Carlos José

CARLOS JOSÉ RAMOS DOS SANTOS
(85 anos)
Cantor, Compositor e Advogado

☼ São Paulo, SP (22/09/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/05/2020)

Carlos José Ramos dos Santos, mais conhecido como Carlos José, foi um cantor e seresteiro nascido em São Paulo, SP, no dia 22/09/1934.

Irmão do instrumentista Luís Cláudio Ramos, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939. Aluno dos colégios Santo Inácio e Andrews e, mais tarde, da Faculdade de Direito, esteve sempre ligado a grupos musicais amadores.

Em 1947, foi classificado em 1º lugar no programa  de calouros "Papel Carbono", apresentado por Renato Murce na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Carlos José ingressou na Faculdade de Direito, onde organizou um grupo de teatro e música, que revelou, entre outros, Geraldo Vandré e Sylvia Telles.

Considerado um grande seresteiro, atuou em várias capitais do país consolidando o repertório tradicional da Música Popular Brasileira.

Do seu casamento com a jornalista e produtora Maria D'Ajuda, nasceram dois filhos.

Carlos José atuou durante muitos  anos na sede da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais (SOCINPRO), no Rio de Janeiro, onde chegou a ser presidente, marcando-se como intransigente defensor dos direitos autorais dos compositores e intérpretes brasileiros.


Carlos José iniciou sua carreira profissional em 1957, apresentando-se no programa "Um Instante, Maestro", de Flávio Cavalcanti, transmitido pela TV Rio. Ainda nesse ano, gravou seu primeiro disco, um 78 rpm, lançado pela Polydor, com os sambas canção "Ouça" (Maysa), e "Foi a Noite" (Tom Jobim e Newton Mendonça). O disco lhe valeu o título de Cantor Revelação do Ano, concedido pelos cronistas do Rio de Janeiro. Em seguida, começou a ser solicitado para realizar shows em todo o Brasil. Abandonou a carreira de advogado e passou a dedicar-se exclusivamente à música.

Em 1958, gravou seu primeiro LP, que incluiu uma música de sua autoria, o samba canção "Oferta" (Carlos José).  No mesmo ano, gravou o fox "Tarde Demais Para Esquecer" (H. Adamson, McCarey, Chandler e Warren), com versão de Alberto Ribeiro, os sambas canção "Se Alguém Telefonar" (Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim), "Só Louco" (Dorival Caymmi), e o samba "Viva o Meu Samba" (Billy Blanco).

Em 1959, gravou "Cantiga de Enganar Tristeza" (Ary Barroso e Tiago de Melo), e "Prenúncio" (Marino Pinto e Vadico). No mesmo ano, gravou os sambas "Garotas" (Billy Blanco) e "Recado" (Djalma Ferreira e Luiz Antônio), e o samba canção "A Noite do Meu Bem" (Dolores Duran).

Em 1960, passou a gravar na Continental, estreando com o samba toada "Esmeralda" (Filadelfo Nunes e Fernando Barreto), um de seus maiores sucessos, e o samba "Saudade Querida" (Tito Madi). Ainda em 1960, gravou pela Odeon o bolero "A Noite de Nós Dois" (Fernando César e Otelo Zucolo).

Carlos José e Agnaldo Rayol
Em 1961, gravou o samba "História Singular" (Esdras Silva e Armando Cavalcânti), e o samba canção "Ninguém Chora Por Mim" (Evaldo Gouveia e Jair Amorim). Gravou também os sambas canção "Paciência (Vou Brigar Com Ela)" (Lupicínio Rodrigues), e "O Tema é Solidão" (Edson Borges e Hianto de Almeida).

Em 1962, gravou na Continental os boleros "Gota de Carinho" (Umberto Silva, P. Aguiar e A. Pessanha), e "Não Importa" (Rossini Pacheco).

Em 1963, gravou os sambas canção "Mensagem" (Raul Sampaio e Benil Santos), e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo).

Nesta década de 1960, além das canções já mencionadas, destacou-se com outros sucessos como "Esmeralda" (Fernando Barreto e Filadelfo Nunes), "Lembrança", uma versão de Serafim Costa Almeida, "Queria" (Carlos Paraná) e "Guarânia da Saudade" (Luís Vieira).

Em 1966, lançou pela CBS o LP "Uma Noite de Serestas", no qual interpretou obras como "Boa Noite, Amor" (Francisco Mattoso e José Maria de Abreu), "Por Ti" (Sá Roris e Leonel Azevedo), "A Voz do Violão" (Horácio Campos e Francisco Alves) e "Serenata" (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa).

