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Carlos Zéfiro

ALCIDES AGUIAR CAMINHA
(70 anos)
Ilustrador, Quadrinista, Compositor e Funcionário Público

☼ Rio de Janeiro, RJ (26/09/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/07/1992)

Carlos Zéfiro, pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha, com o qual ilustrou e publicou, durante as décadas de 1950 a 1970, histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "catecismos", foi um desenhista e funcionário público nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 26/09/1921.

Alcides Aguiar Caminha, carioca boêmio, ilustrou e vendeu cerca de 500 trabalhos desenhados em preto e branco com tamanho de 1/4 de folha ofício (chegou a publicar num outro formato, 14 x 21 cm), um quadro por página contendo de 24 a 32 páginas que eram vendidos dissimuladamente em bancas de jornais, devido ao seu conteúdo porno-erótico, ficando conhecidos como "catecismos" e chegaram a tiragens de 30.000 exemplares.

Casado desde os 25 anos, com Serat Caminha, teve 5 filhos e sempre escondeu de toda a família sua atividade paralela de desenhista. Alcides aposentou-se como funcionário público do setor de Imigração do Ministério do Trabalho.

Sua identidade somente se tornou pública em uma reportagem de Juca Kfouri para revista Playboy (onde era editor na época) que foi publicada em 1991, um ano antes de sua morte.

Autodidata no desenho e concluinte do curso de segundo grau somente quando tinha 58 anos, manteve o anonimato sobre sua verdadeira identidade por temer ter seu nome envolvido em escândalo o que lhe traria problemas por se tratar de funcionário público submetido à Lei 1.711 de 1952 que poderia punir com a demissão o funcionário público por "incontinência pública escandalosa" e retirar os proventos com os quais mantinha a família.

Carreira

Os "catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas, em diferentes Estados da Federação, gerando, inclusive, diversos imitadores.

Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas. Chegou-se a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas a investigação terminou inconclusa.

Sem formação em desenho, seus quadrinhos eram naif e inspirados em quadrinhos românticos mexicanos publicados pela editora Editormex (cujas histórias possuíam apenas dois quadros por página) e em fotonovelas pornográficas de origem sueca.

O nome Carlos Zéfiro foi tirado de um autor mexicano de fotonovelas.

Para o jornalista Gonçalo Junior, os "catecismos" de Carlos Zéfiro não possuem nenhuma relação com os tijuana bibles, quadrinhos eróticos publicados nos Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950, que usava como protagonistas personagens de desenhos animados, quadrinhos e até celebridades.

Além de seus trabalhos como ilustrador, Alcides Caminha foi compositor, inscrito na Ordem dos Músicos do Brasil e parceiro de Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, com quem compôs quatro sambas para a Mangueira, entre eles os sucessos: "Notícia", gravado por Roberto Silva na década de 1950, e "A Flor e o Espinho".

Alcides Caminha revelou sua identidade nas páginas da revista Playboy em 1991, após saber que o quadrinista baiano Eduardo Barbosa havia declarado ser o verdadeiro Carlos ZéfiroEduardo Barbosa chegou a desenhar alguns "catecismos", entretanto Alcides Caminha foi identificado por Hélio Brandão. Em novembro do mesmo ano participou da I Bienal de Quadrinhos.

Em 1992 recebeu o Troféu HQ Mix, pela importância de sua obra.

Impacto na Cultura Popular

Na década de 1980, o quadrinista Sebastião Seabra adotou o pseudônimo Sebastião Zéfiro para não comprometer o trabalho que possuía como ilustrador de livros didáticos.

Sebastião Seabra conseguiu junto a Editora Maciota que fosse publicado o trabalho de Carlos Zéfiro (na época ainda no anonimato). Chegou a se especular que os artistas fossem parentes.

O jornalista Geraldo Galvão Ferraz foi um dos primeiros a escrever um artigo sobre Carlos Zéfiro, o cartunista e jornalista Ota publicou um livro sobre o quadrinista, Joaquim Marinho também escreveu um livro sobre Carlos Zéfiro.

Após sua morte, Carlos Zéfiro teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do CD "Barulhinho Bom - Uma Viagem Musical" da cantora Marisa Monte.

Em 1998, as vinhetas de abertura e intervalos do Video Music Brasil 1998, da MTV Brasil foram claramente inspiradas nos folhetins de sua obra.


Em agosto de 1999, em Anchieta, bairro em que morava, foi inaugurada a Lona Cultural Carlos Zéfiro, com show da Velha Guarda da Portela e Marisa Monte. A cantora e o jornalista Juca Kfouri, que revelou a verdadeira identidade de Carlos Zéfiro nas páginas da Playboy, são os padrinhos da Lona Cultural, fundada e dirigida por um grupo de artistas locais, que tinha à frente Adailton Medeiros.

Em 2005, a arquiteta Christianne Gomes defendeu como projeto final de graduação de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal Fluminense, o projeto Centro Erótico Carlos Zéfiro, que visava a criação de um espaço na zona portuária do Rio de Janeiro onde as mais diferentes formas de sexo poderiam ser discutidas e/ou experimentadas. O projeto previa a criação de um museu erótico, vilas de prostituição, motel, cafés, cinemas, salas de exposições, um centro de tratamento de DST, um posto da delegacia de crimes sexuais e clínicas de psicologia avançada e foi recebido em 2006 pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 2009, ao fazer uma crítica a corrupção do Senado Federal, o Jornal Extra do Rio de Janeiro publicou uma galeria de imagens por João Arruda e Ary Moraes inspiradas nos quadrinhos de Carlos Zéfiro.


Em janeiro de 2011, os trabalhos de Carlos Zéfiro foram expostos ao lado de outros quadrinhos eróticos do resto mundo no Museu do Sexo, em Nova York.

Em março de 2011, Carlos Zéfiro foi tema da peça de teatro "Os Catecismos Segundo Carlos Zéfiro" escrito e dirigido por Paulo Biscaia Filho.

Em outubro de 2018, o jornalista Gonçalo Junior publicou o livro "Deus da Sacanagem - A Vida e o Tempo de Carlos Zéfiro" (Editora Noir).

Inicialmente publicado de forma independente e sendo constantemente pirateado, a partir da década de 1980, os quadrinhos de Carlos Zéfiro passaram a ter reimpressões pelas editoras Maciota, Record (revistas editadas por Ota), Marco Zero.

Nos anos 2000, A editora Cena Muda publicou o primeiro quadrinho erótico de Carlos Zéfiro, "Sara", criado em 1949 no formato 16 x 23 cm. Segundo a editora Adda Di Guimarães, a revista é maior que os catecismo, já que a versão original foi publicada em formatinho.

Morte

Carlos Zéfiro faleceu no domingo, 05/07/1992, aos 70 anos, no Rio de Janeiro, RJ, no bairro de Anchieta.

