Ederaldo Gentil

EDERALDO GENTIL PEREIRA
(67 anos)
Cantor e Compositor

☼ Salvador, BA (07/09/1944)
┼  Salvador, BA (30/03/2012)

Ederaldo Gentil Pereira, mais conhecido como Ederaldo Gentil, foi um cantor e compositor, nascido em Salvador, BA, no dia 07/09/1944.

Cantor e compositor da geração mais talentosa do samba baiano, Ederaldo Gentil ao lado de nomes como Edil PachecoBatatinha se notabilizou como um dos maiores sambistas da Bahia. 

Ederaldo Gentil nasceu no Largo Dois de Julho, centro histórico de Salvador. Filho de Seu Carlos e Dona Zezé, aos 11 anos já participava da bateria da Escola de Samba Filhos do Tororó, começando a compor para a escola ainda muito jovem, entrando para a ala da escola.

Foi jogador de futebol (meia-esquerda) do Guarany, chegando a treinar no Vitória.

Em 1960, após a morte do pai, a família passou a residir no bairro do Tororó. Ederaldo Gentil vai trabalhar com Albino Castro, no Palácio das Jóias, onde aprendeu a profissão de ourives e, depois, relojoeiro.


Em 1964, Com 20 anos, gerente da Casa Alfaia, vai trabalhar na Avenida Sete. Compôs "Rio de Lágrimas" e a música venceu o Festival de Música da Prefeitura de Salvador em 1967. No mesmo ano, compôs para a Escola de Samba Filhos do Tororó seu primeiro samba-enredo, "Dois de Fevereiro".

Em 1965, "Um Rio de Lágrimas" cantada por Raquel Mendes, fica em 6º lugar no Concurso de Músicas Carnavalescas. A canção foi gravada no disco "Carnaval da Bahia Para o Brasil”, lançado pela Sutursa no ano seguinte, em 1966.

Em 1968, ganhou outra vez o Festival de Música da Prefeitura de Salvador, dessa vez com o samba "Silêncio". Este festival reinaugurou o Teatro Castro Alves, o principal da cidade, tendo sido o júri presidido por Dorival Caymmi e Jorge Amado, para o qual foram convidadas personalidades do Rio de Janeiro, como Sérgio Porto, Oscar Castro-Neves, Quarteto em Cy e o crítico Ricardo Cravo Albin. No mesmo ano, classificou um samba-enredo de sua autoria, "História dos Carnavais", em concurso promovido pela prefeitura de Salvador. Ainda em 1968, Tião Motorista foi responsável pela gravação de sua primeira música, "Esquece a Tristeza".

Em 1969, Jair Rodrigues gravou pela Philips dois sambas seus em parceria com Edil Pacheco, "Alô, Madrugada" e "Berequetê".


Em 1970, com "O Samba Chama", venceu o 1º Festival de Samba de Salvador. Integrou o conjunto Função, com o qual fez diversos shows pela cidade de Salvador. Nessa época, Maria Bethânia e Eliana Pittman gravaram composições suas.

Em 1972 compôs com Anísio Félix o samba-enredo "In-Lê-In-Lá", em homenagem aos cinquenta anos de Mãe Menininha do Gantois, para a Escola de Samba Filhos do Tororó.

No ano de 1973, mudou-se para São Paulo e assinou contrato com a gravadora paulista Chanteclair, lançando seu primeiro disco, um compacto simples contendo duas composições suas, "Triste Samba" e "O Ouro e a Madeira". Ainda neste ano, com a música "O Ouro e Madeira" (Ederaldo Gentil), venceu o 1º Concurso de Sambas, realizado no Pelourinho.

 Em 1975, o conjunto Nosso Samba regravou pela Odeon "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), tornando a música um grande sucesso e projetando o nome do compositor nacionalmente. Ainda nesse ano, retornou a Salvador e participou no Teatro Vila Velha do show "Improviso". Obteve também o primeiro lugar, no mesmo ano, no concurso de sambas-enredos de Salvador. Gravou seu primeiro LP pela Chanteclair, "Samba, Canto Livre de um Povo", interpretando "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), "Pam Pam Pam" (Ederaldo Gentil e Batatinha), "Rose" (Ederaldo Gentil e Nelson Rufino), "Fevereiro Eu Volto" (Ederaldo Gentil e Eustáquio de Olivieira), "Samba, Canto Livre de um Povo" (Ederaldo Gentil e Edil Pacheco), entre outras. Continuando 1975, Alcione, no disco "A Voz do Samba", pela gravadora Philips, interpretou uma composição sua em parceria com Batatinha, "Espera".


