Marisa Fully Coelho

MARISA FULLY COELHO
(36 anos)
Modelo, Atriz e Miss Brasil 1983

* Manhumirim, MG (1962)
+ Manhuaçu, MG (23/11/1998)

Marisa Fully Coelho foi uma modelo e atriz brasileira, eleita Miss Brasil em 11 de junho de 1983 no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, representando o estado de Minas Gerais. Para conquistar o título, ela derrotou outras 26 candidatas de todo o país.

Representante oficial do Brasil no concurso Miss Universo, realizado no dia 11 de julho de 1983 em St. Louis, Estados Unidos, ela não conseguiu se classificar entre as 12 semifinalistas do concurso, vencido pela neozelandesa Lorraine Downes.


O Caminho Para o Miss Brasil

Como Miss Minas Gerais, Marisa representou a cidade de Manhumirim, repetindo o feito de Monica Tanus Paixão, eleita em 1980. Não era a primeira vez que Marisa tentava ir para o Miss Brasil. Em 1979, perdeu o título de Miss Minas Gerais e, consequentemente, o direito de suceder outra mineira, Suzana Araújo dos Santos, na disputa do título nacional. O grande salto só ocorreria em maio de 1983, quando a candidata de Manhumirim arrebatou a coroa estadual num ginásio lotado da Associação Atlética Banco do Brasil, em Belo Horizonte.

No concurso municipal de 1979, Marisa sucedera a sua irmã Patrícia.


Miss Brasil 1983

No dia 11 de junho, Marisa disputou a 30ª edição do concurso de Miss Brasil, a terceira promovida pelo SBT. Nas provas de traje de gala, plástica e simpatia, a mineira perdeu para as candidatas de Mato Grosso do Sul, Denize Dermidjan, e do Rio Grande do Sul, Rejane Heiden, segunda e terceira colocadas no resultado final.

Na contagem de pontos, Marisa derrotou a candidata gaúcha por um ponto de diferença (96 a 95). Entre os jurados que elegeram a quarta Miss Brasil de Minas Gerais estavam personalidades como a apresentadora Xuxa e a vencedora do certame de 1981, Adriana Alves de Oliveira.

Concursos Internacionais

Antes de participar do Miss Universo 1983, Marisa representou o Brasil na primeira edição do concurso Miss Sudamérica (extinto), em Lima, Peru. Ficou em segundo lugar.


Carreira Artística e Compromissos

Após o concurso, Marisa participou de vários programas do SBT e chegou a atuar na novela "Vida Roubada" (1983), exibida pela rede paulista. Também foi jurada de algumas etapas estaduais do Miss Brasil 1984.

Vida Após o Reinado

No dia 2 de junho de 1984, Marisa passou o título para a paulista Ana Elisa Flores. Após o reinado, participou de júris de concursos de beleza em seu Estado e concedeu algumas entrevistas para emissoras locais. Dias antes de sua morte, Marisa planejava retornar às telenovelas e fazia cursos de interpretação.


Morte

No dia 23 de novembro de 1998, Marisa saiu da casa de uma de suas irmãs na cidade de Manhumirim, MG, com as filhas e retornava para a sua cidade de Manhuaçu, MG, quando o carro que dirigia, um Chevrolet S10, colidiu com um Chevrolet Kadett no trecho mineiro da rodovia BR-262. Marisa chegou a ser socorrida e removida para um hospital de Belo Horizonte, MG, mas já chegou sem vida, como noticiou o jornal Estado de Minas.

A morte interrompeu os planos de Marisa Fully Coelho em voltar a ser atriz. Ela deixou duas filhas: Paula, do casamento com Pedro, sobrinho do escritor Fernando Sabino, e Laura, com o compositor Carlos Colla. Marisa Fully Coelho foi enterrada em sua cidade natal.

O irônico é que, duas semanas antes, no enterro do amigo Nicolau Neto, o então coordenador do Miss Minas Gerais, Marisa deu sua última entrevista numa televisão, para o programa "Point", da TV Catuaí: "Eu só espero que Deus me deixe aqui quietinha porque ainda tenho muito o que fazer!".

Fonte: Wikipédia

Radamés Gnattali

RADAMÉS GNATTALI
(82 anos)
Compositor, Arranjador e Instrumentista

* Porto Alegre, RS (27/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/02/1988)

Radamés Gnattali estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre, e na Escola Nacional de Música, com Agnelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a estudar composição e orquestração.

Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora RCA Victor. Durante trinta anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres como a do cantor Orlando Silva para a música "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro, ainda a famosa gravação original de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, ou de "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro. Esta última imortalizada na voz de Dick Farney.

Em 1960, Radamés Gnattali, embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía acordeão, guitarra, bateria e contrabaixo.

Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de MedeirosPixinguinha. Na década de 70, Radamés Gnattali teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Maurício Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias. Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés Gnattali como padrinho. Também compôs obras importantes para o violão, orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.

Radamés Gnattali foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-LobosPixinguinha, Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernândez e Camargo Guarnieri. É autor do hino do Estado de Mato Grosso do Sul - a peça foi escolhida em concurso público nacional.

Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita. Na ocasião, foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés Gnattali e Elizeth Cardoso apresentaram o recital "Uma Rosa Para Pixinguinha" e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco "Vivaldi e Pixinguinha".

A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés Gnattali sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.


Homenagem a Radamés

Em 2007 foi gravado um CD duplo com composições de Radamés Gnattali com patrocínio da Petrobras, "Retratos de Radamés" com os violonistas Edelton Gloeden e Paulo Porto Alegre.

