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Risoleta Neves

RISOLETA GUIMARÃES TOLENTINO NEVES
(86 anos)
Primeira Dama Brasileira

☼ Cláudio, MG (20/07/1917)
┼ Rio de Janeiro, RJ (21/09/2003)

Risoleta Guimarães Tolentino Neves foi a esposa de Tancredo Neves. Não chegou a ser oficialmente primeira-dama do Brasil, visto que seu marido falecera antes de tomar posse da presidência.

Nascida na Fazenda da Mata, em Cláudio, pequena cidade mineira, Risoleta Guimarães Tolentino era filha de Quinto Alves Tolentino e Maria Guimarães Tolentino.

Conheceu Tancredo Neves na adolescência, em São João del-Rei, MG, quando ele estava apenas iniciando sua carreira política. Casaram-se em 1938 e tiveram três filhos: Inês Maria, Tancredo Augusto e Maria do Carmo.

De forma discreta, mas sempre atuante, teve papel importante na construção da democracia brasileira. Ela emprestou sua solidariedade moral e pessoal durante toda a trajetória de Tancredo Neves, acompanhando e participando dos principais acontecimentos políticos da época.


Na família sempre foi o alicerce. Do casamento da filha mais velha, Inês Maria Neves e Aécio da Cunha, nasceu Aécio Neves da Cunha, ex governador de Minas Gerais e atual senador pelo partido Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Em 1986, o neto de Dona Risoleta elegeu-se pela primeira vez como deputado federal. Como prova do seu apoio à candidatura de Aécio Neves, o presenteou com um escritório no casarão da família, o Solar dos Neves.

Em 2002, disputando as eleições para Governador de Minas, poucos dias antes do povo ir às urnas, foi recebido pela avó em São João Del-Rey, MG. Neste momento ela o incentivou, pedindo para lutar e nunca ter medo.

"Tenho juízo. Vim pedir a bênção de Dona Risoleta na reta final."
(Aécio Neves)

Risoleta Neves e Aécio Neves, na sacada do Solar dos Neves, em São João del Rei.
No dia em que as pessoas de todas as cidades mineiras saíram de casa para exercitarem seus direitos de cidadão, Risoleta Neves, não teve a mesma sorte. Ao chegar para votar ela descobriu que seu título havia sido cancelado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Por problemas de saúde não votou e nem justificou sua ausência nas três últimas eleições, não podendo se unir aos 57,68% dos cidadãos que confiaram a seu neto, Aécio Neves, o governo de Minas Gerais.

"Deixei de votar porque estava doente, mas estou muito orgulhosa por ele estar seguindo o caminho do avô e isso me deu ânimo para vir aqui. O voto ficou no coração."
(Risoleta Neves)

Um ano depois, por complicações decorrentes da diverticulite, uma doença que causa a obstrução do intestino, a mesma que vitimou o ex-presidente Tancredo Neves, Risoleta Neves faleceu aos 86 anos. Ela está enterrada ao lado do túmulo de seu marido, no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis em São João del-Rei, MG.


"Dona Risoleta era um exemplo de bondade, de seriedade e, sobretudo, de solidariedade!"
(Aécio Neves)

Albery

ALBERY SEIXAS DA CUNHA
(58 anos)
Pintor e Artista Plástico

* Belém, PA (04/10/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/04/2003)

Albery Seixas da Cunha foi um pintor e artista plástico brasileiro. Seus quadros mais famosos são de mulheres nuas. Ele nasceu no dia 04/10/1944 na cidade de Belém, PA, onde revelou sua vocação para pintura já na infância.

Seus primeiros óleos foram feitos em 1959, no Rio de Janeiro, onde morou até 1970. Neste ano, ele se transferiu para Paris, onde é até hoje um dos poucos artistas brasileiros realmente reconhecidos. Albery figura entre os mais importantes artistas da arte contemporânea brasileira. O artista sabe como poucos mesclar na dose certa a flora e a fauna brasileira colocando-as com perfeição nas formas e cores que cria. Muitas vezes registra em suas telas imagens que parecem sair de um sonho, como se quisesse desvendar seus mistérios.

No Rio de Janeiro, Albery despontou para a fama quando ganhou o primeiro prêmio, em uma galeria de arte, pintando o tema "Carolina", para a música de Chico Buarque. De acordo com a crítica, ele criou uma figura coerente com a música, ao mesmo tempo comunicativa, popular, simples e sofisticada. Ficou expresso nesse quadro que Albery estava atento à linguagem para a comunicação de massa utilizada na época.

Albery está sempre homenageando a mulher em seus quadros. O artista trabalha o corpo feminino sempre com um tratamento renovado e atual, acrescentando toques expressivos onde sobressaem os relevos da anatomia podendo-se quase perceber sua textura. Em suas viagens pelo mundo, o artista soube perceber as diferentes raça e formas faciais independente das classes sociais e cria rostos universais, como disse Walmir Ayala:

"O rosto de uma princesa contemporânea, ou de uma artista famosa, parece ter passado pelo carbono das histórias em quadrinhos, deixando assomar o lado heroico e mitológico subjacentes no lado da beleza feminina."

"Pintar é antes de tudo para mim um ato vital. Foi desde minha infància, a principal maneira de me expressar. Meu ideal de criança, era tornar-me no futuro um verdadeiro pintor e viver de minha arte. Sempre tive tendência inata para o surrealismo, e um gosto pelo mórbido que foi se diluindo com o tempo. Acho extremamente importante a qualidade técnica de minha obra e a temática sempre criada, baseando-me na natureza, no animal e na mulher. Dedico esta exposição a todos os mestres com os quais tive contato, em especial Salvador Dali."
(Albery - Texto do folder "25 Anos de Arte". Exposição individual do artista em novembro de 1992, na Bolsa do Rio)



Em 1962, Albery ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1965, participou dos Salões de Desenho na ENBA, de Gravura da Feira do Atlântico e o de Pintura da ENBA.

Em 1966, participou dos Salões Sesquicentenário da ENBA, de Gravura da Feira Industrial e da Gravura da ENBA. Fez sua primeira exposição coletiva na GEAD.

Em 1967, participou dos Salões da Jovem Pintura SBPC e de Desenhos e Gravuras da PUC. Realizou sua primeira individual na Galeria L'Atelier. Conquistou o primeiro prêmio do Concurso Nacional criado por Ruth Lauss e pela Galeria Domus. Participou do XVII Salão de Arte Moderna e do Salão da PUC e foi convidado pelo governo do Pará para realizar uma mostra em seu estado natal.

Em 1968 expôs na Galeria Meia Pataca, no Rio de Janeiro.

Em 1969, expôs nas Galerias Vice Rey em São Paulo e na Petite Galerie no Rio de Janeiro.

Em 1971, Realizou sua primeira exposição em Paris na Galeria André Weil.

Em 1972, expôs na Galeria Copacabana Palace. Apresentou uma individual na Galeria Pre-Design, de Bruxelas.

Em 1973, expôs na Galeria Albertus Magnus, de Paris, seguido de Happening com os mais destacados nomes da pintura francesa. Mostra na Galeria Chelsea em São Paulo.

Em 1974 expôs na Galeria Boris Orekhoff em Paris.

Em 1975, expôs na Galeria Debret e na Galeria Les Roseaux, ambas em Paris.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1976, realizou uma individual na Galeria Jacques Carrie em Paris.

Em 1977, expôs na Galeria Les Roseaux em Paris.

Em 1978 voltou ao Brasil para individual na Galeria B-75 Concorde, no Rio de Janeiro e na Galeria Acaiaca de Curitiba.

Em 1979, apresentou individuais nas Galerias Oscar Seraphico em Brasilia, Casa Grande em Goiània e Realidade Galeria de Arte no Rio de Janeiro. Participou da Coletiva Itinerante Brasileira no Hotel Le Meridien e outra coletiva no Othon Palace Hotel no Rio de Janeiro.

