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Dom Miguel de Lima Valverde

MIGUEL DE LIMA VALVERDE
(78 anos)
Arcebispo Católico

* Santo Amaro, BA (29/09/1872)
+ Recife, PE (07/05/1951)

Dom Miguel de Lima Valverde foi um arcebispo católico brasileiro. Nasceu a 29/09/1872 em Santo Amaro, Bahia. Criada a Diocese de Santa Maria, em 1910, seu território continuou sendo administrado pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão.

Ordenado sacerdote em 30/03/1895. Não tardou, porém, e a Santa Sé elegeu, a 06/02/1911, Dom Miguel de Lima Valverde como primeiro Bispo da nova Diocese, sendo ordenado bispo no dia 29/10/1911, no Rio Grande do Sul.

Escolheu como lema de vida episcopal: "Quis ut Deus?" (Quem Como Deus?).

Tomou posse da Diocese de Santa Maria no dia 07/01/1912, com a presença de Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão.

Em seus dez anos de episcopado, Dom Miguel de Lima Valverde criou 14 novas Paróquias. Visitou diversas vezes o interior da vasta diocese incentivando as vocações sacerdotais, Deu início à construção do Seminário Diocesano São José, área hoje ocupada pelo Santuário e Parque Medianeira.

Foi nomeado pelo Papa Pio XI através da Bula Hodie Nos, de 14/02/1922. Havia sido o 1º Bispo de Santa Maria, RS, tendo sido sagrado pelo Arcebispo Primaz do Brasil Dom Jerônimo Tomé da Silva. Sua posse na Arquidiocese de Olinda e Recife ocorreu em 23/07/1922.


Esse prelado governou a Arquidiocese de Olinda e Recife entre 1922 a 1951, portanto, por quase trinta anos. Os seus contemporâneos, dentre os quais Gilberto Freyre, o descrevem como um homem "austero e até hierático", "um príncipe da Igreja". Mário Melo apresentou o seu nome pra membro do Instituto Histórico e Arqueológico de Pernambuco, como sócio honorário, o que significa suas boas relações com a sociedade civil e política pernambucana.

"O período de atuação de Dom Miguel foi um dos mais conturbados na história política pernambucana e brasileira, o que gerou oportunidades para que houvesse, por parte do Arcebispo, diversas manifestações de caráter político. Presenciou os movimentos que antecederam a Revolução de 1930, a Intentona Comunista, o estabelecimento do Estado Novo, a participação do Brasil na Guerra de 1939-1945, a reorganização democrática após a deposição de Getúlio Vargas. Seus pronunciamentos foram sempre no diapasão da ordem e da defesa das instituições, evitando qualquer palavra de apoio a movimentos que contestassem o status quo. Sempre reconheceu as mudanças após elas estarem estabelecidas."
(In Entre o Tibre e o Capibaribe, pg. 109)

Dom Miguel de Lima Valverde foi um tenaz opositor ao socialismo e ao comunismo, não poupando esforços em suas pastorais em combater essas ideologias políticas sociais como doutrinas que dizimariam a Igreja, o Estado e a Família, sustentáculos da vida católica. Esse seu ponto de vista foi fundamental para a formação do clero e povo de pernambuco, cuja influência ultrapassou ao seu governo diocesano, chegando aos dias atuais. Mesmo quando a Igreja de Pernambuco seguia uma linha mais "à esquerda", a partir de 1964, muitos dos clérigos formados por Dom Miguel se contrapuseram às novas idéias, como também leigos, irmandades e confrarias.

Bodas de prata de Agamenon Magalhães e Dona Antonieta, com Dom Miguel Valverde (16/07/1944)
Dom Miguel era amigo pessoal de Agamenon Magalhães, Interventor Federal em Pernambuco, homem de confiança do Arcebispo. Católico, o interventor tinha confessor indicado pelo prelado. Mantinha com o poder público relações amistosas, incentivando participação da sociedade nos programas governamentais, incluindo o censo, utilizando-se desses dados para uso administrativo eclesial, dentre esses a ereção de paróquias, dentre as quais: N. S. da Soledade, Bom Jesus do Arraial, N. S. do Rosário do Pina, São Sebastião do Cordeiro, Santo Antonio de Água Fria, Coração Eucarístico do Espinheiro, N. S. do Rosário de Tejipió e N. S. da Boa Viagem, dentre outras, em bairros que já apontavam aumento populacional. E ainda nova reforma da Sé de Olinda, remodelada em estilo neobarroco.