Discografia

  • 1948 - A Saudade Mata a Gente / Copacabana - Fim de Semana em Paquetá
  • 1949 - Barqueiro do São Francisco / Um Cantinho e Você
  • 1949 - Isso é Brasil / Carinhoso
  • 1949 - Bate Papo / Caminho da Saudade
  • 1949 - Tico-Tico no Fubá / Fim de Tarde (Com o Quarteto Continental)
  • 1949 - Sempre Esperei Por Você / Remexendo (Com o Quarteto Continental)
  • 1950 - Onde Estás? / Tema (Vero e Seu Ritmo)
  • 1950 - Tocantins / Madrigal (Vero e Seu Ritmo)
  • 1952 - Mambolero / Improviso
  • 1953 - Fantasia Brasileira / Rapsódia Brasileira (Com Sua Orquestra)
  • 1982 - Tributo a Garoto (Com Raphael Rabello)

Principais Composições

  • 1944-1962 - Brasilianas nº 1,2,3,6,9 e 10
  • 1963 - Concertos Para Piano e Orquestra nº 1,2 e 3
  • 1941 - Concerto Para Violoncelo e Orquestra
  • 1960 - Concerto para Harmônica de Boca
  • Hino do Estado do Mato Grosso do Sul
  • 10 Estudos Para Violão

Fonte: Wikipédia

Capitão Furtado

ARIOWALDO PIRES
(72 anos)
Cantor, Compositor e Radialista

* Tietê, SP (31/08/1907)
+ São Paulo, SP (10/11/1979)

Ariowaldo Pires, mais conhecido como Capitão Furtado, foi um compositor e cantor brasileiro. Era sobrinho do músico e cineasta Cornélio Pires, o pioneiro nas gravações de discos caipiras. Seu pai possuía um sítio e uma olaria.

Ainda criança mudou-se para Botucatu, SP. Em 1926, resolveu mudar-se para São Paulo. Em 1927, conseguiu emprego como auxiliar de escritório na empresa Henrique Metzger.

Em 1929, participou da inauguração da Rádio Cruzeiro do Sul encenando um quadro caipira, em substituição ao ator Sebastião Arruda, que não compareceu. Compôs com Marcello Tupinambá a toada "Coração", que marcou sua estréia como letrista. Assumiu durante algum tempo o papel de caipira no programa "Cascatinha do Genaro", na Rádio Cruzeiro do Sul.

Na mesma rádio, criou, juntamente com o cantor e radioator Celso Guimarães, o primeiro programa de calouros a utilizar este título. Em 1931, trabalhou como assistente de produção no filme "Coisas Nossas", de Wallace Downey. Em 1934, passou a apresentar o programa "Cascatinha do Genaro" na Rádio São Paulo, PRA-5.

A Rádio Cruzeiro fez proposta para tê-lo de volta em sua programação, mas retornou atrás logo em seguida. Frustrado com o cancelamento do contrato, resolveu adotar o nome artístico de Capitão Furtado.

Ariowaldo Filho, Ana Marilda , Marilda, Ariowaldo Pires e Dona Carmem (Mãe de Marilda)
No ano de 1935, atuou como coordenador artístico do filme "Fazendo Fita". Em 1936, participou do I Concurso de Músicas Carnavalescas, organizado pela Comissão de Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo. O concurso contava com a participação de Ary Barroso, que era dado como virtual vencedor. Para a surpresa de todos, a composição vencedora foi "Mulatinha da Caserna", de sua autoria e Martinez Grau. "Mulatinha da Caserna" foi gravada pela RCA Victor em janeiro de 1936 com interpretação de Januário de Oliveira e Arnaldo Pescuma, e acompanhamento dos Diabos do Céu e Pixinguinha.

No mesmo ano, iniciou frutífera parceria com Alvarenga & Ranchinho, que gravaram "Itália e Abissínia". Ainda em 1936, começou a trabalhar na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, juntamente com Alvarenga & Ranchinho, formando a Trinca do Bom Humor. Gravaram uma série de composições: "Meu Coração", "Futebol", "Repartindo Um Boi" e "A Baixa do Café".

Em 1937, gravou em dueto com a atriz Jurema Magalhães o diálogo de Campos Negreiros intitulado "Adoração". Na Rádio Tupi, criou o programa "Repouso", espécie de "retiro interiorano". Nesse programa ele recebia uma série de convidados, como Carlos Galhardo, Benedito LacerdaAlvarenga & Ranchinho, entre outros.

Suas gravações na Odeon alcançam enorme sucesso e passou a ser conhecido como "O Maior Caipira Humorista do Brasil". Ainda em 1937, gravou sozinho ou em companhia de outros artistas vários trabalhos satíricos em linguajar caipira: "Caipira em Hollywood", "Descobrimento da América", "Em Redor do Mundo", "Modos de Cumprimentar" e "Psicologia dos Nomes". Em de 1937, lançou o livro "Lá Vem Mentira", que alcançou enorme sucesso.

Em 1939, deixou a Rádio Tupi, passando a trabalhar na Rádio Nacional. Ficou pouco tempo na nova estação em virtude do curto espaço que lhe foi dado para apresentar o programa "Poemas Sertanejos", difundido em horário de pequena audiência. Naquele mesmo ano, estreou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, "O Tesouro do Sultão", de sua autoria, e música de Radamés Gnattali, com a Companhia Jardel Jércolis. Na peça estavam presentes diversos gêneros musicais: danças russas, bailados orientais, rumba, batucada, samba, marcha carnavalesca e canção caipira. Foi um enorme sucesso, tendo sido apresentada ainda em São Paulo, Recife, Argentina e Uruguai.

No fim de 1939, retornou a São Paulo, onde na Rádio Difusora criou o programa "Arraial da Curva Torta", que revelou diversas duplas caipiras, sendo Tonico & Tinoco a principal.

