José Domingos Raffaelli

JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
(77 anos)
Jornalista, Crítico Musical, Escritor, Radialista e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2014)

José Domingos Raffaelli trabalhou para as seguintes publicações:

Jornais
  • 1954 - Le Matin (Antuérpia, Bélgica)
  • 1972-1987 - Jornal do Brasil (Rio de Janeiro)
  • 1973-1976 - Estado do Paraná (Curitiba)
  • 1976-1981 - Diário do Paraná (Curitiba)
  • 1987-2002 - O Globo (Rio de Janeiro)
  • 2002-2003 - O Tempo (Belo Horizonte)
  • 2005 - Jornal das Gravadoras (Rio de Janeiro)
Revistas:
  • 1949-1950 - Quinta Avenida (São Paulo)
  • 1976-1981 - Quem (Curitiba)
  • 1979-1989 - Somtrês (São Paulo)
  • 1980 - Musical Meeting (Rio de Janeiro)
  • 1986-1989 - Senhor (Rio de Janeiro)
  • 1993-1996 - Ele & Ela (Rio de Janeiro)
  • 1993-1997 - Qualis (São Paulo)
  • 2002 - International Magazine (Rio de Janeiro - A partir de 2002)

Atuou como correspondente brasileiro das seguintes revistas estrangeiras:

  • 1980-1993 - Jazz Journal (Inglaterra)
  • 1984-1990 - Jazz Hot (França)
  • 1986-1992 - Jazz Forum (Polônia)
  • 1989-1996 - Billboard (Estados Unidos)
  • 1995-1999 - Jazz Life (Japão)
  • 1996-1998 - Cadence International (Estados Unidos)
  • 1998-2000 - JazzIt (Itália)

Assinou cerca de 800 textos para contracapas e releases de discos de jazz e música brasileira para Cia. Brasileira de Discos, Mocambo, Sinter, Philips, Phonogram, PolyGram, Imagem, RCA Victor, Odeon, EMI, Inner City, Milestone, Empathy, Visom, Leblon, Malandro Records, DeckDisc e Delira Música, além de discos independentes.

Na televisão, trabalhou na TV-Educativa (1987), como apresentador do concerto de Oscar Peterson no Teatro Cultura Artística, São Paulo, TV-Manchete (1990-1994), como redator do programa "Free Jazz In Concert", Globo News (2005), como entrevistado no programa de 40 anos da morte do cantor Nat King Cole.

No Rádio, atuou como produtor e apresentador dos programas "Jazz em Desfile" (1956-1957 / Rádio Mayrink Veiga), "Arte Final: Jazz" (1985-1987 / Rádio Jornal do Brasil AM-Estéreo), "Jazz na Imprensa" (1988-1991 / Rádio Imprensa FM), "Jazz na Eldorado" (1991 / Rádio Eldorado AM), "Jazz na CBN" (1991-1993 / Rádio CBN), "O Mundo do Jazz" (1992-1994 / Rádio MEC FM e AM), "Brasil Instrumental" (1993-1994 / Rádio MEC AM) e "O Mundo do Jazz" (1997 / Rádio MEC FM e AM), e como produtor do programa "Domingo Sem Futebol" (1980-1983 / Rádio Guaira, Curitiba).

Foi responsável pela produção dos seguintes eventos:

  • 1979-1980 - "Música Instrumental na Universidade Candido Mendes"
  • 1995-2000 - "Sextas de Jazz" (Hotel Novo Mundo)
  • 2002 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2004 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003-2004 - "Chivas Jazz Lounge" (Restaurante Epitácio e Mistura Fina)

Produziu concertos de Dôdo Ferreira (2003), Osmar Milito Trio (2003), Brazilian Jazz Trio - Hélio Alves, Nilson Matta e Duduka da Fonseca (2004) e Quinteto Victor Assis Brasil (2004).

Ao longo de sua trajetória profissional, proferiu inúmeras palestras sobre jazz e música popular brasileira.

Publicou os seguintes livros:

  • 1978 - "Miles Davis, Vida e Obra"
  • 1991 - "CD Clássicos & Jazz" Co-autor da seção de jazz em parceria com Zuza Homem de Mello e Alberico Cilento
  • 2000 - "Guia de Jazz em CD" Em parceria com Luiz Orlando Carneiro

José Domingos Raffaelli foi um dos fundadores e dirigiu o Rio de Janeiro Jazz Clube (1951), o Clube Amigos do Jazz (1952) e a Sociedade Brasileira de Jazz (1980). Foi diretor honorário do Clube de Jazz e Bossa (1965).

Atuou como colaborador da discografia "Jazz Records" (1942-1980), de Erik Raben (Dinamarca), da "Modern Jazz Discography" (1981-1985), de Walter Bruyninckz (Bélgica), e da discografia de Bill Evans (1982), de Karl Emil Knudsen (Dinamarca).

