Rui Viotti

RUI VILLARA VIOTTI
(79 anos)
Jornalista e Locutor Esportivo

* Caxambu, MG (26/09/1929)
+ São Paulo, SP (07/09/2009)

Rui Viotti iniciou a carreira como locutor esportivo em sua cidade natal, na Rádio Caxambu, com apenas 15 anos de idade. Em 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi um dos três vencedores de um concurso coordenado por Ary Barroso, para substituí-lo na Rádio Tupi. Participou das transmissões esportivas da rádio.

Rui Viotti e Silvio Luiz (Foto Silvio Luiz Página Oficial)
Permaneceu por pouco tempo na Rádio Tupi, transferindo-se em seguida para a Rádio Nacional e, posteriormente, para a Rádio Tamoio, onde realizou a cobertura da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Participou do processo de implantação da televisão no país. Em meados da década de 1950, conciliava o trabalho da rádio com o da TV Tupi. Até apresentar seu próprio programa, sobre notícias esportivas, chegou a exercer as funções de caboman e cinegrafista. Em 1956, recebeu o Troféu Antenas de Prata, na categoria Melhor Narrador Esportivo.

Entre 1962 e 1966, abandonou a televisão para trabalhar no mercado publicitário. Após breve passagem pela TV Bandeirantes, retornou à TV Tupi Rio em 1970, para ocupar o cargo de diretor de programação. Em 1973, recebeu o convite para assumir a direção de esportes da Rede Globo. Na emissora, foi um dos criadores do programa Esporte Espetacular e pela organização da transmissão da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, no último ano em que atuou na emissora.

Em 1976, realizou a primeira transmissão de uma partida de tênis internacional para o Brasil, a final individual masculina do Torneio de Wimbledon. Ficou conhecido como a Voz do Tênis, devido a sua especialidade em narrar jogos do esporte.

Posteriormente, realizou as transmissões de torneios de tênis pela TV Manchete e Rede TV.

Com o final dos contratos com a televisão aberta, Rui Viotti se aposentou. Mais tarde, com problemas de saúde, só voltou a trabalhar para a BandSports em 2009, tendo narrado o torneio de Campos do Jordão em julho e vários torneios ATP e WTA da temporada.

Faleceu em setembro de 2009, aos 79 anos em São Paulo, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos, em decorrência de uma Infecção Generalizada.

Fonte: Wikipédia

Celso Lara Barberis

CELSO LARA BARBERIS
(47 anos)
Piloto Automobilístico

* São Manuel, SP (28/02/1916)
+ São Paulo, SP (07/09/1963)

Celso Lara Barbéris nasceu em São Miguel, próximo a Botucatu, interior de São Paulo, em 28 de fevereiro de 1916.

Filho único (tinha uma irmã mais nova mas esta era adotiva) de um médico italiano, natural de Turim, radicado no Brasil e fazendeiro na região de Fartura, região oeste do estado de São Paulo.

Mudou-se para a capital paulista aos 14 anos. Lá, começou a se revelar como atleta: Naquele mesmo ano, iniciando a sua carreira de esportista no Clube de Regatas Tietê e algum tempo depois no Clube Floresta (hoje é o Espéria), também às margens do Rio Tietê.

Como nadador, especializou-se nos 100 metros nado livre. Foi remador do mesmo clube conquistando 9 títulos paulistas e em 1934 tornou-se campeão brasileiro de Double Skiff, chegando a ser convocado para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936. Contudo, uma intoxicação o levou, na véspera do embarque, ao hospital onde ficou se recuperando por alguns dias, tempo suficiente para perder o navio onde viajou a delegação.

Em 1945, com 29 anos, mudou-se para Avaré, onde assumiu a administração da fazenda de café da família em Fartura. Nessa época também mantinha, e dividia com seu primo José Fernando, um apartamento em São Vicente, devido à necessidade de acompanhar de perto a Bolsa de Café que funcionava na zona portuária de Santos.

No final da década, abraçou o automobilismo. Em 1949, com uma Alfa-Romeu Sport que havia pertencido a Fábio Crespi, em sua prova de esteia, fundiu seu motor nas primeiras voltas.

Em 1950 ganhou a prova 80 quilômetros de Interlagos com uma Simca Sport. Mudou-se em 1951 com os pais para São Paulo, indo morar na Rua Suécia, bairro do Jardim Europa.

Em 1952 participou de uma prova, mas abandonou por quebra. Casou-se com Maria José e no ano seguinte nasceu sua filha Beatriz, mas o casamento só durou mais um ano, em 1954 eles se desquitaram.

Em 1954 disputou várias provas como o Grande Prêmio Cidade de São Paulo, em janeiro com um carro de 1500cc. Em maio também abandonou uma prova por quebra de uma Ferrari. Em agosto foi 1º colocado com uma Ferrari 2 litros e foi 2º com a mesma Ferrari na prova de comemoração das festividades do IV Centenário de São Paulo.

Chico Landi (esquerda) e Toni Bianco (direita)
Sempre gostou de carros novos e possantes, chegou mesmo a mandar construir em 1955, um carro esporte exclusivo na oficina de Oliveira Monarca do bairro da Bela Vista, carro que foi construído por Toni Bianco, na época iniciando seu trabalho no Brasil.