Em 1940, Orlando Silva gravou pela RCA Victor a valsa "E o Vento Levou...", segunda incursão de Ariowaldo Pires em gênero não caipira.

Em 1941, compôs com o compositor mexicano Luiz Alvarez "Caray Con El Amor" e "El Vacilón", ambas gravados por Luiz Alvarez.


Em 1943, fez "Sou Um Tropeiro", versão para "El Bandolero", de Jesus Ramos, primeira de uma série. Seguiram-se, entre outras, as versões da italiana "Tesoro Mio" ("Tesouro Meu"), da americana "Oh, Susana" e da alemã "Lili Marlene".

Em junho de 1948, apresentou-se com a mulher no Circo Piolim na peça "Sertão em Flor", e no final do ano mudou-se para Salvador, BA, onde passou a dirigir a Rádio Excelsior local.

Em 1949, retornou a São Paulo indo trabalhar na Rádio Cultura onde por dois anos e meio produziu programas caipiras. Deixou a Rádio Cultura em 1952, passando para a Rádio Difusora, onde permaneceu até 1956. Neste mesmo ano, colocou letra em "Moonlight Serenade", de Glenn Miller, gravada na RCA Victor com o título de "Serenata ao Luar". Foi contratado pela São Paulo Alpargatas para supervisionar todos os programas sertanejos patrocinados pela empresa no Brasil.

Em 1960, compôs com Henrique Simonetti o hino oficial de Brasília, "Brasília, Capital da Esperança", gravado pelo trio vocal feminino Titulares do Ritmo, na RGE

De 1963 a 1966, transferiu-se para a Rádio Bandeirantes. Percorreu o Brasil com a "Roda de Violeiros" que promoveu verdadeiro campeonato de violeiros, revelando inúmeros nomes.

A partir de 1967, já aposentado, continuou a trabalhar como coordenador de música, em geral, e caipira, em particular, da Editora Fermata do Brasil

Em 1977, foi coordenador da área de música regional da primeira edição da Enciclopédia de Música Brasileira.

Em 1979, recebeu o Troféu Chantecler pelos 50 anos de carreira.

Capitão Furtado faleceu em 10/11/1979 vítima de uma parada cardíaca na UTI do Hospital Presidente, em São Paulo, aos 72 anos.

Em 1986, foi homenageado com o LP "Ao Capitão Furtado - Marvada Viola", com Rolando Boldrin, Sivuca, Roberto Corrêa e outros, lançado pela Funarte.

Capitão Furtado era um letrista versátil e de fácil comunicação popular.

Em 1993, Rolando Boldrin gravou sua "Moda dos Meses", parceria com Alvarenga & Ranchinho no CD "Disco da Moda", lançado pela RGE.


Maria Teresa

MARIA TERESA FRÓES
(63 anos)
Humorista

* Cambreúva, SP (13/03/1936)
+ São Paulo, SP (14/08/1999)

Maria Teresa foi humorista do programa "A Praça é Nossa" entre maio de 1987 e julho de 1995, na qual interpretou Vamércia, com o gesto do dedo indicador batendo levemente nos lábios, enquanto pronunciava a frase "Minha boca é um túmbalo!", tornou-se conhecido em todo o país. Vamércia era hóspede do hotel, em que fazia fofocas com as personagens, e Lady Grace Benedita, uma cantora que fingia falar inglês e só enrolava, falando palavras sem sentido em inglês, misturando com o português.

Sua carreira começou no início da década de 50 quando participou de radionovelas e passou por quase todas as redes nacionais de televisão do Brasil, onde apresentou e participou de vários programas. Em 1964, contratada da TV Excelsior de São Paulo, a comediante estreou o "Maria Teresa Show", escrito por Irvando Luís e aproveitando plenamente os recursos cômicos da artista.

Fez muito sucesso interpretando a personagem Marieta em dupla com Murilo Amorim Correa, o Vitório, tendo gravado sete LPs com estórias deste casal de italianos.


Maria Tereza foi a comediante feminina que mais venceu prêmios, tendo ganho vários Troféus Imprensa e Prêmios Roquete Pinto, o mais importante prêmio da TV brasileira na década de 60. Na década de 80, interpretou a personagem Mãe Mundinha, famosa pelo bordão "Quem furunfou, furunfou, quem não furunfou, não furunfa mais", pelo qual ganhou o Troféu Imprensa de 1982. Naquele mesmo ano, Sílvio Santos gravou uma música de carnaval utilizando o bordão de Mãe Mundinha como refrão.

Outro personagem seu que merece destaque é a velha Terezoca, que interpretou em parceria com Adoniran Barbosa, o Charutinho, no programa de rádio "História das Malocas", campeão de audiência da Rádio Record na década de 50, e que produziu um LP com a dupla. Dona Terezoca, uma pobre alma maloqueira reduzida à miséria material e moral por obra da condição econômica desfavorável, vivendo pequenas histórias de sabor cômico mas com qualidades de realismo e humanidade que eram a razão do sucesso dessa admirável série radiofônica no final da década de 50.

Além de "História das Malocas", na Rádio Record, integrava seu elenco de comediantes e participava de programas com títulos sugestivos como "Trupiquei na Jaca""Aqui, Gerarda" "Choá Para Dois"


Em meados dos anos 60, o programa humorístico que a comediante estrelava ao lado de Pagano Sobrinho era hilariante e atingia enormes índices de audiência pela Rádio Excelsior de São Paulo. 

Na década de 70, foi várias vezes censurada e impedida de trabalhar pela ditadura militar, devido às críticas sociais de alguns de seus vários personagens, como o engraxate Zé Galinha.

Sua carreira de sucesso foi coroada em 1993, quando chegou a ter um programa especial no SBT, chamado "Maria Teresa Especial" e participou de vários especiais do programa "A Praça é Nossa".

