(83 anos)
Cantora e Compositora
☼ Bauru, SP (1928)
┼ Jarinu, SP (30/08/2011)
Lourdes Amaral Castro foi uma cantora nascida em Bauru, no interior do Estado de São Paulo, em 1928. Lourdes Amaral ficou famosa na década de 40, ao fazer dupla com a irmã Maria de Jesus Castro, eram as Irmãs Castro, um dos fenômenos da música sertaneja nas décadas de 40 e 50.
O pai das Irmãs Castro era engenheiro da ferrovia e por este motivo viviam de cidade em cidade. Numa dessas idas e vindas, conheceram aquele que mudaria a vida das duas e da música sertaneja, João Alves dos Santos, o famoso Nhô Pai, que lhes presenteou com a canção "Beijinho Doce" no ano de 1944.
A música foi gravada e as Irmãs Castro ganharam o Brasil de norte a sul, inclusive outros países da América do Sul, como o Paraguai.
As Irmãs Castro começaram em 1938 na Rádio Clube de Bauru, onde venceram o concurso de calouros Descobrindo Astros do Futuro, cantando "O Que É Que A Baiana Tem" (Dorival Caymmi). Elas participaram do concurso escondidas dos pais e logo após o mesmo, continuaram cantando em inglês numa outra emissora de rádio local.
Em 1940, Maria de Jesus e Lourdes, com 14 e 12 anos de idade, respectivamente, mudaram-se para São Paulo, onde tiveram que enfrentar os famosos preconceitos por serem do sexo feminino e, além disso, menores de idade.
Mas foi em São Paulo que Nhô Pai, compositor de sucessos como "Beijinho Doce", viu as irmãs cantando e gostou do dueto perfeito de suas vozes. Pediu então autorização aos pais delas para poder ensinar a elas o gênero sertanejo. A partir daí as Irmãs Castro apresentavam-se em programas diversos, sempre acompanhadas pelo Nhô Pai e também pela mãe.
Então foram convidadas para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, falsificaram as certidões de nascimento para poder cantar nos cassinos. Na cidade maravilhosa também cantaram em emissoras como Rádio Tupi, Rádio Globo e Rádio Mayrink Veiga.
De volta à São Paulo, passaram pelas Rádio Cultura, Rádio Tupi e Rádio Bandeirantes e foram contratadas com exclusividade pela Rádio Record.
O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".
O primeiro disco das Irmãs Castro foi gravado pela Continental em 1944 quando elas tinham 18 e 16 anos de idade respectivamente. Nesse 78 rpm, gravaram "Não Me Escrevas" e "Che Camba (Vem Cá)".
Em 1945, gravaram um novo disco 78 rpm contendo o valseado "Faz Um Ano" e o corrido "Beijinho Doce", um clássico da música caipira, que foi o maior sucesso das Irmãs Castro e que as transformou rapidamente em estrelas.
A música caipira não era o estilo preferido das Irmãs Castro. Elas preferiam outros estilos de música brasileira. O convite para a carreira sertaneja, no entanto, partiu de Nhô Pai que viu nelas o potencial e elas acabaram aceitando.
Em 1947, gravaram a guarânia "Noites do Paraguai" (S. Aguayo), com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado "Siriema" (Nhô Pai e Mário Zan), outro de seus grandes sucessos.
Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.
No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho) "Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).
No Paraguai, elas foram para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Asunción, mas acabaram permanecendo um mês por lá. A apresentação das Irmãs Castro foi transferida então para o Teatro Municipal de Asunción, já que o conjunto vocal americano The Platers tinha uma apresentação programada no Teatro Vitória. As Irmãs Castro acabaram roubando a platéia do The Platters, pois o conjunto americano, além de ter tido que aguardar a transferência das Irmãs Castro para o outro teatro, ainda tiveram no show lotação abaixo da esperada, enquanto as Irmãs Castro se apresentavam com mais platéia no Teatro Municipal. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com "Che Yara Porã Tupy" (Ariovaldo Pires e Riellinho) "Che China Mi" (Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires).
De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo do Paraguai.
Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como "Beijinho Doce", além de outras músicas, como "Pelejo Pra Te Deixar" (Biá e Gauchito).
Em 1984, participaram do programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo.
A dupla se desfez em 1985, porém as Irmãs Castro compõem um capítulo muito importante na história da música caipira raiz, pois, além delas terem sido a primeira dupla feminina a gravar música caipira, também foram as pioneiras no ritmo corrido, o mesmo ritmo de "Beijinho Doce".
Lourdes Castro Cardoso, faleceu na manhã de teça-feira, 30/08/2011, aos 83 anos, no Hospital Municipal de Jarinu, após um sofrer um infarto agudo do miocárdio. O Corpo da cantora foi velado no Velório Municipal da cidade e o enterro aconteceu na quarta-feira, 31/08/2011, às 13h30, no cemitério da cidade.
Fonte: Jornal da Cidade Atibaia e Sertanejo Bão