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Paulo Gonçalves

PAULO GONÇALVES
(61 anos)
Ator e Dublador

☼ Belém, PA (04/08/1924)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/07/1986)

Paulo Gonçalves foi um ator e dublador nascido em Belém, PA, no dia 04/08/1924.


Paulo Gonçalves começou sua carreira como rádio-ator na Rádio Clube do Brasil. Posteriormente foi para a Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1949, foi para a Rádio Mayrink Veiga, aonde seguiu carreira.

Inicialmente, atuou em peças, como "Assim é o Teatro" (1949), produzido por Dimas Joseph, além de ter participado do programa teatral "Teatro das Três e Meia" (1953).

Paulo Gonçalves depois passou a se dedicar à televisão. Passou vinte anos trabalhando na TV Globo, e só se afastou nesse período por alguns meses. Teve rápida passagem no cinema e no teatro.

Na televisão, Paulo Gonçalves fez vários trabalhos. Começou na TV Globo em 1966 na novela "O Sheik de Agadir" e depois atuou em "Anastácia, a Mulher Sem Destino" (1967).

Em 1968 foi para a TV Rio aonde fez a novela "Acorrentados" (1968).

Em 1969 voltou para a TV Globo onde trabalhou em "A Ponte dos Suspiros" (1969), "Assim na Terra, Como no Céu" (1970), "Bandeira 2" (1971) e o seriado "Caso Especial", produzido e exibida pela TV Globo entre 10/09/1971 e 05/12/1995.

A vida artística de Paulo Gonçalves foi praticamente toda na TV Globo.

Em 1980 afastou-se da TV Globo e foi para a TV Bandeirantes, onde atuou em "Dulcinéa Vai à Guerra" . Voltou para a TV Globo no ano seguinte e atuou em "Terras do Sem Fim" (1981).

No cinema, participou de dois filmes, "Os Herdeiros" (1970) e "Quatro Rodas" (1982).

Paulo Gonçalves foi casado com a cantora do rádio Rosita Gonzalez, conhecida como "A Rainha do Bolero".

Morte

Paulo Gonçalves faleceu na terça-feira, 01/07/1986, aos 61 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de um câncer no pâncreas.

Paulo Gonçalves e sua esposa, a cantora Rosita Gonzales
Carreira

Televisão
  • 1966 - O Sheik de Agadir ... Luciano
  • 1967 - Anastácia, a Mulher Sem Destino ... Tomé
  • 1969 - Acorrentados ... Frederico
  • 1969 - A Ponte dos Suspiros ... Rei Candiano
  • 1970 - Assim na Terra Como no Céu ... Leopoldo
  • 1971 - Minha Doce Namorada ... Tibúrcio
  • 1971 - Caso Especial Número 1
  • 1972 - Sombra de Suspeita
  • 1972 - Bandeira 2 ... Neneco
  • 1972 - O Bofe ... Padre Inocêncio
  • 1973 - Cavalo de Aço ... Tobias
  • 1973 - Os Ossos do Barão ... Carlino
  • 1974 - Corrida do Ouro ... Camilo
  • 1975 - Gabriela ... Maurício Caires
  • 1975 - O Grito ... Caio
  • 1976 - O Casarão ... Cardosão
  • 1977 - À Sombra dos Laranjais ... Alvarez
  • 1977 - Nina ... Arturo
  • 1978 - Sinal de Alerta ... Nicanor
  • 1979 - Pai Herói ... Leôncio Souza
  • 1980 - Chega Mais ... Souza
  • 1980 - Dulcinéa Vai à Guerra ... Camilo
  • 1981 - Terras do Sem-Fim ... Padre Bento
  • 1982 - Elas Por Elas ... Sílvio Rozelli
  • 1983 - Pão Pão, Beijo Beijo ... Gaspar Cantarelli
  • 1984 - Amor Com Amor Se Paga ... Padre Inácio
  • 1986 - Selva de Pedra ... Nando Papi