Fez parte do júri do III Festival de Música Brasileira (1985 - Cascavel, PR) e de cinco edições do Prêmio BDMG-Instrumental (2001-2005, Belo Horizonte).

Recebeu as seguintes premiações:
  • 1989 - Distinción Jazzologia "Por Su Valiosa Contribuición al Jazz", outorgada pelo Centro Cultural San Martin (Buenos Aires)
  • 1999 - Troféu "In Recognition Of Outstanding Service And Dedication To Jazz", outorgado pela International Association Of Jazz Educators (IAJE)

Assinou o texto introdutório do catálogo "Clube de Jazz e Bossa", editado, em 2004, pelo Instituto Cultural Cravo Albin. A coletânea incluiu mais cinco catálogos temáticos e veio acompanhada por um CD remissivo aos temas abordados.

Morte

José Domingos Raffaelli morreu no sábado, 26/04/2014, aos 77 anos. Ele lutava contra um tumor na coluna e estava internado no Hospital Souza Aguiar. Foi enterrado no domingo, 27/04/2014, às 16:66 hs, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Em abril deste de 2014, seu filho Flávio fez um post no Facebook avisando a amigos que a doença já estava em metástase.

Francesco Matarazzo

FRANCESCO ANTONIO MARIA MATARAZZO
(83 anos)
Agricultor, Mascate e Empresário

☼ Castellabate, Itália (09/03/1854)
┼ São Paulo, SP (10/12/1937)

Francesco Antonio Maria Matarazzo foi um agricultor italiano que, em 1881, emigrou para o Império do Brasil (1822-1889), tornando-se, neste país, mascate e, posteriormente, empresário. Tornou-se conhecido no Brasil como Francisco Matarazzo, Conde Francisco Matarazzo, Conde Matarazzo ou ainda Conde Francesco. Em italiano, sua titulação completa era Don Francesco Antonio Maria, Il Molto Onorevole Conte Matarazzo.

A importância de Francesco Matarazzo para o cenário econômico do Brasil só é comparável à que teve o Visconde de Mauá no Segundo Reinado do Império brasileiro (1822-1889), tendo sido um dos marcos da modernização do país.

Nasceu em Castellabate, uma pequena vila do sul da Itália, filho de Costabile Matarazzo e Mariangela Jovane, agricultores na região da Campânia. Francesco aos 27 anos emigra para o Império do Brasil (1822-1889), em 1881, em busca de melhores condições de vida. No desembarque, na Baía de Guanabara, perdeu a carga de banha de porco que trazia. Com o pouco dinheiro que lhe sobrou se estabeleceu na cidade de Sorocaba, província de São Paulo, no comércio de secos e molhados. Alguns anos depois estabeleceu uma empresa de produção e comércio de banha de porco.

Em 1890, mudou-se para São Paulo e fundou, com os irmãos Giuseppe e Luigi, a empresa Matarazzo & Irmãos. Diversificou seus negócios e começou a importar farinha de trigo dos Estados Unidos. Giuseppe participava da empresa com uma fábrica de banha estabelecida em Porto Alegre e Luigi com um depósito-armazém estabelecido na cidade de São Paulo.

No ano seguinte, a empresa foi dissolvida e constituiu-se em seu lugar a Companhia Matarazzo S.A. que já contava com 43 acionistas minoritários. Essa sociedade anônima passou a controlar também as fábricas de Sorocaba e Porto Alegre.

Em 1900, a guerra entre a Espanha e os países centro-americanos dificulto a compra do produto e ele conseguiu crédito do London And Brazilian Bank para construir um moinho na cidade de São Paulo. A partir daí, seu império empresarial se expandiu rapidamente, chegando a reunir várias fábricas por todo o Brasil. A renda bruta do conglomerado chegou a ser a quarta maior do país, e 6% da população paulistana dependia de suas fábricas, que, em 1911, passaram a se chamar Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM), uma sociedade anônima.

Sua estratégia de crescimento seguia o lema "uma coisa puxa a outra". Para embalar o trigo, montou uma tecelagem. Para aproveitar o algodão usado na produção do tecido, instalou uma refinaria de óleo, e assim por diante.

Em 1928, participou da fundação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

Francesco Matarazzo morreu na condição de homem mais rico do país, com uma fortuna de 10 bilhões de dólares americanos, sendo o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer Estado brasileiro, exceto São Paulo.

Títulos Nobiliárquicos

Francesco Matarazzo não pertencia à nobreza italiana nem à nobreza de outros países da Europa, no entanto, no Brasil, já bilionário, alguns de seus filhos vieram a se casar com membros da alta nobreza italiana. Entre os quais, suas filhas Claudia e Olga Matarazzo, que casaram-se com Dom Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale, respectivamente. Seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Dona Adele dall'Aste Brandolini, respectivamente.