Em 1976, lançou seu segundo disco, "Ederaldo Gentil - Pequenino",  também pela Chanteclair, no qual interpretou diversas composições de sua autoria, como "O `Rei" (Ederaldo Gentil e Paulo Diniz), "In-lê-in-lá" (Ederaldo Gentil e Anísio Félix), "Vento Forte" (Ederaldo Gentil Eustáquio Oliveira) e "A Bahia Vem" (Ederaldo Gentil e Batatinha). Alcione gravou "Agolonã" (Ederaldo Gentil e Batatinha).

Em 1977, no LP "Pra Que Chorar", Alcione interpretou "Feira do Rolo" (Ederaldo Gentil),  e em 1978, "A Volta ao Mundo". Por esta época, com Batatinha, montou o show "O Samba Nasceu na Bahia".

No ano de 1983, pela gravadora Nosso Som Gravações e Produções, lançou o disco "Identidade", no qual foram incluídas as faixas "Luandê" (Ederaldo Gentil e Capinam), "Provinciano" (Ederaldo Gentil e Roque Ferreira), "Ternos da Lapinha" (Ederaldo Gentil e Gereba) e "Choro - Dor" (Ederaldo Gentil).

Em 1998, a EMI lançou o disco "Diplomacia", de Batatinha. Nesse CD, juntamente com Batatinha, Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco e Riachão, participou da faixa "De Revólver Não". Constou ainda, neste mesmo disco, uma de suas parcerias com Batatinha, "Ironia", interpretada por Jussara Silveira.


Em 1999, foi lançado o CD "Pérolas Finas", em sua homenagem. Produzido por seu parceiro e amigo Edil Pacheco, o disco contou com diversas participações especiais, como as de Gilberto Gil e Felipe de Angola em "Luandê" (Ederaldo Gentil), composta após uma viagem do compositor a Angola, Luiz Melodia interpretando "Espera" (Ederaldo Gentil e Batatinha), Beth Carvalho em "Eu e a Viola" (Ederaldo Gentil), Elza Soares em "A Saudade Me Mata" (Ederaldo Gentil), Jair Rodrigues, recriando um sucesso de 1975 do grupo Nosso Samba, em "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), Lazzo interpretou "Rose" (Ederaldo Gentil e Nelson Rufino), Carlinhos Brown e Cézar Mendes em "Barraco" (Ederaldo Gentil), Paulo César Pinheiro prestou homenagem ao amigo interpretando "De Menor" (Ederaldo Gentil), a dupla Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes cantou "In-lê-in-lá" (Ederaldo Gentil Anísio Félix), composta em homenagem à Mãe Menininha do GantoisJussara Pinheiro interpretou "Impressão Digital" (Ederaldo Gentil), Vânia Bárbara apareceu em "Oceano de Paz" (Ederaldo Gentil). O disco trouxe ainda Edil Pacheco, parceiro e amigo, cantando "Maria da Graça" (Ederaldo Gentil), e a participação do cantor João Nogueira. Na linha de frente dos músicos, constam Maurício Carrillo (violão), Pedro Amorim (bandolim), Cristóvão Bastos (piano), Jorge Simas (violão), Marco 7 Cordas (violão) e Luciana Rabello (cavaquinho).

Em 2004 sua composição "Passarela da Vida" (Ederaldo Gentil e Dalmo Castello) foi incluída no CD "Passeador de Palavras", de Dalmo Castello.

