nagem com a esposa Helenice publicada nas redes sociais por uma das filhas do casal.
Seu papel mais marcante na televisão foi como Seu Elias Turco, dono de uma venda e conhecido por ser sovina, na série de TV "Sítio do Pica Pau Amarelo", produzido pela TV Globo em parceria com a TVE e exibido entre 1977 e 1986. Francisco Nagem entrou na série em 1978, substituindo o ator Germano Filho, que fazia o personagem inicialmente.

Descendente de libaneses, Francisco Nagem foi um dos fundadores do Teatro de Arena Elza Osborne, conhecido também como Lona Cultural Elza Osborne, a primeira do Rio de Janeiro.

Francisco Nagem foi casado com Helenice Mendonça Martins Nagem desde 1970, e tinha duas filhas: Lariane Soraia e Lidiane Suelem.

Uma das últimas aparições de Francisco Nagem na televisão aconteceu em em março de 2016, no programa "Domingo Show", da TV Record, que promoveu o reencontro de atores do "Sítio do Pica Pau Amarelo". Francisco Nagem, ao apresentador Geraldo Luis, lamentou o fim do programa: "Quando terminou, foi a morte de um sonho da gente!".

Morte

Francisco Nagem faleceu por volta de 11h30 de terça-feira, 24/10/2017, aos 78 anos, em sua casa no Rio de Janeiro, RJ.

O velório aconteceu na terça-feira, 24/10/2017, na Lona Cultural Elza Osborne, teatro de arena do qual Francisco Nagem era um dos diretores, localizado no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde o ator morava. A família não divulgou a causa de sua morte.

O ator vinha sofrendo problemas de saúde e estava perdendo peso rapidamente. Helenice, sua esposa, disse que ele passou mal em casa e falou "Estou morrendo!", pouco antes de falecer.

O local de seu sepultamento não foi divulgado.

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #FranciscoNagem

Ataulpho Alves Júnior

ATAULPHO ALVES DE SOUZA JÚNIOR
(74 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/08/1943)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/2017)

Ataulpho Alves Júnior foi um cantor e compositor brasileiro nascido no bairro do Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 05/08/1943.

Filho do compositor Ataulfo Alves de Souza, herdou do pai o tradicional lenço branco que foi sua marca registrada.

Inicialmente, integrou o trio Os Herdeiros do Samba, juntamente com Aluízio e sua irmã Matilde. O nome do trio foi dado pelo pai, sendo ensaiado pelo violonista Meira.

Em 1963, apresentou-se pela primeira vez para o público no Teatro Record, em São Paulo, no "Programa Bossaudade", de Elizeth Cardoso, sua madrinha artística.

Entre 1963 e 1969, trabalhou ao lado do pai em diversos shows por todo o Brasil. Neste mesmo ano, gravou seu primeiro disco, um compacto simples pela gravadora Continental.

Em 1973, compôs a sua primeira música, "A Mangueira é Você", em parceria com Barbosa da Silva, gravada por Moreira da Silva.


Em 1976, gravou seu primeiro grande sucesso, "Os Meninos da Mangueira" (Rildo Hora e Sérgio Cabral). A música alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso da época, abrindo caminho para outros sucessos do cantor, como "Pedro Sonhador" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "Canto de Amor" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "A Bela da Tarde" (Rildo Hora e Sérgio Cabral), "Mais Um Samba de Amor", "Razão Pra Cantar", "Emoções Fortes" e "Paixão Estilo Antigo".

Entre 1992 e 1993, excursionou pela Europa, apresentando-se em várias cidades. Voltou à Europa nos anos de 1996, 1997 e 1998, apresentando-se em várias casa noturnas como Casino Vilamoura (Algarve), Casino Solverde (Espanha), Ilha da Madeira, Expo-98, em Lisboa, Sevilla, Astúrias, Oviedo e em Granada.

Em 1999, participou do projeto "Discoteca do Chacrinha", gravando pela Universal/Polydor um dos CD's do projeto ao lado de vários outros artistas.

Em 2002, fez espetáculo juntamente com Heitorzinho dos Prazeres, no qual reviveu mais de quatro décadas depois o conjunto Herdeiros do Samba, seu momento inicial de carreira e alguns sucessos de Ataulfo Alves e Heitor dos Prazeres.

No ano de 2003, apresentou o show "Os Grandes Mestres da MPB", no Café Cultural Sacrilégio, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.

Em 2005 foi um dos convidados do programa "Dorina Samba", apresentando-se no auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Desenvolveu também neste mesmo ano o projeto "Herdeiros do Samba".

Morte

Ataulpho Alves Júnior faleceu na noite de domingo, 15/10/2017, aos 74 anos, vítima de um infarto. Ele estava no apartamento em que morava com a família, no bairro da Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro. A mulher dele, Malu, relatou que o marido havia sofrido um infarto há três meses e estava em tratamento. O casal assistia à televisão quando o sambista caiu sobre o ombro dela e não acordou mais.
"Ele estava em tratamento, tomava os remédios direitinho. Estávamos recostados, vendo o 'Fantástico', e ele me contava que, quando voltasse (aos shows) chamaria o Jorginho do Império, estava conversando só coisa boa, sempre cheio de planos. Aí, do nada, ele bateu com a cabeça no meu ombro. Perguntei se ele estava brincando, mas vi os olhos fechados, a boca, e chamei meu filho!"
De acordo com Malu, ela e o filho chamaram um médico que morava no 3º andar. Ele realizou massagem cardíaca enquanto os bombeiros chegavam ao apartamento. A mulher chorava muito quando recebeu a notícia de que o marido não havia resistido.

O velório e o sepultamento do sambista ocorrerá na tarde de segunda-feira, 16/10/2017, no jazigo da família, no Jardim da Saudade, em Sulacap.

