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Lourdes Castro

LOURDES AMARAL CASTRO
(83 anos)
Cantora e Compositora

☼ Bauru, SP (1928)
┼ Jarinu, SP (30/08/2011)

Lourdes Amaral Castro foi uma cantora nascida em Bauru, no interior do Estado de São Paulo, em 1928. Lourdes Amaral ficou famosa na década de 40, ao fazer dupla com a irmã Maria de Jesus Castro, eram as Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.

O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.

A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.

Irmãs Castro

As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.

Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.

Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.

Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.

De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.


O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".

Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.

A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.

Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.

Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.


No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho"Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).

De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).

Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.

A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".

Maria Castro faleceu aos 92 anos de idade, em 23/01/2019.

Morte

Lourdes Castro Cardoso, faleceu na manhã de teça-feira, 30/08/2011, aos 83 anos, no Hospital Municipal de Jarinu, após um sofrer um infarto agudo do miocárdio. O Corpo da cantora foi velado no Velório Municipal da cidade e o enterro aconteceu na quarta-feira, 31/08/2011, às 13h30, no cemitério da cidade.

Indicação: Miguel Sampaio
#famososquepartiram #lourdescastro #irmascastro

Rui Biriva

RUI DA SILVA LEONHARDT
(52 anos)
Cantor e Compositor

☼ Horizontina, RS (28/10/1958)
┼ Porto Alegre, RS (25/04/2011)

Rui da Silva Leonhardt, conhecido pelo nome artístico de Rui Biriva, foi um cantor e compositor brasileiro de música regional gaúcha.

Rui Biriva era o filho caçula dos três filhos de Adalíbio e Malvina Leonhart, um casal de pequenos agricultores do distrito de Esquina Eldorado, em Horizontina.

O contato com a música veio desde muito cedo, e se deu através do pai que foi músico, era proprietário, nos fundos da casa da família, do CTG Peão do Alto Uruguai. Foi no salão de baile da entidade que o cantor começou a dar os primeiros passos na vida artística, familiarizando-se com nomes da música tradicionalista, a saber, Irmãos Dias, o trovador Portela De Lavi, autor da antológica "Pára Pedro", Os Araganos, José Mendes, de quem posteriormente regravou alguns sucessos e a dupla Norinho e Ediles Nunes.

Rui Biriva viveu até os 10 anos de idade no Distrito da Esquina Eldorado, em Horizontina. Aos 14 anos, venceu o Festival Estadual Estudantil da Canção. Mudou-se ainda jovem para o Paraná, onde fez o curso de Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 1978. Não chegou a concluir o curso e, após morar em São Paulo.

No final de 1981, retornou para Horizontina. O então prefeito do município, Irineu Colato, que havia sido seu professor na escola, elegeu-se deputado federal e o convidou para ser seu assessor parlamentar em Brasília. Mas as ruas sem esquinas e a falta de um bolicho para conversar com os amigos fizeram com que Rui desistisse de trabalhar na capital federal, transferindo- se então para Porto Alegre, com o objetivo trabalhar para o deputado na capital dos gaúchos.


Na Assembléia Legislativa, conheceu Airton Pimentel que o convidou para interpretar a música "Birivas" na 4ª Seara da Canção, em Carazinho, no ano de 1984, a composição venceu a linha Galponeira do festival, e Rui conquistou ainda, o prêmio de melhor intérprete do evento e principalmente, a partir daí, com o sucesso da música, nascia o apelido Biriva. O público começou a associar o nome da composição com o cantor, assim Rui deixou aos poucos, o sobrenome Leonhardt ser trocado por Biriva.

No ano seguinte, Rui Biriva retornou à Seara para apresentar uma música sua com José Luis Vilela, chamada "Santa Helena da Serra", que também venceu o festival. O diretor na época da Gravadora Continental Wilson Souto Jr., assistiu a apresentação e entusiasmado com seu trabalho, convidou-o para gravar pela companhia paulista.

Em 1986, gravou pela gravadora Continental o 1° álbum de sua carreira.

Biriva é como é chamado o tropeiro de gado no Rio Grande do Sul.

Rui Biriva obteve importantes prêmios em festivais nativistas, entre eles: Califórnia, Tertúlia, Musicanto, Seara e Coxilha.

Suas apresentações eram vistas em programas nacionais de TV, como "Amigos", "Galpão Crioulo", "Raul Gil" e "Som Brasil". A música "Quebrando Tudo", de sua autoria, juntamente com dois outros parceiros, ganhou destaque nacional ao ser utilizada como uma das trilhas do "Programa do Ratinho".


Como compositor já teve seu trabalho cantado por inúmeros colegas como Dalvan, Daniela Mercury, Os Nativos, Os Serranos, Osvaldir e Carlos Magrão, Gilberto & Gilmar, Gaúcho da Fronteira, entre outros.

Em 2000, deu início a uma trajetória internacional, ao realizar uma turnê de 20 dias por Portugal, onde fez os portugueses, dentro de um avião, cantar os versos de "Quebrando Tudo", quando notaram sua presença no interior da aeronave.

Rui Biriva apresentou programas na Rádio FM Cultura (Um Bom Dia Meu Rio Grande) e na Rádio Rural (Festança Rural). Na televisão esteve à frente do "Mateadas" na TV Assembléia e atualmente comandava o "Paralelo Sul", aos domingos na TVE e "Estrada do Sul" na Rádio Rural.

Na área discográfica, conquistou o Disco de Ouro pela vendagem de 50.000 cópias de seu CD intitulado "Na Estrada do S".

Entre seus maiores sucessos estão "Tchê Loco", "Quebrando Tudo", "Canção do Amigo" e "Castelhana", esta composta em parceria com o cantor Elton Saldanha.

Sid Biriva, seu sobrinho também de Horizontina, é o único músico da família que continuou na carreira musical.