Maria Tereza faleceu aos 63 anos, vítima de edema pulmonar agudo e insuficiência coronariana, no Hospital São Camilo, em São Paulo.

Maria Teresa faleceu aos 63 anos, vítima de Edema Pulmonar Agudo e Insuficiência Coronariana, no Hospital São Camilo, em São Paulo.

Fonte: Wikipédia

Ismael Silva

MILTON DE OLIVEIRA ISMAEL SILVA
(72 anos)
Cantor, Compositor e Instrumentista

* Niterói, RJ (14/09/1905)
* Rio de Janeiro, RJ (14/03/1978)

Mílton de Oliveira Ismael Silva, conhecido como Ismael Silva, foi um músico filho do cozinheiro Benjamim da Silva e da lavadeira Emília Corrêa Chaves, era o mais novo de um grupo de cinco irmãos.

Diante das dificuldades financeiras enfrentadas após a morte de seu pai, mudou-se com a mãe da praia de Jurujuba, Niterói, para o bairro Estácio de Sá, Rio de Janeiro, quando tinha três anos de idade.

Ismael Silva frequentou a escola primária e terminou o ginásio aos 18 anos, depois de morar em outros bairros do Rio de Janeiro como Rio Comprido e Catumbi.

Aos 15 anos fez o samba "Já Desisti", considerado como a sua primeira composição. Em 1925 teve o seu primeiro samba gravado: "Me Faz Carinhos". Essa composição promoveu a sua aproximação com Francisco Alves, o Chico Viola ou Rei da Voz. Ao lado de Nílton BastosFrancisco Alves, Ismael Silva formou o trio que ficou conhecido como Bambas do Estácio e que deu origem àquele que é considerado um dos mais bonitos sambas da história: "Se Você Jurar".

Após a morte de Nílton Bastos, teve início sua contribuição com Noel Rosa. As dezoito composições da dupla fazem de Ismael Silva o mais frequente parceiro do Poeta da Vila.

Em 1928, Ismael Silva, com um grupo de sambistas do Estácio, fundou o bloco que se tornaria o precursor da primeira escola de samba de que se tem notícia: a Deixa Falar.

A Deixa Falar desfilou nos anos de 1929, 1930 e 1931. Seu final ocorreu em função da mudança de Ismael Silva para o Centro do Rio de Janeiro, após as mortes de Nílton Bastos e Edgar Marcelino.

Ismael Silva foi condenado a cinco anos de cadeia, tendo cumprido apenas dois anos, devido a bom comportamento, após atirar em Edu Motorneiro, um frequentador da boêmia carioca. Depois deste episódio, ele se tornou recluso e só retornou à cena carioca na década de cinquenta. Sabe-se que durante esse período ele atravessou enormes dificuldades financeiras. Ainda nesta mesma década, teve o seu samba "Antonico" gravado. Foi um grande sucesso.

Seu reconhecimento como um sambista verdadeiro, lhe rendeu alguns títulos por iniciativa do jornalista e estudioso do assunto Sérgio Cabral e da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

Fez alguns shows esporádicos, nos quais participaram Aracy de Almeida, Carmem Costa e MPB-4. Um de seus últimos shows foi no ano de 1973, produzido por Ricardo Cravo Albin e intitulado "Se Você Jurar".

Ismael Silva talvez tenha sido um dos sambista a exibir a mais alta originalidade no cenário da boêmia carioca. Suas composições mais conhecidas são: "Me Faz Carinhos""Se Você Jurar""Antonico""Para Me Livrar do Mal""Novo Amor""Ao Romper da Aurora""Tristezas Não Pagam Dívidas""Me Diga o Teu Nome", entre outras.

Ismael Silva morreu em 1978 vítima de um Ataque Cardíaco em decorrência das complicações surgidas após uma cirurgia para tratar de uma úlcera varicosa que tinha em uma das pernas.

Fonte: Wikipédia

Aroldo Melodia

AROLDO FORDE
(78 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (19/04/1930)
┼ Duque de Caxias, RJ (02/07/2008)

Aroldo Forde, mais conhecido como Aroldo Melodia foi um compositor e intérprete de samba-enredo brasileiro.

Aroldo Melodia pode ser considerado o pai de um tipo de puxador de samba: o "enterteiner", um animador de público e da escola, avô dos atuais MC’s (mestres-de-cerimônias na cultura hip-hop). Antes, havia dois tipos: um cantor profissional que, na época de carnaval, defendia um samba-enredo na avenida, Jamelão, Jorge Goulart, Elza Soares, Pery Ribeiro, Marlene, Roberto Ribeiro, e um sambista da comunidade, que dava a largada nas primeiras viradas do samba no desfile, Noel Rosa de Oliveira no Salgueiro, Garganta de Ferro na Vila Isabel, Silvinho do Pandeiro na Portela.

É neste cenário que chega Aroldo Forde, apelidado "Melodia" graças ao vozeirão e a pecha de compositor moldada nas rodas de samba e gafieiras da Ilha do Governador. Aroldo Melodia passou por diversos blocos carnavalescos do outro lado da Baía de Guanabara (Guerreiros da Ilha e Boi da Ilha) até chegar à União da Ilha do Governador na época em que desfilava na Praça XI.

Aroldo Melodia foi um dos protagonistas da projeção e da fase áurea que a escola tricolor teve - da segunda metade dos anos 70 até a primeira metade da década de 80 - quando consagrou o estilo bom, bonito e barato de fazer carnaval, apesar de nunca ter conquistado um título no Grupo Especial.