Em 1968, lançou "Uma Noite de Seresta - Volume 3", LP que trazia entre outras composições, "Se Me Faltar o Amor" (Mário Rossi e Gastão Lamounier), "Modinha" (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), "Pisando Corações" (Ernani Campos e Antenógenes Silva) e "Branca" (Duque de Abramonte e Zequinha de Abreu).


Em 1969, lançou o LP "Uma Noite de Seresta - Volume 4", no qual gravou "A Mulher Que Ficou na Taça" (Orestes Barbosa e Francisco Alves), "Duas Vidas" (Claudionor Cruz e Pedro Caetano), "Maria Bethânia" (Capiba), "Lágrimas" (Cândido das Neves), entre outras composições do repertório romântico e seresteiro.

Em 1970, gravou "Sombras na Madrugada", registrando entre outras, "A Volta" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e "Seria Bem Melhor" (Pedro Paulo e Renato Barros).

Em 1974, gravou pela Polydor "Eu Quero" (Sergio Bittencourt), "Rotina" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Prelúdio Pra Ninar Gente Grande" (Luiz Vieira), "Dono Dos Teus Olhos" (Humberto Teixeira), "Oração da Mãe Menininha" (Dorival Caymmi) e "Viagem" (Paulo César Pinheiro e João de Aquino).

Em 1975, a RCA Victor lançou o álbum "Meu Canto de Paz", que registrou músicas de compositores novos ao lado de composições mais antigas como "Arrependimento" (Cristóvão de Alencar e Sílvio Caldas), "Cabelos Brancos" (Marino Pinto e Herivelto Martins) e "O Filho Que Eu Quero Ter" (Toquinho e Vinicius de Moraes).

A discografia de Carlos José registra mais de 25 discos e inclui uma série de seis LPs com o título "Uma Noite de Seresta", na qual interpreta canções famosas gravadas por Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Carlos Galhardo.

Em 1982, a convite de Ricardo Cravo Albin, estreou o show "Carlos José e Viva Voz", em que atuou ao lado da filha Luciana (uma das integrantes do conjunto), que depois tornou-se produtora musical.


Oito anos depois, em 1990, e com o mesmo produtor, tomou parte no elepê duplo "Há Sempre Um Nome de Mulher", distribuído pelas agências do Banco do Brasil e do qual se venderam 600 mil cópias em todo o país.

Em 1993, gravou o CD "Serestas Brasileiras", incluído no projeto Academia Brasileira de Música, destacando-se as faixas "Esses Moços" e "Nervos de Aço", ambas de Lupicínio Rodrigues, "Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda" (Lamartine Babo e Francisco Matoso) e "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), entre outras.

Em 1997, regravou seus principais sucessos, como "Lembrança", "Esmeralda" e "Guarânia da Saudade" no CD "20 Super Sucessos de Carlos José", lançado pela PolyGram, que incluiu também as faixas "Olhos Nos Olhos" (Chico Buarque), "Menino de Rua" (J. Júnior), "Naquela Mesa" (Sérgio Bittencourt), "Cabecinha no Ombro" (Paulo Borges) e "Você é Uma Mentira" (Joelma).

Em 1999, organizou e estrelou espetáculo no auditório principal da Academia Brasileira de Letras, quando do lançamento das 14 canções do século XX e do livro "MPB - A História De Um Século", de Ricardo Cravo Albin.

Ao longo de sua carreira, Carlos José apresentou-se nos palcos de todo o Brasil, além de ter realizado shows em Portugal, México, Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador.

Em 2014, aos 80 anos, voltou a gravar, lançando com o irmão e violonista Luiz Cláudio Ramos, o CD "Musa Das Canções", apenas com voz e violão, no qual interpretou somente composições com nomes de mulher, como por exemplo, "Odete" (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu, o Dunga), cantada em dueto com Chico Buarque, "Doralice" (Dorival Caymmi e Antônio Almeida), "Laura" (João de Barro e Alcyr Pires Vermelho), em dueto com Jerry Adriani, "Maria" (Ary Barroso), "Ai Que Saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago), "Esmeralda"(Filadelfo Nunes), seu primeiro grande sucesso, e "Cantiga Por Luciana" (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós), além da inédita "Celina" (Carlos José).