Rui Biriva morreu às 22:45 hs de segunda-feira, 25/04/2011, aos 52 anos. A informação foi divulgada pela assessoria de comunicação do Hospital de Clínicas, onde Rui Biriva estava internado desde 14/04/2011 para o tratamento de um tumor no intestino grosso. 

Álbuns de Estúdio

  • 1986 - Cantar (Continental)
  • 1988 - Pé na Estrada (Discoteca)
  • 1990 - Rui Biriva (Discoteca)
  • 1992 - Festança (RGE / RBS Discos)
  • 1993 - Vamo Pegá (RGE / RBS Discos)
  • 1994 - Sucessos de Ouro (Usadiscos)
  • 1995 - De Bem Com a Vida (RGE / RBS Discos)
  • 1997 - Quebrando Tudo (Acit)
  • 1998 - Acervo (Usadiscos)
  • 1999 - Rui Biriva (Acit)
  • 2001 - Das Bandas de Horizontina (Som Livre / RBS Discos)
  • 2005 - É Bom Barbaridade (Orbeat Music)
  • 2007 - Na Estrada do Sul (Independente)
  • 2009 - Pedindo Cancha (Independente)


Álbuns ao Vivo

  • 2003 - Rui Biriva ao Vivo (CD duplo) - Usadiscos

Esther Tarcitano

ESTHER TARCITANO
(82 anos)
Atriz, Bailarina, Cantora e Empresária

☼ São Paulo, SP (10/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/05/2011)

Esther Tarcitano foi uma atriz e bailarina de teatro de revista. Foi também empresária teatral de sucesso e também trabalhou em rádio e televisão.

Nasceu no bairro da Mooca, em São Paulo, no dia 10/10/1928. Depois da separação dos pais, mudou-de para o Rio de Janeiro com sua mãe, Flora Tarcitano, e estudou num colégio de freiras, com a ideia de ingressar na vida religiosa. No entanto, seu projeto de vida tomou outro rumo depois de se apaixonar pelo sapateado e começar aulas com o coreógrafo Mr. Brown. Em uma de suas apresentações com seu grupo de sapateado, chamou a atenção de Walter Pinto, que a contratou junto com seu grupo para o Teatro Recreio. Três anos depois, ela era a única a ficar na companhia e estreou, em 1944, como girl na burleta "Maria Gasogênio", estrelada por Dercy Gonçalves. Em seguida, está no elenco das revistas "Momo Na Fila" (1944) e "Bonde da Laite" (1945).

Em 1950, na Companhia Bibi Ferreira, estreou na primeira fila de girls, na revista "Escândalos". Ao mesmo tempo, fazia parte dos shows de Caribé da Rocha, no Copacabana Palace, onde apresentava um solo de rumba.

Em 1957, ao substituir a vedete Siwa na revista "Agora a Coisa Vai", deixou o coro para de tornar estrela. Em 1957, já como primeira vedete, no espetáculo "Rumo a Brasília", apresentado no Teatro Paramount, em São Paulo, recebeu o Troféu Índio, conferido por jornalistas. Nesse mesmo ano, passou a ser empresária teatral e montou dois espetáculos que se transformaram em sucesso imediato, no Rio de Janeiro: "Mulher Só de Lambreta" e "Folias no Catete".

Emilinha Borba e Esther Tarcitano
Em 1958, fez sua estreia no famoso desfile de fantasias do Teatro Municipal, com a fantasia Sereia.

Em 1959, lançou-se como cantora de carnaval e lançou o sucesso "O Palhaço Que é Ladrão de Mulher".

Nos anos 70, com o fim do teatro de revista, investiu na carreira de empresária e montou espetáculos em boates e casas noturnas cariocas, fazendo números de strip-tease, sendo que o mais famoso deles é "Quanto Mais Pu... ra Melhor". Nesse período, participou como jurada do programa do Chacrinha, na TV Globo e TV Tupi.

Em 1989, casou-se com o americano William Bender, em Las Vegas. Viveu durante alguns anos nos Estados Unidos, onde fez programas de rádio em português e espanhol. De volta ao Rio de Janeiro, atuou durante cinco anos no comando do programa "Sábado Gigante é o Show", na Rádio Carioca, e como apresentadora de TV na TV Comunitária do Rrio de Janeiro.

Esther Tarcitano faleceu no Rio de Janeiro, no dia 10/05/2011, aos 82 anos. Foi velada no dia 10/05/2011, às 14:45 hs, e sepultada no Cemitério do Catumbi.

Indicação: Miguel Sampaio

Neusa Maria

VASILIKI PURCHIO
(87 anos)
Cantora

* São Paulo, SP (01/12/1928)
+ São Paulo, SP (13/02/2011)

Filha de uma família italiana radicada em São Paulo, começou a cantar em apresentações para a vizinhança, ainda menina, aos 12 anos. Mais tarde ganhou o slogan de "Rainha do Jingle" e "Voz Doçura do Brasil". Adotou o nome artístico de Neusa Maria, por sugestão de Abílio Caldas, pois seu nome de batismo, Vasilíki Purchio, era de difícil pronúncia.

Destacou-se nas décadas de 40 e 50 como cantora de sambas, boleros e de jingles, estes últimos gravados por ela com regularidade nas décadas subsequentes.

Começou cantando em programas de calouros de rádio, incentivada pelos amigos. Estreou em meados de 1942, no programa de Gabus Mendes da Rádio Record paulista. Na ocasião recebeu o primeiro lugar.

Ainda no início da década de 40, conheceu Abílio Caldas, um representante comercial da loja em que ela trabalhava, que também era radialista e levou-a, por insistência das colegas da loja, para cantar na Rádio Cruzeiro do Sul. Foi um grande êxito e acabou sendo contratada pela Rádio Tupi paulista para um programa.

Em 1943 recebeu o título de "A Estrela do Ano" num concurso que reuniu vários artistas do cenário musical de São Paulo.