Cinema
  • 1970 - Os Herdeiros
  • 1982 - Quatro Rodas

Fonte: WikipédiaDublanet 
#FamososQuePartiram #PauloGonçalves

Ernani Satyro

ERNÂNI AIRES SÁTIRO E SOUSA
(74 anos)
Fazendeiro, Poeta, Cronista, Romancista, Ensaísta e Político

☼ Patos, PB (11/09/1911)
┼ Brasília, DF (08/05/1986)

Ernâni Aires Sátiro e Sousa foi um fazendeiro, poeta, cronista, romancista, ensaísta e político brasileiro, que exerceu oito mandatos de deputado federal pela Paraíba. Foi ainda prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba.

Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras e à Academia Campinense de Letras.

Filho de Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Ayres Sátiro e Sousa, formou-se em 1933 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1934 elegeu-se deputado estadual pelo Partido Republicano Libertador (PRL) a exemplo do que fizera antes seu pai. Durante a vigência do Estado Novo getulista, dedicou-se à advocacia, fase interrompida apenas em 1940 quando foi nomeado prefeito de João Pessoa, cargo que exerceu por apenas dezoito dias.

Homem importante da União Democrática Nacional (UDN) foi eleito deputado federal para a Assembléia Nacional Constituinte em 1945 sendo reeleito em 1950, 1954, 1958 e 1962.

Partidário do Golpe Militar de 1964 foi eleito presidente da União Democrática Nacional (UDN), o último antes da instituição do bipartidarismo pelo Ato Institucional Número 2 em 27/10/1965. Ernâni Sátiro ingressou na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e foi reeleito em 1966.

Líder do governo Costa e Silva na Câmara dos Deputados entre 1967 e 1968, renunciou ao mandato em 09/05/1969 após ser escolhido ministro do Superior Tribunal Militar.

Em 1970 foi escolhido governador da Paraíba pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, fato que o levou a abdicar da toga ministerial.

De volta à política Ernâni Sátiro foi reeleito deputado federal em 1978 e 1982 quando já estava no Partido Democrático Social (PDS). Em seu último mandato ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985.

Ficou conhecido por tratar a todos que encontrava pela expressão "amigo velho".

Ernâni Sátiro faleceu vítima de derrame cerebral.

Academia Paraibana de Letras

É o fundador da cadeira número 32 da Academia Paraibana de Letras, que tem como patrono Carlos Dias Fernandes. Atualmente é ocupada por Wills Leal. Assumiu a sua cadeira em 03/08/1963, com saudação do acadêmico Ivan Bichara.


Obras

  • O Canto do Retardatário (Poesias)
  • 1954 - O Quadro-Negro (Romance)
  • 1957 - Mariana (Romance)

Fonte: Wikipédia

Elza Laranjeira

ELZA LARANJEIRA
(61 anos)
Cantora

* Bauru, SP (16/06/1925)
+ São Paulo, SP (22/07/1986)


Elza Laranjeira foi esposa do também cantor, Agostinho dos Santos e era uma exímia intérprete de samba-canção e também uma das maiores cantoras ao interpretar as músicas de Dolores Duran.

Ela cantou na Rádio Clube de Bauru, muito novinha, ainda aos 10 anos de idade. Formou-se educadora pela Escola Normal de Bauru e lecionou em escola pública antes de dar início à sua grande carreira artística. Ela foi uma das cantoras mais importantes e requisitadas da radiofonia paulistana.

Um dos seus maiores êxitos, foi em 1963, ano em que lançou o LP "A Música de Tom e Vinicius". Nesse disco cantou "Só Danço Samba", "Sem Você", "Por Toda Minha Vida", "Serenata do Adeus" e "Derradeira Primavera". Por um tempo, se afastou da vida artística e só retornou em 1975.

Iniciou sua carreira artística na década de 40, substituindo Leny Eversong no programa de Blota Júnior, transmitido pela Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1945, transferiu-se com Blota Júnior para a Rádio Record de São Paulo.