Morte

Carlos José faleceu na manhã de sábado, 09/05/2020, aos 85 anos, no Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estava internado com problemas respiratórios, vítima de Covid-19.

Sua esposa, Vera Goulart, também ficou internada, com sintomas da doença provocada pelo Covid-19.

#FamososQuePartiram #CarlosJose

Aldir Blanc

ALDIR BLANC MENDES
(73 anos)
Compositor, Escritor e Cronista

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/09/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/05/2020)

Aldir Blanc Mendes foi um compositor, escritor e cronista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/09/1946. Médico de formação, com especialização em psiquiatria, abandonou a profissão para se tornar compositor e um dos grandes letristas da história da música brasileira.

Em cinco décadas de atividade como compositor, foi autor de mais de 600 canções, com cerca de 50 parceiros, dentre os principais: João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.

Entre seus trabalhos mais notáveis como compositor estão "Bala Com Bala", "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "O Bêbado e a Equilibrista", "Catavento e Girassol", "Coração do Agreste" e "Resposta ao Tempo".

Além de compositor, Aldir Blanc foi também cronista, tendo escrito colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas, e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Muitas dessas crônicas foram lançadas mais tarde como livros, como são os casos de "Rua dos Artistas e Arredores", "Porta de Tinturaria" e "Vila Isabel, Inventário da Infância".

Apaixonado pelo Vasco da Gama escreveu, em parceria com José Reinaldo Marques, o livro "Vasco - a Cruz do Bacalhau".

Salgueirense boêmio por muitos anos, acabou se tornando uma pessoa quase totalmente reclusa em seu apartamento na Muda, no bairro carioca da Tijuca. Segundo o próprio Aldir Blanc, usar a reclusão era consequência de uma fobia social desenvolvida a partir de um grave acidente de carro, em 1991, que limitara os movimentos da perna esquerda.

Em 2010, ao descobrir sofrer de diabetes tipo 2 e pressão alta, parou de fumar e consumir álcool.

Aldir Blanc e João Bosco
Vida Pessoal

Aldir Blanc nasceu no dia 02/09/1946, no bairro do Estácio, no décimo mês de gestação de sua mãe, Helena, cujo trauma deixou uma espécie de depressão pós-parto na mãe. Nunca mais engravidou e quase não saía de casa - comportamento mais tarde adotado pelo filho - até sua morte, em 2002, com 80 anos.

Seu pai, Alceu, era funcionário do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPTEC) e amava jogar sinuca e nos cavalinhos. Sujeito de poucas palavras, tornou-se o maior amigo de Aldir com o tempo. Filho único, teve no avô materno, o português Antônio Aguiar, a presença mais afetuosa em sua infância, que praticamente criou o neto na casa de Vila Isabel, bairro onde estariam tipos e cenários fundamentais para os textos e as letras do futuro compositor e cronista.

Tinha 11 anos, na época em que os avós foram morar no Estácio. Com o passar dos anos, o contato com os malandros da área ficava cada vez pior, o que levou os avós a persuadi-lo a morar com um primo um pouco mais velho, na Tijuca, que o levou a conhecer bailes, noitadas boêmias, mulheres, futebol, os blocos de Carnaval e a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que se tornaria a escola do coração de Aldir Blanc.

Aluno exemplar em biologia, conseguiu ingressar em 1965 na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, de onde saiu em 1971 com especialização em psiquiatria. Fez residência dentro do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Hospital Gustavo Riedel, em Engenho de Dentro. Mas como se negava constantemente à rotina de eletrochoques em pacientes do manicômio, saiu de lá após um ano para abrir seu próprio consultório, no centro do Rio de Janeiro. Às vezes, chamava o paciente para conversar na rua ou num bar.

Assim foi até 1973, época em que já era um parceiro de João Bosco e, gravado por Elis Regina tinha vontade de se dedicar exclusivamente à carreira de compositor. Concretizou a decisão em 1974, logo após o trauma deixado pelas mortes de Maria e Alexandra, as filhas gêmeas prematuras de sete meses que seriam as primeiras de seu casamento com a professora Ana Lúcia.


Dessa relação, eles teriam mais tarde as filhas Mariana (nascida em 1975) e Isabel (nascida em 1981). Quando Aldir Blanc se casou com a professora Mary Sá Freire, em 1988, ela já tinha duas filhas, Tatiana e Patrícia, que foram criadas como suas também.

Aldir Blanc viveu por muitos anos em seu apartamento na Rua Garibaldi, na Muda, onde frequentou assiduamente os botequins da região. Nunca viajou para fora do Brasil.