Aroldo Melodia foi responsável por instituir os hoje obrigatórios gritos de empolgação tanto para a escola que desfila quanto para o povo que assiste. Após marcar sua passagem na União da Ilha, Aroldo Melodia também emprestou seu talento à Mocidade Independente de Padre Miguel, Acadêmicos de Santa Cruz, Caprichosos de Pilares, Unidos da Ponte e até na pequena Camisolão, de São Gonçalo. Em 1986, foi contemplado com um Estandarte de Ouro de "Melhor Puxador".

Conhecido pelo grito famoso "Segura a marimba!", foi enredo da Lins Imperial em 2003, intitulado "Segura Marimba, Aroldo Melodia Vem Aí!".

A trajetória de Aroldo Melodia foi interrompida devido a um derrame sofrido logo após o carnaval de 1996, o que obrigou o velho intérprete a andar de cadeira de rodas e se afastar do microfone no desfile principal. Seu último registro fonográfico está presente no CD do Grupo de Acesso de 2006, em que gravou, com Rixxah, a faixa da escola de samba Flor da Idade.

Aroldo Melodia e Jamelão
Morte

Aroldo Melodia faleceu em 02/07/2008, vítima de falência múltipla dos órgãos causadas por insuficiência cardíaca e respiratória. Seu estilo deixou diversos discípulos, entre eles, seu filho Acraílson Forde mais conhecido como Ito Melodia, que começou como apoio de seu próprio pai.

Fonte: Sambario e Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Mário Reis

MÁRIO DA SILVEIRA MEIRELES REIS
(73 anos)
Cantor

* Rio de janeiro, RJ (31/12/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/10/1981)

Mário da Silveira Meireles Reis, o Bacharel do Samba, foi um popular cantor brasileiro da Era do Rádio. Nascido em uma família carioca abastada, começou a ter aulas de violão por volta de 1926. O professor era Sinhô, conhecido como "Rei do Samba", que, impressionado com o aluno, resolveu levá-lo para uma gravadora.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na turma de Ary Barroso, de quem era amigo e incentivador, e foi o primeiro intérprete a gravar uma música do então desconhecido pianista e compositor: o samba "Vou à Penha", em 1929.  Foi Mário Reis que gravou o primeiro sucesso popular de Ary Barroso, "Vamos Deixar de Intimidades".


Em 1930 começou a gravar uma série de discos em dupla com o vozeirão de Francisco Alves, fórmula que mostrou-se extremamente bem-sucedida, e imitada, entre outras, pela dupla Jonjoca e Castro Barbosa.

Mário Reis inaugurou em estilo de cantar diferente do que havia no Brasil até então. Ao contrário dos vozeirões do rádio, cantava coloquial, com outro timbre e uma divisão rítmica mais ágil, dando uma interpretação diferente às canções. O seu estilo de cantar, que até hoje soa moderno, é considerado como um dos precursores da Bossa Nova. Muitos consideram que seu canto influenciou João Gilberto. Seus primeiros sucessos foram gravações de músicas de Sinhô, como "Que Vale a Nota Sem o Carinho da Mulher", "Jura" e "Gosto Que Me Enrosco", essas duas últimas do compacto que foi seu primeiro grande êxito.

Mário Reis gravou muitos sucessos com Carmen Miranda e Francisco Alves, com os quais também se apresentou frequentemente nos anos 1930. Fizeram turnês pelo Brasil e também na Argentina.

Na década de 30 firmou-se como um dos maiores intérpretes de Noel Rosa, que também foi seu parceiro. Entre essas gravações estão "Filosofia" (Noel Rosa e André Filho) e "Meu Barracão".

Gravou, em 1933, dois grandes sucessos de Lamartine Babo, "Linda Morena" e "A Tua Vida é um Segredo", e no ano seguinte "Alô Alô" (André Filho) em dueto com Carmen Miranda.

Outro grande êxito foi com "Agora é Cinza", de Bide e Marçal, que nos anos 80 voltaria a ser sucesso com Mestre Marçal, filho do compositor.

Mário Reis ficou muitos anos afastado da carreira de cantor tendo voltado anos mais tarde a fazer discos. Em 1965 e 1971 gravou dois discos, sendo este o seu último. No repertorio, antigos sucessos de autores como Sinhô, Noel Rosa e Ismael Silva além de uma versão de "A Banda" de Chico Buarque.

Em 1995 Julio Bressane fez o filme "O Mandarim" sobre a música popular brasileira do século XX, focando especialmente na vida e no trabalho do cantor Mário Reis. O cantor foi representado pelo ator Fernando Eiras.


Sucessos


Fonte: Wikipédia

Guilherme de Brito

GUILHERME DE BRITO BOLLHORST
(84 anos)
Compositor, Cantor, Pintor e Escultor

* Rio de Janeiro, RJ (03/01/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2006)

Guilherme de Brito Bollhorst foi um compositor brasileiro de samba. Nasceu no bairro de Vila Isabel, filho de Alfredo Nicolau Bollhorst e Marieta de Brito Bollhorst. Aos oito anos ganhou um cavaquinho e aos doze anos, com a morte do pai, largou os estudos e conseguiu um emprego na Casa Edison. A Casa Edison foi uma das primeiras gravadoras brasileiras, fundada em 1900 por Frederico Figner no Rio de Janeiro. Inicialmente apenas importava e revendia cilindros fonográficos, utilizados nos fonógrafos de Thomas Edison, e discos, utilizados nos gramofones de Emil Berliner, mas, em 1902, lançou o que é considerada a primeira música brasileira gravada no país, o lundu "Isto é Bom" do compositor Xisto Bahia na voz de Baiano.

Com o tempo, Guilherme de Brito, passou a utilizar mais o violão. Já tinha uma boa produção de músicas quando, em 1955, o cantor Augusto Calheiros gravou um compacto com dois de seus sambas: "Meu Dilema" e "Audiência Divina". Ainda nos anos 1950, conheceu o seu grande parceiro, Nelson Cavaquinho.