Esteve afastado por algum tempo, retornando em 1957 no Triângulo Sul Americano conquistando o 5º lugar. Neste mesmo ano, com a indústria automobilística brasileira dando os primeiros passos, o Automóvel Clube do Estado de São Paulo, para incentivar o acontecimento e ao mesmo tempo comemorar o 7 de Setembro, criou uma das mais importantes e tradicionais corridas que São Paulo conheceu: Eram os 500 Quilômetros de Interlagos somente comparado em tradição com a Mil Milhas Brasileiras criada um ano antes. Essa prova era realizada pelo anel externo do traçado original do autódromo, com aproximadamente 3.460m.

A sua primeira edição (1957) foi um grande acontecimento, tendo sido inclusive transmitida pela Rádio Panamericana (na época a emissora dos esportes), atual Jovem Pan. A narração foi de Wilson Fittipaldi (o Barão), pai de Wilson Fittipaldi Júnior e Emerson Fittipaldi.

Os carros da categoria Força Livre eram antigos monopostos (apelidados de charutinhos) como Ferrari, Maserati e Alfa-Romeo. A criatividade brasileira equipava alguns desses carros com modernos motores Corvette (sensação da época) que davam uma sobrevida a estes carros tecnologicamente ultrapassados. Essa categoria recebia o nome de Mecânica Continental.

A corrida com 154 voltas teve 105 lideradas por Ciro Cayres (outro monstro da época) registrando o 1º recorde da prova em 1m14s. Porém o motor da sua Ferrari não agüentou o forte ritmo e Ciro foi obrigado a abandonar deixando a vitória para Barberis que com uma Maserati-Corvette corria em 2º lugar. Celso Barberis completou as 154 voltas com a média de 132km/h em 3h46m27s.

Foi o 3º colocado no ano seguinte, nesta mesma prova, em sua segunda edição. Celso Barberis venceria ainda os 500 quilômetros de Interlagos de 1959 com Maserati 3000 e em 1960 com Maserati-Corvette.

Participou de cinco edições das Mil Milhas Brasileiras (57/58/59/60/61), além de algumas na categoria Turismo. Participou também de provas Internacionais do World Sports Car Championship em Buenos Aires, Argentina, em parceria com Godofredo Vianna Filho (56), Eugênio Martins (57 e 58) e em 1960 com Christian Heins, quando pilotando em dupla uma Maserati 300S conquistaram o 4º lugar.

Mostrando que sua versatilidade como atleta ainda estava em alta, em 1962, entre uma e outra competição, praticando motonáutica, venceu os 100 Quilômetros da Represa de Guarapiranga.

Iniciou 1963 fazendo um 2º nas 12 Horas de Interlagos com um FNM-JK. Porém nos 500 quilômetros de Interlagos daquele ano, já competindo com um carro nacional fabricado por Chico Landi e Toni Bianco com motor JK 2000. Celso teve um acidente fatal na 1ª volta da corrida na então chamada subida dos boxes, hoje curva do café.

Intantes após o toque de pneus
Seu carro, após ter sido tocado pelo carro de nº 50 do piloto Amaral Júnior (pneu contra pneu) rodou, foi de encontro ao barranco (era esse o guard-rail da época) e capotou varias vezes. Barberis teve fratura do crânio e esmagamento do tórax, sendo lançado a mais de 5m de distância.

Essa prova, inclusive, já começou trágica: Edmundo Bonotti faleceu em conseqüência dos ferimentos sofridos num acidente ocorrido durante os treinos.

A prova, que não chegou a ser interrompida, foi vencida por Roberto Galucci com Maserati-Corvette, mas ele nem comemorou (era a sua segunda vitória na prova).

As Polêmicas do Acidente

O acidente (nunca devidamente esclarecido) criou várias polêmicas, tendo saído das páginas esportivas para as policiais dos grandes jornais da época. O piloto Amaral Júnior se recusou a permitir que o ACESP (Automóvel Clube do Estado de São Paulo) fizesse uma vistoria no seu carro. Alguns afirmam ter visto o piloto logo após o acidente parar no box e instruir seus mecânicos, que na volta seguinte em um ponto afastado da pista teriam trocado o pneu da batida. O piloto abandonou a prova algumas voltas depois, mas o pneu trocado nunca mais apareceu. Amaral Júnior também não compareceu a uma audiência para ouvir o piloto Ciro Cayres, principal testemunha do acidente no inquérito (encontrava-se entre os carros 2 e 50). Outros boatos surgiram, como o que dizia que os pilotos eram inimigos de longa data, (eram da mesma cidade, São Miguel) ou que Amaral Júnior estaria a serviço de outro piloto "rival" de Barberis fora das linhas automobilísticas. Os fatos nunca provados ou comprovados.

No dia 9 de setembro, a diretoria do Automóvel Clube, suas comissões técnicas e esportivas com todos os membros presentes, decidiu eliminar João Batista Amaral Júnior do quadro de corredores do ACESP.

Às 15 horas e 15 minutos do dia 7 de setembro de 1963, um campeão deixou Interlagos para sempre e o Brasil perdeu um grande piloto.

O acidente abalou de tal forma os parceiros Chico Landi e Toni Bianco que eles decidiram por destruir o carro (que poderia ser recuperado), cortando o chassi em 4 partes e abandonando qualquer possibilidade de vir a tornar este carro capaz de disputar corridas no exterior.

Fonte: Nobres do Grid