Durante a década de 1980, passou a beber com maior frequência, foi se afastando de alguns hábitos sociais e foi desenvolvendo fobia social, chegando a ser diagnosticado com depressão. O quadro piorou e o levou a viver em reclusão quase permanente na década seguinte, agravada por um grave acidente de automóvel, sofrido em 1991, que lhe dificultou para sempre o movimento da perna esquerda.

Sem poder andar nas ruas com a frequência de outrora, Às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 2010, recebeu diagnóstico de Diabetes Tipo 2, o que lhe exigiu o fim do consumo de álcool e de cigarros. Embora recluso, adorava falar pelo telefone com os amigos, onde comentava o noticiário e compartilhava informações sobre a família.

Além do tempo dedicado ao convívio com a família e às conversas por telefone com os amigos, passava muito tempo em seu espaçoso escritório lendo seus livros e ouvindo seus discos. Ateu, adorava ler obras sobre mitologia grega, Segunda Guerra Mundial, psicanálise, além de romances policiais. Aldir Blanc era também grande apreciador de discos de jazz.

Em 2013, o jornalista Luiz Fernando Vianna lançou uma biografia autorizada sobre Aldir Blanc.

Aldir Blanc e João Bosco
Música

Aldir Blanc deu seus primeiros passos na música em meados da década de 1960, quando começou a compor aos 16 anos e aos 17 aprendeu a tocar bateria, fundando o grupo Rio Bossa Trio, que com a entrada do músico Sílvio da Silva seria rebatizado para GB-4. Com o novo integrante, Aldir Blanc firmou sua primeira parceria musical. Uma dessas parcerias, "A Noite, a Maré e o Amor", competiu no III Festival Internacional da Canção em 1968.

A partir de 1969, surgiu uma nova parceria com César Costa Filho, compositor do qual foi colega no Movimento Artístico Universitário, que integrou ao lado de nomes como Ivan Lins e Gonzaguinha. Dessa parceria, classificou duas canções no II Festival Universitário da Música Popular Brasileira: "De Esquina em Esquina", interpretada por Clara Nunes, e "Mirante", interpretada por Maria Creuza.

Também nesse festival teve "Nada Sei de Eterno", defendida por Taiguara e fruto da parceria com Sílvio da Silva.

Em 1970, com a co-autoria de Sílvio da Silva, despontou o primeiro grande sucesso, "Amigo é Pra Essas Coisas", que chegou ao segundo lugar no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, na interpretação do grupo MPB-4. Ainda em 1970, teve no V Festival Internacional da Canção a composição "Diva", feita com César Costa Filho - mas desentendimento entre os compositores por questões ideológicas ceifou essa parceria em 1971.

Aldir Blanc em sua casa no Rio de Janeiro, em 1993
Em 1971, por intermédio de um amigo, conheceu o então estudante de engenharia civil João Bosco. Desse encontro, surgiu uma das mais importantes parcerias da música brasileira. Como o violonista morava em Ouro Preto, MG, a primeira leva de composições deu-se por correspondência, como é o caso de "Agnus Sei", lançada como lado B de um compacto do jornal O Pasquim, em 1972, que tinha como lado A a inédita "Águas de Março", interpretada por Tom Jobim. Ainda naquele ano, a dupla mostrou algumas músicas para Elis Regina, que gostou de "Bala Com Bala" e a incluiu no seu LP "Elis". A partir dali, a cantora gaúcha tornar-se-ia uma das principais intérpretes da dupla, tendo gravado 20 músicas da parceria, além de ter a primazia de ouvir antes a produção da dupla naquela década para escolher o que queria lançar.

Um dos seus maiores sucessos da carreira foi "O Bêbado e a Equilibrista", lançado no LP "Essa Mulher", cuja melodia de João Bosco foi inspirada inicialmente em "Smile", do ator e cineasta Charlie Chaplin, e cuja letra ganhou forma com outros deslocados na história, como os exilados pela ditadura militar brasileira. Assim que foi lançada por Elis Regina, a canção tornou-se símbolo do movimento pela anistia, de 1979.

A parceria João BoscoAldir Blanc rendeu outras canções marcantes, como "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "Bijuterias", "Nação" (esta em parceria Paulo Emílio e gravada por Clara Nunes), "De Frente Pro Crime" (sucesso na voz de Simone) e "Caça à Raposa". No entanto, a partir da década de 1980, os amigos foram se afastando gradualmente, tendo voltado a se aproximar em 2002, quando João Bosco convidou o velho parceiro para uma gravação de "O Bêbado e a Equilibrista" em seu songbook, e dali voltaram a se falar por telefone diariamente, além de às vezes comporem. Ao todo, realizaram mais de 100 músicas.