Em 1980, expôs na Don Camilo Galeria de Arte em Salvador e recebeu a Medalha Mérito Legionário conferida pela PRONAVE-LBA.

Em 1981, expôs na Galeria Realidade e numa Coletiva no Hotel Meridien no Rio de Janeiro.

Em 1982, expôs no Espaço Planetário do Rio e na Galeria Espaço Delfin no Rio de Janeiro.

Em 1983, expôs na Galeria Casa Branka em Curitiba e na Galeria Carimã em Foz do Iguaçu.

Participou em 1984, da Coletiva na Casa do Estudante Universitário, expôs na Galeria Engenho e Arte da Cidade, na Galeria Promorio e na Galeria Antonio Goulart no Rio de Janeiro. Recebeu ainda no mesmo ano homenagem de Dom Grenough e Jean Pierre Dutilleu no Clube Chez Moi, Beverly Hills, Los Angeles, Estados Unidos.

Em 1985, recebeu homenagem dos Salões de Arte CERJ e FCEB, participou do 1º Congresso Brasileiro de Serigrafia no Rio e Janeiro, expôs no seleto "Clube 1" e ainda pintou painéis para a Academia da Cidade no Rio de Janeiro.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1986, expôs na Galeria People, Coletiva na Cia. das Índias no Rio de Janeiro e realizou performance pictural na Academia GYM Center no Rio de Janeiro.

Em 1987, expôs na Galeria José de Alencar em Fortaleza.

Em 1988, expôs nas Galerias Art e Design em Maceió e Borghese no Rio de Janeiro. Participou da Expo Coletiva no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro.

Em 1989, exposição em Jarí, PA.

Em 1990 exposição na Ciudad de Leste, Paraguai.

Em 1991, fez uma nova viagem a Paris para execução de novos trabalhos.

Em 1992, de volta ao Brasil, participou do Projeto Jangada das Sete - Coco Beach Performance. Exposição Galeria de Arte da Biblioteca Pública Câmara Cascudo em Natal. Performance Trajano Shopping no Rio de Janeiro. Exposição Individual no Espaço Bolsa do Rio.

Em 1993, exposição individual em Natal, RN.

Em 1994, exposição individual em Campos, RJ.

Em 1995, exposição individual na Century's Gallery, no Rio de Janeiro.

Em 1997 foi para Miami e expôs individualmente na Foundation For The Contemporary Arts Gallery. Participou de coletiva na Lopez Negro Gallery, Dania, Flórida. Individual na Hidden Bay, Aventura, Flórida.

Em 1998, individual na Santayana Gallery, Key Biscayne, Florida, e no Gable's Club, Coral Gables, Flórida.

Em 1999, individual no BarRoom, em Miami Beach, Flórida. No mesmo ano, individuais no Pine Bank Bricckell, no Gran Bay Hotel , Coconut Grove, Flórida, e no Santa Maria, Brickell.

Em 2001 individual na Galeria Jordi no Rio de Janeiro e a Exposição "Retratos", mobilizando a alta sociedade carioca no Shopping Fashion Mall.

"O mundo deveria ser:

Todos para arte!

Todos pela arte!
Tudo sobre arte!"

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Morte

Albery morreu numa manhã chuvosa no dia 07/04/2003, no outono, na estação que tem as cores estilizadas marrom-vermelho-dourado, os mesmos tons que o artista utilizava para pintar seus cavalos também estilizados.

Exposições Individuais

  • 1967 - Rio de Janeiro - Primeira individual, na Galeria L'Atelier
  • 1970 - Paris, França - Individual, na Galeria Andre Weil
  • 1974 - Paris, França - Individual, na Galeria Boris Orekhoff
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Debret
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1976 - Paris, França - Individual, na Galeria Jacques Carrie
  • 1977 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Individual, na Hidden Bay
  • 1978 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria B-75 Concorde
  • 1978 - Curitiba - Individual, na Galeria Acaiaca
  • 1979 - Brasília - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
  • 1979 - Goiânia - Individual, na Casa Grande
  • 1979 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1980 - Salvador - Individual, na Don Camilo Galeria de Arte
  • 1981 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1983 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Pau Brasil
  • 1984 - Rio de Janeiro - Individual, no Estúdio Antônio Goulart
  • 1985 - Rio de Janeiro - Individual, na Forma Livre Academia da Cidade
  • 1987 - Fortaleza - Individual, na Galeria José de Alencar
  • 1988 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria de Arte Borguese no Shopping da Gávea
  • 1998 - Key Biscayne, Flórida, Estados Unidos - Individual, na Santayana Gallery
  • 1998 - Coral Gables, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gable´s Club
  • 1999 - Miami Beach, Flórida, Estados Unidos - Individual, no BarRoom
  • 1999 - Coconut Grove, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gran Bay Hotel
  • 1999 - Brickell, Estados Unidos - Individual, no Brickel
  • 2001 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Jordi 

Exposições Coletivas

  • 1964 - Rio de Janeiro - 2ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Desenho da Enba
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira do Atlântico
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Pintura da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão do Sesquicentenário da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira Industrial
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Enba
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão Jovem Pintura SBPC
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão de Desenhos e Gravuras da PUC/RJ
  • 1973 - Paris, França - Coletiva, na Galeria Albertus Magnus
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Coletiva, na Lopez Negro Gallery
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva Itinerante Brasileira, no Hotel Le Meridien
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Othon Palace Hotel
  • 1981 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Hotel Meredien
  • 1984 - Foz do Iguaçu - Coletiva, na Casa do Estudante Universitário
  • 1987 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace

Exposições Póstumas

  • 2003 - Rio de Janeiro - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

Indicação: Cidia Martins

Capitão Aza

WILSON VASCONCELOS VIANNA
(75 anos)
Ator, Policial e Apresentador de Programas Infantis

* Rio de Janeiro, RJ (27/02/1928)
+ Bonito, MS (03/05/2003)

Capitão Aza, nome artístico de Wilson Vasconcelos Vianna, foi um apresentador de programas infantis da televisão brasileira.

Com estas palavras, começava o programa "Clube do Capitão Aza", sucesso infantil da antiga TV Tupi Rio que esteve no ar durante 14 anos:

"… Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil! Aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante em chefe das Forças Armadas Infantis deste Brasil."


História

O Capitão Aza foi criado em setembro de 1966, durante a Ditadura Militar, servindo como homenagem a um falecido herói da Força Aérea Brasileira (FAB) que lutou na Segunda Guerra Mundial, o capitão aviador Adalberto Azambuja, que era conhecido como "Aza" entre os aviadores.

O Capitão Aza, com seu uniforme aeronáutico e o capacete de piloto com o "A" com duas asas, era interpretado pelo ator e policial civil Wilson Vianna e foi criado para tentar superar o programa concorrente da TV Globo, "Capitão Furacão", tendo conseguido tal objetivo após alguns meses, liderando a audiência junto aos mais jovens.

O Capitão Aza buscava trazer à tona bons conselhos como estudar, respeitar os mais velhos, compartilhar da amizade, carinho e amor das pessoas. Sempre que possível e principalmente nos finais de semana, levava as crianças a passeios turísticos promovidos pela TV Tupi junto com os patrocinadores Riotur e Casas Sendas.

Ídolo de toda uma geração, passou a fazer parte do imaginário das crianças de então, que não parecem esquecê-lo até hoje.

O programa dava a oportunidade às crianças de se tornarem artistas através da "Mini Chance", espécie de programa de calouros, onde eles eram julgados por um júri. Os melhores ganhavam cadernetas de poupança e outros prêmios.

Durante os 13 anos que esteve a frente do programa Wilson Vianna visitou aproximadamente 100 escolas por ano, mantendo assim estreito contato pessoal com os fãs do programa. Em suas visitas sempre se fazia acompanhar de um policial-militar, um marinheiro, um bombeiro e um ex-oficial da Força Expedicionária Brasileira (FEB), levando a sua mensagem de civismo às crianças.