Discografia

  • 1999 - Discoteca Do Chacrinha (Universal/Polydor, CD)
  • 1998 - Bodas De Ouro (Sony Music, CD - Participação)
  • 1997 - Geração Samba (Warner Music, CD)
  • 1996 - Aos Mestres Com Carinho Vol. 2 (CID, CD)
  • 1995 - Leva Meu Samba / Clássicos Do Mestre Ataulfo (Eldorado, CD)
  • 1991 - Samba Que Te Quero Samba (Som Livre, LP)
  • 1984 - Leva Meu Samba - Ataulpho Alves JR e Elizete Cardoso (Eldorado, LP)
  • 1980 - Leva Meu Samba - Homenagem Aos 80 Anos Do Mestre Ataulfo (Som Livre, LP)
  • 1979 - Emoções Fortes (WEA Discos, LP)
  • 1979 - A Bela Da Tarde (WEA Discos, Compacto Simples)
  • 1979 - Alegria De Viver (WEA Discos, Compacto Simples)
  • 1978 - Vida, Viola E Samba (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1978 - Banda De Ipanema (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1977 - Pedro Sonhador (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1976 - Os Meninos Da Mangueira (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1976 - Ataulpho Alves Júnior (RCA Victor, LP)
  • 1974 - Razão Pra Cantar (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1974 - Mais Um Samba De Amor (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1973 - Se Eu Pudesse (RCA Victor, Compacto Simples)
  • 1973 - Ataufo Alves Júnior (RCA Victor, LP)
  • 1969 - Ataulpho Alves Júnior (Continental, Compacto Simples)
  • 1969 - O Herdeiro Sou Eu (Polydor/PolyGram, LP)
  • 1963 - Eternamente Samba (Polydor/PolyGram, LP)

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #AtaulphoAlvesJunior

Nélio Nicolai

NÉLIO JOSÉ NICOLAI
(77 anos)
Eletrotécnico

☼ Belo Horizonte, MG (27/04/1940)
┼ Brasília, DF (11/10/2017)

Nélio José Nicolai foi um eletrotécnico brasileiro, nascido em Belo Horizonte, MG, no dia 27/04/1940. Cursou o ensino técnico em eletrotécnica pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), e desenvolveu posteriormente tecnologias na área de telecomunicações.

Nélio Nicolai reivindicava ter inventado o identificador de chamadas, conhecido como BINA, além de também um equipamento controlador de chamadas entrantes no terminal telefônico do usuário, registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 07/07/1992 (nº 92.026.249), e um sinal de advertência em chamada entrante para terminal ocupado denominado de Salto, registrado no dia 06/08/1992 (nº 92.031.099).

"Alô? Quem fala?". Aos poucos, a tradicional saudação ao telefone vai perdendo o sentido. Afinal, quase todo mundo usa celular e todos eles indicam o número de quem está ligando. O que pouca gente sabe é que um brasileiro reivindica a invenção do sistema que permite a identificação da chamada. Nélio José Nicolai registrou a patente da primeira versão do dispositivo em 1980, quando o batizou de Bina – sigla de "B identifica o número de A". Apesar de a tecnologia estar disponível em muitos telefones fixos e em virtualmente todos os celulares do mundo, ele nunca recebeu royalties -  dinheiro que se paga ao autor de um invento pelo direito de explorá-lo economicamente. Nos últimos, ele vendeu casas, carros e até cotas de uma eventual indenização para pagar advogados e processar dezenas de empresas de telefonia. Ele já ganhou 3 ações em primeira instância e uma em segunda. Se vencer a enxurrada de recursos que os réus usam para protelar a decisão final, pode receber uma quantia bilionária, que o colocaria entre os homens mais ricos do mundo. 

A tecnologia Bina, capaz de identificar o número telefônico de quem faz e recebe ligações, foi criada em 1977 pelo eletrotécnico mineiro Nélio José Nicolai. Trata-se do invento brasileiro mais utilizado no mundo.

A história de Nicolai com o Bina começa na cidade de Brasília, em 1977, quando trabalhava na Telebrasília, operadora local da Telebrás, antiga holding estatal de prestação de serviços telefônicos. Formando em eletrotécnica, ele descobriu sua vocação para inventor desde seus primeiro emprego numa empresa de telefonia, a Ericsson.
"Quando havia problema na montagem, precisávamos transmiti-los para os laboratórios no exterior e esperar as soluções. Eu comecei a mudar isso, pois já mandava a solução a ser implementada".
Não é só seu relato que confirma o talento para a inovação: Ele tem 40 patentes registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com as mais variadas funções, desde leitores óticos para deficientes visuais até sistemas de proteção contra clonagem de cartões de crédito.

A ideia do Bina surgiu quando ele tentava resolver o problema de uma antiga brincadeira juvenil, os trotes telefônicos e a solução veio num sonho. Para testar, adaptou ao aparelho uma calculadora, que mostrava o número no visor e o imprimia em uma bobina. "Funcionou como primeiro protótipo", conta.

A Telebrasília não o incentivou o desenvolvimento da ideia por uma razão que hoje pode parecer piada: A estatal achava que identificar o número de quem fazia a chamada seria uma invasão de privacidade. Mesmo assim, Nélio registrou, em 1980, a patente dessa primeira versão do Bina. Dois anos depois, o destino facilitaria sua primeira aplicação prática.

"Eu alugava apartamento em um prédio em que só moravam oficiais dos bombeiros. Acabei os convencendo a fazer uma experiência", disse Nélio Nicolai. Para eles, fugir de trotes era algo muito mais importante do que questões de privacidade. Os 4 aparelhos instalados na central 193 foram produzidos em 1982, por sua primeira empresa, a Sonintel. Era um aparelho pouco maior e mais baixo do que uma caixa de sapato, com cerca de 600 gramas, conectado ao telefone. Até que o invento foi parar em um seminário do extinto Ministério da Desburocratização, e a imprensa o descobriu. "Aí, minha vida começou a mudar. Ninguém mais conseguiu esconder o Bina", lembra Nélio Nicolai. Seus problemas com a paternidade do dispositivo, porém, já haviam começado.

Coleção de Calotes

Antes de abrir sua própria empresa, Nélio Nicolai associou-se a dois colegas, que teriam copiado a ideia. O mineiro diz que a dupla chegou a registrar uma patente, a lançar e a comercializar um produto com a mesma função. O aparelho de Nélio Nicolai também despertou a atenção de companhias internacionais.

Em 1984, a empresa de telefonia Bell Canada enviou representantes ao Brasil para estabelecer uma parceria com a Telebrasília, de olho no Bina. Naquele ano, ele foi demitido da estatal. Antes e depois de sair, no entanto, visitou a empresa algumas vezes, para ajudar na montagem de um protótipo. A colaboração não foi para frente. Ou foi, porque, dois anos depois, surpresa: a Bell Canada anunciou o desenvolvimento de um identificador de chamadas, lançado em 1988. Nélio Nicolai não recebeu nenhum crédito pelo produto.