"Dom Miguel Valverde viu-se envolvido em uma disputa com os inovadores educacionais, especialmente Carneiro Leão, que introduzia no Estado de Pernambuco novos parâmetros, antecedendo o debate que viria ocorrer nas décadas seguintes entre os partidários de uma educação modernista e os defensores da tradição. Embora óbvio, assinalamos que as aulas de catecismo formam mentalidades e os católicos formados naquele período receberam a orientação anticomunista da Igreja no período, o que não é de pouca importância para o momento em que veio a ocorrer a movimentação progressista dos anos setenta."
(In Entre o Tibre e o Capibaribe, pg. 112)

Lápide de Dom Miguel de Lima Valverde

Sua morte foi assim noticiada pelos jornais:

"Às 5 horas e 30 minutos do dia 7 de maio de 1951, ocorreu o falecimento de Dom Miguel de Lima Valverde, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, no Palácio do Manguinho, aos 79 anos."

Seu sepultamento na Sé de Olinda, onde jaz, ocorreu meio à comoção popular e foi muito concorrido pelo povo e pelas autoridades.

Dilermando de Assis

DILERMANDO CÂNDIDO DE ASSIS
(63 anos)
Militar, Engenheiro e Escritor

☼ Porto Alegre, RS (18/01/1888)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/11/1951)

Dilermando de Assis foi um militar famoso pela tragédia amorosa vivida com a esposa do escritor Euclides da Cunha.

Aos dezessete anos de idade, em 1905 apaixonou-se pela esposa do escritor e engenheiro militar, Euclides da Cunha, Anna Emília Ribeiro, filha do general Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, então com trinta anos.

Anna Emília Ribeiro havia lhe indicado um quarto, na Pensão Monat. Dilermando de Assis, que era órfão, morava na Escola Militar. Encontravam-se, durante as longas ausências de Euclides da Cunha, sempre viajando a serviço, nesta pensão carioca, situada à Rua Senador Vergueiro - depois alugaram uma casa na Rua Humaitá, onde passavam longos períodos juntos.

Dilermando de Assis era então descrito como belo, alto e loiro - o relacionamento estabelece-se e, mesmo continuando casada, com ela tem dois filhos, registrados por Euclides da Cunha: Mauro, em 1906, morto com sete dias e Luís, em 1907.

Após o retorno de Euclides da Cunha, transfere-se para a Escola Militar de sua cidade natal, Porto Alegre, em 1906, mantendo copiosa correspondência com a amante.

Em 1908 conclui o curso, atingindo o posto de tenente, retornando para o Rio de Janeiro e passa a morar com o irmão Dinorah, em uma casa na Estrada Real de Santa Cruz, 214 (depois Avenida Suburbana e atual Avenida Dom Hélder Câmara), no bairro da Piedade.

A volta para o Rio de Janeiro fê-lo protagonizar o trágico episódio que vitimou mortalmente Euclides da Cunha, feriu e aleijou seu irmão Dinorah, e maculou sua biografia para sempre.

Casando-se com Anna, tem com esta quatro filhos. O relacionamento, porém, dura 14 anos.

Dilermando de Assis viveu em muitas cidades, pelo país, servindo ao Exército, sendo promovido sucessivamente até o posto de general. Durante a Revolução de 1924, comandou uma força de "provisórios" paranaenses que se opôs, sem sucesso, ao avanço dos paulistas na região de Guaíra, no oeste do estado. Tal força irregular, com todas as deficiências que se pode esperar como tantas outras despachadas às pressas em qualquer guerra, serviu para retardar a progressão do inimigo e sob esse aspecto, bem cumpriu seu dever.

Dilermando de Assis foi ainda comandante por cerca de 6 meses, do 7º Grupo Móvel de Artilharia de Costa (GMAC) na cidade de Rio Grande, RS, durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo após isso o título de Ex-Combatente por ter participado efetivamente de operações bélicas no na defesa da costa brasileira.

Dilermando de Assis morreu, aos 63 anos de idade, vítima de um ataque cardíaco. Nesse mesmo ano, morreu também no mês de maio, vítima de câncer, sua ex-mulher, Anna de Assis.