Outros parceiros importantes na carreira de Aldir Blanc foram o violonista Guinga (mais de 80 parcerias), o sambista Moacyr Luz (mais de 60 parcerias) e o pianista Cristovão Bastos (mais de 30 parcerias).

Contendo apenas canções compostas com Aldir Blanc, Guinga lançou o seu disco de estreia, "Simples e Absurdo", início de uma parceria que renderia músicas como "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".

Da parceria com Moacyr Luz vieram "Medalha de São Jorge" e "Coração do Agreste", esta um dos maiores sucessos da carreira de Fafá de Belém e tema da novela "Tieta" (1989). Compôs "Resposta ao Tempo", parceria com Cristovão Bastos gravada por Nana Caymmi, que virou tema de abertura da minissérie "Hilda Furacão" (1998).

Aldir Blanc também é autor, com Cleberson Horsth, da canção "A Viagem", sucesso gravado pelo grupo Roupa Nova e tema da novela com o mesmo nome, sucesso em 1994.


Embora tenha sido letrista de centenas de músicas, Aldir Blanc gravou como cantor apenas dois álbuns de estúdio. O primeiro deles em 1984, "Aldir Blanc e Maurício Tapajós", com Maurício Tapajós. E o segundo deles em 2005, "Vida Noturna", onde interpretou 12 faixas de sua autoria. Além desses, participou do tributo em sua homenagem, "Aldir Blanc - 50 Anos", lançado em 1996, que contou com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em "O Bêbado e a Equilibrista", e diversas participações especiais, como de Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

Outra de suas grandes paixões, o futebol, foi também inspiração para diversas canções, como é o caso de "Gol Anulado" (Aldir Blanc e João Bosco). Vascaíno fanático, homenageou Roberto Dinamite em "Siri Recheado e o Cacete" (Aldir Blanc e João Bosco) e Romário "Yes, Zé-Manés" (Aldir Blanc e Guinga). Ainda compôs "Coração Verde e Amarelo" (Aldir Blanc e Tavito), que virou tema de uma emissora de televisão para a Copa do Mundo FIFA de 1994.

Um dos últimos trabalhos de Aldir Blanc foi compor, em parceria com Carlos Lyra, a trilha do musical "Era no Tempo do Rei", baseado no romance de Ruy Castro e com adaptação de Heloisa Seixas e Júlia Romeu.

Literatura

Paralelamente a sua carreira como compositor, Aldir Blanc começou a escrever crônicas inspiradas na sua vida nos subúrbios cariocas para os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e a revista Homem, até fixar-se em O Pasquim, em 1975.

Da compilação de crônicas escritas para este último nasceriam os livros "Rua dos Artistas e Arredores" (1978) e "Porta de Tinturaria" (1981), que seriam reunidos em um só volume como o título "Rua dos Artistas e Transversais" (2006). Em suas crônicas, Aldir Blanc reconstruía cenas do cotidiano de ruas e personagens da sua infância em Vila Isabel, que segundo o cronista, existiram de fato, como o primo Esmeraldo (conhecido pelas domésticas da Penha como "Simpatia é Quase Amor", cognome que inspirou a criação do famoso bloco de Carnaval de Ipanema), Lindauro, Belizário, Pelópidas, Tatinha, Gogó de Ouro, Paulo Amarelo, Waldir Iapetec, Tuninho Sorvete. Também foi cronista dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, além da revista Bundas.

Outras antologias de crônicas lançadas foram "Brasil Passado a Sujo: A Trajetória de Uma Porrada de Farsantes" (1993), "Vila Isabel - Inventário de Infância" (1996) e "Um Cara Bacana na 19ª"(1996).

Aldir Blanc teve em 2008 publicado "Guimbas", uma coleção de aforismos, e no ano seguinte o lançamento de "Uma Caixinha de Surpresas", sua estreia na literatura infantil.

Em 2009, foi publicado o livro "Vasco - A Cruz do Bacalhau", escrito em parceira com o jornalista José Reinaldo Marques, em homenagem ao time do coração de Aldir Blanc.