Em 1945 foi ao Rio de Janeiro para fazer sua primeira gravação na Continental, registrando o maxixe "Mamboleado" (Luiz Gonzaga e Miguel Lima) e o samba "Rádio Mensagem" (Sereno). Nessa ocasião conheceu César de Alencar que a levou a Renato Murce para um teste, o que lhe garantiu um contrato com a Rádio Clube do Rio de Janeiro. Quando César de Alencar transferiu-se para a Rádio Nacional, ela o acompanhou, permanecendo nos quadros da emissora por longos anos.

Em 1946, gravou os sambas "Sonho Com Você" (Mário Rossi e Valdemar de Abreu) e "Tudo Acabado" (Luiz Bittencourt e Nelson Miranda).

Em 1949, gravou os sambas "Foi Você" (Manoel Pinto e Ayrão Reis) e "Compromisso" (Valfrido Silva, Gadé e Henrique de Almeida).

Em 1950, foi contratada pela Sinter e estreou com a marcha "Tamanduá" (Evaldo Rui e Max Nunes) e o samba "Ele Já Voltou" (Fernando Lobo e Nestor de Holanda).

Em 1951 gravou seu primeiro sucesso, o baião intitulado "Eu Sei Que Ele Chora" (Nestor de Holanda e Ismael Neto) com acompanhamento de Lírio Panicali e Sua Orquestra. No mesmo ano, gravou da mesma dupla de compositores o baião "Saudade Adeus".


Em 1952, gravou o samba "Eu Quero Ver" (Ary Monteiro e Ruy Rey) e a "Marcha do Beijo" (Irani de Oliveira e Ary Monteiro). No mesmo ano, com acompanhamento de Lírio Panicali e Sua Orquestra gravou o samba canção "Os Teus Olhos Dizem" (Nestor de Holanda e Manezinho Araújo).

Em 1953 gravou o bolero "Quisera" (Getúlio Macedo, Lourival Faissal e Arlindo Nicolau) novamente com acompanhamento de Lírio Panicali e Sua Orquestra.

Em 1954, gravou a "Canção Pra Ninar Mamãe" e o baião "Te Cuida, Zeca" (Miguel Gustavo) e os fox trote "Eu Não Sei o Que Será" (Bruno Marnet) e "Beija-me" (Astore e Mordeli), com versão de Lourival Faissal.

Em 1955, gravou de Newton Ramalho e Nazareno de Brito o samba "Adorei Milhões" e o fox trote "Fica Bonzinho".

Em 1956, gravou o samba "Molambo" (Jaime Florence e Augusto Mesquita), um grande sucesso daquele ano, bem como "Siga" (Fernando Lobo). Foi eleita "A Melhor Cantora do Rádio de 1956", em pesquisa feita pelo Clube do Disco. Fez sucesso com o bolero "Nunca Jamais" (L. Guerreiro e Nelson Ferreira) e gravou o samba "Caixa Postal Zero Zero" (Luiz de França e Oscar Bellandi), considerado a partir daí o maior sucesso da carreira da cantora. Recebeu o troféu Disco de Ouro do jornal O Globo. Participou da coletânea carnavalesca "Vamos Brincar no Carnaval" da gravadora Sinter interpretando o samba "Que Deus Me Castigue" (Luis Bittencourt e Luis de França).

Em 1957, gravou a marcha "Salve o Marujo" (J. Cascata e Nássara), os sambas "Que Deus Me Castigue" (Luiz Bittencourt e Luiz de França) e "Não Quero Mais" (Ary Barroso). Foi escolhida "A Melhor Cantora do Rádio de 1957", em pesquisa realizada pela célebre Revista do Rádio, quando seus discos entravam com freqüência em todas as paradas de sucesso da época.

Em 1958, transferiu-se para a RCA Victor e gravou "O Gondoleiro" (Marucci e De Angelis), com versão de Sérgio Porto, o bolero "Olhe-me, Diga-me" (Tito Madi) e o calipso "Picolísima Serenata" (Fierroe Amurri), com versão de Sidney Morais.

Em 1959, gravou a marcha "Menina de Copacabana" (Antônio Almeida e Bruno Marnet), o samba canção "Odeio-te Meu Amor" (Adelino Moreira) e o samba "Quem Sou Eu?" (Dolores Duran e Ribamar).

Em 1960, gravou de Antônio Maria e Pernambuco o samba "O Amor e a Rosa". Gravou também, o samba canção "Cantiga de Quem Está Só" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia) e a guarânia "Meu Doce Bem" (Lourival Faissal e Edson Menezes).

Seus maiores sucesso foram "Caixa Postal Zero Zero", "Quisera", "Olhos Traidores", "O Tempo Marcou", "Siga", "Nos Teus Lábios", "Eu Não Sei o Que Será" e "Murmúrios". Lançou pela Sinter os LPs "As Favoritas de Haroldo Eiras" e "Neusa Canta Para Os Que Amam".

Neusa Maria abandonou a carreira musical na década de 60, abrindo uma confecção de moda praia que durou até a década de 80.


Morte

Neusa Maria morreu aos 87, após uma parada cardiorrespiratória. Teve duas filhas, três netos e bisneto. O enterro ocorreu no Rio de Janeiro.


