Daniella Perez Gazolla foi uma atriz e bailarina, casada com o ator
Raul Gazolla e filha da autora de telenovelas
Glória Perez.
Na TV,
Daniella Perez participou das novelas
"De Corpo e Alma",
"O Dono do Mundo" e
"O Bofe", todas na TV Globo e
"Kananga do Japão" na TV Manchete.
Daniella tinha 22 anos quando foi brutalmente assassinada pelo seu colega de trabalho, o ex-ator
Guilherme de Pádua, 23 anos à época, e sua esposa
Paula Nogueira Thomaz, 19 anos à época, que estava grávida.
O Assassinato
Em 1992 a atriz
Daniella Perez interpretava a personagem
Yasmin na novela
"De Corpo e Alma" de autoria de sua mãe
Glória Perez, par romântico do personagem
Bira, vivido pelo ator
Guilherme de Pádua.
Na tarde do dia 28 de dezembro,
Daniella e
Guilherme gravaram a cena do fim do romance de
Yasmin e
Bira, logo após a cena, o ator teve uma crise de choro e procurou inquieto por
Daniella por diversas vezes no camarim, o que foi presenciado por camareiras do estúdio. Segundo as camareiras ele entregou a
Daniella dois bilhetes mas a jovem se recusou a dizer do que se tratavam, apenas aparentou grande nervosismo.
No fim da tarde,
Guilherme de Pádua
deixou o estúdio Tycoon na Barra da Tijuca onde a novela era gravada, foi até seu apartamento na Avenida Atlântica em Copacabana e buscou sua mulher
Paula Nogueira Thomaz, grávida de 4 meses.
Munidos de um lençol e um travesseiro, o casal deixou o prédio novamente em direção ao estúdio Tycoon, onde
Daniella continuava gravando. Ao chegar ao local,
Paula Thomaz ficou esperando no estacionamento deitada no banco de trás do Santana de
Guilherme de Pádua, coberta com um lençol enquanto o ator retornou ao estúdio.
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Daniella e sua mãe Glória Perez |
Por volta de 21:00 hs,
Daniella acabou de gravar suas cenas e deixou os estúdios se dirigindo ao estacionamento na companhia de
Guilherme de Pádua. No estacionamento tiraram fotos com fãs e após as fotos, depois de uma conversa, a atriz saiu do estúdio dirigindo seu Escort, logo após
Guilherme de Pádua saiu atrás dirigindo seu Santana.
Minutos depois,
Daniella parou no Posto Alvorada localizado na Avenida Alvorada para abastecer. Na saída do posto, seu carro foi fechado pelo Santana de
Guilherme de Pádua
que a esperava no acostamento. Após a fechada, os dois descem de seus respectivos carros e
Guilherme de Pádua
desfere um soco no rosto da atriz que cai desacordada. Soco esse que foi presenciado por dois frentistas do posto.
Guilherme de Pádua
então colocou a atriz desacordada no banco de trás de seu Santana, que passou então a ser dirigido por
Paula Thomaz.
Guilherme de Pádua
tomou a direção do Escort de
Daniella e ambos sairam do posto em direção à Avenida das Américas. Da Avenida das Américas, os carros entraram na Rua Cândido Portinari, uma rua deserta da Barra da Tijuca, e pararam em um terreno baldio.
No terreno baldio,
Guilherme de Pádua
e
Paula Thomaz começam a apunhalar
Daniella dentro do carro, depois transportaram o corpo da atriz para o matagal onde continuam as estocadas, com uma tesoura. A perícia comprovou que
Daniella Perez foi morta com 18 estocadas que atingiram o pulmão, o coração e o pescoço da atriz. O advogado
Hugo da Silveira passava pelo local do crime, achou estranho dois carros parados em um local ermo, e pensando se tratar de um assalto, anotou as placas e põde ver que um casal estava no Santana, podendo ver também uma mulher de rosto redondo que concluiu se tratar de
Paula Thomaz, posteriormente reconhecida pela testemunha.
Hugo da Silveira após chegar em casa chamou a polícia.
A polícia ao chegar ao local, só encontrou o Escort de
Daniella. Enquanto um policial ia comunicar o descobrimento do veículo, outro policial se escondeu atrás de uma moita, pelo fato do local ser muito perigoso e aí foi encontrado o corpo de
Daniella.
Na delegacia,
Guilherme de Pádua e
Paula Thomaz chegaram a consolar a mãe e o marido da atriz, o ator
Raul Gazolla.
A polícia com a placa do carro anotada foi até os estúdios Tycoon e descobiu ser do carro do ator
Guilherme de Pádua, porém a placa anotada foi OM-1115 e placa do ator na planilha do estúdio era LM-1115, o que mais tarde se comprovou que a placa foi adulterada pelo ator, transformado o L em um O, fato que ajudou a derrubar a versão da defesa de crime passional, uma vez que não se adultera placa de carro em crime passional. Assim a polícia chegou ao suspeito.