Em 1951, fez suas primeiras gravações pelo selo Star, lançando quase simultaneamente dois discos, com os sambas "Foi Sem Querer" (Enrico Simoneti e Maragliano) e "Quando Eu Era Pequenina" (Enrico Simoneti e Donato), e, as canções "Poema Das Duas Mãozinhas" (Hervê Cordovil e Jorge de Lima) e "Dia Das Mães" (Maria Cecília B. França). No mesmo ano, gravou o baião "O Galo Já Cantou" (Hervê Cordovil e Raul Duarte).

Em 1953, foi contratada pela Copacabana e lá estreou com o samba "Vida Nova" (Alfredo Borba e Sérgio Rubens) e a batucada "A Louca Chegou" (Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida). Gravou também o samba "Gol de Baltazar" (Alfredo Borba), homenagem ao então artilheiro do time de futebol do Corinthians de São Paulo. No mesmo período, em dueto com Cauby Peixoto, gravou o samba "Já Paguei o Meu Tributo" (Alfredo Borba). Ainda em 1953 estreou na gravadora Columbia, com o choro "Doçura", primeira composição de sua autoria, e o samba canção "Meu Deus Não Sei" (Ted).

Em 1954, gravou a marcha "É Covardia" (Alfredo Borba e José Sacomani) e o samba "Mulher Namoradeira" (Alfredo Borba). Gravou também outra música alusiva ao futebol, uma vez que a Seleção Brasileira de Futebol, em junho daquele ano, participava da Copa do Mundo da Suiça, o samba "Gol do Brasil" (Alfredo Borba).

Em 1955 gravou o xote "Bandinha do Interior" (Mário Vieira e Elpídio dos Santos), e o baião "Baião Espanhol" (Alfredo Borba e Luiz Gaúcho). No mesmo ano, gravou mais duas composições de Alfredo Borba, a marcha "Gole de Cachaça" e o samba "Lampião de Querosene".

Em 1956, teve uma rápida passagem pela gravadora Odeon, onde gravou dois discos. No primeiro, cantou "Lavadeiras de Portugal" (Popp e Lucchesi), em ritmo de baião, com versão de Joubert de Carvalho, e o choro "Pica-Pau" (Alfredo Borba e José Henrique).

O segundo disco, lançado em janeiro de 1957, trazia a valsa "Que Será, Será" (Livingstone e Evans), com versão de Nadir Corte Real, e, o samba "Poço Dos Desejos" (Edson Borges). Ainda em 1957 passou a gravar na RGE e lançou a valsa "Dois Olhos Azuis" (M. Jary e Maugéri Neto) e o beguine "Insônia" (Mário Albanese e Heitor Carrilho), com acompanhamento de Enrico Simoneti e Sua Orquestra.


Em 1959, gravou o fox "É Disso Que Eu Gosto" (Heitor Carrilho e Maugério Neto) e o samba canção "Dona Saudade" (Mário Albanese e Habib Nader). No mesmo ano, gravou de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, o samba canção "Eu Sei Que Vou Te Amar", e, de Antônio Carlos Jobim e Marino Pinto, o samba "Aula de Matemática".

Elza Laranjeira foi considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran, de quem gravou ainda em 1959, o samba canção "A Noite do Meu Bem". Cantou durante muito tempo em casas noturnas de São Paulo. Destacou-se como cantora romântica, tendo gravado valsas, fox, beguines e sambas canções, como "Estou Amando Azul" (Fernando César e Britinho), lançado também em 1959.