Discografia

  • S/D - Neusa Maria e os Sucessos de Luiz Bittencourt (Sinter, LP)
  • S/D - As favoritas de Haroldo Eiras (Sinter)
  • S/D - A Voz Romântica de Neusa Maria (Sinter, LP)
  • S/D - Neuza Maria - Britinho (Sinter, LP)
  • S/D - Neuza Maria Canta Para Os Que Amam (Sinter)
  • S/D - O Disco de Ouro - Neuza Maria (Sinter, LP)
  • 1963 - Muito Além / Zé Carioca (CBS, 78)
  • 1960 - O Amor e a Rosa / Feliz Coincidência (RCA Victor, 78)
  • 1960 - Cantiga de Quem Está Só / Meu Doce Bem (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Posso Morrer de Saudade / Menina de Copacabana (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Na Noite Em Que Te Vi / Odeio-te Meu Amor (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Quem Sou Eu? / Se Tudo Acabar (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Balada Alegre / A Vida é Bela (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Eu Sou Mais o Papai (RCA Victor, 78)
  • 1959 - La Strada Del'amore / Refúgio (RCA Victor, 78)
  • 1959 - Mensagem (RCA Victor, LP)
  • 1958 - Piccolissima Serenata / Descrença (RCA Victor, 78)
  • 1958 - O Gandoleiro / Olhe-me, Diga-me (RCA Victor, 78)
  • 1957 - Salve o Marujo / Que Deus Me Castigue (Sinter, 78)
  • 1957 - Que Será, Será / Culpada (Sinter, 78)
  • 1957 - Tão Bom / Não é Não (Sinter, 78)
  • 1957 - Não Quero Mais / Se Você Não Tem Amor (Sinter, 78)
  • 1957 - Doce Loucura / Flerte (Sinter, 78)
  • 1956 - Pepita Rosária / Decepção (Sinter, 78)
  • 1956 - Mamãezinha / Molambo (Sinter, 78)
  • 1956 - Arrivederci Roma / Siga (Sinter, 78)
  • 1956 - Nunca Jamais / Caixa Postal Zero-Zero (Sinter, 78)
  • 1956 - Natal... Natal / 31 de Dezembro (Sinter, 78)
  • 1956 - Neusa Maria (Sinter, LP)
  • 1955 - Adorei Milhões / Fica Bonzinho (Sinter, 78)
  • 1955 - Luz e Sombra / Olhos Traidores (Sinter, 78)
  • 1954 - Somente Ilusão / Você (Sinter, 78)
  • 1954 - Canção Pra Ninar Mamãe / Te Cuida, Zeca (Sinter, 78)
  • 1954 - Nos Teus Lábios / Eu Não Sei o Que Será (Sinter, 78)
  • 1954 - Beija-me / O Tempo Marcou (Sinter, 78)
  • 1954 - Marcha das Moças / Minha Mágoa (Sinter, 78)
  • 1953 - A Flautinha do Pastor / Pra Conquistar (Sinter, 78)
  • 1953 - Quisera / Fracasso de Amor (Sinter, 78)
  • 1953 - Noite de Natal / Canção de Ninar (Sinter, 78)
  • 1952 - Eu Quero Ver / Marcha do Beijo (Sinter, 78)
  • 1952 - Caminhos Estrangeiros / Os Seus Olhos Dizem (Sinter, 78)
  • 1952 - Só Pensa Em Você / Outra Vez (Sinter, 78)
  • 1951 - Murmúrios / Eu Sei Que Ele Chora (Sinter, 78)
  • 1951 - Saudade Adeus / Rumba no Panamá (Sinter, 78)
  • 1950 - Tamanduá / Ele Já Voltou (Sinter, 78)
  • 1949 - Foi Você / Compromisso (Star, 78)
  • 1946 - Sonho Com Você / Tudo Acabado (Continental, 78)
  • 1945 - Mamboleado / Rádio Mensagem (Continental, 78)

Affonso Camargo Neto

AFFONSO ALVES DE CAMARGO NETO
(81 anos)
Engenheiro e Político

* Curitiba, PR (30/04/1929)
+ Curitiba, PR (24/03/2011)

Affonso Alves de Camargo Neto foi um engenheiro civil e político brasileiro do estado do Paraná. Filho de Pedro Alípio Alves de Camargo e Ismênia Marçallo de Camargo, neto do ex-governador do Paraná Affonso Camargo e descendente do fundador de Curitiba, o bandeirante Baltasar Carrasco dos Reis.

Affonso Camargo Neto foi vice-governador do estado do Paraná, senador da república pelo mesmo estado, além de deputado federal, eleito em 1995, representando o povo paranaense. Também foi candidato a Presidência da República em 1989.

Sua família paterna, formada por pecuaristas e donos de frigoríficos, fornecera quadros políticos ao antigo Partido Republicano Paranaense. Seu avô, Affonso Alves de Camargo foi deputado estadual por quatro mandatos (1898-1914), deputado federal (1921-1922), senador (1922-1927) e presidente do Estado do Paraná por duas vezes (1916-1920 e 1928-1930) durante a República Velha. Ocupava este último posto quando da eclosão da Revolução de 1930.

Affonso Camargo Neto foi casado com Gina Flores de Camargo, filha de Fernando Flores, constituinte de 1946 e deputado federal pelo Paraná entre 1946 e 1955, com quem teve cinco filhos, dos quais dois adotivos. Casou-se pela segunda vez em março de 1994 com Nadir de Santa Maria de Camargo, com quem teve um filho.

Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1952, trabalhou na iniciativa privada até aproximar-se do então governador Ney Braga que o nomeou sucessivamente diretor do Departamento de Água e Energia Elétrica do Paraná e Secretário de Justiça sendo eleito vice-governador em 1964.

Adversário político de Paulo Pimentel, trocou o antigo Partido Democrata Cristão (PDC) pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) após a instituição do bipartidarismo pelos militares. Tal opção política o fez romper com Ney Braga sendo por este derrotado na disputa ao senado em 1966.

Posteriormente Ney Braga e Paulo Pimentel romperam politicamente e Affonso Camargo recompôs sua aliança com o seu antigo padrinho político, fato que o levou à presidência do Banco do Estado do Paraná (Banestado) e a ser Secretário de Fazenda (1973-1974).