Nas datas festivas, como o 7 de setembro, desfilava com sua possante moto na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, além de exaltar os feitos dos ex-combatentes (pracinhas) na campanha da Segunda Grande Guerra Mundial.


O Programa

"Clube do Capitão Aza" era apresentado de segunda à sexta, inicialmente apenas para o Rio de Janeiro e a partir de 1974 para todo o Brasil via satélite Embratel. Teve diversas fases e durações. Chegou a 4:00 hs de duração e por fim, em 1979, 1:15 hs.

No princípio era apresentado de dentro de um pequeno avião. Já nos anos 70 ganhou um novo cenário, mais futurista, lembrando uma nave espacial.

Em 1974 ganhou mais um cenário. Com o advento da TV em cores o Capitão Aza teve de se adaptar à nova tecnologia e pintou seu capacete, até então branco, na cor abóbora, para ficar talvez mais visível no espaço de seu cenário. Os efeitos eram elaborados pelo técnico visual J. Reis.

Entre suas principais atrações, estavam os seriados "Jeannie é Um Gênio" e "A Feiticeira", os desenhos dos Heróis Marvel: Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Namor e Homem Aranha. Também houve espaço no horário para as séries de "Supermarionation", animações de marionetes, tais como, "Thunderbirds", "Capitão Escarlate", "Joe 90" e "Stingray".

Outros desenhos apresentados em seu programa foram "Turma da Pantera Cor de Rosa", "Grump, O Feiticeiro Trapalhão", "Anjo do Espaço", "Super Robin Hood", "Mr. Magoo", "Esper: O Garoto a Jato", "Vingadores do Espaço", "Robô Gigante", "Jerry Lewis" (desenho), "King Kong" (desenho), "Brasinhas do Espaço" entre tantas outras animações.

Em 1975, o "Clube do Capitão Aza" apresentou a série "Batman", com Adam West, pela primeira vez a cores. Também em 1975, foi resgatado o desenho "Speed Racer", que tinha sido exibido pela TV Globo carioca em 1972 e 1973, e como aquela ainda não era transmitida em rede nacional, não teve tanta repercussão. Quando exibido pela TV Tupi dentro do programa, o desenho alcançou o sucesso nacional.


Histórias Em Quadrinhos

Em 1973, o personagem Capitão Aza teve histórias em quadrinhos publicadas na revista "O Cruzeiro Infantil" da Editora O Cruzeiro.

Após o fim da editora em 1975, alguns títulos como "Pimentinha" e "Gasparzinho" passaram a ser publicados pela Editora Vecchi, outros como "Luluzinha" e "Heróis da TV", com personagens da Hanna Barbera, foram para a Editora Abril.

Mas o Capitão Aza, ao contrário dos outros personagens, não ganhou uma nova revista em quadrinhos. O personagem contudo, continuou associado aos quadrinhos quando, ainda em 1975, a TV Tupi fez uma parceira com a Bloch Editores, editora que publicava personagens da Marvel na época. O programa da TV Tupi que exibia a série "The Marvel Super Heroes", veiculou chamadas para as revistas da Bloch Editores e de seu "Clube do Bloquinho" que estavam sendo lançadas com os personagens que haviam sido publicados pela Editora Ebal, além de novos personagens nunca antes publicados aqui no Brasil. Todas as edições vinham com a coluna "Notícias do Capitão Aza" que divulgava as atividades do programa bem como as visitas, atividades e suas novas atrações. Essa parceira durou até 1978.


A Despedida

Em 1979, depois de 10 meses sem pagamento, assim como os demais funcionários da TV Tupi, Wilson Vianna apresentou o último "Clube do Capitão Aza", dizendo como despedida que teria de partir para uma missão no espaço.

Depois disso, houve uma tentativa de se rodar um filme sobre o personagem mas, por falta de patrocínio, o projeto foi cancelado.

Em 1981, estava praticamente certo o seu retorno pela TVS. Com contrato praticamente acertado com Moysés Weltman, diretor da TV na época, Wilson Vianna sofreu o seu segundo infarto.

Aconselhado pelos médicos e seus familiares a não voltar mais à televisão, pois poderia expor-se a mais um infarto, o que poderia ser fatal, o Capitão Aza se retirou definitivamente da mídia, preferindo se dedicar ao seu Hotel/Pousada em Penedo, região serrana do Rio de Janeiro, onde recebia velhos amigos como Flávio Cavalcanti, Roberto Carlos, Aérton Perlingeiro entre outros.

Ainda voltaria para algumas pontas cinematográficas em dois filmes: "Atrapalhando a Suate" (1983) com Dedé, Mussum e Zacarias e "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz" (1985) com Os Trapalhões e Xuxa. Também participou de alguns capítulos da minisérie "Marquesa de Santos" (1983) na Rede Manchete.

Em 1985 teve na Rádio Bandeirantes AM do Rio de Janeiro, um programa de entrevistas ás segundas-feiras sempre ás 22:00 hs recebendo grandes nomes do cinema, televisão e teatro. Entre os que estiveram no programa "Mesa de Celebridades" destacam-se Jô Soares, Tibério Gaspar, Orlandivo e Alcione. Depois disso, preferiu viajar pelo mundo. Era também membro da Academia de Cinema de Hollywood.

Wilson Viana era delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, e além de interpretar o Capitão Aza atuou em 63 filmes.


Morte

Wilson Vianna morreu na madrugada de sábado, 03/05/2003 vítima de um infarto fulminante. Ele estava com a mulher, o filho e a nora passando uma temporada em Boito, no Mato Grosso do Sul. O corpo de Wilson Vianna foi levado para o Rio de Janeiro. O velório aconteceu na Capela C do Cemitério do Caju e o enterro às 12:00 hs de domingo, 04/05/2003.

Indicação: Miguel Sampaio

Alberto Pittigliani

ALBERTO PITTIIGLIIANI
(85 anos)
Empresário, Comerciante, Industrial e Financista

* Imbituba, SC (16/04/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/08/2003)

Alberto Pittigliani, em 1954, adquiriu a gravadora Sinter, que transformou em uma das maiores do país, a Companhia Brasileira de Discos, vendendo-a quatro anos depois para a Philips, que o conservou na presidência até 1966. Sob sua direção, a gravadora obteve sucesso com o surgimento da Bossa Nova e foram lançados artistas como Elis Regina e Jorge Ben, hoje Jorge Benjor.

Alberto Pittigliani sempre incentivou a gravação de autores da Música Popular Brasileira, inclusive os da Velha Guarda, como Lamartine Babo, Pixinguinha, Ary Barroso, Ataulfo Alves, entre outros.

Além de gravar também com intérpretes brasileiros que viriam a se tornar grandes nomes do cenário internacional, teve participação direta na gravação e divulgação da música erudita nacional, produzindo discos de música clássica, de autores como Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Cláudio Santoro, entre outros.

Alberto Pittigliani, Teresinha Morango e os filhos Alberto Jr e Andréa.
Pioneiro na modernização da indústria fonográfica nacional, foi o primeiro a lançar o disco Long-Play (LP) e a montar, em São Paulo, uma fábrica de fitas minicassete. Foi o fundador e o primeiro presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD).

Deixando o mundo do disco, foi um empresário de grande sucesso, tendo sido dono da fábrica de bebida Seagrams, que lançou no Brasil o Campari, e fundador da Tibrás, fábrica de titânio localizada na Bahia.

Alberto Pittigliani foi casado com Augusta Belleti, com quem teve uma filha, Suely Stambowsky, e com Teresinha Morango, Miss Brasil 1957, mãe de Andrea Pittigliani e Alberto Pittigliani Júnior.

Indicação: Miguel Sampaio

Amaury Alvarez

AMAURY ALVAREZ
(52 anos)
Ator, Diretor de Teatro e Professor

* São Paulo, SP (07/11/1951)
+ São Paulo, SP (28/11/2003)

Amaury Alvarez dirigiu onze peças e atuou em mais de 20. Atuou em teatro, em cinema e em televisão.