A Tragédia da Piedade

Dilermando de Assis encontrava-se com Anna Emília Ribeiro em sua casa na Estrada Real de Santa Cruz, local afastado do Bairro da Piedade, onde foi surpreendido por Euclides da Cunha. Este havia passado em casa de parentes, onde conseguira a arma, no dia 15/08/1909, um domingo.

O escritor grita que está ali fora para "matar ou morrer". Alveja Dinorah, irmão de Dilermando de Assis, e ainda acerta 3 tiros no amante da esposa - mas o jovem possui ampla destreza, campeão de tiro que era e, com dois tiros, fere mortalmente o agressor que, ao tentar evadir-se, tomba morto.

Seu irmão, que era atleta, jogador do Botafogo de Futebol e Regatas, fica com Hemiplegia e, não suportando a condição, suicida-se em 1921.

Julgamento

A imprensa nacional toma logo o partido do marido traído - escritor afamado, Imortal da Academia Brasileira de Letras. Dilermando de Assis é exposto na imprensa como um vilão, e mesmo o inquérito policial tende a inverter a realidade dos fatos. O jornalista Orestes Barbosa foi dos únicos a defendê-lo, mesmo assim sem grande impacto.

O fato constitui-se em um marco da parcialidade na imprensa brasileira. Em uma entrevista concedida à revista Diretrizes, de Samuel WainerDilermando de Assis afirma que não conseguiria expor sua versão dos fatos "nem se pagasse".

É, apesar da gritante realidade dos acontecimentos, exposto ao júri popular, acusado de homicídio. Fartamente demonstrada, a legítima defesa resta comprovada, e Dilermando de Assis é absolvido. O Tribunal do Juri foi presidido pelo juiz Manuel da Costa Ribeiro e a defesa do réu foi feita pelo então rábula Evaristo de Moraes e por Delamare Garcia.

Nova Tragédia

A 04/07/1916 Dilermando de Assis sofre novo atentado, desta feita por parte de Euclides da Cunha Filho, apelidado familiarmente de Quidinho, então com 19 anos de idade. Estava num cartório, do fórum do Rio de Janeiro, quando foi por este alvejado pelas costas. Mesmo ferido, Dilermando de Assis reage, matando seu agressor - e um novo escândalo resulta em nova absolvição - deixando contudo um rastro de sangue na biografia do jovem militar.

Casamento

Em 12/05/1911, logo após sua absolvição em 05/05/1911, casou-se com a viúva Anna Emília Ribeiro. Morando ambos em Bagé, sua casa torna-se agitado ponto cultural da cidade. Ali realiza a construção de muitos prédios, como engenheiro, como o Quartel General do Exército.

Em 1926, quando a mulher contava 50 anos, e com cinco filhos, separam-se.

Após seu relacionamento com Anna de Assis, teve Dilermando de Assis com Maria Antonieta de Araujo Jorge uma filha, a escritora Dirce de Assis Cavalcanti, prima de J. G. de Araújo Jorge.

Maçonaria

Dilermando de Assis foi um dos defensores da Maçonaria tradicional, sendo um dos mais acerbos críticos ao Grão-Mestre Joaquim Rodrigues Neves que, nos anos 40, provocou a cisão da instituição no Brasil. Este episódio é narrado, com detalhes, em seu livro "A Tragédia da Piedade".

Obras

Dilermando de Assis escreveu, ainda que de forma esporádica, algumas obras, a maior delas tratando dos episódios sangrentos que protagonizara.

  • Um Nome, Uma Vida, Uma Obra - (Parceria com Ângelo Cibelá, 1946) - Onde Dilermando de Assis expõe textos publicados em seguida ao crime da Piedade, como "Uma tragédia de Ésquilo", por Monteiro Lobato e A Vítima Esquecida de Euclides da Cunha, por Acélio Daudt. 
  • A Tragédia da Piedade (Edições O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1951) - É um verdadeiro libelo de auto-defesa, uma resposta ao livro A Vida Dramática de Euclides da Cunha, de Eloi Pontes. Neste livro Dilermando de Assis analisa todas as provas periciais dos autos de sua acusação, nos dois homicídios envolvendo os Cunha (pai e filho). Além disso, procede a uma minuciosa crítica a Os Sertões: Campanha de Canudos, apontando dezenas de erros, procurando ainda comprovar casos de plágio feitos pelo célebre escritor. Dilermando de Assis foi aconselhado a não publicar este livro, por Raimundo de Farias Brito, que lhe escrevera, em carta:  "...A idéia é muito digna. Mas não me parece que lhe seja isso necessário... Seja, porém, como for, parece-me que o melhor é deixar o passado em silêncio."