Durante os anos 1980, as centrais telefônicas se modernizaram e Nélio Nicolai inventou uma nova versão do dispositivo, cuja patente seria solicitada em 1992 e aprovada em 1997. O inventor diz que, no mesmo ano, assinou contratos de licença de exploração da patente com a sueca Ericsson, para instalar e comercializar o Bina no Brasil por dois anos. Ele transferiu a tecnologia e, quando foi às telefônicas cobrar o pagamento de royalties, outra surpresa: "Avisaram que não me pagariam. Me mandavam ir à Justiça e, quem sabe, meus bisnetos veriam alguma coisa!".

A essa altura, ele também havia cedido licenças de exploração da patente para outra fabricante de telefones brasileira, que chegou a honrar os contratos por 10 meses. Até que a empresa interrompeu a produção do aparelho para importar um similar de Hong Kong - que tampouco pagava royalties a Nélio Nicolai. Cansado de tomar calotes, ele finalmente decidiu que estava na hora de ir aos tribunais, como a outra empresa havia ironicamente o instruído a fazer.

O Tango Judicial

Mas, afinal, Nélio Nicolai é ou não é o inventor do identificador de chamadas? E, se ele criou mesmo essa tecnologia, pode-se dizer que ela é usada por aparelhos de celular modernos? Nos dois casos, há controvérsias, muito exploradas nos tribunais.

Em algumas das ações, a Justiça já decidiu que, sim, Nélio José Nicolai é inventor do Bina e merece os royalties. As telefônicas brasileiras que vendiam o aparelho e o serviço, e pagariam a conta recorreram. A Ericsson, por sua vez, entrou em 2003 com uma ação para anular a patente de 1992, alvo da disputa.

"Ela não tem suficiência descritiva nem atividade inventiva", diz Clóvis Silveira, engenheiro eletrônico, sócio de um escritório de patentes contratado por réus das ações de Nélio Nicolai. Traduzindo: A patente não explicaria direito como funciona a tecnologia e, além disso, seria sobre uma tecnologia já existente. O que descumpriria dois requisitos para registro de um invento. Mas, então, porque a patente foi aceita?

Pois é, até o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) já mudou de opinião sobre o caso. Consultado pela Justiça, o instituto concordou que a patente não era válida e, depois, voltou atrás. Diante da confusão, a Justiça encomendou um laudo independente. Enquanto esse processo não é decidido, as outras ações estão paralisadas, desde 2005. "Por lei, um processo só pode ser suspenso por um ano. É por isso que o Nélio Nicolai fica possesso", disse Luis Felipe Belmonte, advogado de Nélio Nicolai.

E a outra pergunta, sobre a tecnologia que Nélio Nicolai diz ter inventado ser a base para os celulares modernos?

"Hoje, a patente perdeu o sentido, pois qualquer informação pode ser trocada entre as partes. O número de quem chama é apenas mais uma", opinou Hermes Magalhães, do departamento de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Hani Yehia, do Inova, laboratório de inovação da mesma universidade, discorda: "É como dizer que um avião de hoje não é o mesmo que um avião de 100 anos atrás. A telefonia mudou muito, mas os sinais que chegam à central telefônica são praticamente os mesmos!"

O caso de Nélio Nicolai não é uma exceção. A história está cheia de brigas por propriedade intelectual, a começar pela do próprio telefone. Graham Bell levou a fama, mas registrou sua patente no mesmo dia, e horas depois, que outro inventor, chamado Elisha Gray, fez o mesmo para um equipamento de transmissão de voz. Graham Bell venceu a briga nos tribunais, mas até hoje alguns historiadores defendem que ele roubou a ideia de Elisha Gray. Atualmente, mais do que nunca, essas disputas são decisivas no mercado de telecomunicações. No final, e no caso do Bina não será diferente, a opinião que vale é a da Justiça.

Uma informação, no entanto, indicava que Nélio Nicolai tinha a chance de levar a fatura. E ela veio justamente da maior empresa processada por Nélio Nicolai, a Vivo. Como tem ações na Bolsa de Nova York, a companhia é obrigada a apresentar relatórios à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, com informações sobre, entre outras coisas, o risco de perder processos. No relatório de 31/03/2010 está escrito: "Acreditamos, com base no parecer de nossos consultores jurídicos externos, que a probabilidade de um resultado desfavorável é possível".

Baseado em informações de 2011
Trocando Em Números

Se Nélio Nicolai vencesse, a Justiça teria outro trabalho complicado: Decidir o valor da indenização, que possivelmente seria a maior já paga do país. No Brasil, uma patente tem validade de 20 anos. O valor pago por ela é um percentual - variável - do total arrecadado com o serviço ou produto que ela descreve. Nas ações, o brasileiro pede 25%. A base de cálculo seria o faturamento das empresas de telefonia com o Bina ao longo de 20 anos. E alguém paga pela identificação de chamadas? Hoje, quase ninguém. Mas nem sempre foi assim.

"Isso está nas contas de telefone. O valor do Bina vinha discriminado. Depois, as telefônicas passaram a usar 'identificação de chamadas' e afinal pararam de citar a cobrança na fatura", disse Luis Felipe Belmonte, acrescentando que a tarifa média praticada era de R$ 10,00 por mês. O fato de a patente de Nélio Nicolai já ter expirado, e de as telefônicas não cobrarem mais pelo serviço, não elimina a dívida, que é calculada retroativamente.

A título de exemplo, o advogado faz as contas usando uma taxa de 20% de royalties, e chega ao resultado de R$ 113 bilhões. Com juros e correção monetária, o valor chegaria a cerca de R$ 185 bilhões. Para se ter uma ideia, essa fortuna faria do brasileiro o homem mais rico do mundo, com uma folga de 40 bilhões sobre o segundo colocado, o mexicano Carlos Slim Helu, que, aliás, é dono da Claro, controladora de telefônicas alvo das ações. 

Você deve estar pensando: "Ah, esse cálculo é um exagero!". Nem tanto. No único processo vencido por Nélio Nicolai em que a Justiça já arbitrou a indenização, o valor foi de R$ 550 milhões. A ação era contra a Americel, subsidiária da Claro. Como o inventor processa 40 companhias, no total, e essa é uma das menores da lista, as cifras provavelmente chegariam mesmo às dezenas de bilhões de reais.

A facada seria tão grande que as empresas de telefonia já estão apelando para terceiros. Telebrasil e Abinee, duas associações de classe, enviaram petições à Anatel, solicitando sua intervenção "em defesa dos interesses do setor". No documento, elas dizem que o prejuízo será do consumidor, "que, além de ser privado do serviço, será certamente onerado com o repasse de eventuais custos incorridos pelas operadoras"

O dinheiro viria em boa hora para Nélio Nicolai, que vendeu 3 apartamentos para pagar honorários de advogados e sustentar a família. Ele não trabalha desde que foi demitido da Telebrasília. "Nenhuma telefônica me quer por perto, né?".