Na década de 2010, teve alguns títulos reeditados, além do lançamento de duas antologias de crônicas inéditas: "O Gabinete do Doutor Blanc: Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos", compilação de textos saídos na revista eletrônica No, e "Direto do Balcão" reunião de colunas publicadas na imprensa.

Morte

Em 10/04/2020, Aldir Blanc deu entrada no Hospital Municipal Miguel Couto com infecção urinária e pneumonia. Com o agravamento do seu quadro clínico, ele foi transferido dias depois para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde um exame revelou uma infecção pelo COVID-19.

Na madrugada de segunda-feira, 04/05/2020, Aldir Blanc acabou por não resistir e faleceu aos  73 anos, vítima de complicações da Covid-19, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Aldir Blanc foi cremado na tarde de terça-feira, 05/05/2020, no Crematório do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Por conta da pandemia de coronavírus, não houve velório.

Aldir Blanc deixou a esposa Mari Lucia, quatro filhas, cinco netos e um bisneto.

Discografia

Álbuns de Estúdio

  • 1984 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós
  • 2005 - Vida Noturna

Coletâneas

  • 1984 - Rio, Ruas e Risos (Com Maurício Tapajós)
  • 1994 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós

Tributos

  • 1991 - Simples e Absurdo (De Guinga)
  • 1996 - Aldir Blanc - 50 Anos (Com vários artistas)
  • 1996 - Catavento e Girassol (De Leila Pinheiro)
  • 1999 - Pequeno Círculo Íntimo (De Adriana Capparelli)
  • 2006 - Dorina Canta Sambas de Aldir e Ouvir Ao Vivo

Trilha Sonora

  • 2010 - Era no Tempo do Rei (Com vários artistas)


Livros


  • 1978 - Rua dos Artistas e Arredores (Ed. Codecri)
  • 1981 - Porta de Tinturaria
  • 1993 - Brasil Passado a Sujo (Ed. Geração)
  • 1996 - Vila Isabel - Inventário de Infância (Ed. Relume-Dumará)
  • 1996 - Um Cara Bacana na 19ª (Ed. Record)
  • 2004 - Heranças do Samba (Parceria com Hugo Sukman e Luiz Fernando Vianna)
  • 2006 - Rua dos Artistas e Transversais
  • 2008 - Guimbas
  • 2009 - Vasco - A Cruz do Bacalhau (Parceria com José Reinaldo Marques)
  • 2010 - Uma Caixinha de Surpresas
  • 2016 - O Gabinete do Doutor Blanc - Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos
  • 2017 - Direto do Balcão

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #AldirBlanc

Flávio Migliaccio

FLÁVIO MIGLIACCIO
(85 anos)
Ator, Produtor e Diretor

☼ São Paulo, SP (26/08/1934)
┼ Rio Bonito, RJ (04/05/2020)

Flávio Migliaccio foi um ator, produtor e diretor nascido em São Paulo, SP, no bairro do Brás, no dia 26/08/1934. Tornou-se conhecido pelos personagens Tio Maneco dos filmes "Aventuras Com Tio Maneco" (1971), "Maneco, O Super Tio" (1980) e Xerife da novela "O Primeiro Amor" (1972) e do seriado infantil "Shazan, Xerife & Cia" (1972).

Flávio Migliaccio era um dos filhos de uma família de dezessete irmãos, entre eles a atriz e comediante Dirce Migliaccio, já falecida.

Casado com Ivone Miglliaccio, e pai do jornalista Marcelo Miglliaccio, Flávio Migliaccio iniciou atuando em peças de teatro na periferia de São Paulo, onde logo descobriu a sua veia cômica. Participou de um grupo de teatro da igreja de Tucuruvi onde ficou três anos, até chegar a ator principal e diretor. Como precisava ganhar dinheiro, no entanto, teve que arrumar outras ocupações, trabalhando como balconista e mecânico.

Em 1954, depois de fazer o curso de teatro do diretor italiano Ruggero JacobbiFlávio Migliaccio começou sua carreira de ator profissional no Teatro de Arena. O seu primeiro papel foi o de um cadáver, na peça "Julgue Você".


Flávio Migliaccio era muito conhecido pelo seu papel de Xerife na série de TV brasileira "Shazan, Xerife e Cia" (1972), e pelo papel de Tio Maneco, na série exibida pela TVE.

Na TV Globo pôde ser visto com grande destaque nas novelas "Rainha da Sucata" (1990), "Perigosas Peruas" (1992), "A Próxima Vítima" (1995), "Vila Madalena" (1999), "Senhora do Destino" (2004), "Passione" (2010), entre muitas outras.