No ano de 2017, seu sobrinho, o músico Luisão Pereira, reuniu seus três discos lançados e mais um de inéditas (com novos artistas gravando a sua obra) em uma caixa de CDs com lançamento de parte de sua obra. Entre seus principais intérpretes constavam Agepê, Alcione, Miltinho, Eliana Pittman, Leny Andrade, Maria Bethânia, Originais do Samba, Beth Carvalho, Elza Soares, Jair Rodrigues e Roberto Ribeiro

Morte

Ederaldo Gentil faleceu na sexta-feira, 30/03/2012, aos 67 anos, em Salvador, BA, vítima de infecção generalizada após complicações intestinais. 

O sepultamento ocorreu no sábado, 31/03/2012, às 16h00, no Cemitério do Campo Santo, em Salvador, BA.

Discografia

  • 1999 - Diplomacia (EMI, CD)
  • 1999 - Pérolas Finas (Copene - Companhia Petroquímica do Nordeste, CD)
  • 1983 - Identidade (Nosso Som Gravações e Produções, LP)
  • 1976 - Ederaldo Gentil - Pequenino (Chanteclair, LP)
  • 1975 - Samba, Canto Livre de um Povo (Chanteclair, LP)
  • 1973 - Triste Samba / O Ouro e a Madeira (Chanteclair, Compacto Simples)

#FamososQuePartiram #EderaldoGentil

Irene Brietzke

IRENE BEATRIZ DE MATTOS BRIETZKE
(76 anos)
Atriz e Diretora

☼ Porto Alegre, RS (07/12/1944)
┼  Porto Alegre, RS (14/09/2021)

Irene Beatriz de Mattos Brietzke, de nome profissional Irene Brietzke, foi uma atriz e diretora de teatro, nascida em Porto Alegre, RS, no dia 07/12/1944.

Irene Brietzke criou e dirigiu o grupo Teatro Vivo, com o qual montou vários espetáculos a partir de textos de Bertolt Brecht, mas também de autores brasileiros contemporâneos.

Estreou como atriz em 1966, na peça infantil "Quatro Pessoas Passam Enquanto as Lentilhas Cozinham", de Stuart Walker, com direção de Ivo Bender.

Em 1967, começou a cursar teatro no Centro de Arte Dramática (CAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No curso, participou de montagens com textos de Lorca ("Dona Rosita, a Solteira", 1967), Bertolt Brecht e Weill ("A Ópera dos Três Vinténs", 1969) e Ésquilo ("Agamemnon", 1971). Como trabalho de diplomação, dirigiu "A Cantora Careca", de Eugène Ionesco.

Em 1971, graduou-se em letras e direção teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Dois anos depois, concluiu sua pós-graduação em teatro na Universidade de Denver, nos Estados Unidos.

De volta a Porto Alegre, em 1976 tornou-se professora de direção teatral e interpretação no Departamento de Arte Dramática (DAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Em 1978, Irene Brietzke optou por dedicar-se ao trabalho de direção teatral, montando, com alguns de seus alunos no Departamento de Arte Dramática (DAD), a peça "O Casamento do Pequeno Burguês", de Bertolt Brecht, com a qual conquistou seu primeiro Troféu Açorianos.

Em 1979, com o mesmo núcleo de atores, especialmente Denize Barella e Mirna Spritzer, fundou o grupo Teatro Vivo, que estreou com roteiro da própria Irene Brietzke, "Frankie, Frankie, Frankenstein", inspirado no romance de Mary Shelley, e que cumpriu temporada em vários estados brasileiros, através do Projeto Mambembão da Funarte.

O grupo Teatro Vivo manteve intensa atividade em toda a década de 1980 e no início dos anos 1990, tendo encenado 16 espetáculos em 15 anos, com destaque para textos de Bertolt Brecht e pesquisas de aplicação dos princípios do teatro brechtiano em textos brasileiros contemporâneos. Segundo o crítico Cláudio Heemann, Irene Brietzke atinge o ponto alto de sua carreira como diretora com os espetáculos "Peer Gynt", de Ibsen (1987), e "Mahagonny", de Bertolt Brecht (1988).