Fonte: Wikipédia
FamososQuePartiram #CarlosZefiro

Zé do Prato

JOSÉ ANTÔNIO DE SOUZA
(43 anos)
Locutor de Rodeio

☼ Regente Feijó, SP (29/04/1948)
┼ São Paulo, SP (27/01/1992)

José Antônio de Souza, mais conhecido como Zé do Prato, foi um locutor de rodeios, nascido em Regente Feijó, SP, no dia 29/04/1948.

Zé do Prato é considerado o maior locutor de rodeio de todos os tempos e um dos mais requisitados às locuções de rodeios em todo país, tendo sido contemplado com inúmeros prêmios, troféus e medalhas.

Zé do Prato foi coroinha na Igreja Matriz de Regente Feijó, trabalhou na lavoura quando pequeno, em uma auto elétrica e participou da fanfarra da escola em que estudava. Como tocava prato, recebeu o apelido de Zé do Prato, já que existiam também outros Josés na formação.

Zé do Prato foi técnico de som na Rádio Regente, em Regente Feijó. Desempenhou, na mesma cidade, a função de sonoplasta e locutor na radio difusora AM 1580 kHz, que lhe permitiu que ensaiasse um palavreado como locutor sertanejo, brincando sempre como se estivesse fazendo um programa.

Até que um dia surgiu a oportunidade de fazer um programa e Zé do Prato começou a apresentar o programa sertanejo "Ranchinho da Amizade".

Anos mais tarde, foi eleito vereador de sua cidade, entre 1973 e 1977, quando já integrava a Cia. Rodeios Marca Estrela, animando as maiores festas do Brasil, que hoje são as festas de Americana, Colorado, Indaiatuba e Aparecida do Taboado.


Segundo Valter Bonfíglio, foi a partir dos anos 80 que o nome de Zé do Prato ganhou projeção nacional. A história contada por Valter Bonfíglio, parceiro de muitos anos do locutor, é que em 1979, durante a Festa do Peão de Barretos (a última narrada por Zé do Prato, de apenas três), eles se conheceram.
"Eu me aproximei da cabininha de locutor e disse que queria conversar. Mas como o Zé estava de saída para participar do filme 'Estrada da Vida', com o Milionário e José Rico, essa conversa só aconteceu em Avaré, dias depois!"
(Valter Bonfíglio)

Naquela ocasião, Zé do Prato pertencia a Cia. Rodeios Marca Estrela, de propriedade do conterrâneo Jorge dos Santos. Um ano depois, o locutor foi para Tanquinho participar da festa de peão. Aconteceu então a união de Jorge do Santos na tropa, equipamentos de áudio de Chiquito SomValter Bonfíglio nos fogos de artifício. "Unimos tudo e começamos a percorrer o Brasil", disse Valter Bonfíglio.

No começo da jornada, o trajeto de Zé do PratoValter Bonfíglio acontecia num antigo Corcel II, que por incrível que pareça sobreviveu aproximadamente por cinco anos a estradas de terra e em mão única.
"Depois ele ganhou um pouco mais de fama e já contratou um motorista particular. E também aprimorou o sistema de som. Até 1980 a aparelhagem era péssima, usavam um toca-fitas de pilha, que era pendurado por uma alça ao braço. Depois vieram as caixas de som, as mesas que o ajudou muito, melhorando cada vez mais sua voz!" 

Segundo Valter Bonfíglio, Zé do Prato era uma pessoa carismática com o público, por isso conquistou todos por onde passou. Era uma espécie de profeta dos rodeios. Zé do Prato dizia que se um dia a televisão entrasse nos rodeios, eles perderiam sua essência. E isso acontece hoje, as festas de peão viraram shows, as pessoas não frequentam por causa da montaria ou pela locução, mas por causa das atrações. Zé do Prato dizia que queria parar antes de ver isso acontecer e que seu sonho era parar no auge, e ele conseguiu.

O sucesso do rodeio no Brasil, deveu-se ao Zé do Prato. Ele conquistou o povo brasileiro e fez com que aprendessem a admirar o rodeio. A maneira de falar, o jeito de brincar e fazer amizade atraía grande público às arenas nas realizações dos espetáculos de rodeio.

Zé do Prato viveu em Piracicaba por muitos anos e dali se projetou nacionalmente. Num tempo em que as festas não possuíam megaestruturas, ele encantava o público simplesmente com sua voz e carisma, se tornando o precursor da locução com trilha sonora.

A história de Zé do Prato está preservada no Museu Nacional Zé do Prato, na Estância Casa de Pedra, na rodovia Piracicaba-Charqueada, no bairro Santa Luzia, em Charqueada, SP.


Devoto de Nossa Senhora, Zé do Prato tornou-se locutor de rodeios depois de ter passado por uma rádio em Regente Feijó. Na falta de recursos tecnológicos, ele andava com um gravador de fita K-7 a tiracolo, um arcaico microfone e duas cornetas, que durante as apresentações de rodeio eram improvisadas ao redor da arena.

Tradicionalmente, fazia a abertura com a oração da Ave Maria e arrancava lágrimas dos presentes com seus versos improvisados. Numa atitude corajosa, ele desbravou rincões Brasil afora e colecionou medalhas, prêmios, troféus e principalmente amigos.

Zé do Prato participou como um dos incentivadores da Festa do Peão de Americana, uma grande festa do peão do Brasil. Apresentou diversos rodeios, entre eles, na arena coberta do Rancho Quarto de Milha de Presidente Prudente, considerada a maior da América Latina.

Com sua estrondosa voz, difundiu ao país a expressão "Seguuuura, peãããão!!!" criada por ele, da qual dava garra aos peões e animava o público.

Em sua cidade natal, um estádio recebeu seu nome, onde realiza-se anualmente o Rodeio Zé do Prato, além de ter, também, emprestado seu nome a uma entidade ligada a rodeio da cidade de Cotia.

No Mato Grosso do Sul, em Cassilândia, foi construída uma estátua em sua homenagem, no portal de entrada do recinto de rodeio da cidade. De acordo com o portal da prefeitura daquele município, sua última narração aconteceu em 1991 e ele foi um dos primeiros locutores a atuar na festa. 

Morte

Em 27/12/1991, Zé do Prato foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde realizou uma cirurgia bem sucedida para sanar uma pancreatite. Durante a sua convalescença, inesperadamente foi acometido por uma infecção generalizada, falecendo na UTI para onde havia sido socorrido, no dia 27/01/1992, aos 43 anos.

Zé do Prato encontra-se sepultado na cidade de Piracicaba, SP.

Depois de sua morte, a esposa Áurea Bonfíglio procurou pela prefeitura de Regente Feijó para doar o acervo de troféus e pertences pessoais de Zé do Prato, mas se deparou com a falta de recursos financeiros da administração pública.