Eleito presidente do diretório regional da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) em 1975 foi indicado senador biônico em 1978. Com a volta do pluripartidarismo seguiu rumo ao Partido Popular (PP) liderado por Tancredo Neves, a quem seguiu quando de seu ingresso no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Secretário-geral do partido, foi indicado Ministro dos Transportes em 1985 após a eleição de Tancredo Neves à Presidência da República, e com o falecimento deste foi mantido na pasta por José Sarney. Neste período, criou o vale-transporte e assim ficou conhecido pela alcunha de "O Pai do Vale Transporte". Após deixar o governo foi reeleito senador em 1986.

Affonso Camargo deixou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no primeiro ano de seu novo mandato e foi candidato à presidência da República em 1989, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) sem que passasse do primeiro turno. Na rodada seguinte apoiou a candidatura de Fernando Collor a quem serviu novamente como Ministro dos Transportes nos últimos meses de seu governo, quando ocupou também a pasta das Comunicações.

Foi eleito deputado federal em 1994, 1998, 2002 e 2006 sendo que durante esse período esteve filiado ao Partido Progressista Renovador (PPR) e ao Partido da Frente Liberal (PFL) antes de ingressar no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 2001.


Atividades Partidárias

  • Secretário do Diretório Nacional do Partido Democrata Cristão (PDC)
  • 1975 - Presidente do Diretório Regional da Aliança Renovadora Nacional (ARENA)
  • 1979 - Vice-Presidente da Comissão Executiva do Partido Popular (PP)
  • 1979 - Vice-Líder do Partido Popular (PP) no Senado Federal
  • Secretário-Geral do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
  • Vice-Líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de 02/05/2006 a 03/05/2006

Atividades Profissionais e Cargos Públicos

  • Diretor de Empresa de Incorporações Imobiliárias
  • 1961 - Diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Paraná
  • 1962 - Presidente Fundador da Companhia de Desenvolvimento do Paraná (CODEPAR), em Curitiba
  • 1963 - Secretário do Interior e Justiça do Estado do Paraná
  • 1973 - Presidente do Banco do Estado do Paraná
  • 1974 - Secretário de Finanças do Banco do Estado do Paraná
  • 1974 - Secretário da Fazenda do Estado do Paraná
  • 1985-1986 - Ministro de Estado dos Transportes
  • 1992 - Ministro de Estado dos Transportes e das Comunicações

Estudos e Cursos Diversos

  • 1974 - Curso Análise Transacional e Gerência por Objetivos
  • 1952 - Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná
  • 1951 - Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná
  • 1946-1947 - Curso de Desenho de Máquinas pela Escola Técnica Federal do Paraná

Fonte: Wikipédia

Julie Joy

BEATRIZ DA SILVA ARAÚJO
(80 anos)
Cantora, Atriz e Apresentadora

* Rio de Janeiro, RJ (30/09/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/04/2011)

Beatriz da Silva Araújo, mais conhecida pelo nome artístico de Julie Joy, foi uma cantora, atriz e apresentadora brasileira. Na infância estudou no Colégio Brasileiro de São Cristovão, morou em Copacabana, e depois mudou-se para Teresópolis, RJ.

Começou sua carreira em meados dos anos 50, interpretando canções em inglês e posteriormente passou a interpretar músicas brasileiras. Gravou o primeiro disco pela Sinter, em 1956, com o fox "Verão Em Veneza" (Incini e Ribeiro Filho), e o samba "Finge Gostar" (Jaime Florence e Chico Anysio). Por essa época também passou a fazer parte do cast da Rádio Nacional, onde cantava, preferencialmente em inglês, alguns sucessos da época.

Em 1957, acompanhada de Britinho e sua orquestra, gravou o xote "Amor É Bom De Dar" (Bruno Marnet e Roberto Faissal) e a "Valsa Do Primeiro Filho" (Ari Rabelo e Luiz de França). Naquele ano, passou a gravar pela Columbia, e lançou um disco com Renato de Oliveira & Orquestra, no qual cantou o beguine "Sombras" (Johnny Mercer e Lavello, versão de Arierpe) e o bolero "Tinha Que Ser" (Fernando César).

Em 1958, foi escolhida em votação popular a "Rainha do Rádio" com 319.430 votos, sendo a última cantora a receber o título. Além de se apresentar em programas de rádio, cantou também na TV Tupi. Neste ano de 1958, participou de dois filmes: "E O Bicho Não Deu...", produzido pela Herbert Richers, e "O Camelô Da Rua Larga", pela Cinedistri. Também lançou disco, com o bolero Podes voltar (Othon Russo e Nazareno de Brito) e a valsa E a chuva parou (Ribamar, Esdras Silva e Vitor Freire).


Ainda no ano de 1958 atuou no filme "E O Bicho Não Deu...", dirigido por J. B. Tanko e que contou no elenco com as presenças de Ankito, Grande Otelo, Costinha e Carlos Imperial num enredo escrito por Sérgio Porto, o popular Stanislaw Ponte Preta. Neste filme, além de cantar, foi também atriz, quando exibiu bons recursos de cena. Também nesse ano, lançou disco com o bolero "Podes Voltar" (Othon Russo e Nazareno de Brito), e a valsa "...E A Chuva Parou" (Ribamar, Esdras Silva e Vitor Freire).

Em 1960, gravou com acompanhamento da orquestra e coro de Bob Rose os fox "Você Não Tem Razão" (Bartel, Burns e Magio), e "Quero Sonhar" (J. Gluck Jr. e F. Tobias), ambos em versões de Renato Corte Real.

Julie Joy retirou-se progressivamente da vida artística a partir do final dos anos 1960.

Foi casada com o compositor João Roberto Kelly com que teve uma filha, que morreu tragicamente já adulta ao final dos anos 1990.

Julie Joy faleceu em 05/04/2011 sem que sua morte tivesse tido repercussão na imprensa.