No teatro, entre as peças em que atuou, a mais importante e mais premiada, foi "Lembrar é Resistir". No cinema os seus principais trabalhos foram "Ainda Agarro Esse Machão" (1975), "Eles Não Usam Black-Tie" (1981) e "16060" (1995).

Na televisão o ator começou na TV Cultura em 1981, participando da novela "Floradas na Serra". Ainda na TV Cultura, fez em 1981 "Vento do Mar Aberto" e "Partidas Dobradas". Em 1982, fez na TV Bandeirantes "Renúncia", e voltando à TV Cultura, fez no mesmo ano a novela "Maria Stuart", "Seu Quequé" e "Paiol Velho". Passou para o SBT e em 1983 atuou em "A Justiça de Deus", e em 1984 em "Meus Filhos, Minha Vida".

Amaury Alvarez foi um dos maiores incentivadores da arte, e do teatro na cidade de Taboão da Serra, município de São Paulo. Trabalhou em Taboão de 1997 a 2001, como funcionário da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Ajudou a organizar a União Teatral de Taboão (UTT), onde dirigiu três peças: "Este Ovo é Um Galo", "A Morte do Imortal", e "A Torre e, Concurso". Ele coordenou o "Projeto 4 Martins Pena".

Desta forma o teatro no município de Taboão da Serra deixou de ser amador e se profissionalizou. A Casa de Cultura de Taboão passou a se chamar Casa de Cultura Amaury Alvarez

Amaury Alvarez faleceu com apenas 52 anos de idade.

Amauri Alvarez e Ana Rosa na peça "A Mosqueta"
Os principais trabalhos de Amary Alvarez na televisão e no cinema foram:

  • 1995 - 16060 (Cinema)
  • 1984 - Meus Filhos, Minha Vida (SBT)
  • 1983 - A Justiça de Deus ... Drº Raul Correia Couto (SBT)
  • 1982 - Paiol Velho (TV Cultura)
  • 1982 - Seu Quequé ... Orlando (TV Cultura)
  • 1982 - Maria Stuart (TV Cultura)
  • 1982 - Renúncia ... Homero (Bandeirantes)
  • 1981 - Partidas Dobradas ... Carlos (TV Cultura)
  • 1981 - Vento do Mar Aberto ... Drº Valério (TV Cultura)
  • 1981 - Eles Não Usam Black-Tie (Cinema)
  • 1981 - Floradas na Serra ... Flávio Mascarenhas (TV Cultura)
  • 1975 - Ainda Agarro Esse Machão (Cinema) 


Fonte: Museu da TV

Zé Bodega

JOSÉ DE ARAÚJO OLIVEIRA
(80 anos)
Saxofonista

☼ Recife, PE (1923)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/09/2003)

Era irmão do maestro Severino Araújo. Começou a tocar aos quinze anos de idade influenciado pelo pai. Cresceu na cidade de Ingá, na Paraíba. É considerado um dos dez maiores saxofonistas brasileiros de todos os tampos.

Nas incontáveis gravações de que participou acompanhando cantores, ninguém se arriscava a solar depois de Zé Bodega,  apelido que vem da infância, quando fingia ser o dono de uma lojinha, "a bodega", onde vendia areia como se fosse sal.

Com menos de dez anos de idade, imitando o pai, formou uma banda, que dirigia com um pedaço de pau pelas ruas de João Pessoa, PB.

O mais tímido dos irmãos de Severino Araújo entrou para a Orquestra Tabajara em 1942, era ótimo clarinetista, atacava as notas com meiguice e fraseava as notas graciosamente soprando quase sem vibrato, com uma personalidade identificável à primeira vista. Teria lugar na galeria dos grandes saxofonistas do jazz. Idolatrava Al Cohn, descendente em linha direta do som cool nascido com Lester Young.

Em 1945, passou a atuar na Orquestra Tabajara do irmão Severino Araújo. Em 1949, gravou tocando sax sax-tenor e Radamés Gnatalli tocando piano o choro "Bate Papo" e a valsa "Caminho Da Saudade", ambas de Radamés Gnatalli.

Nos anos 1950, viajou com a Orquestra Tabajara pela Europa. Atuou na Rede Globo e tocou com artistas como Roberto Carlos Elizeth Cardoso. Gravou como solista pela Continental o LP "Um Sax No Samba" acompanhado pela Orquestra Tabajara, com destaque para "Água De Beber", "Amor De Janela", "Quero Morrer No Carnaval" e "Palhaçada".  Gravou na Continental com o Trio de Trombones os choros "Humildemente" e "Cadilac Enguiçado" (Manoel Araújo, Astor Silva e José Leocádio) em 1952.

Em 1961, gravou pela Continental o LP "Um Sax No Samba - Zé Bodega E A Orquestra De Severino Araújo" no qual interpretou as músicas "Quero Morrer No Carnaval" (Luis Antônio e Eurico Campos), "Não sabemos" (Rubens Caruso), "Nem Toda Água Do Mar" (Moacir Braga), "Palhaçada", "Fiz O Bobão" e "Nossos Momentos" (Haroldo Barbosa e Luis Reis), "Água De Beber" e "Brigas Nunca Mais" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), "Onde Estava Eu" (Armando Cavalcanti e Victor Freire), "Sambando" (Geraldo Medeiros), e "Fracasso" (Nazareno de Brito e Fernando Cesar).

Em 1975, no disco "Depoimentos", lançado pela Orquestra Tabajara, fez solos que são destacados pelo pesquisador Arnaldo DeSouteiro como alguns dos melhores momentos de sua carreia em músicas como o choro-canção "Mirando-te", no partido-alto "Dente Por Dente", de Martinho da Vila e em "Se Não For Por Amor", de Benito di Paula.

Em 1978 participou do disco "Mata Virgem" lançado pelo roqueiro baiano Raul Seixas. Tocou saxofone nas músicas "Judas" (Raul Seixas e Paulo Coelho), "Pagando Brabo" (Raul Seixas e Tânia Mena Barreto), "Magia Do Amor" (Raul Seixas e Paulo Coelho), e "Todo Mundo Explica" (Raul Seixas).

Zé Bodega Participou de importantes discos solos de inúmeros artistas como o "Refavela", de Gilberto Gil, "Saudade De Um Clarinete", de K-Ximbinho, "Nesse Inverno", de Tony Bizarro, além de discos de Martinho da Vila, Tim Maia e Eumir Deodato.

Ainda em 1978, tocou saxofone tenor e clarinete em diversas faixas do LP "Antologia Do Samba-Choro", lançado por Gilberto Gil e Germano Mathias, pela gravadora Philips. Em 1979, participou do LP "A Peleja Do Diabo Contra O Dono Do Céu" lançado por Zé Ramalho, pela CBS, tocando sax tenor nas faixas "A Peleja Do Diabo Contra O Dono Do Céu" e  "Frevo Mulher", ambas de Zé Ramalho.

Em 1982, participou do disco "Amar Pra Viver Ou Morrer De Amor", de Erasmo Carlos. Em 1992, participou do disco "Chorinho In Concert", de Zé Menezes.

Depois do show no Anhembi, Zé Bodega decidiu dar um tempo. Tinha pressão alta e ficara muito emocionado após ser ovacionado pelo público, na maioria, jovens. Achou que ia morrer e voltou para o Rio de Janeiro. Continuou tocando só na orquestra da TV Globo até sua dissolução. Em seguida vendeu o tenor e ficou tocando flauta na sua casa de praia em Itaipuassu, em Maricá.

A perda da mulher foi um golpe muito duro. Não resistiu. Zé Bodega, o maior saxofonista brasileiro, faleceu em 23/09/2003.