A primeira parceria de Guilherme de BritoNelson Cavaquinho, foi um samba denominado "Garça"Guilherme de Brito fez a primeira parte e mostrou a Nelson Cavaquinho, que sem hesitar, fez a segunda parte do samba. Deu-se início a dupla mais poética e lírica da Música Popular Brasileira. A dupla Guilherme de BritoNelson Cavaquinho rendeu vários sucessos, dentre os quais, podemos destacar: A Flor e o Espinho, "Folhas Secas", "Pranto de Poeta", "O Bem e o Mal", "Quando Eu Me Chamar Saudade", entre outras.

Considerado por muitos como o grande poeta do samba, fez versos definitivos como "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor", de A Flor e o Espinho. Ou mesmo "Quando eu piso em folhas secas / Caídas de uma mangueira", de "Folhas Secas".

Guilherme de Brito gravou pela primeira vez em 1977. Atuou também como pintor, tendo sido premiado por seus quadros, e como escultor. Expôs no Japão, onde também lançou um CD.

Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho e Guilherme de Brito
Morte

Guilherme de Brito foi internado dia 2 de abril de 2006 com problemas respiratórios, teve um infarto e ficou em coma por 15 dias, morrendo dia 26 de abril de 2006, aos 84 anos, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Deixou a mulher Nena e dois filhos. Guilherme de Brito foi enterrado no mausoléu do compositor, no Cemitério do Catumbi.

Fonte: Wikipédia

Benedito Lacerda

BENEDITO LACERDA
(54 anos)
Compositor, Maestro e Flautista

* Macaé, RJ (14/03/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/02/1958)

Benedito Lacerda nasceu em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora. Filho da lavadeira Dona Lousada, Benedito sempre foi muito ágil em suas questões.

Aos 8 anos, começou a aprender flauta de ouvido. Iniciou suas atividades musicais como integrante da banda Nova Aurora em sua cidade natal.

Aos 17 anos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a residir no bairro do Estácio, famoso por abrigar sambistas e batuqueiros. Benedito Lacerda cresceu num ambiente de muitos chorões e sambistas. Cresceu ao lado de Bide, Noel Rosa e Ismael Silva. Estudou flauta sob a orientação de Belarmino de Sousa, pai do compositor Ciro de Sousa. Estudou também no Instituto Nacional de Música, diplomando-se em flauta e composição.

Em 1922, ingressou na Polícia Militar, mas não abandonando suas atividades musicais. De 1923 a 1925, participou da banda do batalhão tocando bumbo, uma vez que não conhecia música na pauta. Nessa época, estudou música para valer e logo passou a tocar flauta na banda. Em pouco tempo no posto de flautista da corporação, passou numa prova, em 1925, em primeiro lugar para flautista de primeira classe, ao tocar toda a parte de flauta de "O Guarany", de Carlos Gomes. Obteve sua transferência para a Escola Militar do Realengo, como músico de primeira classe, tornando-se solista. Benedito Lacerda ficou cinco anos na carreira militar, e, em 1927 pediu baixa e mergulhou na música popular.

Em 1928, foi tocar com o grupo regional Boêmios da Cidade, acompanhando Josephine Baker, tocando em cinemas, orquestras de teatros, dancings e cabarés. Atuou também como saxofonista em algumas orquestras de jazz.

Ao findar os anos 20 e iniciar a década de 1930, Benedito Lacerda organizou um grupo com ritmos brasileiros, batizado de Gente do Morro. O grupo se caracterizava pelos efeitos de percussão e solos de flauta. O grupo durou pouco e fez uma viagem a Campos acompanhando Noel Rosa.

Como o Gente do Morro não vingou, Benedito Lacerda chamou Dino Sete Cordas, que era do grupo, e Canhoto do Cavaco, e os três começaram a arregimentar músicos para trabalhar com eles. Era o embrião do Conjunto Regional Benedito Lacerda. Com seu regional, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luiz Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves, Sílvio Caldas, além de atuar com êxito como compositor.

Na década de 1940, tocou nos cassinos que agregavam a música nacional e perpetuou uma série de gravações antológicas em parceria de flauta e sax com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Por conta do trabalho que a dupla empreendeu em cerca de 40 gravações, mais as edições de músicas e lançamentos de álbuns de partituras, Benedito Lacerda fez com que a hipoteca da casa de Pixinguinha fosse paga e salvou o mestre de ser despejado. Em sinal de gratidão e por motivos de contrato, Pixinguinha transformou Benedito Lacerda em parceiro de pérolas como "Sofres Porque Queres", "Naquele Tempo" e "Um a Zero", esta feita muito antes por ocasião do gol de Friedenreich no Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1919. Mas o que importa é destacar os arranjos e contrapontos executados pela dupla, que revolucionaram a instrumentação brasileira e influenciam até hoje os novos talentos musicais.

Benedito Lacerda foi compositor de carnaval premiado e em 1942 foi um dos fundadores da União Brasileira de Compositores (UBC). Em 1947 transferiu-se para a Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM), da qual foi eleito presidente em 1948 e reeleito em 1951.

Benedito Lacerda faleceu vitima de um câncer no pulmão, antes de completar 55 anos, num domingo de carnaval, ele que tanto sucesso obtivera em vários carnavais.