Flávio Migliaccio está atualmente no ar com a reprise de "Êta Mundo Bom" (2016). O mais recente trabalho dele em novelas foi em "Órfãos da Terra" (2019), em que interpretou o personagem Mamede.

Em 2020, ele ainda teve a chance de ser visto como o violinista Fego, pai de Hebe Camargo, na minissérie "Hebe" (2019).

Morte

Flavio Migliaccio foi encontrado morto por seu caseiro, na segunda-feira, 04/05/2020, em seu sítio em Rio Bonito, RJ, aos 85 anos.
"Liguei para o Marcello Migliaccio, filho de Flávio, que disse que recebeu uma ligação do caseiro dizendo que o Flavio tinha falecido. Ele está na estrada, a caminho do sítio, e ainda não sabe a causa da morte do pai. Não tenho maiores informações porque o Marcello está a caminho do local!"
(Sylvio Guerra, advogado de Flávio Migliaccio)


Flávio Migliaccio deixou uma carta para a família. A Polícia Militar informa que a ocorrência segue em andamento e aguarda realização da perícia no local. Segundo o Boletim de Ocorrência, Flávio Migliaccio cometeu suicídio

Paulo José e Flávio Migliaccio, 1972
Carreira

Televisão
  • 1958 - Grande Teatro Tupi
  • 1972 - Vila Sésamo
  • 1972 - O Primeiro Amor ... Xerife
  • 1972 - Shazan, Xerife e Cia ... Xerife
  • 1972 - Moacyr Franco Show
  • 1972 - Comédia Especial (Episódio: "Amor à Brasileira")
  • 1972 - Caso Especial (Episódio: "Giovanni, o Açougueiro")
  • 1973 - Caso Especial (Episódio: "Gente Pobre, Gente Rica")
  • 1974 - Caso Especial (Episódio: "Enquanto a Cegonha Não Vem")
  • 1974 - Caso Especial (Episódio: "Turma, Minha Doce Turma")
  • 1974 - Corrida do Ouro ... Sérgio
  • 1975 - Caso Especial (Episódio: "Tudo Cheio de Formiga")
  • 1975 - O Grito ... Osvaldo
  • 1975 - Pluft, o Fantasminha
  • 1976 - Duas Vidas ... Túlio
  • 1976 - O Casarão ... Coringa
  • 1977 - O Astro ... Nestor da Silva (Neco)
  • 1978 - Caso Especial (Episódio: "A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água")
  • 1979 - Aplauso (O Morto do Encantado Saúda o Povo, Morre e Pede Passagem)
  • 1979 - Pai Herói ... Genésio Camargo
  • 1979 - Plantão de Polícia
  • 1980 - Chega Mais ... Taxista
  • 1981 - Viva o Gordo
  • 1982 - Chico Anysio Show
  • 1983 - Parabéns Pra Você ... Valdir
  • 1989 - O Salvador da Pátria ... Nilo Assunção
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Osvaldo Moreiras (Seu Moreiras)
  • 1991 - O Sorriso do Lagarto ... Cornélio
  • 1991 - Estados Anysios de Chico City
  • 1991 - Caso Especial (Episódio: "Os Homens Querem Paz")
  • 1992 - Perigosas Peruas ... Venâncio Falcão
  • 1992 - Você Decide (Episódio: "Águas Passadas")
  • 1993 - Caso Especial (Episódio: "O Mambembe")
  • 1993 - Você Decide (Episódio: "Se Acaso Você Chegasse)
  • 1994 - Incidente em Antares ... Padre Gerônico
  • 1994 - Você Decide (Episódio: "O Transplante")
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Vitório Giovanni (Vitinho)
  • 1995 - Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados ... Piragibe Sandini
  • 1995 - Você Decide (Episódio: "Milionário Por Engano")
  • 1996 - Quem é Você? ... Seu Jacinto
  • 1996 - Caça Talentos ... Jazão
  • 1997 - O Amor Está no Ar ... Peninha
  • 1997 - Sai de Baixo ... Pestana (Episódio "Quem Não Tem Cão Casa com Gato")
  • 1997 - Renato Aragão Especial
  • 1998 - Era Uma Vez... ... Xerife
  • 1998 - Torre de Babel ... Caju
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga ... Vaga-Lume
  • 1999 - Vila Madalena ... Ângelo Xavier
  • 1999 - Você Decide (Episódio: "Uma Mina de Ouro")
  • 2001 - As Filhas da Mãe  ... Barnabé
  • 2001 - Brava Gente (Episódio: "O Morto do Encantado Morre e Pede Passagem")
  • 2001 - Brava Gente (Episódio: "Arioswaldo e Sua Mãe Centenária")
  • 2001 - Brava Gente (Episódio: "Arioswaldo e o Casamento de Sua Velha Mãe Centenária")
  • 2001 - Brava Gente (Episódio: "O Natal de Arioswaldo")
  • 2002 - Pastores da Noite  ... Alonso
  • 2002 - Brava Gente (Episódio: "Arioswaldo e o Lobisomem")
  • 2004 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Iaú
  • 2004 - Clara e o Chuveiro do Tempo ... Vô Teodoro
  • 2004 - Senhora do Destino ... Jacques Pedreira
  • 2005 - América ... Velmiro
  • 2005 - Clara e o Chuveiro do Tempo
  • 2006 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Eremita
  • 2007 - Sete Pecados ... Nino de Souza
  • 2007 - Duas Caras ... Jacques Pedreira
  • 2008 - Casos e Acasos ... Olavo
  • 2009 - Caminho das Índias ... Karan Ananda
  • 2009 - Chico e Amigos ... Antônio
  • 2010 - Passione ... Fortunato da Silva
  • 2011 - Tapas & Beijos ... Seu Chalita Al Aragón
  • 2016 - Êta Mundo Bom! ... Dr. Josias da Conceição
  • 2018 - Malhação: Vidas Brasileiras ... Roberto Santos (Episódios: "7-10 de Junho")
  • 2019 - Órfãos da Terra ... Mamede Aud
  • 2019 - Hebe ... Maestro Fego