Indicação: Miguel Sampaio

Walter Hugo Khouri

WALTER HUGO KHOURI
(73 anos)
Diretor de Cinema

* São Paulo, SP (21/10/1929)
+ São Paulo, SP (27/06/2003)

Walter Hugo Khouri foi um diretor de cinema brasileiro, filho de pai libanês e mãe italiana. Realizou 25 longas-metragens. Os filmes mostram personagens que buscam sentido para a existência angustiante. Khouri conquistou vários prêmios nacionais e internacionais.

Sua obra, influenciada por cineastas como Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, pelo jazz, por escritores como D. H. Lawrence e Albert Camus, e por filósofos como Espinoza, é bastante pessoal e homogênea, passada ao largo das formulações de fundo social do Cinema Novo, dentro de uma estética e de uma preocupação existencialistas mais assimiladas às cinematografias europeias do primeiro mundo, o que lhe valeu não poucas críticas ao longo da carreira.

Mesmo após a sua morte, o conjunto de seus 25 filmes divide opiniões. Uma parcela da crítica e do meio acadêmico o considera um verdadeiro mestre, detentor de uma marca autoral desenvolvida com domínio e talento. Às latentes observações de ausência de uma identidade cultural brasileira e afeita aos seus correspondentes movimentos artísticos, responde se tratar do reflexo do próprio cosmopolitismo característico de São Paulo, cidade onde Khouri nasceu e desenvolveu toda a sua carreira. Outra parte (notadamente influenciada pelo sistema de pensamento antropofágico de Paulo Emílio Salles Gomes), por sua vez, ainda endossa os ataques perpetrados pelos membros do Cinema Novo, o vendo como um cineasta alienado política e esteticamente, um mero copiador e estetizador do trabalho de grandes diretores europeus e japoneses, cujas linhas-mestras soam deslocadas e inadequadas em um país marcado por contradições e com um processo histórico-cultural próprio, como é o Brasil (dentro desse raciocínio, Khouri é alçado como o mais fidedigno sucessor do projeto de cinema da antiga Vera Cruz, paradigma de estrangeirismo contra o qual também o Cinema Novo e o Teatro de Arena passam a combater na erupção de seus movimentos).

Já em termos mais técnicos, ao mesmo tempo em que sobram elogios à fotografia, à composição de quadro e à direção de arte de suas películas, igualmente não faltam críticas à direção de atores, à escrita dos diálogos, soados "artificiais" segundo alguns, e à condução arrastada de seus enredos.

O principal filme "Noite Vazia", realizado em 1964, que aborda quatro personagens, dois homens e duas prostitutas em conflito com suas vidas, tendo como pano de fundo a ascendente metrópole paulistana dos anos 60, o consagrou e até hoje é considerado o melhor longa, apresentando uma edição de fotografia magnífica e grandes atrizes.

Walter Hugo Khoury e o crítico LG

Prêmios

  • Prêmio de Melhor Roteiro do Festival Internacional de Mar del Plata, pelo filme "Na Garganta do Diabo", em 1960.
  • Ganhou o Prêmio Saci dez vezes, nas categorias de argumentista, roteirista, diretor, produtor e montador, pelos filmes "O Estranho Encontro", "Na Garganta do Diabo", "O Gigante de Pedra", "A Ilha", "Noite Vazia", "Corpo Ardente".
  • Prêmio Instituto Nacional de Cinema e Coruja de Ouro, como melhor diretor nos anos 1966, 1967 e 1972, pelos filmes "Corpo Ardente", "As Amorosas" e "As Deusas".
  • Por doze vezes ganhou o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, como argumentista, roteirista, diretor e produtor, pelos filmes "O Estranho Encontro", "Noite Vazia", "O Corpo Ardente", "A Ilha", "Fronteiras do Inferno", "Paixão e Sombras", "O Último Êxtase", "O Palácio dos Anjos" e "As Amorosas".

  • Prêmio Vittorio de Sica, no Festival de Sorrento, na Itália, em 1988, pelo conjunto da obra.

  • Menção Especial no Festival de Santa Margherita Ligure, pelo filme "Na Garganta do Diabo", em 1960.

  • Prêmio dos Jurados no Festival Internacional de Sitges, na Espanha, pelo filme "O Anjo da Noite", em 1974.

  • Por três vezes ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelos filmes "O Anjo da Noite" (1973), "O Último Êxtase" (1974) e "Eros, o Deus do Amor" (1981).

  • Prêmio Fábio Prado de Literatura para roteiros pelo filme "A Ilha".

  • Menção Honrosa na Semana Internacional de Cine en Color de Barcelona, pelo filme "As Deusas".

  • Por nove vezes ganhou o Prêmio Cidade de São Paulo, da municipalidade paulista, em diversas categorias e filmes, de 1958 a 1968.

  • Prêmio Governador do Estado de Melhor Argumento para o filme "Amor Voraz".

  • Prêmio Samburá no Fest-Rio Fortaleza, em 1989, pelo conjunto da obra.

  • Prêmio Oscarito da Fundação Cultural Banco do Brasil.

  • Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro do Ministério da Cultura pelo roteiro de "Paixão Perdida" 1994.

  • Prêmio Riofilme por "Paixão Perdida" 1995.

  • Premiação no Programa de Integração Cinema-TV/Co-Produção com a TV Cultura - "Paixão Perdida" 1996.


Filmografia


  • 2001 - As Feras (Filmado em 1998)
  • 1999 - Paixão Perdida
  • 1991 - Per Sempre
  • 1987 - Mônica e a Sereia do Rio
  • 1986 - Eu
  • 1984 - Amor Voraz
  • 1982 - Amor Estranho Amor
  • 1981 - Eros, o Deus do Amor
  • 1980 - Convite ao Prazer
  • 1979 - O Prisioneiro do Sexo
  • 1978 - As Filhas do Fogo
  • 1977 - Paixão e Sombras
  • 1975 - O Desejo
  • 1974 - O Anjo da Noite
  • 1973 - O Último Êxtase
  • 1972 - As Deusas
  • 1970 - O Palácio dos Anjos
  • 1968 - As Amorosas
  • 1967 - Corpo Ardente
  • 1966 - As Cariocas
  • 1964 - Noite Vazia
  • 1962 - A Ilha
  • 1959 - Na Garganta do Diabo
  • 1959 - Fronteiras do Inferno
  • 1958 - Estranho Encontro
  • 1953 - O Gigante de Pedra

Fonte: Wikipédia

Paulo Flores

PAULO FLORES
(59 anos)
Dublador

* Rio de Janeiro, RJ (21/12/1944)
Rio de Janeiro, RJ (12/05/2003)

Paulo Flores foi um dublador e começou a carreira no rádio, trabalhou muitos anos na Rádio MEC FM no Rio de Janeiro. Na dublagem entrou no início dos anos de 1970 na Herbert Richers S.A.

Entre seus personagens estão principalmente desenhos, como Taz em "Taz Mania" e no filme "Space Jam - O Jogo do Século", Brutus na dublagem dos anos 90 para o Cartoon Network, de Popeye, Simiano em "Thundercats", Tornado em "Silverhawks", a segunda voz do Rei Koopa em "Super Mario Bros", Rei Mufasa nos longas-metragens "O Rei Leão" e "O Rei Leão 2 - O Reino de Simba", Abelardo em "Esquadrão do Tempo", a primeira e mais marcante voz do Drº Jullius Hibbert, a primeira voz do Duffman, o saxofonista ídolo da Lisa, Murphy Gengivas Sangrentas e personagens secundários em "Os Simpsons", Prefeito Mitchell Tilton em "O Máskara", entre outros.

Em filmes fez os atores Michael Clark Duncan em "A Espera de Um Milagre", "Armageddon", "Demolidor - O Homem Sem Medo", a versão para aviões de "Meu Vizinho Mafioso", "O Escorpião Rei" e "Planeta dos Macacos", Samuel L. Jackson em "Máquina Quase Mortífera" e "Tempo de Matar", Ving Rhames em "Armadilha", "Con Air - A Rota da Fuga", "Missão: Impossível" (TV), "Missão: Impossível 2" (TV), "Pare - Senão Mamãe Atira", Terry Savalas em "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" e "Um Rally Muito Louco", Bill Cobbs em "Fantasmas do Passado", "Garantia de Vida" e "Lembranças de Outra Vida", entre outros.