Quando a situação aperta, Nélio Nicolai vende cotas de 1% da indenização - já foram 15, a última teria sido negociada por R$ 100 mil. Apesar disso, ele está com o nome sujo na praça, graças a uma dívida de cartão de crédito. "Sou muito conhecido no Serasa, não consigo comprar nem um telefone!", disse bem-humorado, apesar de tudo.

De seu celular pré-pago, ele admite que talvez só seus netos vejam a cor do dinheiro. Mas torce para que a Justiça brasileira não deixe isso acontecer. "Há mais de 10 anos, todo dia imagino que o resultado vai sair no mês que vem!" 

Em 2003 a Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu liminarmente os efeitos da patente nº 92.026.249. A decisão notou evidências de que a tecnologia descrita na patente copiava invenções anteriores e não preenchia os requisitos legais. A decisão segue em vigor até hoje, já tendo sido confirmada cerca de 10 vezes por quatro juízes diferentes e pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região.

Após 20 anos em disputa judicial, a 2ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios determinou, em decisão liminar e sem a condução de exame pericial, que operadora indenize o inventor em 10% do valor cobrado pelo serviço de identificação de chamadas por usuários em cada aparelho. A operadora recorreu da decisão, que foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Em 2014, Nélio Nicolai estava trabalhando com estudantes em um aplicativo de tradução simultânea no celular. A ideia é que, em uma ligação entre um japonês e um brasileiro, um entenderá o que o outro está falando.

Nélio Nicolai segura documento de patente
Reconhecimento

Nélio Nicolai recebeu um certificado e uma medalha de ouro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e um selo da série Invenções Brasileiras, concedido pelo Ministério das Comunicações.

Morte

Nélio José Nicolai faleceu na quarta-feira, 11/10/2017, em Brasília, DF, aos 77 anos. Nélio Nicolai estava se recuperando de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que tinha sofrido há cerca de cinco meses. Nos últimos dias, no entanto, apresentou complicações pulmonares. Ele morava em Brasília, DF, no Lago Norte.

O sepultamento de Nélio Nicolai aconteceu no dia 12/10/2015, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, Brasília, DF.

Nélio Nicolai deixa quatro filhos e dois netos.

Indicação: Roner Marcelo, Rose Guido e Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #NelioNicolai

Santa Dica

BENEDICTA CYPRIANO GOMES
(61 anos)
Figura Folclórica, Curandeira e Profetisa

☼ Fazenda Mozondó, a 40 km de Pirenópolis, GO (13/04/1909)
┼ Goiânia, GO (09/11/1970)

À mulher sempre foi destinado um papel social com valores visivelmente inferiores aos papéis desempenhados pelo homem. As mulheres possuem alguns relativos avanços, embora sejam, ainda, portadoras de uma bagagem construída à sombra do machismo e do patriarcalismo.

Sob essa égide, destaca-se a mítica figura de Santa Dica, mulher de vanguarda, a serviço do messianismo e do povo humilde de Goiás no início do século XX.

Benedicta Cypriano Gomes, a Dica, nasceu em 13/04/1909 na Fazenda Mozondó, a 40 km de Pirenópolis, no Estado de Goiás. Por volta dos 7 anos de idade, caiu gravemente enferma, chegando a ser considerada morta, pois não possuía os sinais vitais.

Durante a preparação do corpo para apresentação ao velório, familiares perceberam que Dica suava frio. Por receio de que fosse enterrada viva, o velório foi alongado, e o enterro suspenso. Muito choro contínuo e, após três longos e penosos dias, Dica ressurgiu da morte.

A residência de Santa Dica
Desperta do torpor mortal, a menina tornou-se possuidora de sabedorias secretas e de intimidades com o outro lado da vida, transformando-se em curandeira e, posteriormente, em profetisa. Seus feitos tinham a força de verdadeiros milagres.

A notícia correu pelos confins goianos e se espalhou pela região como isca de fogo em tempo de seca. Para os nativos, suas curas, profecias e milagres eram mesmo obra de Santa. Não tardaram a chegar fervorosos romeiros, gente roceira humilde, doentes desenganados, em busca das graças de Santa Dica.

De seus milagres à atuação política foi consequência natural. A mocinha Dica se indignava com a vida sofrida dos que estavam perto dela e, num ato de extrema lucidez política, comandou uma legião de oprimidos pelo sistema de governo, na tentativa de livrar seu povo que era massacrado, escravizado e sujeito às vontades oligárquicas das famílias endinheiradas patriarcais.

Seu chamado à luta deu-se pelas palavras da fé. Essa foi sua rebelião ao sistema. Santa Dica era acompanhada com fidelidade e devoção. Os sofridos vinham, se acampavam em torno de sua casa e, ali, foi nascendo um povoado.

Rio do Peixe, rebatizado por Santa Dica de Rio Jordão
De forma totalmente igualitária, a iluminada implantou um sistema comunitário de uso da terra e do dinheiro entre seu séquito. Para Dica, a terra era bem doado pelo Criador aos habitantes do planeta. Não conseguia entender cercas e arames farpados a impedir seu povo de desfrutar e cuidar do que era seu, por direito Divino.

Santa Dica possuía posses e não era pobre, mas o desejo de justiça e igualdade social eram temas recorrentes em suas pregações. Sua fazenda foi o primeiro cenário de compartilhamento de recursos, bens, oferendas e colheitas. Assim prosseguia, fazendo curas, milagres, rezando suas orações, ocupando lugar de Conselheira do pequeno povoado e pregando a valorização da mulher, a não violência, a justa distribuição de bens, e cultuando o coletivismo.

Com essas ações religiosas e de caráter político-social chegou a reunir uma legião de 15 mil almas, havendo em suas fileiras cerca de 1,5 mil homens trabalhadores acostumados com o uso das armas para suas atividades diárias de caça. Também estavam reunidos mais de 4 mil eleitores em torno dela. Essa soma foi o bastante para incomodar os coronéis goianos.