Sem essa possibilidade, ela sonhou em ver o museu em Piracicaba, mas os trâmites legais fizeram com que ela desistisse. Foi durante uma visita de Áurea à amiga de infância Salete Antonelli que surgiu a ideia de abrigar o museu no sítio em Charqueada.


Atualmente o espaço possui 200 peças catalogadas no Ministério da Cultura, conforme consta no ofício de 05/09/1997, afixado em um canto do museu.

"Um dos maiores presentes para mim foi o fato de Brasília ter reconhecido isso aqui como patrimônio histórico. E eu tomei este cuidado para que a memória do Zé do Prato seja preservada no futuro. A gente nunca sabe como vai ser o dia de amanhã e a geração futura precisa manter isso aqui!", cita Salete Antonelli, que ajudou na preservação dos objetos do locutor.

No museu estão cinzeiros, microfones, mesa de som com 12 canais, fivelas, botas, cintos, agenda e três imagens de Nossa Senhora Aparecida.

De acordo com Salete Antonelli, a devoção pela santa era tamanha que Zé do Prato andava com duas imagens em miniatura (que guardava no bolso do paletó e da calça) e outra um pouco maior que ficava sempre na mala de viagem e que depois era posicionada na cabeceira da cama de onde estivesse hospedado. 
"O Zé do Prato foi o maior astro que este rodeio já teve. Ele ganhou muito dinheiro com o rodeio. Recordo-me que certa vez a revista Veja fez uma reportagem comentando que o seu salário era maior que o do Gugu do SBT. Seu nome também foi parar no Guinness Book!"
(Salete Antonelli)

Fonte: WikipédiaJô Silvestre
#FamososQuePartiram #ZedoPrato

Aparício Basílio

APARÍCIO ANTÔNIO BASÍLIO DA SILVA
(56 anos)
Empresário, Escultor e Estilista

☼ Itajaí, SC (Novembro de 1936)
┼ São Paulo, SP (19/10/1992)

Aparício Antonio Basílio da Silva foi um empresário brasileiro nascido em Itajaí, SC, em novembro de 1936.

Aparício Basílio veio com a família para São Paulo ainda criança, de Itajaí, SC. Nos anos 50, estudou pintura, mas desistiu da carreira quando viu artistas como Di Cavalcanti e Aldemir Martins passando dificuldades financeiras.

Mais tarde, cercou-se de obras de arte, colecionando telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Carlos Prado e outros. Tornou-se comerciante, industrial e, em 1981, inaugurou uma exposição de 23 esculturas e 78 múltiplos (esculturas reproduzidas mais de uma vez) numa galeria de New York.

Escultor, estilista, ex-presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo e empresário de sucesso, tendo sido responsável pela criação da linha de perfumes Rastro, a segunda perfumaria nacional, logo depois da Phebo. Aparício Basílio era frequentador assíduo da alta sociedade paulista, sua vaidade se refletia na vestimenta, possuindo mais de 200 camisas, 240 pares de meia e 60 pares de sapato. Era capaz de reunir em poucos minutos um dos grupos mais animados da cidade para uma festa e contar histórias que deixavam indiferentemente bem ou mal as mais conhecidas figuras do país.


Em 1978, ele fez uma incursão no campo teatral, tornando-se produtor da peça "Chuva", de Somerset Maugham, protagonizada por Consuelo Leandro, Sergio Mambert e Raul Cortez, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Ouviu críticas da classe teatral que o recebeu como um intruso no meio.

Sua perfumaria nasceu no fundo de um quintal de uma loja de presentes com o mesmo nome, Rastro, na Rua Augusta, em 1956, que veio a ser a primeira butique da cidade. Ali, em sociedade com uma amiga, ele começou vendendo praticamente tudo na área de roupas e adereços, e acabou desenhando moda para as clientes.

Em 1960, com o irmão João Carlos, químico, começou a fazer a colônia Rastro. O sucesso foi imediato. Depois de algum tempo, a colônia, num conjunto que também compunha sabonete e desodorante, tornou-se um negócio mais importante do que a loja que lhe dera origem, colocando-se bem num mercado altamente competitivo.

Em 1978, quando vigorava o autoritarismo, uma campanha publicitária lançada para promover o perfume Rastro, aconselhava sugestivamente para todos os contatos irresistíveis de primeiro, segundo, terceiro ou qualquer grau. Emoldurando a peça, três fotografias eram apresentadas: a de um elegante casal, a de uma cena de carícia entre duas mulheres e a de um jovem e um homem de meia-idade posando juntos.


Um dos mais bem sucedidos Self Made Man do país, Aparício Basílio comercializava também louças sob a marca Faiança, tecidos sob a marca Trama, bijuterias finas com pedras brasileiras e sachês, tudo encomendado a terceiros.

Escreveu também um livro em inglês "A Romantic Is Born" e outro em francês "Moi Tout Nu Ou Presque Nu". Em 1989 escreveu o livro de crônicas "Escritos Visantes".

Muito antes das celebridades tomarem conta das badalações, das revistas especializadas e dos programas de TV, Aparício Basílio já se comportava como uma celebridade. Ia a tantos eventos da noite paulistana que tinha até um lema: "O segredo é surgir, sorrir e sumir!".

Ele reinou por mais de três décadas, do início dos anos 1960 até 1992, quando teve uma morte trágica, aos 56 anos em 19/10/1992.

Morte

Aparício Basílio foi brutalmente assassinado com 97 perfurações, a maioria no peito, rosto e pescoço, provocadas por uma tesoura, no dia 19/10/1992, aos 56 anos, no bairro de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, SP, região do ABCD.

Na noite fatídica, Aparício Basílio, havia conhecido um rapaz chamado Arlindo na boate Rave Dinner Club, na Rua Bela Cintra, uma das únicas boates gays da cidade naquela época, sem imaginar que ele era um criminoso à espreita de uma vítima. Na saída, esse bandido e um casal de comparsas entraram com Aparício Basílio em seu Fiat Tempra. Eles mataram o empresário e roubaram o seu carro. O corpo foi encontrado em uma vala à beira de uma represa.

Segundo a polícia, é provável que a vítima tenha reagido à tentativa de roubo, como mostrou uma reportagem da revista na época. Os assaltantes foram condenados por latrocínio. Cada um deles ficou 11 anos na cadeia.

A Condenação dos Assassinos

Os assassinos do empresário Aparício Antonio Basílio da Silva foram condenados no dia 23/05/1994 a penas que variaram de 27 a 29 anos e meio de reclusão em regime fechado.

A sentença foi dada pela juíza Sandra Regina Nostre Marques, da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Os assassinos foram Arlindo Cajazeira de Carvalho, 21 anos, Alexandre Santamaria Mendes, 22 anos, e Kátia Valéria Moretto Mello, 23 anos.