Além disso fez outros filmes conhecidos como o Sargento Moses Hightower interpretado por Bubba Smith em "Loucademia de Polícia 3 - De Volta Ao Treinamento", "Loucademia de Polícia 4 - O Cidadão Se Defende" e "Loucademia de Polícia 6 - Cidade Sitiada", Sargento Stanley Parks interpretado por Blu Mankuma em "Robocop", Sargento Reed interpretado por Robert DoQui em "Robocop 2", Prefeito Mitchell Tilton interpretado por Ivory Ocean em "O Máskara", Sargento Al Powell interpretado por Reginald VelJohnson em "Duro de Matar" e "Duro de Matar 2", General Madine interpretado por Dermot Crowley nas primeiras dublagens de "Star Wars - Episódio V - O Império Contra-Ataca" e "Star Wars - Episódio VI - O Retorno de Jedi", Leon Jackson interpretado por Avery Brooks em "15 Minutos", Arlo Pear interpretado por Richard Pryor em "Mudança do Barulho", Steve Yeager interpretado por James Avery em "A Família Sol-Lá-Si-Dó", Charlie interpretado por Charles McGregor em "Banzé no Oeste", Big George interpretado por Stan Shaw em "Tomates Verdes Fritos", Barney interpretado por Frankie Faison em "O Silencio dos Inocentes", entre outros.

Em seriados foi a voz do Lord Zedd em "Power Rangers", "Power Ranger Zeo", "Power Ranger: O Filme" e "Turbo: Power Ranger 2", feito originalmente por vários dubladores, Salmoneus interpretado por Robert Trebor em "Hércules", Capitão Benjamin Lafayette Sisko interpretado por Avery Brooks em "Jornada Nas Estrelas - Nova Missão", entre outros.

Em novelas foi o Senhor Ayala, pai do Mario Ayala em "Carrossel", ator não com o nome não creditado na novela, Carlos interpretado por Luis Couturier em "Manancial", entre outros. 
  
Paulo Flores faleceu precocemente em 12/05/2003 aos 59 anos de idade, deixando um legado de mais de 30 anos de dublagem com uma versatilidade incrível, e com um vozeirão sem igual. Com toda a certeza seus trabalhos irão ser lembrados por muitas décadas e por todos aqueles que tiveram suas vidas marcadas pelos seus trabalhos.

Trabalhos

  • Taz em "Looney Tunes" (1980 / 1990 / 2000), "Taz-Mania" e "Space Jam - O Jogo do Século"
  • Brutus em "Popeye" (Fleischer Studios / Famous Studios - Anos de 1990)
  • Simiano em "Thundercats"
  • Tornado em "Silverhawks"
  • Aríete em "He-Man"
  • Rei Koopa (segunda voz) em "Super Mario Bros"
  • Rei Mufasa em "O Rei Leão" e "O Rei Leão 2 - O Reino de Simba"
  • Abelardo em "Esquadrão do Tempo"
  • Rei Goobot em "Jimmy Neutron - O Menino Gênio"
  • Vegiemon, Shogungekomon e Piedmon em "Digimon"
  • Dr. Jullius Hibbert (primeira voz) Duffman (primeira voz) e Murphy Gengivas Sangrentas em "Os Simpsons"
  • Bubbles em "Lilo e Stitch"
  • Caixa Alta em "Spiff e Hércules"
  • Geb em "Múmias Vivas"
  • Rastapopoulos em "As Aventuras de Tintin"
  • Rei Daku em "Shinzo"
  • Kokomon em "Digimon - O Filme"
  • Blob / Frederick J. Dukes e Pai da Jubilei em "X-Men" (Desenho - Anos 90)
  • Perceptor em "Transformers"
  • Prefeito Mitchell Tilton em "O Máskara" (Desenho)
  • Sr. Ayala em "Carrossel"
  • Michael Clark Duncan em "A Espera de Um Milagre", "Armageddon", "Demolidor - O Homem Sem Medo", "Meu Vizinho Mafioso", "O Escorpião Rei" e "Planeta dos Macacos"
  • B.P. Richfield em "Família Dinossauro"
  • Samuel L. Jackson em "Máquina Quase Mortífera" e "Tempo de Matar"
  • Ving Rhames em "Armadilha", "Con Air - A Rota da Fuga", "Missão: Impossível" (TV), "Missão: Impossível 2" (TV), "Pare - Senão Mamãe Atira"
  • Terry Savalas em "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade" e "Um Rally Muito Louco"
  • Bill Cobbs em "Fantasmas do Passado", "Garantia de Vida" e "Lembranças de Outra Vida"
  • Lord Zedd em "Power Rangers" e "Power Ranger Zeo"
  • Lord Zedd em "Power Ranger: O Filme"
  • Lord Zedd em "Turbo: Power Ranger 2"
  • Capitão Benjamin Lafayette Sisko (Avery Brooks) em "Jornada nas Estrelas - Nova Missão"
  • Kubilai (Shozo Izuka) em "Sheider"
  • Aboo Seer (David Sterne) em "Sinbad Contra o Olho do Tigre"
  • Barney (Frankie Faison) em "O Silencio dos Inocentes"
  • Salmoneus (Robert Trebor) em "Hércules"
  • Senhor Wilson (segunda voz) em "Dennis, O Pimentinha" (Desenho)
  • Ed Mustapha "Big" (Albert Popwell) em "Sem Medo da Morte"
  • Locket (Bernie Casey) em "Conspiração Policia"
  • Agente Cooper (Beau Billingslea) em "Meu Querido Presidente"
  • Darryl, o Motorista da Limousine em "Uma Linda Mulher"
  • Charlie (Charles McGregor) em "Banzé no Oeste"
  • Big George (Stan Shaw) em "Tomates Verdes Fritos"
  • Hagar em "Super Robin Hood do Espaço"
  • Leon Jackson (Avery Brooks) em "15 Minutos"
  • Phillipe Moyez (Delroy Lindo) em "O Advogado do Diabo"
  • Arlo Pear (Richard Pryor) em "Mudança do Barulho"
  • Steve Yeager (James Avery) em "A Família Sol-Lá-Si-Dó"
  • Cyrus (Chi McBride) em "Os Espíritos"
  • General Madine (Dermot Crowley) em "Star Wars - Episódio V - O Império Contra-Ataca" (Primeira Dublagem) e "Star Wars - Episódio VI - O Retorno de Jedi" (Primeira Dublagem)
  • Chefe Nass (Brian Blessed) em "Star Wars - Episódio I - A Ameaça Fantasma"
  • Emmett Smith (Gerry Black) em "Cine Majestic"
  • Noble (Melvin Van Peebles) em "Velocidade Terminal"
  • Sargento Al Powell (Reginald VelJohnson) em "Duro de Matar" e "Duro de Matar 2"
  • Investigador (Trevor Bain) em "Filha da Luz"
  • Mack o Fazendeiro (Wayne Dehart) em "Um Mundo Perfeito"
  • Capitão Ben (Zaid Farid) em "Showtime - A Hora do Show"
  • Sam (Michael Clarke Duncan) em "Como Cães e Gato"
  • Prefeito Mitchell Tilton (Ivory Ocean) em "O Máskara"
  • Fifi Macaffee (Roger Ward) em "Mad Max"
  • Carlos (Luis Couturier) em "Manancial"
  • Sgt. Moses Hightower (Bubba Smith) em "Loucademia de Polícia 3 - De Volta Ao Treinamento", "Loucademia de Polícia 4 - O Cidadão Se Defende" e "Loucademia de Polícia 6 - Cidade Sitiada"
  • Sgt. Stanley Parks (Blu Mankuma) em "Robocop"
  • Sgt. Reed (Robert DoQui) em "Robocop 2"

Fernanda Terremoto

MARIA APARECIDA FERNANDES
(42 anos)
Dançarina e Cantora

* (1961)
+ (2003)

Fernanda Terremoto fez parte do elenco das chacretes lançadas no programa do Chacrinha, quando ele estreou na TV Bandeirantes em 1978. Seu nome verdadeiro era Maria Aparecida Fernandes e nasceu em 1961.