Para que não ficasse mal perante a nobreza, em função de entes da alta nobreza italiana estarem casados com plebeus, as referidas famílias nobres com que os filhos de Francesco Matarazzo estavam casados fizeram um lobby em torno do rei Vítor Emanuel III da Itália. Da mesma forma, Francesco Matarazzo fazia várias homenagens aos reis da Itália, como um hospital construído na cidade de São Paulo, o Hospital Umberto I, fundado em 1904 e nomeado em homenagem ao rei Humberto I de Itália.

Os referidos membros da alta nobreza italiana receberam, então, várias respostas negativas por parte do então rei italiano em relação ao conferimento de um título nobiliárquico a Francesco Matarazzo. Essas famílias da alta nobreza italiana buscavam, com o conferimento de um título nobiliárquico ao pai dos consortes de seus filhos, amainar o preconceito da nobreza europeia em relação aos consortes desses nobres.

No entanto, alguns anos depois a Itália entrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse cenário, o monarca italiano disse que, por se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, se Francesco Matarazzo doasse milhões de dólares estadunidenses ao Reino da Itália, o monarca italiano conferiria um título nobiliárquico ao mesmo. Após o envio de milhões de dólares estadunidenses e demais mercadorias, Francesco Matarazzo recebeu do rei Vítor Emanuel III o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo, em 1917.

No entanto, o agora conde Matarazzo jamais seria considerado como membro da nobreza por toda a nobreza europeia, somente os descendentes dos casamentos de seus filhos e filhas com os referidos membros da alta nobreza italiana que, é claro, são considerados membros. Por outro lado, com o título de nobreza, Francesco Matarazzo viria a ser aceito pelos quatrocentões.

Para além disso, suas filhas, Olga e Claudia Matarazzo, casadas com os referidos membros da alta nobreza italiana, passaram a ser tituladas, em italiano, como Donna Claudia dei Conti Matarazzo e Donna Olga dei Conti Matarazzo, sendo-lhes adicionado o Donna e o dei Conti Matarazzo, que, literalmente, em português, significa "dos Condes Matarazzo", como dita a tradição nobiliárquica italiana. Havendo a possibilidade das últimas alternarem para a titulação de Contessina Donna Olga Matarazzo e Contessina Donna Claudia Matarazzo, como também dita a tradição nobiliárquica italiana em relação as filhas de um conde, que podem usar o título de Contessina (literalmente, em português: Condessinha), bem como, há, também, a possibilidade de que, quando uma Contessina esteja mais crescida, venha a utilizar o título de Condessa.

Também, seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com as referidas nobres da alta aristocracia italiana, passaram a ser titulados, em italiano, como Don Giuseppe, Conte Matarazzo (Dom Giuseppe, Conde Matarazzo) e Don Attilio, Conte Matarazzo (Dom Attilio, Conde Matarazzo), como dita a tradição nobiliárquica italiana. O mesmo procedimento aconteceria com todos os filhos do agora Conde Matarazzo.

O Conde Francesco Matarazzo em fotografia, publicada na revista "A Cigarra", em 1917
Títulos e Comendas

  • O Muito Honorável Conde Matarazzo - Feito pelo rei Vítor Emanuel III da Itália, no Decreto Real de 25/06/1917, e, posteriormente, foi feita uma extensão do título aos filhos varões, no Decreto Real de 02/12/1926 (Itália).
  • Presidente Honorário do Palestra Italia (Que, atualmente, atende pelo nome de Palmeiras)
  • Cavaliere Magistrale del Sovrano Militare Ordine di Malta (Malta)
  • Cavaliere di Gran Croce del Gran Crodone dell’Ordine della Corona d'Italia (Itália)
  • Cavaliere del Lavoro (Itália)
  • Croce al Mertio Ungherese (Itália)
  • Cavaleiro Oficial (Primeira Classe) da Ordem do Cruzeiro do Sul (Brasil).

Descendência

Francesco Matarazzo e Filomena Sansivieri (1850-1940) tiveram 13 filhos:

  • Giuseppe Matarazzo (1877-1972), casado com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi (1888-1959)
  • Andrea Matarazzo (1881-1958), casado com Dona Amália Cintra Ferreira (1885-1958)
  • Ermelino Matarazzo (1883-1920)
  • Teresa Matarazzo (1885-1960), casada com Gaetano Comenale
  • Mariangela Matarazzo (1887-1958), casada com Mário Comide
  • Attilio Matarazzo (1889-1985), casado com Dona Adele dall'Aste Brandolini
  • Carmela Matarazzo (1891-?), casada com Antonio Campostano
  • Lydia Matarazzo (1892-1946), casada com Giulio Pignatari (?-1937)
  • Olga Matarazzo (1894-1994), casada com o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale (1877-1938)
  • Ida Matarazzo (1895-?)
  • Claudia Matarazzo (1899-1935), casada com Dom Francesco Ruspoli, 8º principe di Cerveteri (1899-1989)
  • (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo (1902-1958), casado com Bianca Troise.

Fonte: Wikipédia