O livro, assim como as idéias do seu autor, são ainda hoje, de modo parcial e até passional, refutados pelos auto-proclamados "euclidianos".

Fonte: Wikipédia

Anna de Assis

ANNA EMÍLIA SÓLON RIBEIRO
(78 anos)
Pivô de um dos mais célebres crimes passionais da História do Brasil

* Jaguarão, RS (18/06/1872)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/05/1951)

Anna Emília Ribeiro da Cunha, antes de casar, chamava-se Anna Emília Solon Ribeiro e, após o segundo casamento, Anna Emília Ribeiro de Assis. Também conhecida como S'Anninha, foi pivô de um dos mais célebres crimes passionais da história do Brasil. Entre 1890 a 1909, foi esposa do escritor Euclides da Cunha e, depois, do militar Dilermando de Assis.

Euclides da Cunha
O Marido

Era filha do major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, um dos principais propagandistas da República, cuja casa era frequentada por Euclides da Cunha, com quem Anna contrairia matrimônio aos 18 anos.

Seu marido, Euclides da Cunha, porém, era de temperamento muito tímido e introspectivo, pouco dado a expansões afetivas. Além do mais, ausentou-se do lar por longos períodos, cobrindo a Campanha de Canudos (3 meses) ou explorando a Amazônia (13 meses), o que resultou em obras fundamentais para a literatura brasileira, como Os Sertões: Campanha de Canudos, mas teria prejudicado muito seu relacionamento com a esposa.

Com Euclides da Cunha, teve a filha Eudóxia, o filho Sólon, nascido em 1892, Euclides Filho, nascido em 1894, Manoel Affonso, nascido em 1901 e Mauro, nascido em 1906.

Dilermando de Assis
O Amante

Anna, muito sozinha em seu lar, acabou por conhecer um homem 16 anos mais jovem que ela: um cadete alto, loiro e forte chamado Dilermando de Assis. Teve com ele em um tórrido romance, uma paixão avassaladora, numa pensão em que estavam hospedados.

Com esse amante teve dois filhos e enganou o marido, sendo ambas as crianças registrados com o sobrenome do marido Euclides da Cunha.

O quinto filho de Anna, Mauro, nascido em 1906, morreu com 7 dias de vida, para desespero dela. O sexto, Luís, nascido em 1907, sobreviveu e, a partir daí, Euclides da Cunha passou a desconfiar da esposa, pois a criança era loira e todos da família dele e de Anna, morenos. Foram anos de dúvidas e brigas, até a verdade aparecer.

Tragédia da Piedade

O escritor descobriu que ela continuou encontrando-se com o amante e seguiu armado para a casa de Dilermando de Assis e do irmão dele, Dinorah, na Estrada Real de Santa Cruz, local afastado do bairro da Piedade, Rio de Janeiro, em que a esposa e o amante se encontravam. Euclides da Cunha foi recebido por Dinorah e entrou na casa.

Há versões diferentes para o que ocorreu depois. A versão aceita pelo tribunal foi a de que Euclides da Cunha atirou em Dinorah, deixando-o paraplégico, e depois atirou em Dilermando de Assis. Para se defender, mesmo ferido, Dilermando o assassinou a tiros, tendo sido absolvido do processo de acusação, alegando legítima defesa. Euclides da Cunha morreu em 15 de agosto de 1909.


Nova Tragédia

Em 4 de julho de 1916, Euclides da Cunha Filho, às vésperas de completar 22 anos, repetiu o gesto do pai no intuito de vingá-lo. Numa sala do antigo Fórum do Rio de Janeiro, Euclides Filho atirou em Dilermando de Assis que, mesmo ferido, conseguiu matá-lo.

Manoel Affonso, o filho caçula de Euclides da Cunha, passou a ser criado pela irmã de sua mãe Anna, sua tia Alquimena. Sólon era policial e foi assassinado em circunstâncias misteriosas numa investigação no Acre em maio de 1916.

Anna, após ficar viúva, pôde, enfim viver seu amor com seu amante de longa data. Casou-se oficialmente com Dilermando de Assis e teve com ele mais cinco filhos, totalizando 11 filhos: sete de Dilermando e quatro de Euclides da Cunha.