Antes de ser chacrete Fernanda estudava, era modelo fotográfico e manequim. Estudou teatro com Jaime Barcelos e dança com Elza Prado.

Lisete e Fernanda Terremoto
Sempre viajava para fazer shows pelo exterior e, posou para várias revistas.

Se engana quem pensa que a Rita Cadillac foi a única chacrete que seguiu carreira de cantora. Em 1984, outra grande estrela do programa do Velho Guerreiro também resolveu se enfiar no mundo da música. Era ela a voluptuosa Fernanda Terremoto. Em setembro de 1984 Fernanda Terremoto deu uma nova direção a sua carreira artística e no dia 15 do mesmo mês participou de seu último programa como chacrete pois na semana seguinte seria lançada como cantora.

Na época, Fernanda Terremoto era uma das mais famosas bailarinas de programa, e gravou o compacto "Eu Quero Te Amar" uma composição de Tim Maia feita especialmente para ela, e a canção "Tarde". Os arranjos foram assinados pelo maestro Waldir Miranda, o Mirandinha e a produção foi de Robson Sé. Logo em seguida, saiu o álbum "Frico-Fricote". Apesar de aparecer em alguns programas de auditório de grande audiência Fernanda Terremoto infelizmente não conseguiu nem de longe repetir o mesmo sucesso que Rita Cadillac e ficou só pra história.

Fernanda Terremoto e Maurício Mattar
Fernanda Terremoto lançou seu disco no programa do Chacrinha, se apresentou no Bolinha, no "Viva a Noite" de Gugu Liberato, no Moacyr Franco e no programa do Sérgio Mallandro.

No auge do sucesso, atuou no filme "Made in Brazil" (1985), e no ano seguinte foi eleita a Rainha do Baile da Televisão do Clube Monte Líbano no Rio de Janeiro, ao lado do Rei Maurício Mattar.

Em 1985 Fernanda Terremoto chegou a ser considerada Melhor Cantora Revelação do ano pela crítica profissional. Em 1987 desapareceu do meio artístico.

Fernanda Terremoto faleceu no ano de 2003 vítima de AIDS. Nem de longe ela lembrava a gloriosa chacrete.


Sabotage

MAURO MATEUS DOS SANTOS
(29 anos)
Cantor, Compositor e Ator

☼ São Paulo, SP (13/04/1973)
┼ São Paulo, SP (24/01/2003)

Mais conhecido pelo seu nome artístico Sabotage, foi um rapper, compositor e ator brasileiro. Mauro Mateus dos Santos era pai de 3 filhos e nasceu na Zona Sul de São Paulo.

Mauro encontrou a saída no rap, depois de ter sido gerente de tráfico. Entrou na música pois este era seu único e verdadeiro talento. Considerado uma lenda na Zona Sul, Mauro inspirou vários rappers como Rhossi, Pavilhão 9, além de ter ensinando o titã Paulo Miklos como ser um digno malandro no filme "O Invasor" de Beto Brent, com quem escreveu até uma música.

Sabotage fez um disco solo, o "Rap é Compromisso!", e participou de vários CDs como de RZO, SP Funk e outros. Também participou de dois filmes, o já citado "O Invasor" e o premiado "Carandiru", além de ter recebido vários prêmios como Personalidade e Revelação no Hútus, o grande festival de premiação de rap no Brasil.

Sabotage era o próprio compositor e cantor de suas músicas. Em toda sua carreira, compôs dezenas e algumas delas se tornou uma espécie de hino nos guetos do país, fazendo com que vários outros artistas usassem-nas como samples, colagens e scratches de seus trabalhos. Expressões como "Respeito é Pra Quem Tem" e "Rap é Compromisso, Não é Viagem", constantes de suas letras, viraram jargões adotados por todo Brasil.

Vida Social

Durante a adolescência, Mauro foi interno da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM) e traficante na Zona Sul de São Paulo. Com a convivência junto ao crime na favela do Canão, ele acabou sendo indiciado em 1995 duas vezes, uma por porte ilegal de arma, outra por tráfico de drogas.

No final de 1998, mudou-se para o complexo Vila da Paz, onde segundo a polícia montou um ponto de tráfico de drogas com o colega Durval Xavier dos Santos, o Binho. O problema era que já existia nas proximidades do local outro ponto de tráfico, desencadeando uma guerra entre as facções, acirrada após os dois assassinarem Euclides Menzes Pessoa, chefe da facção rival, em 1999.

Após a morte de Euclides Menzes Pessoa, Sirlei Menezes da Silva assumiu o grupo e indicou Nivaldo Pereira da Silva, conhecido como Caçapa, como segundo na hierarquia da quadrilha. No ano seguinte, Mauro se mudou para a favela do Boqueirão com o intuito de fugir da guerra. Binho continuou, tendo sido preso em 2002, mas em 14/10/2002 ano foi morto no Cadeião de Pinheiros 3 em um acerto de contas. E como suposta vingança a isto, Mauro teria executado Denivaldo Alves da Silva, conhecido como Vadão, que era segurança de Sirlei Menezes da Silva, em 09/01/2003. Em outra represália, 15 dias após, Sirlei Menezes da Silva, acompanhado de Bocão e o irmão de Vadão, assassinaram Mauro. Um mês depois, Bocão foi morto.

Carreira Musical

Quando era pequeno se via naquela música "O Meu Guri", de Chico Buarque e se imaginava cantando.

Em 1985, ele escreveu uma música e ensaiou, mas só pra ele mesmo. E usava o solo de uma música do Léo Jaime, pra cantar a sua rima em cima. Ouvia Malcolm McLaren, Afrika Bambaataa e Barry White. Dentre todos esses artistas ele se identificou muito com Barry White, porque, como ele, Mauro também perdeu seu irmão para o crime. Desde pequeno tinha mania de andar com um caderninho pra escrever música. As pessoas diziam:

"Meu, você é louco! Vai puxar uma carroça, pegar um papelão, jornal, levar um dinheiro pra casa!"

E depois de ter sido reconhecido com rapper, elas se desculpavam: "Meu, eu não devia ter te falado aquilo!"

Sabotage sempre fez rimas, mas ele nunca se revelava musicalmente pra ninguém. Aí em 1988, 1989, começou a se inscrever em concursos de rap. Num deles, no salão Zimbabwe, conheceu Mano Brown e o Ice Blue, ambos do Racionais MC's, que ficaram principalmente impressionados com performance dele.

Nesses concursos você não podia ser muito contundente nas letras, mas na sua apresentação, Sabotage cantava uma música totalmente fora dos padrões do concurso, chamada "Na City". E a galera não acreditava que aquele moleque tinha feito a música.

E foi com o grupo Rapaziada Zona Oeste (RZO), que, aliás, é conhecido por revelar talentos para o público fora do rap, Negra Li, por exemplo, que Sabotage viu seu trabalho repercutir no rap nacional, especialmente após a gravação de várias músicas e vídeo clipes, bem como a apresentação destes em shows.

Na sequência, Sabotage gravou seu primeiro e único disco solo, intitulado "Rap é Compromisso", gravado pelo selo Cosa Nostra, o mesmo que lançou o disco "Sobrevivendo no Inferno", dos Racionais MC's.

O lançamento do seu primeiro álbum e as participações em shows, sobretudo nos do RZO, renderam ao rapper o convite para atuar em filmes do cinema nacional e, com isso, ter seu trabalho apreciado e reconhecido por um público ainda maior. Ao todo, foram dois os filmes em que Sabotage fez atuações: "O Invasor" (2002), de Beto Brant, e "Carandiru" (2003), de Hector Babenco.