Em maio de 1990, Irene Brietzke participou como convidada especial do Colóquio sobre teatro brasileiro e alemão, promovido pelo Instituto Goethe em Berlim. No mesmo ano, voltou a trabalhar como atriz, em dois espetáculos dirigidos por Miriam Amaral, ambas as atuações premiadas: Recebeu o Prêmio Quero-Quero por "Onde Estão os Meus Óculos?", de Karl Valentin (1990) e os Prêmios Sated e Açorianos por "Ana Stein Compra Uma Calça e Vai Jantar Comigo", de Thomas Bernhard (1992).

Nos anos 1990, voltou a trabalhar como atriz, dirigiu peças infantis e foi curadora do festival de teatro Porto Alegre em Cena (1996-1997). Recebeu o Prêmio Qorpo Santo, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, por sua contribuição à história cultural da cidade. 

Em 1991, recebeu o Prêmio Na-Amat, da organização internacional As Pioneiras.

Em 1993, retornou à Alemanha para pesquisar no Arquivo Brecht de Berlim, visando a encenação do espetáculo "Um Homem é um Homem", que comemorou os 15 anos de atividades do Teatro Vivo.

Em 1998, dirigiu ainda a abertura oficial do Carnaval de Porto Alegre e recebeu o Prêmio Ieacen, do Instituto Estadual de Artes Cênicas, por seu relevante empenho no desenvolvimento do teatro no Estado do Rio Grande do Sul.

Na virada do século, dirigiu dois espetáculos baseados em textos da escritora Martha Medeiros e ainda, a convite do governo do Rio Grande do Sul, o espetáculo "Rio Grande do Sul em Música e Dança", que teve 7 apresentações na Expo 2000, em Hanôver, na Alemanha.

Desde 2003, vinha trabalhando exclusivamente como atriz, em filmes e programas de televisão, principalmente com os diretores gaúchos Sérgio Silva, Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo.

Em 2009, recebeu o Prêmio Joaquim Felizardo, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Morte

Irene Brietzke faleceu na terça-feira, 14/09/2021, aos 76 anos, em sua residência, vítima de câncer.
O velório aconteceu a partir das 13h00 de terça-feira, 14/09/2021, no Cemitério São Miguel e Almas.

Carreira

Atriz
  • 2014 - Doce de Mãe (Série) ... Carlinda
  • 2011 - Três Vezes Por Semana (Curta) ... Sílvia
  • 2011 - Homens de Bem (Telefilme) ... Miranda
  • 2011 - Até a Vista (Curta) ... Bruja
  • 2010 - Antes Que o Mundo Acabe" (Longa) ... Glória
  • 2008-2009 - Fantasias de Uma Dona de Casa (Série) ... Tia Ivone
  • 2007 - Saneamento Básico, o Filme" (Longa) ... Pedagoga
  • 2003 - O Homem Que Copiava (Longa) ... Cliente do Supermercado
  • 2003 - Miriam (Curta) ... Miriam
  • 2002 - Houve Uma Vez Dois Verões ... Mãe de Inácio (Voz)
  • 1997 - Ângelo Anda Sumido (Curta) ... Mulher do terceiro andar
  • 1997 - Anchietanos (Episódio: "A Comédia da Vida Privada") ... Professora de Inglês
  • 1990 - Heimweh / Nostalgia (Longa)

Diretora Teatral
  • 2002 - Almas Gêmeas
  • 2000 - Rio Grande do Sul Em Música e Dança
  • 2000 - Trem-Bala
  • 1998 - Noite Brecht
  • 1996 - Biba, Dudu, Molenga e Chorona
  • 1995 - O Menino Maluquinho
  • 1994 - Um Homem é Um Homem
  • 1986 - Parentes Entre Parênteses
  • 1987 - Peer Gynt
  • 1988 - Mahagonny
  • 1985 - A Aurora da Minha Vida
  • 1984 - O Casamento do Pequeno Burguês (Segunda Montagem)
  • 1983 - No Natal a Gente Vem Te Buscar
  • 1982 - O Rei da Vela
  • 1981 - Happy End
  • 1980 - Salão Grená
  • 1979 - Praça de Retalhos
  • 1979 - Frankie, Frankie, Frankenstein
  • 1978 - O Casamento do Pequeno Burguês
  • 1971 - A Cantora Careca

Fonte: Wikipédia
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