Discografia

  • 1960 - Você Não Tem Razão / Quero Sonhar (Columbia - 78rpm)
  • 1958 - Podes Voltar / ...E A Chuva Parou (Columbia - 78rpm)
  • 1957 - Amor É Bom De Dar / Valsa Do Primeiro Filho (Sinter - 78rpm)
  • 1957 - Sombras / Tinha Que Ser (Columbia - 78rpm)
  • 1956 - Verão Em Veneza / Finge Gostar (Sinter - 78rpm)


Helena Greco

HELENA GRECO
(95 anos)
Ativista dos Direitos Humanos e Política

* Abaeté, MG (15/06/1916)
+ Belo Horizonte, MG (27/07/2011)

Helena Greco nasceu em Abaeté, MG, em 15/06/1916, filha do italiano Antonio Greco e da mineira Josefina Álvares Greco. Foi casada com José Bartolomeu Greco por 64 anos, e com ele teve três filhos: Marília, Heloísa e Dirceu.

Farmacêutica de formação, graduou-se em Farmácia, em 1937, na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, sem nunca ter exercido a profissão formalmente, Helena Greco se tornou referência na luta pelos direitos humanos. Começou a militar aos 61 anos, em 1977, e não parou mais. O primeiro marco de sua participação política foi a luta pela anistia. Helena Greco foi presidente e fundadora do Movimento Feminino pela Anistia-MG, em 1977, e do Comitê Brasileiro de Anistia-MG, no ano seguinte. Em 1979, foi a representante do Brasil no Congresso pela Anistia do Brasil em Roma.

Teve participação ativa em praticamente todos os movimentos e lutas que envolvem o binômio direitos humanos e cidadania. Foi idealizadora e criadora de várias entidades, entre elas, a Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de Belo Horizonte, o Conselho Municipal da Mulher, o Fórum Permanente de Luta pelos Direitos Humanos de Belo Horizonte, o Grupo de Trabalho Contra o Trabalho Infantil e o Movimento Tortura Nunca Mais.

Em 2002, foi homenageada pelo Programa Sempre Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com Medalha de Honra UFMG Ex-Aluno, por indicação da Faculdade de Farmácia. Helena Greco é mãe do professor Dirceu Greco, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

Em 2005, Helena Greco foi uma das 52 brasileiras que integraram a lista do Projeto Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz, iniciativa da Fundação Suíça Pela Paz e Associação Mil Mulheres.

Helena Greco foi a primeira vereadora eleita da capital mineira, nas eleições de 1982 e uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade. Exerceu dois mandatos, de 1982 a 1992.

Foi agraciada com vários prêmios e distinções, entre os quais Prêmio Chico Mendes de Resistência (1995), Prêmio Cidadania Mundial (1999) e Prêmio "Che" Guevara (2002). Além disso, foi designada para receber o Prêmio Estadual de Direitos Humanos, em 1998.

A volta dos exilados e a segurança dos perseguidos políticos se tornaram a preocupação de todos os seus dias. Escapou de um atentado a bomba e de uma série de ameaças a sua integridade física. Com a restauração da democracia, Helena Greco seguiu na luta. Participou ativamente do Grupo Tortura Nunca Mais. Elegeu-se vereadora e criou a primeira Comissão Permanente de Direitos Humanos na Câmara Municipal de Belo Horizonte.


Morte

Helena Greco morreu em casa, em Belo Horizonte, aos 95 anos, após apresentar um quadro de pneumonia.

O corpo de Helena Greco, foi velado no Cemitério Parque da Colina, região oeste de Belo Horizonte, na tarde de quarta-feira, 27/07/2011. 

Conhecida no meio político como "Dona Helena", a ex-vereadora deixou três filhos - Marília, Heloísa e Dirceu Greco - , e três netos, Helena, Júlia e Gustavo Greco

Fonte: Wikipédia

Estamira

ESTAMIRA GOMES DE SOUSA
(70 anos)
Catadora de Lixo

* Fazenda Jenipapo - Jaraguá, GO (07/04/1941)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/07/2011)

Estamira Gomes de Sousa, sou somente Estamira, conhecida por protagonizar documentário homônimo, foi uma senhora que apresentava distúrbios mentais, vivia e trabalhava, à época da produção do filme, no aterro sanitário de Jardim Gramacho, local que recebe os resíduos produzidos na cidade do Rio de Janeiro.

Tornou-se famosa pelo seu discurso filosófico, uma mistura de extrema lucidez e loucura, que abrangia temas como: a vida, Deus, o trabalho e reflexões existenciais acerca de si mesma e da sociedade dos homens.

"Ela acreditava ter a missão de trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que viviam fora do lixo onde ela viveu por 22 anos. Para ela, o verdadeiro lixo são os valores falidos em que vive a sociedade."
(Marcos Prado, diretor do filme)


Estamira morreu na quinta-feira, 28/07/2011, no Rio de Janeiro aos 70 anos. O enterro aconteceu na sexta-feira, 29/07/2011, no Cemitério do Caju.

Estamira estava internada no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desde a terça-feira, 26/07/2011. Ela sofria de diabetes e morreu em decorrência de Septicemia (Infecção Generalizada).


Negligência

Marco Prado, que ajudou na internação da catadora de lixo, acusam o hospital de negligência.

"Ela foi inadequadamente atendida. Ficou literalmente abandonada nos corredores do hospital sem nenhum tipo de atendimento, só com o filho como testemunha. E isso quando já existia o diagnóstico de infecção generalizada. A indignação é grande. E é triste saber que outras Estamiras vão morrer pelo mesmo descaso.

Estamira ficou invisível pela falência e deficiência de nossas instituições públicas. Morreu depois de ficar dois dias esperando por atendimento nos corredores da morte do nosso maravilhoso serviço público de saúde do Miguel Couto."
(Marcos Prado)

O Documentário

Lançado em 2005, "Estamira" foi dirigido por Marcos Prado, sócio de José Padilha na Zazen Produções, e produtor de "Tropa de Elite 1 e 2". O documentário segue a personagem-título, uma mulher que possui problemas mentais e sobrevivia com o que encontrava no aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro.