Cinema
  • 1956 - O Grande Momento
  • 1962 - Cinco Vezes Favela
  • 1965 - A Hora e Vez de Augusto Matraga ... Quim Recadeiro
  • 1966 - Todas as Mulheres do Mundo ... Edu
  • 1967 - Terra em Transe
  • 1968 - Como Vai, Vai Bem?
  • 1968 - O Homem que Comprou o Mundo ... José Guerra
  • 1969 - Máscara da Traição ... Corrêa
  • 1969 - Pobre Príncipe Encantado
  • 1969 - A Penúltima Donzela ... Padre
  • 1970 - Em Busca do Susexo
  • 1970 - O Donzelo
  • 1971 - Pra Quem Fica, Tchau
  • 1971 - Aventuras com Tio Maneco ... Tio Maneco
  • 1971 - Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora ... Luigi
  • 1972 - Os Machões ... Chuca
  • 1975 - O Caçador de Fantasma ... Tio Maneco
  • 1978 - Maneco, O Super Tio ... Tio Maneco
  • 1989 - Os Trapalhões na Terra dos Monstros ... Diretor do videoclipe
  • 1998 - Boleiros - Era Uma Vez o Futebol ... Naldinho
  • 2000 - Brava Gente (Episódio: "Enquanto a Noite Não Chega")
  • 2006 - Boleiros 2 - Vencedores e Vencidos ... Naldinho
  • 2007 - Os Porralokinhas ... Tio Maneco
  • 2009 - Verônica ... Seu Luis

Parte Técnica Como Diretor (Cinema)
  • 1989 - Os Trapalhões na Terra dos Monstros
  • 1978 - Maneco, O Super Tio
  • 1975 - O Caçador de Fantasma
  • 1971 - Assalto à Brasileira
  • 1971 - Os Caras de Pau
  • 1962 - Os Mendigos

Parte Técnica Como Roteirista (Televisão)
  • 1991 - Estados Anysios de Chico City

Parte Técnica Como Roteirista (Cinema)
  • 1978 - Maneco, O Super Tio
  • 1971 - Aventuras Com Tio Maneco
  • 1971 - Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva
  • 1970 - O Donzelo
  • 1969 - A Cama ao Alcance de Todos
  • 1962 - Cinco Vezes Favela (Segmento: "Pedreira de São Diego")


Prêmios e Indicações

  • 1972 - Troféu Imprensa "Melhor Revelação" por "O Primeiro Amor" - Venceu
  • 1995 - Troféu APCA "Melhor Ator Coadjuvante" por "A Próxima Vítima" - Venceu
  • 2019 - Melhor Ator de Televisão por "Órfãos da Terra" - Venceu

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #FlavioMigliaccio