Arlindo Cajazeira de Carvalho foi condenado a 29 anos e seis meses de reclusão e seus cúmplices a 27 anos.

A juíza baseou-se na Lei dos Crimes Hediondos, que torna mais grave as penas e retira benefícios para quem comete os seguintes delitos: tráfico de drogas, estupro, atentando violento ao pudor, sequestro e latrocínio (roubo seguido de morte).

Na sentença, a juíza negou a possibilidade de os condenados apelarem em liberdade.

Com base na lei, as penas deverão ser cumpridas em presídio (regime fechado). Os condenados não poderão gozar de benefícios como liberdade condicional ou prisão agrícola.

Fonte: Wikipédia e Grisalhos  e Folha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #AparicioBasilio

Paulo Machado de Carvalho

PAULO MACHADO DE CARVALHO
(90 anos)
Advogado e Empresário

☼ São Paulo, SP (09/11/1901)
┼ São Paulo, SP (07/03/1992)

Paulo Machado de Carvalho foi um advogado e empresário brasileiro nascido em São Paulo, SP, no dia 09/11/1901.

Conhecido nacionalmente com o título de Marechal da Vitória por ter sido o chefe da delegação brasileira em duas Copas do Mundo, é considerado o maior responsável "fora de campo" pelas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e de 1962. Por conta disso, o Estádio do Pacaembu, em São Paulo é batizado oficialmente de Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho em sua homenagem.

Além disso, foi responsável pela criação de vários veículos de comunicação atuais, tanto no rádio quanto na televisão, sendo o fundador e patrono da Rede Record de Televisão e também da Rádio Sociedade Record, atual Rádio Record, conhecida também como a "Voz de São Paulo" na Revolução Constitucionalista de 1932 e uma das ferramentas fundamentais para o sucesso dos ideais revolucionários.

Paulo Machado de Carvalho estudou direito, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, e depois foi para a Suíça aprimorar seus estudos. Voltou ao Brasil cheio de sonhos, mas sua paixão logo se dirigiu ao rádio, que estava recém-inaugurado no Brasil.

Paulo Machado de Carvalho, Carmen Miranda e Almirante no aeroporto de Congonhas em 03/12/1954
A Carreira no Rádio e na Televisão

Em 1931, Paulo Machado de Carvalho adquiriu a Rádio Record e criou a Associação das Emissoras de São Paulo. O estúdio da Record ficava na Praça da República e, apesar de pequeno, reunia orquestras inteiras para a apresentação de programas musicais.

Nos primeiros anos de trabalho, Paulo Machado de Carvalho fez de tudo no rádio: selecionou músicas, arquivou discos, dirigiu programas. Durante a época em que estava na Record, participou da produção do primeiro jornal falado da rádio, comandado por Assis Chateaubriand.

Em 1944 adquiriu a Rádio Panamericana, que passou a integrar o Grupo das Emissoras Unidas e em 1965 mudaria seu nome para Jovem Pan.

Em 27/09/1953, Paulo Machado de Carvalho inaugurou a TV Record, realizando um outro sonho que alimentava desde a chegada da televisão ao Brasil três anos antes, em 1950. A emissora entrou no ar com o que tinha de mais moderno à época, com todos os equipamentos importados dos Estados Unidos e entregues no Porto de Santos. Antes da TV Record havia mais duas emissoras de televisão em São Paulo, a TV Tupi e a TV Paulista.

A TV Record teve fases de rede nacional de televisão que não deram certo: Em 1959, foi formada a Rede de Emissoras Unidas de Rádio e Televisão, em 1968, a Rede de Emissoras Independentes (REI).

Como empresário, destacou-se na área de mídia formando um grupo de empresas do setor que incluía TV Record, Rádio Record, Rádio Excelsior, Rádio São Paulo, Rádio Panamericana (Jovem Pan) AM e Rádio Panamericana (Jovem Pan) FM. Algumas dessas emissoras foram vendidas posteriormente, como a Rádio Excelsior, que atualmente pertence às Organizações Globo, utilizando a denominação Central Brasileira de Notícias (CBN).

Quando a Rede Record passou a ter problemas financeiros por causa dos seguidos incêndios e da concorrência com a TV Globo, Paulo Machado de Carvalho decidiu vender metade da emissora para um grupo gaúcho. A Record foi comprada por Sílvio Santos, cerca de metade dela em 1972. O apresentador preferiu vender a emissora à Igreja Universal do Reino de Deus em 1989.

"A primeira mudança da igreja foi remover a imagem de Nossa Senhora colocada em frente à sede da TV por Paulo Machado de Carvalho!"
(Luiz Carlos Ramos)

Com a compra, a emissora foi reerguida e tornou-se, em 1990, uma rede nacional de televisão, chamada Rede Record. Edir Macedo é o dono da rede até hoje.

No dia em que a TV Record, em irrecuperável situação financeira, passou oficialmente ao controle da Igreja Universal do Reino de Deus, em março de 1990, ninguém da família teve coragem de comunicar o fato ao Drº Paulo, solitário e entediado dentro de sua sala. Coube ao diretor comercial da Rádio Record, Chico Paes de Barros, avisar ao chefe e amigo que aquela seria sua última tarde no escritório da Avenida Miruna.

- Drº Paulo, a Record acabou de ser vendida aos evangélicos.

- Lamento, meu filho. Ergui isso aqui do nada, em 1931. Mas não havia mais o que fazer. Vamos para casa.

Atualmente, apenas as rádios Jovem Pan AM e FM pertencem à família Machado de Carvalho e são dirigidas por seu neto Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha.

Pelé e Paulo Machado de Carvalho
A Carreira Esportiva

Na área esportiva, Paulo Machado de Carvalho foi vice-presidente do São Paulo Futebol Clube em 1934, presidente entre 1946 e 1947, e vice-presidente, entre 1955 e 1956. A partir do ano seguinte, assumiu o departamento de futebol, cargo que já tinha ocupado entre 1942 e 1947, e chegou a pagar torcedores para vaiar o time quando jogava mal no primeiro tempo e, no intervalo, mostrava a reação da torcida aos jogadores em busca de "reações heroicas".

Ao lado de João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), foi dirigente do futebol brasileiro, tendo sido chefe das delegações campeãs mundiais de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile), o que lhe valeu o apelido de Marechal da Vitória.

Na ocasião da primeira conquista, foi convidado por João Havelange e preparou o plano para a Copa desde meados de 1957.

"Olha, doutor Paulo, preciso de uma seleção que faça o povo esquecer a de 1950, uma seleção vitoriosa, um time campeão. E porque eu preciso de tudo isso é que o quero como seu chefe. Arme tudo como quiser. Com carta branca!"
(Pediu João Havelange)


O plano foi elaborado com a colaboração de jornalistas com experiência no futebol e foi transformado em um livro chamado "O Plano Paulo Machado de Carvalho". Nos últimos preparativos, já na Suécia, era vítima constante das brincadeiras de Mané Garrincha, que aparecia com o dedo imitando um revólver e dizia "Doutor Paulo, 'teje' preso!", para, algum tempo depois, voltar e dizer "Teje solto!".