Benedito Lacerda e Pixinguinha
Principais Sucessos
(Ordem Alfabética)

  • 1939 - "A Jardineira", com Humberto Porto
  • 1949 - "A Lapa", com Herivelto Martins
  • 1949 - "Acerta o Passo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Acorda, Escola de Samba!", com Herivelto Martins
  • 1952 - "Acho-te Uma Graça", com Carvalhinho e Haroldo Lobo
  • 1947 - "Ainda me Recordo", com Pixinguinha
  • 1937 - "Aliança Partida", com Roberto Martins
  • 1938 - "Amigo Infiel", com Aldo Cabral
  • 1937 - "Amigo Leal", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Boneca", com Aldo Cabral
  • 1939 - "Brasil", com Aldo Cabral
  • 1942 - "Carnaval da Minha Vida", com Aldo Cabral
  • 1946 - "Cheguei", com Pixinguinha
  • 1942 - "Chorei", com Pixinguinha
  • 1945 - "Coitado do Edgar!", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Despedida de Mangueira", com Aldo Cabral
  • 1949 - "Devagar e Sempre", com Pixinguinha
  • 1935 - "Dinorá", com José Ferreira Ramos
  • 1936 - "Duvi-d-o-dó", com João Barcellos
  • 1940 - "E o Vento Levou", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Ele e Eu", com Pixinguinha
  • 1946 - "Espanhola", com Haroldo Lobo
  • 1939 - "Espelho do Destino", com Aldo Cabral
  • 1935 - "Eva Querida", com Luiz Vassalo
  • 1948 - "Falta um Zero no Meu Ordenado", com Ary Barroso
  • 1945 - "Fica Doido Varrido", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Ingênuo", com Pixinguinha
  • 1941 - "Lero-Lero", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Naquele Tempo", com Pixinguinha
  • 1949 - "Normalista", com David Nasser
  • 1939 - "Número Um", com Mário Lago
  • 1949 - "O Gato e o Canário", com Pixinguinha
  • 1947 - "Os Oito Batutas", com Pixinguinha
  • 1940 - "Pedro, Antônio e João", com Oswaldo Santiago
  • 1942 - "Pombo-Correio", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Proezas de Solon", com Pixinguinha
  • 1938 - "Professora", com Jorge Faraj
  • 1936 - "Querido Adão", com Oswaldo Santiago
  • 1944 - "Sabiá de Mangueira", com Eratóstenes Frazão
  • 1946 - "Segura Ele", com Pixinguinha
  • 1946 - "Seresteiro", com Pixinguinha
  • 1948 - "Seu Lourenço no Vinho", com Pixinguinha
  • 1946 - "Sofres Porque Queres", com Pixinguinha
  • 1949 - "Soluços", com Pixinguinha
  • 1946 - "Um a Zero", com Pixinguinha
  • 1936 - "Um Caboclo Abandonado (Rolinha Triste)", com Herivelto Martins
  • 1946 - "Urubatã", com Pixinguinha
  • 1944 - "Verão no Havaí", com Haroldo Lobo
  • 1942 - "Voltei Pro Morro", com Darcy de Oliveira
  • 1946 - "Vou Vivendo", com Pixinguinha

Francisco Mário

FRANCISCO MÁRIO DE SOUZA
(39 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

* Belo Horizonte, MG (22/08/1948)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/03/1988)

Chico Mário, como era carinhosamente chamado, estudou violão, cursou economia, com pós-graduação em engenharia de sistemas no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE). Foi também jornalista no "Estado de São Paulo" e crítico musical na revista Realidade.

Desde cinco anos de idade, Francisco Mário mostrava interesse musical tocando bongô, atabaque e violão, contando com o incentivo de seu irmão Betinho, que reunia com sua turma e ouvia Bach, Tchaikovsky e Chopin.

Foi tio Geraldo, de Bocaiúva, norte de Minas Gerais, que ensinou Francisco Mário a tocar viola. Um dia apareceu o Bernard, violonista fantástico, que morreu no dia em que iria dar a primeira aula a Francisco Mário, deixando um desafio no ar para o jovem violonista.

O compositor e violonista Francisco Mário nasceu no dia 22 de agosto de 1948 em Belo Horizonte, MG. Filho de Henrique José de Souza e Maria da Conceição, a Dona Maria, que ficou conhecida através das cartas do Henfil no "Pasquim" e na "Isto É". Tinha sete irmãos: BetinhoHenfil, Glorinha, Filó, Wanda, Tanda e Ziláh.

Assim como seus irmãos Betinho e Henfil, também Francisco Mário herdou da mãe a hemofilia. A doença contribuiu também para a sua formação musical pois o obrigava a ficar deitado horas e horas, quando aproveitava esta ocasião para tocar violão.

Francisco Mário graduou-se com uma licenciatura em Economia e fez pós-graduação em Análise de Sistemas.

Trabalho Musical

Francisco Mário começou a estudar violão aos cinco anos de idade. Em 1965, o instrumento já era um elemento central em sua vida, intimamente ligada a sua ativa vida religiosa. Foi estudar violão com Henrique Pinto. Estudou arranjo e harmonia com Roberto Gnattali, que arranjou as músicas do seu primeiro show, "Ouro Preto".

Em 1978 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1979, depois de ter sido elogiado por Carlos Drummond de AndradeFrancisco Mário gravou seu primeiro disco, "Terra", lançado no México com a participação de vários artistas brasileiros, entre eles Joyce, Quarteto em Cy, Antonio Adolfo, Airton Barbosa, Chiquinho do Acordeon.

Criou o "Método Musical Por Cores Para as Crianças", em que as artes dramáticas e música folclórica brasileira desempenham um papel significativo. O método foi adotado em várias escolas de São Paulo. Sua metodologia didática incluía histórias infantis escritas para a revista "Recreio" bem como a adaptação para seu próprio método musical, de técnicas de dinâmica de grupo.