No filme "O Invasor"Sabotage fez parte da equipe do filme desempenhando três funções distintas. Participou da trilha sonora com cinco músicas, sendo três inéditas, serviu de consultor de "cultura da periferia" para moldar o personagem Anísio, interpretado pelo titã Paulo Miklos, e ainda por cima atuou no filme, interpretando ele mesmo, em uma cômica cena em que o personagem Anísio o apresenta para seus clientes "pedindo" um dinheiro para ele gravar seu CD.

Já no filme "Carandiru", ele encarnou o personagem Fuinha e gravou uma das músicas da trilha sonora. Fez várias participações como na música "Dorobo" do BNegão, "Nem Tudo Está Perdido" do Posse Mente Zulu; com Rappin' Hood; "Black Steel In The Hour Of Chaos" com a banda Sepultura; com Helião, Sandrão, Negra Li, Negro Útil, KL Jay em "Piri-Pac"; com Jacksom, Trilha Sonora do Gueto e Z'África Brasil em "Giria Criminal"; e com Charlie Brown Jr. em "A Banca", "Marginal Alado" e "Cantando Pro Santo".

Carreira no Cinema

O músico fez sua estréia cinematográfica em "O Invasor", do diretor Beto Brant. "Ele viu um vídeo em que eu cantava com o grupo RZO. E ele pensou: esse cara é louco!". Mas a insanidade pareceu lógica para o diretor de "Ação Entre Amigos" e "Os Matadores", que convocou Sabotage para uma entrevista.

Durante a conversa, Beto Brant apresentou o músico a Paulo Miklos, cantor do Titãs que encarnou Anísio, o protagonista de "O Invasor". "Eu não conseguia parar de rir da cara dele!", diz Sabotage.

Apesar da descontração, o rapper fez questão de palpitar no roteiro da produção, apontando erros em relação à vida na periferia. Acabou consultor técnico e "treinador" de Paulo Miklos na área de fala e gírias. O roteiro da fita foi escrito por Beto Brant e Renato Ciasca em parceria com o autor do livro "O Invasor", Marçal Aquino.

Para SabotageMarçal Aquino reflete com perfeição o dia-a-dia da periferia. "Ele não esconde nada, eu acho isso muito bom. Eu li aquele livro dele, o Faroestes e é veridicção. Aquela placa com os tiros na capa...", contou, lembrando que o escritor é também uma inspiração. "Eu quero chegar à idade dele do jeito que ele é. Eu chamo ele de garotão. Ele é ligado, comenta as coisas que viu. Por isso faz os livros daquele jeito."

O cantor, agora convertido a ator, passou a integrar o meio do cinema. Durante as filmagens de "O Invasor"Beto Brant teve a prova da influência que o rapper tem na periferia.

"O Beto me falou: 'Sabota, aqui no mesmo lugar onde nós fizemos este filme, já me levaram todo o equipamento antes'. Porque é assim: a periferia sabe quem está explorando ela."

Hector Babenco, diretor de "Carandiru", baseado no livro de Dráuzio Varella, "Estação Carandiru", veio a conhecer Sabotage durante as filmagens de "O Invasor", o diretor comentou com Beto Brant sobre um preso, condenado a 29 anos de cadeia, o Velho Monarca. Com a descrição, descobriram que ele era tio de Sabotage. "A mesma idade que eu tenho aqui (29 anos), ele vai passar lá (na cadeia)", lembrou o rapper.

Contato estabelecido, ficou determinado que o artista interpretaria o personagem Fuinha, além de cuidar de músicas para a trilha sonora do filme e do making of. E a parceria com Hector Babenco foi além, gerando, inclusive, uma música.

"Imagina ele falando pra mim 'águas turvas', com aquele espanhol! Pra pôr isso numa rima foi foda, mas ficou muito classe!"

Em "Carandiru", Sabotage também voltou a atuar como consultor técnico. Foi ele quem conseguiu os figurantes para as cenas que exigiam um número grande de pessoas.

Morte

Era manhã do dia 24/01/2003, na altura do número 1800 da Avenida Abrão de Morais, no bairro Saúde, perto de sua casa, Zona Sul de São Paulo, quando Sabotage, levou sua mulher, Maria Dalva da Rocha Viana, ao ponto de ônibus. Na despedida, Sabotage disse à esposa que iria para o Fórum Social Mundial de 2003, em Porto Alegre.

Após entrar no carro, segundo testemunhas, foi abordado por um traficante que disparou quatro vezes. Sabotage foi atingido com dois tiros na coluna vertebral, enquanto outros dois atingiram sua mandíbula e sua cabeça. O rapper foi encontrado ao lado de seu carro, às 5h50. Além das balas disparadas, foi encontrado, ao seu lado, uma máscara preta.

Sabotage chegou a ser reanimado por meia hora no Hospital São Paulo, mas devido ao estado considerado gravíssimo, não resistiu. Especulações sobre o assassinato apontam várias causas. Entre elas, o envolvimento do rapper com o mundo do crime como uma possível razão para o ocorrido. Seus amigos e familiares, no entanto, não concordam com essa hipótese, visto que Sabotage desistiu da bandidagem 10 anos antes de sua morte.

"Sabota", como também era chamado, nunca escondeu de ninguém seu envolvimento com os atos ilícitos no passado de sua vida. Em depoimentos à revista da MTV de agosto de 2002, o rapper alegou:

"Moro na favela desde os 29 anos e, dos 8 aos 19, andei no crime que nem louco. Saí por causa de Deus por que polícia não intimidava, tapa na orelha só deixa a criança mais nervosa."

Assim como o DJ Jam Master Jay, do grupo americano Run DMC, Sabotage estava em uma fase tranquila de sua vida e não possuía inimigos quando de repente foi morto num crime aparentemente sem mais nem menos. Se faz necessária também a comparação com a morte de Chico Science, visto que ambos faleceram numa fase brilhante de suas carreiras, fase esta acontecida logo depois de serem descobertos pela mídia e pelo público embora ainda pequeno, deixando poucos discos lançados e partindo numa época de grande expectativa com relação a seus trabalhos e projetos futuros.

Julgamento

O julgamento do assassino de Sabotage estava previsto para iniciar em 28/04/2010, aproximadamente 7 anos e 3 meses após o acontecimento. No entanto, ele acabou sendo adiado para 12/07/2010 pela ausência de uma testemunha imprescindível pela acusação, segundo a juíza Fabíola Oliveira Silva. O processo foi reiniciado na data prevista, então contando com todos os integrantes necessários.

O julgamento durou dois dias, com Sirlei Menezes da Silva defendendo as acusações negando a morte de Sabotage, alegando torturas e colocando a culpa no Primeiro Comando da Capital (PCC).

A defesa questionou as provas e a conduta da polícia, obtendo como réplica a acusação de que Sirlei Menezes da Silva fez uma festa para comemorar o assassinato do "inimigo".

Aproximadamente às 17h30 de 13/07/2010, o júri se reuniu para decidir se condenava ou absolvia o réu. Às 18h00 o resultado se tornou público: Sirlei Menezes da Silva foi condenado a 14 anos de prisão.

Discografia

  • 2000 - Rap é Compromisso!

Coletâneas

  • 2002 - Uma Luz que Nunca Irá Se Apagar
  • 2008 - Rap é o Hino Que Me Mantem Vivo

Filmes

  • 2002 - O Invasor ... Sabotage
  • 2003 -  Carandiru ... Fuinha

Prêmios

  • 2002 - Prêmio Hutúz Revelação
  • 2002 - Prêmio Hutúz Personalidade do Ano
  • 2009 - Prêmio Hutúz Maiores Revelações da Década
  • 2009 - Prêmio Hutúz Maiores Artistas Solo da Década

Fonte: Wikipédia