Quando o Brasil teve de jogar a final com seu segundo uniforme, azul, Paulo Machado de Carvalho, para tranquilizar os jogadores, teria dito que o uniforme lhes daria sorte, pois era da cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Pelé, no entanto, disse em entrevista ao O Estado de S. Paulo em 2008 não se lembrar deste fato.

Paulo Machado de Carvalho já tinha fama de supersticioso naquela Copa, por causa do terno, voltando ao Brasil para desfilar em carro aberto com os jogadores, não se cansou de mostrar a taça ao povo. Na viagem ao Chile, para aquela que seria a segunda conquista do Brasil, Paulo Machado de Carvalho mostrou toda sua superstição ao usar o mesmo terno marrom que usava todos os dias "para dar sorte" na Copa anterior, que tinha virado motivo de piada entre os jogadores.

Em razão das boas campanhas futebolísticas e da brilhante carreira empresarial, recebeu homenagem da prefeitura de São Paulo: o Estádio do Pacaembu leva o seu nome desde 1961, como homenagem prestada pelo então prefeito Prestes Maia.

Em 1970 foi eleito para seu último cargo esportivo, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.

A Família

Paulo Machado de Carvalho era filho de Antonio Marcelino de Carvalho (12/06/1872 - 14/02/1920), negociante bem-sucedido que chegou à presidência da Associação Comercial de São Paulo, e Brasília Leopoldina Machado de Oliveira, filha do governador do Paraná, Brasílio Augusto Machado de Oliveira, e neta do Brigadeiro José Joaquim Machado de Oliveira.

Era irmão de Marcelino de Carvalho, mestre de etiqueta nos anos de 1950, tendo seus livros permanecido clássicos nas décadas seguintes.

Casou-se em 12/05/1923 com Maria Luiza Chaves do Amaral (1904 - 1985), filha de Erasmo do Amaral e Eponina Pacheco Chaves. Eponina era irmã de Eduardo Pacheco Chaves, filha de Anesia da Silva Prado e neta de Martinho da Silva Prado.

Paulo Machado de Carvalho e Maria Luiza Chaves do Amaral foram pais de Paulo Machado de Carvalho Filho, Erasmo Alfredo Amaral de Carvalho e Antônio Augusto Amaral de Carvalho.

Paulo Machado de Carvalho faleceu aos 90 anos, em São Paulo, SP, no dia 07/03/1992.

Na Cultura Popular

Em 1988, Paulo Machado de Carvalho foi o o tema do enredo da escola de samba Rosas de Ouro para o Carnaval: "Carvalho, Madeira de Lei - Paulo Machado de Carvalho". A escola da Brasilândia terminou o concurso na sexta colocação, entre doze escolas.

Fonte: Wikipédia

Athiê Jorge Coury

ATHIÊ JORGE COURY
(88 anos)
Jogador de Futebol, Dirigente Esportivo e Político

☼ Itu, SP (01/08/1904)
┼ Santos, SP (01/12/1992)

Athiê Jorge Coury, também conhecido como Athié Jorge Cury, foi um futebolista, dirigente esportivo e político brasileiro. Se tornou famoso dentro do futebol e da política brasileira. Inicialmente começou sua carreira profissional como atleta no Santos Futebol Clube como goleiro na década de 1930 e mais tarde iria ingressar na carreira política onde conquistou diversos cargos importantes, em 1955 aos 51 anos de idade iria realizar discurso histórico.

Foi deputado estadual e vereador da cidade de Santos se tornando um dos principais membros do Partido Social Progressista (PSP) liderado por Adhemar de Barros.

Permaneceu durante duas décadas e meia como presidente do clube, venceu os mais importantes títulos do Santos Futebol Clube e manteve os mais importantes jogadores de futebol do time como Pelé, Pepe e Coutinho, nos anos de 1945 até o fim de seu mandato.

Filho de Jorge e Olga Coury e nascido na cidade de Itu, SP, Athiê Jorge Coury se mudou para São Paulo em 1927, se formou em economia pelo Colégio Mackenzie. Após se mudar para a cidade de Santos, tornou-se goleiro do Santos Futebol Clube do ano de 1930 até 1934, e mais tarde se tornou diretor de esportes e o 22º presidente do Santos Futebol Clube, de 1945 a 1971, na famosa "Era Pelé", onde o Santos foi eleito pela Fédération Internationale de Football Association (FIFA), "O Melhor Clube das Américas do Século XX" e venceu inúmeros títulos.

Athiê Jorge Coury teve expressivas passagens na política e no congresso brasileiro, em sua administração no clube paulista, foi antecedido em 1945 por Antônio Ezequiel Feliciano da Silva e sucedido em 1971 por Vasco José Fae.

Athiê Jorge Coury (terno escuro) ao lado de Pelé e com dirigentes da Prudentina, 1960
No Santos Futebol Clube

Athiê Jorge Coury se filiou ao clube santista no dia 09/09/1927, substituindo o então goleiro titular Tuffy, que houvera sido expulso do clube naquele ano. 

A primeira partida em que atuou como goleiro no Santos foi no dia 09/10/1927 na vitória pelo placar de 9 x 0 diante do Corinthians, de Santo André, em partida amistosa na Vila Belmiro, com Feitiço marcando 5 gols, Siriri 3 e Camarão 1, formando o time do ataque dos 100 gols com AthiêBilú e David; Alfredo, Julio e Hugo; Omar, Camarão, Siriri, Feitiço e Passos.

Athiê Jorge Coury jogou defendendo o Santos em 173 partidas, durante os anos de 1927 a 1934 e foi substituído por Ciro Maciel Portieri.

Após esta passagem como goleiro e dirigente de esportes, Athiê Jorge Coury teve um longo mandato como presidente do Santos Futebol Clube. Ele venceu os mais importantes títulos do clube, dentre eles, a Taça Libertadores da América e o Mundial de Clubes de 1962 e 1963, incluindo diversos títulos estaduais, nacionais e internacionais. Com isso o Santos se tornou um dos clubes mais famosos do mundo durante sua administração, e recebeu notável admiração dos mais famosos jornalistas esportivos da época de Pelé.

Em sua homenagem, o clube deu ao seu ginásio de esportes inaugurado no Estádio Urbano Caldeira, no ano de 1950 o seu nome.

Na Política

Ainda quando presidente do Santos Futebol Clube, tornou-se membro do Partido Social Progressista (PSP) de Adhemar de Barros, quando se elegeu vereador da Câmara Municipal de Santos em 1948, e deputado estadual por São Paulo em 1950. Teve também importante passagem na Câmara Federal. Athiê Jorge Coury se manteve no Congresso Nacional até 1982, quando se aposentou da política.