O documentário foi premiado em diversos festivais no Brasil e no mundo - no total, 23 estatuetas -, incluindo melhor documentário pelo júri oficial no Festival do Rio de Janeiro, na Mostra de Cinema de São Paulo e o Grande Prêmio do Festival Internacional de Documentário de Marseille.

Marcos Prado, diretor do documentário, falou sobre o convívio com a catadora de lixo, que também era diabética, e que há mais de 20 anos trabalhava no aterro sanitário em Gramacho, localizado no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

"Foi fascinante. Ela era quase que uma profetisa dos dias atuais, uma pessoa muito legítima. Jamais montamos suas frases na edição. Todos os discursos incluídos no filme são contínuos. Ela acreditava ter a missão de trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que viviam fora do lixo onde ela viveu por 22 anos. Para ela, o verdadeiro lixo são os valores falidos em que vive a sociedade."
(Marcos Prado)


Estamira, o Preço da Fama

Sentada no sofá de sua casa, Estamira Gomes de Sousa nem parecia a mesma protagonista do documentário que recebeu o seu primeiro nome. Com voz mansa e olhar esmorecido, a ex-catadora de lixo do aterro sanitário Jardim Gramacho passava os dias transitando.

Em meio aos urubus e ao cheiro putrefato do ar, Estamira buscava sua sobrevivência nas montanhas de lixo quando o cineasta e fotógrafo Marcos Prado a encontrou. "Tarda, mas não falha. Estava esperando por isso há muito tempo", respondeu ao rapaz que pedia permissão para fazer uma foto dela. Não demorou muito para que o fotógrafo ficasse hipnotizado pelos seus discursos metafísicos sobre o mundo. "A minha missão, além d'eu ser Estamira, é revelar a verdade, somente a verdade. Seja capturar a mentira e tacar na cara", disse a Marcos Prado, a quem incumbiu a tarefa de revelar sua missão.

Nas telas, Estamira não fala. Profere, grita, resmunga. Suas idéias bambaleiam entre a lucidez e a loucura. Os surtos de raiva registrados no filme revelam os distúrbios mentais provocados pela esquizofrenia. "É preciso ter o caos dentro de si para gerar uma estrela", diria Friedrich Nietzsche.

No filme, que ganhou 33 prêmios no Brasil e no mundo, Estamira cria uma linguagem própria e teoriza sobre Deus, educação, meio ambiente e comunismo, sem hesitar. Suas análises são resultado da mistura entre as vozes que diz escutar do Além com registros de sua memória. Alfabetizada pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), a ex-catadora de lixo conta que nunca teve o costume de ler. Onde aprendeu tudo aquilo? "Com a experiência da vida, vendo como a banda toca!"


Da pequena sala com as paredes pintadas de um amarelo vivo, ouve-se uma canção evangélica com ritmo pop que vem do barraco ao lado, onde mora seu filho, Hernane José Antônio, com a esposa e os três filhos. Alguns anos atrás, Estamira não permitiria música religiosa em sua casa.

No documentário, briga com o filho e com o neto, a quem apelidou carinhosamente de Réu, quando eles ousam falar sobre religião.

"Que Deus é esse? Que Jesus é esse que só fala em guerra e não sei o quê? Só pra otário, pra esperto ao contrário, abobado, abestalhado. Quem anda com Deus dia e noite, noite e dia na boca, ainda mais com os deboches, largou de morrer? Quem fez o que ele mandou, o que a quadrilha dele manda, largou de morrer? Largou de passar fome? Largou de miséria?", questiona Estamira, com um tom profano capaz de arrepiar muitos fiéis, em uma das cenas do documentário.

Estamira já não se altera ao tocar no assunto. Até sorri quando fala sobre o famoso "Trocadilo", termo criado por ela.

"Deus é um qualquer, um cientista do Egito, e não o poder superior real natural. Essa troca do homem pelo poder é o 'Trocadilho' (pronuncia, desta vez, o termo com lh). Eu não respeito essa idéia de Deus. Respeito a Nossa Senhora, que pra mim é a mãe natureza." 


Essa calma, condição rara de ser encontrada na Estamira do documentário, vem das caixas e caixas de remédios que ela toma para os mais diversos tipos de doenças, que vão da diabetes às fortes dores na cabeça.

As discussões mais amplas, presentes na euforia dos discursos no filme, param por aí. Estamira está cansada. Nas últimas semanas, os "grilos" que tomam conta de sua cabeça dividem espaço com um único assunto: a posse de seu terreno.

Em fevereiro, foi intimada por um dos vizinhos a deixar sua casa num prazo de 13 meses. Há 15 anos, Estamira vive num pequeno terreno no bairro de Prados Verdes, em Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro. "Foi ele quem me arranjou o terreno, mas isso é posse da prefeitura". Hernane já entrou com um pedido de usucapião e garante que, em breve, tudo estará resolvido. Porém, nada, nem ninguém, tira o problema de sua cabeça.

"Ele tá com olho gordo, achando que o Marcos tem dinheiro!"

Desde que ela parou de frequentar o lixão, em 2004, por problemas de saúde, o cineasta, produtor do filme "Tropa de Elite", dá a Estamira uma mesada de, mais ou menos, 500 reais por mês.

"Ele é uma mãe pra mim. Pagou todo o material usado na construção desta casinha!"


No pequeno lar, os objetos estão todos em seu devido lugar. As roupas que achou no lixão estão separadas em pilhas no armário improvisado. As panelas velhas e enferrujadas também estão dispostas na mais perfeita ordem.

Estamira não está só. Levou seu companheiro de Gramacho, João Carlos Vicente, para lhe fazer companhia. O senhor tímido, de sorriso doce, também está no filme, cantarolando um trecho da música "As Curvas da Estrada de Santos" com Estamira, a quem é grato "por tudo". "Lá no Gramacho, todo mundo me reconhece, dizem que eu estou importante", conta João.

