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André Rebouças

ANDRÉ PINTO REBOUÇAS
(60 anos)
Engenheiro, Inventor e Abolicionista

* Cachoeira, BA (13/01/1838)
+ Funchal, Ilha da Madeira (09/05/1898)

André Pinto Rebouças nasceu em plena Sabinada, a insurreição baiana contra o governo regencial. Seu pai era Antônio Pereira Rebouças, um mulato autodidata que obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto Rebouças, era filha do comerciante André Pinto da Silveira.

André tinha sete irmãos, sendo mais ligado a Antônio, que se tornou seu grande companheiro na maioria dos seus projetos profissionais. Em fevereiro de 1846, a família mudou-se para o Rio de Janeiro. André e Antônio foram alfabetizados por seu pai e freqüentaram alguns colégios até ingressarem na Escola Militar.

Em 1857 foram promovidos ao cargo de segundo tenente do Corpo de Engenheiros e complementaram seus estudos na Escola de Aplicação da Praia Vermelha. André bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas em 1859 e obteve o grau de engenheiro militar no ano seguinte.

Os dois irmãos foram pela primeira vez à Europa, em viagem de estudos, entre fevereiro de 1861 e novembro de 1862. Na volta, partiram como comissionados do Estado brasileiro para trabalhar na vistoria e no aperfeiçoamento de portos e fortificações litorâneas.


Na Guerra do Paraguai, André serviu como engenheiro militar, nela permanecendo entre maio de 1865 e julho de 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro, por motivos de saúde. Passou então a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, na tentativa de estruturação de companhias privadas com a captação de recursos junto a particulares e a bancos, visando a modernização do país.

As obras que André realizou como engenheiro estavam ligadas ao abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro, às Docas Dom Pedro II e à construção das Docas da Alfândega, onde permaneceu de 1866 até a sua demissão, em 1871.

Paralelamente, André dava aulas, procurava apoio financeiro para Carlos Gomes retornar à Itália, debatia com ministros e políticos por diversas leis. Foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral de sua revista. Atuou como membro do Clube de Engenharia e muitas vezes foi designado para receber estrangeiros, por falar inglês e francês.

Participou da Associação Brasileira de Aclimação e defendeu a adaptação de produtos agrícolas não produzidos no Brasil, e o melhor preparo e acondicionamento dos produzidos aqui, para concorrerem no mercado internacional. Foi responsável ainda pela seção de máquinas e aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.


Na década de 1880, André Rebouças se engajou na campanha abolicionista e ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros. Participou também da Confederação Abolicionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay.

Entre setembro de 1882 e fevereiro de 1883, André Rebouças permaneceu na Europa, retornando ao Brasil para dar continuidade à campanha. Mas o movimento militar de 15 de novembro de 1889 levou André a embarcar, juntamente com a família imperial, com destino à Europa.

Por dois anos, ele permaneceu exilado em Lisboa, como correspondente do The Times de Londres. Transferiu-se, então, para Cannes, na França, até a morte de Dom Pedro II.

Em 1892, com problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, Angola, onde permaneceu por 15 meses. Fixando-se em Funchal, na Ilha da Madeira, a partir de meados de 1893, seu abatimento intensificou-se.

Cometeu suicídio no dia 9 de maio de 1898, e seu corpo foi resgatado na base de um penhasco, próximo ao hotel em que vivia.

Quintino de Lacerda

QUINTINO DE LACERDA
(59 anos)
Escravo e Político

* Itabaiana, SE (08/06/1839)
+ Santos, SP (10/08/1898)

Quintino de Lacerda foi um ex-escravo que tornou-se herói abolicionista. Nasceu escravo em 1839 na cidade serrana de Itabaiana, em Sergipe. Vendido para São Paulo, lá foi escravo de Antônio de Lacerda Franco.

Ganhou sua liberdade com a conquista da amizade de seu senhor, de quem herdou até o sobrenome, e adquiriu terras formando o maior quilombo conhecido no Brasil, situado em localidade onde hoje abriga o bairro Jabaquara, na cidade de Santos, SP.

Sua popularidade na cidade propiciou-lhe o cargo de vereador da Câmara de Santos em 1895, chegando a exercer a presidência da casa. Foi reconhecido na luta pela liberdade dos negros em sua comunidade.


Quintino de Lacerda morreu em 10/08/1898 vítima de um ataque cardíaco, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado por um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.

Recebeu várias homenagens e foi mandado erguer na cidade de Santos, monumentos ao coronel Quintino de Lacerda, patente outorgada pelo então presidente marechal Deodoro da Fonseca ao menino escravo dos engenhos de Sergipe, em Itabaiana.

Seu nome também foi lembrado em sua terra, onde denominaram uma artéria publica com seu nome no centro da cidade, Rua Quintino de Lacerda, e reconheceram-no pelo seu legislativo municipal, como Herói Negro de Itabaiana, considerando o 8 de Junho como o Dia Municipal de Luta da Consciência Negra em sua homenagem gravado em 20/09/2001.

  • Herói negro de Itabaiana
  • Líder do maior quilombo fora de Palmares
  • Primeiro vereador negro do Brasil
  • Recebeu a patente de Coronel postumamente do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca

Couto de Magalhães

JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES
(60 anos)
Político, Militar, Escritor e Folclorista

* Diamantina, MG (01/11/1837)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/09/1898)

Iniciou os estudos no Seminário de Mariana. Estudou Matemática na Academia Militar do Rio de Janeiro e freqüentou o curso de Artilharia de Campanha em Londres. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1859, doutorando-se em Direito em 1860.

Couto de Magalhães conhecia bem o interior do Brasil e foi o iniciador da navegação a vapor no Planalto Central. Foi conselheiro do Estado e deputado por Goiás e Mato Grosso. Foi presidente das províncias de Goiás, de 8 de janeiro de 1863 a 5 de abril de 1864, Pará, de 29 de julho de 1864 a 8 de maio de 1866, Mato Grosso, de 2 de fevereiro de 1867 a 13 de abril de 1868, e São Paulo, de 10 de junho a 16 de novembro de 1889, presidência que ocupava quando foi proclamada a República.

Preso e enviado ao Rio de Janeiro, foi liberado em reconhecimento da sua enorme cultura e ações em pról do desbravamento dos sertões brasileiros.

Homem inteligente, falava francês, inglês, alemão, italiano, tupi e numerosos dialetos indígenas.

Foi quem iniciou os estudos folclóricos no Brasil, publicando O Selvagem (1876) e Ensaios de Antropologia (1894), entre outros.

Fundou em 1885 o primeiro observatório astronômico do estado de São Paulo, na sua chácara em Ponte Grande, às margens do Rio Tietê.

É o patrono nas seguintes Academias de Letras:
  • Cadeira 31 na Academia Tocantinense de Letras 
  • Cadeira 19 da Academia Mato-Grossense de Letras 
  • Cadeira 11 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

Fonte: Wikipédia