Athiê Jorge Coury faleceu em Santos, SP, no dia 01/12/1992.

Cronologia

  • 1904 - Em 01/08/1904, Athiê Jorge Coury nasce em Itu, SP.
  • 1927 - Athiê Jorge Coury se forma em economia no Colégio Mackenzie.
  • 1934 - 15/04/1934, Athiê Jorge Coury disputa sua última partida oficial como goleiro titular do Santos Futebol Clube.
  • 1945 - Aproveitando de seus conhecimentos econômicos, Athiê Jorge Coury torna-se presidente do Santos Futebol Clube.
  • 1948 - Athiê Jorge Coury se torna vereador da câmara de Santos.
  • 1950 - Athiê Jorge Coury se torna deputado estadual pelo Partido Social Progressista (PSP).
  • 1955 - 04/05/1955, o deputado Athiê Jorge Coury faz discurso proferido na 34ª Sessão Ordinária.
  • 1962 - O Santos Futebol Clube conquista o Mundial Interclubes.
  • 1968 - O Santos Futebol Clube conquista a Supercopa Sul-Americana dos Campeões Intercontinentais de 1968.
  • 1971 - Athiê Jorge Coury deixa o cargo de presidente do Santos Futebol Clube, dedicando-se a política.
  • 1982 - Athiê Jorge Coury se aposenta do Congresso Nacional e de todas as suas atividades como político.
  • 1992 - 01/12/1992, Athiê Jorge Coury morre em Santos, SP.
  • 2008 - 01/08/2008, o ex-presidente do Santos Marcelo Pirilo Teixeira realizou homenagem a Athiê Jorge Coury.

Fonte: Wikipédia

Noêmia Mourão

NOÊMIA MOURÃO MOACYR
(80 anos)
Pintora, Cenógrafa e Desenhista

☼ Bragança Paulista, SP (1912)
┼ São Paulo, SP (1992)

Noêmia Mourão foi aluna de pintura do artista Emiliano Di Cavalcanti.com quem se casou em 1933, separando-se em 1947. Na capital paulista, conviveu com diversos artistas, como Antônio GomideCarlos Prado e Flávio de Carvalho.

Na companhia do marido, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou ilustrando, com aquarelas e desenhos, poemas para jornais, e para o Recife, local onde teve grande contato com José Lins do Rego, Gilberto Freyre, Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, assim como outros renomados artistas e escritores.

De Recife seguiram para Lisboa, onde foram hóspedes do ator Procópio Ferreira, ali permanecendo alguns meses. quando os exércitos alemães chegaram a capital francesa.

Durante cinco anos, entre 1935 a 1940, estudou em Paris na Academia Ranson, Academia La Grande Chaumière e na Sorbonne, onde nesta instituição fez o curso de Filosofia e História da Arte. Trabalhou como ilustradora dos jornais Le Monde e Paris Soir e foi convidada pela Radio Difusion Française, onde participou de um programa sobre artes plásticas e literatura, discutido em língua portuguesa, junto com outros grandes artistas como Cícero Dias, Tavares Bastos e Marcelino de Carvalho.

Quando voltou para o Brasil, estudou com o artista Victor Brecheret, mas sua grande paixão continuou sendo a aquarela.

Em 1947, a convite do governo norte-americano, morou por um período de seis meses em New York ilustrando revistas, decorando vitrines da Quinta Avenida e trabalhando no feitio de estamparias.

Trabalhou desenhando cenários e figurinos para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), projetou os cenários e os figurinos para o Balé Fantasia Brasileira, um dos eventos das comemorações do IV Centenário de São Paulo, e nos anos 60 viajou pelo Brasil estudando a arte plumária indígena numa pesquisa que resultou no livro "Arte Plumária e Máscara de Danças dos Índios Brasileiros" (1971).

Noêmia Mourão participou de exposições como o Salão de Pintoras da Europa, entre outras mostras em Paris, da 4ª Bienal Internacional de São Paulo e várias outras por todo o Brasil.

O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP) de São Paulo organizou, em 1990, uma retrospectiva de suas obras.

Após sua morte, seus trabalhos foram apresentados em diversas exposições como a mostra 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: Pintura e Escultura (IEB/USP, 1993), Fantasia Brasileira: O Balé do IV Centenário (SESC, 1998), entre outras.

Exposições Individuais

  • 1934 - Rio de Janeiro, Brasil
  • 1938 - Paris, França
  • 1943 - São Paulo, Brasil
  • 1947 - New York, Estados Unidos
  • 1974 - São Paulo, Brasil
  • 1990 - São Paulo, Brasil


Exposições Coletivas

  • 1933 - Rio de Janeiro, Brasil - 3º Salão da Pró-Arte
  • 1935 - Rio de Janeiro, Brasil - Exposição de Arte Social, Clube de Cultura Moderna
  • 1937 - Paris, França - Salon des Femmes Peintres d'Europe
  • 1938 - Paris, França - Exposição de Arte Decorativa
  • 1938 - São Paulo, Brasil - 2º Salão de Maio
  • 1941 - São Paulo, Brasil - 1º Salão de Arte da Feira Nacional das Indústrias
  • 1944 - Belo Horizonte, Brasil - Exposição de Arte Moderna, Edifício Mariana
  • 1947 - São Paulo, Brasil - Galeria Itapetininga
  • 1949 - Rio de Janeiro, Brasil - Exposição da Pintura Paulista
  • 1957 - São Paulo, Brasil - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
  • 1973 - São Paulo, Brasil - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
  • 1975 - Penápolis, Brasil - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
  • 1976 - Penápolis, Brasil - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
  • 1976 - São Paulo, Brasil - Os Salões: Da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, Museu Lasar Segall
  • 1977 - São Paulo, Brasil - Mostra de Arte, Grupo Financeiro BBI
  • 1991 - São Paulo, Brasil - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal


Exposições Póstumas

  • 1993 - São Paulo, Brasil - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: Pintura e escultura, IEB/USP
  • 1998 - São Paulo, Brasil - Fantasia Brasileira: O Balé do IV Centenário, SESC Belenzinho
  • 1999 - São Paulo, Brasil - A Figura Feminina no Acervo do MAB, MAB/Faap
  • 2000 - São Paulo, Brasil - A Figura Feminina no Acervo do MAB, MAB/Faap
  • 2001 - São Paulo, Brasil - Figuras e Faces, A Galeria
  • 2004 - Brasília, Brasil - O Olhar Modernista de JK, Palácio do Itamaraty
  • 2004 - São Paulo, Brasil - Mulheres Pintoras, Pinacoteca do Estado
  • 2004 - São Paulo, Brasil - Novas Aquisições: 1995 - 2003, MAB/Faap
  • 2004 - São Paulo, Brasil - O Preço da Sedução: Do espartilho ao silicone, Itaú Cultural

Lina Bo Bardi

ACHILLINA BO BARDI
(77 anos)
Arquiteta

☼ Roma, Itália (05/12/1914)
┼ São Paulo, SP (20/03/1992)

Achillina Bo Bardi, mais conhecida como Lina Bo Bardi, foi uma arquiteta modernista ítalo-brasileira. Foi casada com o crítico de arte Pietro Maria Bardi e é conhecida por ter projetado o Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Lina Bo estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma durante a década de 30 mas mudou-se para Milão, onde trabalhou para Giò Ponti, dono de uma casa chamada Domus. Ganhou certa notoriedade e estabeleceu escritório próprio, mas durante a II Guerra Mundial enfrentou um período de poucos serviços, chegando a ter o escritório bombardeado em 1943.