A fama de Santa Dica se alastrou, os fiéis se multiplicaram. Não demorou que percebessem que Santa Dica encarnava a reprodução do episódio de Canudos. Perigo certeiro, nas mãos de uma mulher forte de espírito e de corpo franzino. Dos latifúndios fugiam os subjugados, ditos "diqueiros". A imprensa local e do vizinho Estado de Minas Gerais, inclusive com atuação do clero, cobrava providências governamentais contra os "fanáticos".

Santa Dica foi além no empoderamento do feminino e na promoção de igualdade de gêneros e classes. Para reforçar sua liderança popular e política editou um jornal manuscrito: "A Estrela do Jordão Órgão dos Anjos, da Corte de Santa Dica". A líder criou em suas fileiras várias frentes, inclusive a de alfabetização, para que todos tivessem acesso aos documentos escritos.

E veio a represália. De um lado o exército "pé de palha", tática usada pela Iluminada para que seus seguidores aprendessem a marchar. De forma que era amarrada uma palha no pé esquerdo do seu soldado para acompanhar o ritmo direito-esquerdo peculiar das tropas.

Os adoradores da Santa Dica, armados, juravam protegê-la contra qualquer tentativa de prisão. As autoridades de Pirenópolis com a polícia municipal se declaram impotentes contra os diqueiros. Restou ao Governo Estadual, em março de 1925, mandar um destacamento, sitiar o local e prender Santa Dica. Um mínimo seria o suficiente para o massacre. Quando um tio de Dica atirou contra os policiais choveram projéteis de metralhadoras sobre as palhoças e o sítio de Dica.


Pela "boca do povo" diziam que as balas iam de encontro à Dica, enrolavam em seus cabelos, ou batiam em seu corpo, e caiam pelo chão. Tanto que houve apenas três mortes. Santa Dica ordenou a todos que atravessassem o rio Jordão, que passa por trás de sua casa, para fugir do massacre. Santa Dica foi resgatada por um de seus fiéis, puxada do rio pelos cabelos e acabou sendo presa. Dizem na tradição oral que Santa Dica neste episódio amarrou uma sucuri no poção, ao fundo de sua casa, para que os soldados não pudessem atravessar o rio. Até hoje a população de Lagolândia acredita e não nada naquele local com medo da sucuri da Santa Dica.

A Prisão de Santa Dica durou 6 meses. Pressionados pela população e sem provas criminatórias o governo acabou cedendo e liberou-a. A partir daí Santa Dica ingressou na política, seus seguidores votavam em quem ela mandasse. Formou exército e foi patenteada com a insígnia de cabo do Exército brasileiro. Comandava tropa de 400 homens, que ficaram sendo conhecidos como "pés com palha e pés sem palha", pelo motivo de que sendo a tropa integrada por analfabetos, confundiam esquerda com direita. Dica então usou o estratagema de amarrar um pedaço de palha em um dos pés para poder ensinar-lhes a marchar.

Guerra da Santa Dica

Cerca de 500 famílias, segundo uma série de depoimentos, viviam ao redor da Casa da Cura, onde Santa Dica vivia, na Lagoa, povoado às margens do Rio do Peixe, rebatizado por ela de Rio Jordão. Era o centro das festas do Divino e de São João, tradições do período colonial nos sertões goianos, promovidas por Santa Dica, que inovava com ritos e símbolos de uma nova religião. Autoridades começaram a questionar os riscos sanitários de um lugar sem condições para atender a população que chegava para as festas.

Diante das reações contrárias de padres e coronéis da região, Santa Dica colocou seu exército à disposição da oligarquia estadual de Totó Caiado, aliado do Palácio do Catete desde 1912, para engrossar, em 1924, a resistência à Coluna Prestes na cidade de Goiás, a 167 quilômetros de Pirenópolis. O Exército dos Anjos não chegou a enfrentar os tenentistas, mas voltou para o vilarejo da Lagoa mais influente.

Em reação, a Igreja Católica publicou em seus jornais que Santa Dica era "prostituta", "histérica" e "tresloucada". As romarias de sertanejos para vê-la tinham reduzido o número de devotos da Festa do Divino Pai Eterno, promovida pelos padres em Trindade.

O jornal Santuário de Trindade defendeu a destruição do reduto de Santa Dica: "Já se viu tamanha asneira! É o caso para a polícia intervir se não quiser uma repetição de Canudos!"

Outro periódico, O Democrata, bancado pelos coronéis, chamou Santa Dica de "Lenine do sexo diferente" e "Antônio Conselheiro de saias", acusando-a de charlatanismo e prática ilegal da medicina: "Canudos é de ontem, e nós sabemos o que foi Canudos!", advertiu o periódico.

Em 1928 casou com o jornalista carioca Mário Mendes, eleito prefeito de Pirenópolis em 1934, e tiveram cinco filhos e adotaram mais dois.

O exército dos "pés com palha e pés sem palha" participou da Revolução Constitucionalista de 1932 indo guerrear, com 150 homens, em São Paulo de onde voltou sem nenhuma baixa, resultado atribuído aos milagres da santa. Episódio famoso foi quando seu exército precisava passar pela ponte de Jaraguá, em São Paulo. A ponte estava minada e Santa Dica mandou que um de seu soldados a atravessasse de olhos vendados, fato concluído sem detonar nenhuma bomba. E assim foi com a tropa toda que vendados um a um transpuseram a ponte, que veio a ruir após passar o último soldado. Também teve Santa Dica enfrentado a Coluna Prestes. Com uma tropa de 400 homens impediu que a Coluna ingressasse no Triângulo Mineiro.

Morte

Santa Dica faleceu no dia 09/11/1970, em Goiânia, sendo sepultada, de acordo com seu desejo, debaixo da frondosa gameleira da sua casa em Lagolândia, distrito do município de Pirenópolis, no Estado de Goiás. A velha gameleira, que protegeu seu povo durante o ataque militar de 1925

Foi velada por sua legião por três dias, em ato de profundo amor e devoção à linda moça da Fazenda Mozondó, que foi guerreira e santa. Pilar na valorização dos direitos humanos em Goiás, na representação do feminismo e no empoderamento da mulher.

Lagolândia, hoje, é um povoado do município de Pirenópolis, GO, com algumas centenas de habitantes e muitas casas, que rodeiam uma bela praça onde o busto de Santa Dica lidera o espaço dividido entre bancos, flores, imagens de Nossa Senhora e o sepulcro sombreado da Santa. Em sua antiga casa descendentes mantêm um visitado altar dedicado à Santa e todo o povoado vive à sua memória.