Francisco Mário envolveu-se na primeira fase da produção fonográfica independente no Brasil e foi eleito vice-presidente da Associação de Produtores Independentes Record (APID). No mesmo ano, participou da 12ª edição do Festival de Inverno de Ouro Preto. Seu álbum "Revolta dos Palhaços" foi gravado de forma independente em 1980, com a ajuda de 200 pessoas que compraram o álbum antes da produção. O álbum teve parcerias com Aldir BlancPaulo Emílio, Fernando Rios, Gianfrancesco Guarnieri, Ivan Lins, MPB-4, Lucinha Lins, Boca Livre, Mauro Senise, Luiz Cláudio Ramos, Danilo Caymmi, Djalma Correa, convidados especiais entre outros.

Em 1981, Francisco Mário, representou o Brasil no 5º Festival da Oposição (Festival de Oposición), no México. No mesmo ano, gravou "Versos e Viola", com Francisco Julião que havia recentemente retornado do exílio. O álbum foi vetado pela censura da Ditadura Militar no Brasil e nunca chegou a ser lançado. Seguiu-se O instrumental "Conversa de Cordas, Palhetas e Metais", com a participação de Raphael Rabello, Nivaldo Ornelas, Zeca Assumpção, Antonio Adolfo e Afonso Machado. O álbum foi eleito o melhor álbum de música instrumental brasileira de 1983, sendo premiado com o Troféu Chiquinha Gonzaga. O livro de poemas "Painel Brasileiro" foi lançado ao mesmo tempo que o álbum.

Em 1984, foi o primeiro colocado no Festival de Ouro Preto com "São Paulo". Dois anos depois, a mesma canção ganhou o prêmio de melhor arranjo no Festival dos Festivais em Minas Gerais.

Em 1985, lançou o álbum instrumental "Pijama de Seda". Com sua esposa Nívia, produziu independentemente o álbum "Retratos" (1986), um solo de piano de Radamés Gnattali que é um projeto de antigos diálogos folclóricos com a modernidade urbana no Brasil.

Anos Finais

Em 1987, Francisco Mário ficou sabendo que, assim como seus irmãos Betinho e Henfil, havia contraído o vírus da AIDS em uma das transfusões de sangue a que era obrigado a se submeter periodicamente devido à hemofilia. Mudou-se então para a fazenda da família em Itatiaia onde escreveu seus três últimos trabalhos: "Dança do Mar", "Suíte Brasil" e "Tempo", que foi gravado em outubro com o Quarteto de Cordas Bosísio.

"São Paulo", do álbum inédito "Tempo", conquistou o primeiro lugar no Festival de Inverno de Ouro Preto e foi premiado como o melhor arranjo no Festival dos Festivais (Minas Gerais).

O último show de Francisco Mário foi encenado em novembro de 1987, no Projeto Suite Brasil, no Parque da Catacumba, Rio de Janeiro.

Em dezembro de 1987, mais de 30 artistas realizaram, gratuitamente, um concerto no Teatro João Caetano, que levantou fundos para tratamento médico de Francisco Mário. Entre eles, Milton Nascimento, Chico Buarque, Gonzaguinha, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, Emílio Santiago, Joyce, Cláudio Nucci, Fagner, Élton Medeiros e Aldir Blanc.

Em fevereiro de 1988, músicos de Minas Gerais fizeram o mesmo no Teatro Cabaré Mineiro: entre eles estavam Beto Guedes, Paulinho Pedra Azul, Gilvan de Oliveira, Tadeu Franco, Rubinho do Vale e outros.

Morte

Francisco Mário morreu 2 meses e 10 dias (70 dias) após a morte do irmão Henfil. Morreu vítima de Septicemia no Hospital Universitário do Fundão, aos 39 anos. Assim como Henfil, hemofílico, Francisco Mário também contraiu o vírus da AIDS após uma transfusão de sangue e lutou contra a doença alterando períodos de tratamento em casa e no hospital.

Jornal do Brasil
Discos Póstumos

Quando Francisco Mário faleceu, em 14 de março de 1988, ele possuía material inédito suficiente para três álbuns. As músicas foram lançadas por sua viúva e produtora Nívia Souza e seus filhos, no álbum "Dança do Mar", em um concerto na Sala Cecília Meireles, na qual Raphael Rabello, Antonio Adolfo, Mauro Senise, Rique Pantoja, David Chew e Galo Preto participaram.

"Suíte Brasil" foi lançado em 1992 no Centro Cultural Banco do Brasil. Em 1995, três álbuns de Francisco Mário foram lançados em CD pela Caju Music: "Conversa de Cordas, Couros, Palhetas e Metais", "Pijama de Seda" e "Retratos". Os álbuns foram também lançados nos Estados Unidos pela Fantasy.

Em 1997, "Terra" e "Dança do Mar" foram lançados em CD, juntamente com uma exposição no Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro e no Centro de Referência Audiovisual (CRAV), em Belo Horizonte.

Em 1998, o "Projeto Francisco Mário - 50 Anos", trouxe uma outra exposição, juntamente com apresentações em vídeo, teatro, show, e leitura de poema.

Regina Spósito lançou o CD "Marionetes", em 1999. O CD foi produzido por Marcos Souza e dedicado às obras de Francisco Mário. No mesmo ano, o álbum "Suíte Brasil" foi reeditado pela Funarte / Itaú Cultural / Atração.

Francisco Mário escreveu três livros: "Ressurreição", "Como Fazer Um Disco Independente (Base do Produtor Independente)" e o livro de poesias "Painel Brasileiro".


Filme

Em 2006 foi lançado o filme "Três Irmãos de Sangue", sobre a vida dos irmãos BetinhoHenfil e Francisco Mário, e sua participação na história política, social e cultural do Brasil na segunda metade do século XX. Idealizado pelo músico Marcos Souza, filho de Francisco Mário, o filme teve direção e roteiro de Ângela Patrícia Reiniger.

Fonte: Wikipédia