Conheceu o profissional e arquiteto Bruno Zevi, com quem fundou a revista semanal A Cultura Della Vita. Neste período Lina Bo ingressou no Partido Comunista Italiano e participou da resistência à invasão alemã em 1943.

Casou-se com o jornalista Pietro Maria Bardi em 1946 e neste ano, em parte devido aos traumas da guerra e à sensação de destruição, partiu para o Brasil, país que a acolheu como lar e onde passou o resto de sua vida. Em 1951 naturalizou-se brasileira.

No Brasil, Lina Bo encontrou uma nova potência para suas idéias. Existia, para a arquiteta, uma possibilidade de concretização das idéias propostas pela arquitetura moderna, da qual Lina Bo inseriu-se diretamente, num país com uma cultura recente, em formação, diferente do pensamento europeu.


Ao chegar no Brasil, Lina Bo desejou morar no Rio de Janeiro. Encantou-se com a natureza da cidade e o edifício moderno do Ministério da Educação e Saúde Pública, Edifício Gustavo Capanema, projetado por uma equipe de jovens arquitetos liderados por Lúcio Costa que tiveram consultoria de Le Corbusier. Instala-se porém em São Paulo, projetando e construindo, mais tarde, uma casa no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro.

No Brasil, Lina Bo desenvolveu uma imensa admiração pela cultura popular, sendo esta uma das principais influências de seu trabalho. Iniciou então uma coleção de arte popular e sua produção adquiriu sempre uma dimensão de diálogo entre o Moderno e o Popular. Lina Bo falava em um espaço a ser construído pelas próprias pessoas, um espaço inacabado que seria preenchido pelo uso popular cotidiano.

Os Bardi tornam-se personagens constantes na vida intelectual do país, relacionando-se com personalidades diversas da cultura brasileira. Tendo conhecido Assis Chateaubriand neste período, Lina Bo aceita o pedido do projeto da sede um museu sugerido pelo jornalista.

No final dos anos 50, aceitando um convite de Diógenes Rebouças, vai para Salvador proferir uma série de palestras. É o início de uma temporada na Bahia, onde dirigiu o Museu de Arte Moderna e fez o projeto de recuperação do Solar do Unhão. Dona Lina, como os baianos a chamavam, permaneceu em Salvador até 1964.

No final da década de 70 executou uma das obras mais paradigmáticas, o SESC Pompéia, que se tornou uma forte referência para a história da arquitetura na segunda metade do século XX.

Pietro Maria Bardi e Lina Bo Bardi, 1951
Esteve em Salvador ainda na década de 80, período de redemocratização do país, quando elaborou projetos de restauração no centro histórico de Salvador, reconhecido pela United Nations Educational, Scientific And Cultural Organization (UNESCO) como Patrimônio da Humanidade. Nesta ocasião os projetos para a Casa do Benin e do Restaurante na Ladeira da Misericórdia contaram com a parceria do arquiteto João Filgueiras Lima.

Lina Bo manteve intensa produção cultural até o fim da vida, em 20/03/1992. Faleceu realizando o antigo sonho de morrer trabalhando, deixando inacabado o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo.

"Eu tenho projetado algumas casas, mas só para pessoas que eu conheço. Tenho horror em projetar casas para madames, onde entra aquela conversa insípida em torno da discussão de como vai ser a piscina, as cortinas (...) Gostaria muito de fazer casas populares."
(Lina Bo Bardi)

A frase mostra o estilo pessoal de Lina Bo e o seu horror à futilidade. Seus projetos, como a Casa Valéria Cirell e o SESC Pompéia, refletem essa marcante característica. Completamente antifeminista, afirmava:

"Como ser feminista? As feministas tem voz de galinha e falta de conteúdo!"

Principais Obras

Além das obras de arquitetura, Lina Bo produziu para o teatro, cinema, artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário, entre outros. Também participou da curadoria de diversas exposições. No campo da arquitetura, entre suas obras de destaque se encontram:

  • 1951 - Instituto Pietro Maria Bardi, São Paulo (Originalmente a residência do casal, o edifício é conhecido como a Casa de Vidro).
  • 1958 - Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo (Considerada sua obra prima).
  • 1963 - Casa da Cultura de Pernambuco, Recife (Não acompanhou as atividades da reforma do prédio, que abrigava a antiga detenção da cidade).
  • 1976 - Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia, MG.
  • Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador.
  • 1990 - Teatro Oficina, São Paulo.
  • 1990 - SESC Pompéia - Fábrica.
  • 1992 - Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo (Inconclusa).
  • 1986 - Reforma do Teatro Politeama, Jundiaí (Concluído em 1996).

Fonte: Wikipédia

Cacareco

JOSÉ ALVES OLIVEIRA
(60 anos)
Palhaço

☼ Igarapava, SP (25/10/1931)
+ Brasília, DF (15/05/1992)

José Alves Oliveira, conhecido pelo nome artístico Cacareco, foi um palhaço brasileiro nascido em Igarapava, SP, no dia 25/10/1931.

Uma singela homenagem a este palhaço brasiliense que tantas alegrias trouxe as crianças de Brasília e do entorno, para que seu nome não caia no esquecimento. Cacareco foi um palhaço que na década de 80 fez um sucesso estrondoso no Distrito Federal e cidades vizinhas. O programa infantil "Carrossel" foi o líder de audiência na capital nos anos 80.

No engatinhar da TV Brasília, o palhaço Cacareco comandava o "Carrossel", programa infantil campeão de audiência, quando o gênero ainda não era dominado pelo batalhão de loiras que, depois dele, viriam a surgir. Além disso, com sua trupe, animava aniversários e se apresentava em circos e teatros.

Produzido pela TV Brasília, era gravado diariamente no auditório da emissora na W3 Sul, sempre lotado de crianças. Nos fins de semana, as gravações eram ao ar livre, com números do palhaço Cacareco, da boneca Carranquinha e vários outros personagens.