Fonte: Xapuri SocioambientalEstadão e Projeto Foto Estrada
#FamososQuePartiram #SantaDica

Archimedes Messina

ARCHIMEDES MESSINA
(85 anos)
Compositor, Jornalista, Publicitário e Radialista

☼ São Paulo, SP (1932)
┼ São Paulo, SP (31/07/2017)

Archimedes Messina foi um compositor, jornalista, publicitário e radialista brasileiro, nascido em São Paulo em 1932.

Archimedes Messina fez parte do dia-a-dia dos brasileiros nos últimos 50 anos. Dentre os muitos jingles que ele criou e que viraram clássicos na cabeça de várias gerações, o mais famoso deles ainda vai ao ar todas as semanas: "Silvio Santos Vem Aí", a trilha sonora que acompanha o maior apresentador do país desde o início de sua carreira no rádio, foi composta por Archimedes Messina e ajudou a torná-lo um dos maiores compositores de jingles brasileiros.

Archimedes Messina sempre sonhou em trabalhar com rádio. Quando menino, ouvia toda a programação de jornais, radionovelas e programas de auditório. Entrando na vida adulta, surgiu a primeira oportunidade de se tornar radioator na Rádio São Paulo, líder de audiência na época. Mais tarde passou a escrever programas de rádio e o primeiro foi para o drama "Aqueles Olhos Azuis".

A atuação como ator em pequenos papéis acompanhou trabalhos de locução na TV Record e os primeiros projetos como compositor, fazendo músicas para as novelas nas quais atuava. Mas foi com marchinhas carnavalescas que Archimedes Messina começou a se projetar nacionalmente: "Faz Um Quatro Aí", de 1957, foi seu primeiro sucesso, que o colega de rádio, o humorista Chocolate, gravou.

O sucesso com essa e outras marchinhas chamou atenção do amigo Jorge Adib, que comandava uma agência de publicidade chamada Multi Propaganda. Uma proposta de aumento de salário, que era o dobro do que Archimedes Messina ganhava na Rádio São Paulo, foi o suficiente para superar o receio do então radioator em mudar radicalmente de função. Ele fechou um contrato de três meses para compor jingles para os clientes da Multi Propaganda. Deu tão certo que ao final dos três meses ele recebeu o dobro do que havia sido combinado e entrou de vez para o mercado publicitário.


Três anos depois, integrava o elenco de compositores da Sonotec, onde durante 15 anos compôs os jingles da Varig, como "Urashima Tarô" e do "Seu Cabral" além de ter composto o jingle para o Café Seleto.

Os anos trabalhando em rádio já haviam colocado Archimedes Messina no caminho de Senor Abravanel, já Silvio Santos, que trabalhava para Manuel de Nóbrega na Rádio Nacional.

Em 1964, o comunicador ganharia seu primeiro programa solo aos domingos e coube a Archimedes Messina compor a trilha sonora do programa. O compositor encontrou Silvio Santos em um corredor da Rádio Nacional e perguntou como ele queria que fosse a música: "Silvio pediu simplesmente uma música animada, bem alegre e simples, que pegasse rápido, afinal seria o tema de abertura do seu programa", contou o especialista em jingles Fábio Barbosa Dias.

Segundo Fábio Barbosa Dias, o futuro Homem do Baú ainda sugeriu que a música começasse com um "lá, lá, lá" e que depois Archimedes Messina poderia continuar como quisesse. Surgiram então os versos:

Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá

Agora é hora de alegria
Vamos sorrir e cantar
Do mundo não se leva nada
Vamos sorrir e cantar

Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Silvio Santos vem aí!


Silvio Santos aprovou a música de cara e o sucesso com o público foi tão grande que ela o acompanhou no ano seguinte em sua chegada à televisão. Com ela, fez sucesso na TV Paulista, na TV Globo e finalmente na TVS, hoje SBT, que o próprio Silvio Santos inaugurou em 1981.

Trilha de todos os domingos, a música foi até tema do jingle eleitoral de Silvio Santos em sua fracassada tentativa de se candidatar à presidência da República em 1989. Anos mais tarde, a música traria dores de cabeça a Silvio Santos.

Em 2001, Archimedes Messina moveu um processo contra Silvio Santos reclamando os direitos autorais que a composição arrecadou ao longo de todos os anos em que foi executada. Os cálculos dos advogados levaram a um pedido de R$ 50 milhões. O SBT recorreu e o processo se arrastou até 2011, quando a Justiça determinou que fosse paga uma indenização de R$ 5 milhões para Archimedes Messina e que a música não fosse mais executada. No ano seguinte, em condições mantidas em sigilo, Silvio Santos e Archimedes Messina entraram em um acordo e em 2013 a música voltou a fazer parte dos domingos dos brasileiros.

Ainda que esse seja o seu maior sucesso, a carreira de Archimedes Messina passa longe de se resumir ao jingle de Silvio Santos. O fenômeno com o jingle do apresentador chamou a atenção de Carlos Ivan Siqueira, diretor de propaganda da Varig, que em 1967 encomendou uma música que vendesse viagens para Portugal: "Archimedes criou uma historinha que envolvia um tal de 'Seu Cabral', que vinha ao Brasil de caravela e voltava a Portugal em um avião da Varig", contou Fábio Barbosa Dias.


Foi só o primeiro dos muito jingles que Archimedes Messina fez para a companhia aérea em 20 anos de parceria. Sempre que precisava vender algum novo destino da companhia, Archimedes Messina pesquisava algo sobre a cultura ou a história daquele país que lhe servissem de gancho. Foi assim que a lenda de Urashima Taro, uma tartaruga salva por um pescador, se tornou a base para outro sucesso: O pescador trouxe a tartaruga para o Brasil e ela voltou a sua terra natal, o Japão, em um jatinho da Varig. A música foi gravada por Rosa Miyake, apresentadora do programa "Imagens do Japão".
"Ele me convidou para gravar e eu achei o máximo! No dia da gravação eu estava muito nervosa. Ele me chamou no estúdio e disse: 'Rosinha, esse pedaço do estúdio é todinho seu, cante como se estivesse no palco'. Eu estava suando! Foi uma experiência que eu nunca vou esquecer. Ele era querido por todos por sua lealdade e sensibilidade."
(Recordou Rosa Miyake)

Foram 12 músicas para a companhia aérea, cada uma sobre um Estado brasileiro ou país. Em alguns casos, Archimedes Messina viajou com custos cobertos pela Varig para conhecer melhor a história do lugar e assim criar uma história que cativasse o público. Outro de seus sucessos foi o jingle do Café Seleto, composto em 1974 sem que Archimedes Messina recebesse qualquer informação sobre o produto. E não precisou. Assim mesmo a música caiu nas graças do povo e de Manoel da Silva, o Maneco, dono da marca: "Ao receber a gravação finalizada, seus olhos encheram de lágrimas", aponta Fábio Barbosa Dias.