Na manhã do dia 29 de dezembro, a polícia chegou ao apartamento de
Guilherme de Pádua e ele foi levado para a delegacia. Inicialmente o ator negou a autoria do crime mas no mesmo dia acabou confessando. Numa conversa com os policiais,
Paula Thomaz chegou a confessar a participação no crime, mas em depoimento negou a autoria do crime, o delegado do caso também chegou a ouvir um telefonema de
Guilherme de Pádua para
Paula Thomaz, em que ele dizia para ela que iria segurar tudo sozinho, assim a polícia também passou a suspeitar de
Paula Thomaz.
Guilherme de Pádua
e
Paula Thomaz
ficaram presos definitivamente no dia 31 de dezembro .
Guilherme de Pádua
em seus depoimentos afirmou que cometeu o crime sozinho, sob forte tensão emocional, afirmando que
Daniella o assediava, pressionando para que ele terminasse seu casamento com
Paula Thomaz
e assumisse um romance com ela. Em agosto de 1993, o ator mudou seu depoimento, afirmando que
Paula Thomaz
também estava no local do crime. No entanto,
Paula Thomaz
sempre negou estar no local, acusando
Guilherme de Pádua
de ter matado
Daniella sozinho.
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Daniella e Stênio Garcia |
Repercussão
O país acordou chocado com a brutalidade do assassinato, mais tarde a indignação seria ainda maior ao saber que o assassino era o ator
Guilherme de Pádua.
No mesmo dia, 29 de dezembro, o presidente
Fernando Collor de Mello renunciava à Presidência da República, mas o assassinato dominou as rodas de conversas de todo o país. Uma multidão se concentrou na porta da delegacia. O crime foi destaque em todos os telejornais no Brasil e até no exterior, como na CNN americana e na BBC de Londres.
Emenda Popular
A indignação popular que se seguiu a esse episódio, resultou na alteração, por iniciativa da autora
Glória Perez, da Lei dos Crimes Hediondos, que conseguiu mais de 1 milhão de assinaturas: a partir daí, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil, ou cometido com crueldade) passou a ser incluído na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que seja cumprido um tempo maior da pena para a progressão do regime fechado ao semi-aberto. Em 2006, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a proibição de progressão de regime.
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Daniella e Fábio Assunção |
Julgamento
Guilherme de Pádua Thomaz foi levado a julgamento em janeiro de 1997. Em depoimento, afirmou que
Paula Thomaz deu as tesouradas sozinha, e que
Daniella tinha ido ao local do crime por sua própria vontade, o ator disse também que levou a atriz ao local do crime para provar para sua esposa
Paula Thomaz que não tinha um caso com
Daniella.
Em 23 de janeiro, o júri condenou o ator por 5 votos a 2. O juiz
José Geraldo Antônio leu a sentença de 19 anos de prisão sob forte aplauso da platéia no Tribunal.
Em Maio de 1997, foi a vez de
Paula Nogueira Thomaz ir a júri popular. Em depoimento
Paula Thomaz
negou estar no local do crime alegando uma versão fantasiosa de que teria passado 8 horas no Barra Shopping sendo que não foi vista por ninguém, nem apresentou nenhuma prova que estivesse no local.
Em 16 de maio,
Paula Thomaz
foi condenada pelo júri por 4 votos a 3, a leitura da sentença pelo juiz
José Geraldo Antônio, que condenou a ré a 18 anos e seis meses, foi transmitida ao vivo pela TV.
Prisão
Na prisão, nasceu o filho de
Paula Thomaz
e
Guilherme de Pádua,
Felipe, em maio de 1993.
O casal se divorciou ainda na prisão após a mudança da versão de
Guilherme de Pádua
para o crime, ao dizer que
Paula Thomaz
também participou.
Ambos saíram da cadeia antes de cumprirem 7 anos de pena em 1999, o que gerou muita indignação.
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Daniella e seu esposo Raul Gazolla |
Motivação do Crime
A versão provada no tribunal da motivação do crime, foi a apresentada pelo promotor
Maurício Assayag e pelo advogado de acusação
Arthur Lavigne. Segundo ela,
Guilherme de Pádua
era quem assediava
Daniella. Dias antes do crime,
Guilherme de Pádua
teria ficado inseguro ao receber os capítulos da novela e visto que ele não estaria em 2 capítulos, pensou que seu personagem estava diminuindo por influência de
Daniella que era filha da autora. Supondo que
Daniella havia contado à mãe das suas investidas, o ator armou a mão da esposa, que tinha muito ciúmes de
Daniella.
Fonte: Wikipédia e Daniella Perez - Arquivos de um Processo
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