Embora tenha sido a alegria da criançada brasiliense até o início dos anos 90, quase nada ficou escrito sobre o programa "Carrossel". Foi uma passagem completamente esquecida pela mídia.

Seus atores principais, além do palhaço Cacareco, o protagonista, eram a Bruxa Danadinha, os palhaços LinguiçaFoliaPurpurinaCarranquinha e Zé Gatão, e as repórteres-mirins Renata e Tânia Cury.

O recorde de público foi em 1982, quando uma apresentação no gramado da Torre de TV reuniu mais de 50 mil pessoas. O programa "Carrossel" foi extinto em 1991.

Morte

Cacareco partiu desta vida no dia 15/05/1993, no Hospital Geral Ortopédico de Brasília, pobre e esquecido pelos Poderes Públicos. Era casado com Jussineia Delevedove Oliveira, com quem tinha os filhos Diego e Douglas.

Para custear as despesas com os funerais, foi aberta uma conta bancária, na qual seus admiradores acorreram com generosas contribuições, na última homenagem a esse grande artista.

Depoimentos

Desculpem-me por transcrever abaixo todos os comentários, às vezes repetitivos, mas é o que restou do palhaço Cacareco, que morreu ignorado pela a mídia, mas permanece vivo no coração de quem o conheceu e viveu, junto a ele e seus coadjuvantes, momentos de imensa felicidade.

"Saudades do Carrossel - 'Enchia o saco da minha mãe para me levar ao teatro onde era gravado o programa. É uma pena não ter um programa no estilo do Carrossel para os meus filhos assistirem."
(Janaína Bezerra, mãe de duas meninas)

"Me lembro de um Carnaval em que fui de trancinhas e um coração pintado com batom na bochecha."
(Gabriela Marques, professora de Inglês)

"Nunca vou me esquecer quando a minha mãe me levou para assistir ao Carrossel. Tinha uns quatro anos. Fiquei maravilhada com aqueles personagens que conhecia da televisão. Eles estavam ali tão pertinho, tão reais. O ponto alto foi a hora em que a Purpurina veio me dar um beijo e depois a Carranquinha pintou um coração igual ao dela na minha bochecha. Foi o ápice da minha infância."
(Rejane Santos, jornalista)

"Em 1981, a extinta VASP, tinha um vôo chamado VTI - Voo de Transporte Infantil. Um sobrevoo de 30 minutos aqui em Brasília, e um dos passageiros era o saudoso Cacareco e a Turma do Carrossel… Ahh, se não me engano, o Zé Gatão era um cara aqui de Taguatinga, DF, chamado Mozart."
"Eu era interno da Casa do Candango, e todos fomos levados à gravação do programa. Isso deve ter sido em 1983 e foi marcante pra mim e meus coleguinhas de creche. Pudermos ver de perto nossos personagens preferidos de todas as tardes. Saudades…"
"Isso é que foi infância!!! Valeu Cacareco! Valeu Carranquinha e Cia.!"
(Carlos Daniel Monteiro, Servidor Público)

"Fui muito nesse programa, na época de minha infância. Tinha 6 ou 7 anos. Valeu muito pelo vídeo! Eu estava atrás dele há muito tempo! Muitas saudades!"
(Anderson Farias)

"Nossa! Nunca poderia imaginar achar essa raridade! Eu fui nesse programa. Era quente o estúdio, cheio de lâmpadas, era na TV Brasília Canal 6, na W3 Sul. O prédio já foi demolido. Lembro-me de todos os personagens, o famoso Palhaço Cacareco, já falecido. Foi sepultado com essa fantasia. Ele era muito comunicativo. A meiga Carranquinha, muito simpática, a Purpurina, com seus desenhos, aquele palhaço magrelo, o Linguiça, eu achava ele metido. Ô saudade dessa época! A Bruxa participa do Pacotão no Carnaval do DF."
"Vocês lembram da vinheta que passava antes do Programa do Cacareco? Era um menino loirinho, com camisa do Fluminense, que corria para chutar a bola, furava a bola e aí fazia fuém-fuém-fuém-fuém!!!"
"Eu adorava cantar a musica da Carranquinha, esse era um dos meus programas favoritos."
(Ana)

"Uma vez, minha Turma da Escola Plic-Ploc, de Taguatinga, fez uma apresentação nesse programa. Era sobre um jardim florido onde uma bruxa vinha e 'adormecia' as rosas. Depois, um príncipe aparecia e as 'despertava'. Eu era uma das rosas. A vermelha. Não me lembro bem se cantávamos a música ou era disco tocando. Lembro que o estúdio era muito quente."
"Mais precioso ainda! Afinal, boa parte das gravações se perdeu com o incêndio de 1989, o que é uma grande pena. Mas, pelo menos, tem o Youtube pra armazenar essas partes perdidas."
"Cara, esse vídeo é do ano de 1982, sei disso, porque minha irmã é uma dessas garotinhas de verde dançando, ela me falou que tinha apenas 8 anos, e hoje ela está com 35…"
"O ano desse vídeo é 1987, que foi quando o Papai Noel chegou de helicóptero na Torre de TV. Mas, realmente, essa sua fita é um verdadeiro achado, pois esse episódio se perdeu no incêndio do arquivo de filmes da TV Brasília, em 1989. Portanto, guarde-a bem, pois esse documento é único! parabéns! E, realmente, parece que quando vemos a nossa infância, ela se parece mais doce."
"Esse dia, eu tava lá. Lembro como hoje, eu tinha oito anos. Batemos fotos do helicóptero e tudo mais. foi muito bom!"
"Do que mais precisava uma criança para ser feliz? Vem, linda Purpurina, colorir meu coração! Carrossel de amor, eu estava aí!"
"Meu Deus, quantos anos! Fui criado no DF e me lembro desse programa. Eu morava na SQS 214 Sul! Cheguei a chorar! Hoje, tenho 35 anos e sei que o melhor disso era um programa infantil, feito no nosso Estado, ou seja, próximo às crianças, à nossa realidade. Maravilhas do Youtube!"
"Nossa!! é de chorar! Me lembro que morava em Goiás e, com muito custo, pegava o canal (nem me lembro mais, qual era, Manchete? TV Brasília?). Por coincidência do destino, assim que vim morar em Brasília, fiz um amigo que era vizinho da Adriana, a Carranquinha… Me deu uma vontade de chorar…"
"Lembro-me nitidamente do programa… Gostava do Cacareco, do Linguiça, da Carranquinha e da Bruxa. Quando a gente vê essas lembranças, das quais tivemos o privilégio de participar, creio eu que sentimos pena das crianças de hoje, que jamais saberão o que é ser criança sem malícia, sem veneno…. palavras de quem nasceu aqui…"
(Leila Cardoso)