Archimedes Messina trabalhou até o final de sua vida. Embora raramente compusesse jingles, dedicou seus últimos anos a colocar melodia nas letras que havia composto ao longo de sua carreira, mas que não teve tempo de musicar por causa do volume de trabalho. O processo de composição seguiu o mesmo: batucando em uma caixinha de fósforo para encontrar a melodia correta para "grudar" nos ouvidos do público.

Morte

Archimedes Messina faleceu na segunda-feira, 31/07/2017, aos 85 anos. Na sexta-feira, 28/07/2017,  Archimedes Messina sofreu um aneurisma no fígado em casa e foi internado no Hospital Santa Maggiore, na região central de São Paulo. Uma cirurgia estava marcada para esta quarta-feira, 02/08/2017, mas ele não resistiu a uma ruptura no vaso do fígado. O velório ocorreu justamente na quarta-feira, na Vila Mariana, em São Paulo.

Archimedes Messina deixou dois filhos, três netos e a mulher, Inajá, companheira desde 1962 e com quem era casado desde 1965.

Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #ArchimedesMessina

Célia

CÉLIA REGINA CRUZ
(70 anos)
Cantora

☼ São Paulo, SP (08/09/1947)
┼ São Paulo, SP (29/09/2017)

Célia Regina Cruz, mais conhecida como Célia, foi uma cantora brasileira nascida em São Paulo, SP, no dia 08/09/1947.

Célia estudou violão clássico e popular, harmonia, teoria e composição. Ela foi revelada em 1970 no programa de televisão "Um Instante, Maestro!", comandado pelo controvertido apresentador Flávio Cavalcanti.

Célia tornou-se conhecida com a gravação de "Onde Estão Os Tamborins", na década de 1970. Vendeu mais de 70 mil cópias e ganhou diversos prêmios como o Roquete Pinto e o Elena Silveira, além de vários discos de ouro.

Em 1971, gravou seu primeiro LP, "Célia", contendo as faixas "To Be" (Joyce), "Abrace Paul McCartney" (Joyce), "David" (Nelson Ângelo), "Zózoio - Como É Que É" (Nelson Ângelo), "Blues" (Joyce e Capinan), "No Clarão Da Lua Cheia" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro), "Durango Kid" (Toninho Horta e Fernando Brant), "Pelo Teletipo" (Ruy Maurity e José Jorge), "Adeus Batucada" (Sinval Silva), "Para Lennon e McCartney" (Márcio Borges, Lô BorgesFernando Brant) e "Fotograma" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Este disco foi contemplado com vários prêmios.

Lançou mais um disco em 1972, registrando as canções "A Hora É Essa" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Detalhes" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Toda Quarta-Feira Depois Do Amor" (Luís Carlos Sá e Zé Rodrix), "Vida De Artista" (Luís Carlos SáZé Rodrix), "Dominus Tecum" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Ay Adelita" (Piry Reis e João Carlos Pádua), "Mia" (Armando Manzanero), "Na Boca Do Sol" (Arthur Verocai e Vítor Martins), "Em Família" (Tom e Dal), "É Preciso Dizer Adeus" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), "Dez Milhões De Neurônios" (Paulinho Nogueira e Zezinho Nogueira) e "Badalação (Bahia Volume 2)" (Nonato Buzar, Tom e Dito). Em seguida, participou de festivais de música realizados na Venezuela e no Uruguai.


Em 1975, gravou novo LP, contendo as faixas "Eu Te Amo Amor" (Francis HimeVinícius de Moraes), "Saudade De Amar" (Francis Hime e Vinícius de Moraes), "Não Há Porque" (Ivan Lins e Vitor Martins) e "Preciso De Silêncio" (Ivan Lins e Vitor Martins), "Pomba Branca" (Max e Vasco de Lima Couto), "Camisa Amarela" (Ary Barroso), "Samba-Canção Antigo" (Tito Madi), "Amor De Mentira" (Benito de Paula), "Canção Morrendo De Saudade" (Sérgio Bittencourt) e "Onde Estão Os Tamborins?" (Pedro Caetano).

Lançou, em 1977, seu quarto LP, registrando os sambas "Violão Amigo" (Bide e Marçal), "A Primeira Vez" (Bide e Marçal), "Mãe, Eu Juro" (Peteleco e Marques Filho), "A Mesma Estória" (Cartola e Élton Medeiros), "Eu Queria" (Mário Rossi e Roberto Martins), "Era Ela" (Peterpan e Russo do Pandeiro), "Meu Pranto Ninguém Vê" (Ataulfo Alves e Zé da Zilda), "Folhas Ao Ar" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Ao Ouvir Esta Canção... Hás De Pensar Em Mim" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), "Minhas Madrugadas" (Candeia e Paulinho da Viola), "O Que Se Leva Dessa Vida" (Pedro Caetano), "Eu Gosto De Pandeiro" (Zé da Zilda e Zilda do Zé), "Mundo De Zinco" (Wilson Batista e Nássara) e "Minha Embaixada Chegou" (Assis Valente). Nesse mesmo ano, estreou, no Teatro Pixinguinha, em São Paulo, o show "Por Um Beijo", em cartaz durante seis meses.

Em 1979, apresentou-se pelo Brasil pelo Projeto Pixinguinha, ao lado de Paulo Moura.

Gravou, em 1982, o LP "Amor", contendo as canções "Ave Perdida" (Francisco de Assis), "Fogo Por Favor" (Francisco de Assis), "Eu Te Amo" (Tom Jobim e Chico Buarque), "O Que Se Leva Dessa Vida" (Pedro Caetano), "Violão Amigo" (Bide e Marçal), "Mãe, Eu Juro" (Peteleco e Marques Filho), "Guarânia, Guarani" (Taiguara), "Onde Está Você" (Oscar Castro-Neves e Luvercy Fiorini), "Folhas No Ar" (Élton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho), "Ao Ouvir Esta Canção... Hás De Pensar Em Mim" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), além da faixa-título, "Amor" (Ivan Lins e Vítor Martins).