O casamento acabou 20 anos depois, quando Anna descobriu que Dilermando de Assis teve uma amante durante todo esse tempo: Marieta, com a qual se casou após a separação.

Anna, vivendo sozinha, mudou-se para a Ilha de Paquetá, na baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Na ilha, morreu sozinha de Câncer, em 1951.

Repercussão

A minissérie Desejo, da TV Globo, contou a história romanceada de Anna de Dilermando de Assis, interpretada por Vera Fischer, e o livro Anna de Assis, resultado do depoimento de Judith Ribeiro de Assis, filha de Dilermando de Assis, ao jornalista Jeferson de Andrade, atingiu mais de 10 reedições.

Fonte: Wikipédia

Italia Fausta

FAUSTA POLLONI
(72 anos)
Atriz

* São Paulo (1879)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/04/1951)

Foi uma atriz brasileira, um dos mais importantes nomes do teatro brasileiro da primeira metade do século XX.

Fausta Polloni nasceu na cidade de São Paulo, em 1879, e tornou-se um dos maiores nomes do teatro brasileiro com o nome artístico de Itália Fausta, participando de grandes mudanças ocorridas nos palcos nacionais nas décadas de 40 e 50.

Sua estreia como atriz ocorreu quando ainda era criança, substituindo uma atriz num grupo de teatro amador, em São Paulo.

Em 1906, já com 27 anos, é convidada a fazer parte da companhia de teatro dos portugueses Lucinda Simões e Cristiano de Souza, excursionando pelo Brasil.

Em 1913, atua em Lisboa com sucesso e conhece os grandes nomes do teatro português. Ao retornar ao Brasil, integra sua primeira experiência teatral mais ousada, o Teatro da Natureza, com Alexandre Azevedo e Cristiano de Souza. Tratava-se de um enorme anfiteatro ao ar livre no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, com capacidade para 13.000 pessoas. Nesta companhia, assume todos os papéis de protagonista em espetáculos como Bodas de Lia de Pedroso Rodrigues, A Cavalaria Rusticana de Giovanni Verga, Antígone e Édipo de Sófocles, e O Mártir do Calvário de Eduardo Garrido.

Em 1917, a convite de Gomes Cardim, diretor do Conservatório Dramático de São Paulo, estrela a montagem de A Labareda de Henry Kistemaeckers e, a seguir, A Ré Misteriosa de Alexandre Bisson, que passa a ser o espetáculo que encena durante muitos anos.

De volta ao Rio de Janeiro, sua companhia teatral passa a se chamar Companhia Dramática Nacional, mudando em seguida para Companhia Dramática Itália Fausta e, finalmente, Companhia Itália Fausta.

Durante cerca de 20 anos, vários autores escrevem especialmente para ela, como Menotti Del Picchia (Suprema Conquista) e Veiga Miranda (A Prancha). No final dos anos 20, colabora com Álvaro Moreyra e Eugênia Álvaro Moreyra para escolher o repertório do Teatro de Brinquedo, considerado uma inovação na época.

A partir de 1932, com a morte de Gomes Cardim, seu trabalho de atriz passa a ser esporádico em sua companhia e sobre ao palco, algumas vezes, como atriz convidada em outros grupos, como o de Jaime Costa.

Em 1938, volta a dirigir, a convite de Paschoal Carlos Magno, para o lançamento do Teatro do Estudante do Brasil (TEB). A peça escolhida é Romeu e Julieta de William Shakespeare, que é considerada um dos marcos do movimento da modernização teatral brasileira.

Tia do produtor Sandro Polloni, participa também do Teatro Popular de Arte (TPA), organizado por ele, que passa a se chamar Cia. Sandro Polônio e Maria Della Costa.

Em 1948 e 1949, ela atua, com direção de Ruggero Jacobbi, da montagem de Estrada do Tabaco de Erskine Caldwell, e Teresa Raquin de Émile Zola. E, com direção Ziembinski, participa de Anjo Negro de Nelson Rodrigues. No mesmo período, dirige algumas montagens da companhia, como Sonata a Quatro Mãos de Guido Cantini, A Prostituta Respeitosa de Jean-Paul Sartre, e O Morro dos Ventos Uivantes, de Emile Brontë.

Depois de uma grande turnê pela Região Norte do Brasil, com a Cia. Sandro e Maria Della Costa, ela morre em sua casa, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, no dia 26 de abril de 1951.