Além de ser reconhecida no bairro onde mora, dois anos depois da estréia do filme, Estamira ainda atrai a vizinhança. "Tá todo mundo achando que eu tô rica. O povo vem me pedir dinheiro. Não tenho dinheiro nem pra comprar pão!". Em tom mais baixo de voz, Estamira cochicha, apontando para fora da casa: "Eles tudo, é eu que trato deles". Além da mesada de Marcos Prado, Estamira, João e a família de Hernane vivem com o dinheiro do INSS, que ela recebe e com o Bolsa Família.

Apesar de agora pintar as unhas de vermelho, a aparência continua a mesma da época do filme. Estamira diz ter alcançado a sua missão. "Consegui falar a verdade. Deu certo, porque todo mundo gostou!". A dupla de ex-catadores de lixo se recorda do Jardim Gramacho com carinho. "Sinto muita falta de lá, vontade de ir, mas não aguento  Sinto saudade daquela muvuca, do pessoal", conta Estamira, como se realmente falasse de um jardim verdejante, como sugere o nome do lixão. No lugar da trilha sonora sinistra do filme, apenas o cacarejo do galo que cisca os restos no chão batido do quintal. Estamira, desta vez em cores, acomoda-se no sofá e despede-se com serenidade.


Ravel

EDUARDO GOMES DE FARIAS
(63 anos)
Cantor e Compositor

☼ Itaiçaba, CE (13/10/1947)
┼ São Paulo, SP (16/06/2011)

A dupla brasileira Dom & Ravel surgiu na década de 1960. Em 1970, por ocasião da Copa do Mundo realizada no México, conquistaram o país com a música "Eu Te Amo Meu Brasil", que estourou nas paradas de sucesso. O sucesso foi absoluto nos anos seguintes. Dom & Ravel se apresentaram por todo o país e nos principais programas de rádio e de televisão, ganhando vários prêmios. A música ufanista era utilizada pelo governo em eventos cívicos.

Trajetória

Os irmãos Farias nasceram em Itaiçaba, no Ceará, Eustáquio em 1944 e Eduardo em 1947. Mudaram-se para São Paulo ainda crianças, nos anos 1950, com os pais e a irmã caçula Eva. Foram criados na periferia de São Paulo, onde foram morar. Eduardo obteve o apelido de Ravel, dado por um professor de música, por causa de sua aptidão para a arte.

Por volta dos anos 1960, a dupla, então já conhecida como Dom & Ravel, lançou seu primeiro LP em 1969, "Terra Boa", que trazia entre outras a canção "Você Também é Responsável", transformada, em 1971, pelo ex-ministro da Educação, Jarbas Passarinho, no hino do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral).

Nos anos 1970 a dupla atingiu grande sucesso, com a canção "Eu Te Amo Meu Brasil", gravada pelo conjunto Os Incríveis. Outros sucessos da dupla foram: "Animais Irracionais", "Só O Amor Constrói" e "Obrigado ao Homem do Campo". A ligação dessas canções, que na época levaram-nos ao sucesso, com a ditadura militar, levou a dupla ao ostracismo posterior.

O sucesso de "Eu Te Amo Meu Brasil" teria levado o então governador de São Paulo, Roberto de Abreu Sodré, a sugerir ao ex-presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, que a citada canção fosse transformada em hino nacional, e Médici nada teria respondido. Mas a notícia teria sido divulgada na imprensa e os artistas começaram a ser apontados como arautos da ditadura.


A música, segundo Ravel, foi composta, na verdade, para aproveitar a onda do tricampeonato da seleção brasileira de futebol. Todavia, em entrevista de 2001 à revista Veja, o músico declarou: "Mas nossos sobrenomes Gomes de Farias ajudaram a aumentar a confusão", lembrando a associação que as pessoas faziam com o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Cordeiro de Farias. Falava-se, então que os irmãos eram filhos de militares. Na verdade, o pai deles era um pequeno comerciante paraibano e a mãe, uma dona-de-casa cearense.

Os cantores eram alvos de críticas pois muitos de seus colegas artistas que estavam sendo perseguidos pela ditadura e expulsos do país.

Em 1971, tiveram a música "Praia de Iracema" gravada pelo grupo paulista Demônios da Garôa no LP "Aguenta a Mão, João", lançado pela Chantecler.

Em 1972, a dupla foi selecionada para participar do LP coletânea "Os Grandes Sucessos", lançado pela RCA Victor, com a música "Você Também é Responsável".

Em 1973, Dom & Ravel gravaram "Animais Irracionais", falando de injustiça social. A direita não gostou e os dois sentiram uma certa má vontade da mesma ditadura que com eles simpatizara, sendo o disco e a música afastados das rádios.

Com a morte do irmão Dom, em 10/12/2000, vítima de um câncer no estômago, Ravel, com uma vista prejudicada por um acidente, lançou, em 2001, o CD "Deus é o Juiz", em sua homenagem, com sucessos da dupla. A música "Eu Te Amo Meu Brasil" não foi selecionada para o disco.

Morte

Eduardo Gomes de Farias, o Ravel, da dupla Dom & Ravel, faleceu no início da tarde de quinta-feira, 16/06/2011, aos 64 anos, em São Paulo, vítima de um infarto. Segundo familiares, Ravel sofreu um infarto no momento em que tomava banho em sua residência. Os bombeiros ainda foram acionados, mas o ataque cardíaco foi fulminante.

O corpo de Ravel foi velado no Cemitério do Araçá, região da Consolação, em São Paulo, SP, onde também foi realizado o sepultamento.

Ravel deixou a esposa Rejane, com quem estava casado há 37 anos, e uma única filha, Priscila.

Fonte: WikipédiaBrasil Cultura
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