Paulo Moura e a cantora Célia durante excursão do Projeto Pixinguinha em 1979
Em 1980, lançou o LP "Meu Caro", registrando "Açucena" (Ivan Lins e Vítor Martins), "Barcos" (Fernando de Oliveira e Rosa Passos), "Água De Moringa" (Wilson Moreira e Nei Lopes), "Não Houve Nada" (Filó e Sérgio Natureza), "Jardineiro" (Luiz Avellar e Fátima Guedes), "Por Uma Mulher" (Djavan), "Vuelve Mi Luz" (Sueli Costa e Capinan), "Sina De Cantor" (Tunai e Sérgio Natureza), "O Que Arde Cura" (Nathan Marques e Ana Terra), "Quem Tem Telhado De Vidro Está Sempre Bronzeado" (Aécio Flávio e Eliana Stoducto), além da faixa-título "Meu Caro" (Elodi).

Ainda na década de 1980, fez shows em teatros e casas noturnas, notadamente em São Paulo, entre os quais "Toda Delícia" (1980), "Fogo, Por Favor" (1982), "Força" (1983), ao lado de Rosa Maria e Miriam Batucada, e "Vento Bravo" (1984).

Em 1991, estreou o espetáculo "A Louca Do Bordel".

Lançou em 1993, o CD "Louca De Saudade", contendo as faixas "Passo Marcado" (Lula Barbosa e Ary Marcos), "Moleca" (Lula Barbosa e Ary Marcos), "Rio de Janeiro (Isto é o Meu Brasil)" (Ary Barroso), "Falando De Amor" (Tom Jobim), "2001 e Índio" (João Bosco e Aldir Blanc), "Guacyra" (Joracy Camargo e Hekel Tavares), "Não Vou Sair" (Celso Viáfora), "No Mesmo Colar" (Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo Emílio), "Ave Maria" (Jayme Redondo e Vicente Paiva), "Na Minha Vez" (Amilson Godoy), "Geração" (Guilherme Rondon e Paulo Simões), "América Brasil" (Ivan Lins e Vítor Martins) e "Onde Estão Os Tamborins" (Pedro Caetano).

Dois anos depois, em 1995, atuou no espetáculo "Os Gordos Também Amam", dividindo o palco com José Maurício Machline.

Em 1996, comemorando 25 anos de carreira, apresentou no Espaço Vinicius de Moraes, em São Paulo, o espetáculo "Célia e Banda Son Caribe", cantando salsas, mambos e merengues.

Célia dividiu o palco do Tom Brasil, em São Paulo, com Zé Luiz Mazziotti, em 1998, no show "Ame", contendo um repertório de clássicos da música popular brasileira. Participou, também, de inúmeros shows a bordo de navios internacionais, em rotas turísticas pela costa brasileira e outros países da América Latina.


Em 2000, lançou, com Zé Luiz Mazziotti, o CD "Pra Fugir Da Saudade", contendo exclusivamente sambas de Paulinho da Viola: "Pra Fugir Da Saudade", "Onde a Dor Não Tem Razão""Timoneiro", "Cantoria", "Cadê a Razão", "Coração Leviano", "Minhas Madrugadas", "Tudo Se Transformou", "Coisas do Mundo Minha Nêga", "Argumento", "Pode Guardar As Panelas" e "Só o Tempo".

Em 2007, lançou, com o violonista Dino Barioni, o CD "Faço No Tempo Soar Minha Sílaba", contendo as canções "Muito Romântico" (Caetano Veloso), "Disritmia" (Martinho da Vila), "Geraldinos e Arquibaldos" (Gonzaguinha) e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), entre outras. O disco contou com a participação de Zélia Duncan, Beth Carvalho, Dominguinhos, Lucinha Lins e Quinteto em Branco e Preto.

Celebrando 40 anos de carreira, Célia lançou, em 2010, o CD "Célia 40 Anos - O Lado Oculto Das Canções". No repertório as músicas "Vidas Inteiras" (Adriana Calcanhotto), canção incluída na trilha sonora da novela "Passione" da TV Globo, "Eternamente" (Tunai e Sérgio Natureza), "Vinho Antigo" (Cláudio Rabello e Dalto), "Não Vou Ficar" (Tim Maia), "Aqui" (Ana Carolina e Antônio Villeroy), "Desejo De Mulher" (Zélia Duncan e Hamilton de Holanda), "Se Não For Por Amor" (Benito Di Paula), "Cigarro" (Zeca Baleiro), "Apelo" (Baden Powell e Vinícius de Moraes), "Cantiga De Quem Está Só" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Êxtase" (Guilherme Arantes), "Meu Benzinho" (Ângela Ro Ro), "Não Se Vá" (Versão de Thina para música de Alain Bellec) e "Sonhos" (Peninha). O disco contou com a participação de Ogair Jr. (piano), Marcos Paiva (contrabaixo acústico), Dino Barioni (violão), Thadeo Romano (bandoneón), Toninho Ferragutti (acordeom), Nelton Essi (percussão), além de Ney Matogrosso, em dueto com a cantora na faixa "Não Se Vá".

Célia fez shows pelo Brasil, Itália, França e países da América Latina, chegando a fazer uma apresentação para o príncipe Rainier III em Mônaco.

Célia ficou quatro semanas liderando o programa "Qual é a Música?" do Programa Sílvio Santos.

Morte

Célia faleceu na noite de sexta-feira, 29/09/2017, aos 70 anos, em São Paulo, SP, vítima de câncer. Ela estava internada há cerca de um mês no Hospital Sancta Maggiore para o tratamento deste câncer.

O velório foi realizado na manhã de sábado, 30/09/2017, de 9h00 às 15h00 no Cemitério do Araçá, em São Paulo, e depois o corpo seguiu para a cremação no Cemitério da Vila Alpina.

Discografia

  • 2015 - Aquilo Que a Gente Diz (Independente / Tratore, CD)
  • 2010 - Célia 40 Anos - O Lado Oculto Das Canções (Som Livre, CD)
  • 2007 - Faço No Tempo Soar Minha Sílaba - Célia e Dino Barioni (Lua Music, CD)
  • 2000 - Pra Fugir Da Saudade - Célia e Zé Luis Mazziotti (CD)
  • 1993 - Louca De Saudade (Velas, CD)
  • 1983 - Meu Caro (Pointer, LP)
  • 1982 - Amor (Continental, LP)
  • 1977 - Célia (Continental, LP)
  • 1975 - Célia (Continental, LP)
  • 1972 - Célia (Continental, LP)
  • 1971 - Célia (Continental, LP)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #Celia