Em 1960 gravou o samba canção "Fale Baixinho" (Portinho e Heitor Carrilho), e a marcha rancho "Um Punhadinho de Estrelas" (Mário Albanese e Heitor Carrilho). No mesmo ano, gravou o samba "Tome Continha de Você" (Dolores Duran) e o samba canção "Um Minuto Só" (Edson Borges). Fiel ao seu estilo de músicas românticas, com temáticas amorosas, gravou ainda no mesmo em 1960 o bolero "Ninguém é de Ninguém" (Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão) e o fox "Devaneio" (Djalma Ferreira e Luiz Antônio). Neste mesmo ano lançou seu primeiro LP, e um dos discos de maior destaque, "A Noite do Meu Bem", com Simonetti e Sua Orquestra, no qual cantou além da música título, as composições "Tome Continha de Você" (Dolores Duran e Édson Borges), "Um Punhadinho de Estrelas" (Mário Albanese e Heitor Carillo), "Cuidado Coração" (Ciloca Madeira e Fred Jorge), "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom JobimVinícius de Moraes), "Estou Amando Azul" (Fernando César e Britinho), "Fale Baixinho" (Portinho e Heitor Carillo), "Quando Te Achei" (Adoniran Barbosa e Hilda Hilst), "Podem Falar" (Agostinho dos Santos e Quico), "Conversa" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "Um Minuto Só" (Édson Borges), e "Porquê" (Hervé Cordovil e Vicente Leporace).

Em 1962, gravou o bolero "Sem Motivo" (Aderaldo Monteiro) e o samba canção "Mais Uma Vez Adeus" (Georges Auric e Teixeira Filho). Gravou o bolero "Sem Motivo" (Aderaldo Monteiro) e o samba canção "Mais Uma Vez Adeus" (Georges Auric e Teixeira Filho). Ainda em 1962, gravou acompanhada pelo Conjunto RGE, dois clássicos da bossa nova, os sambas "Só Danço Samba" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e "Samba do Avião" (Tom Jobim). Apresentou-se em vários países latino-americanos, destacando-se o Uruguai.

Recebeu o Prêmio Roquete Pinto, melhor cantora paulista de música internacional, o Prêmio Cidade de São Sebastião, RJ, e o Troféu Chico Viola, SP. As músicas "A Noite do Meu Bem" (Dolores Duran) e "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) destacaram-se entre suas gravações de maior sucesso.

No início da década de 60, deixou a Rádio Record e foi para Rádio Nacional em São Paulo.

Em 1963, lançou o LP "A Música de Tom e Vinicius", no qual interpretou, entre outras, "Só Danço Samba", "Sem Você", "Por Toda Minha Vida", "Serenata do Adeus" e "Derradeira Primavera".

Ficou um tempo afastada da vida artística, só retornando em 1975. Nesse mesmo ano voltou a cantar na Boate Samba-Enredo, em São Paulo.


Discografia

  • 1962 - Sem Motivo / Mais Uma Vez Adeus (RGE, 78)
  • 1962 - Só Danço Samba / Samba do Avião (RGE, 78)
  • 1962 - Elza Interpreta Tom Jobim e Vinícius de Moraes (RGE, LP)
  • 1961 - Elza Laranjeiras Canta Sucessos (RGE, LP)
  • 1960 - Fale Baixinho / Um Punhadinho de Estrelas (RGE, 78)
  • 1960 - Tome Continha de Você / Um Minuto Só (RGE, 78)
  • 1960 - Ninguém é de Ninguém / Devaneio (RGE, 78)
  • 1960 - A Noite do Meu Bem (RGE, LP)
  • 1959 - É Disso Que Eu Gosto / Dona Saudade (RGE, 78)
  • 1959 - Eu Sei Que Vou Te Amar / Aula de Matemática (RGE, 78)
  • 1959 - A Noite do Meu Bem / Estou Amando Azul (RGE, 78)
  • 1957 - Que Será, Será / Poço Dos Desejos (Odeon, 78)
  • 1957 - Dois Olhos Azuis / Insônia (RGE, 78)
  • 1956 - Lavadeiras de Portugal / Pica-Pau (RGE, 78)
  • 1955 - Bandinha do Interior / Baião Espanhol (Columbia, 78)
  • 1955 - Gole de Cachaça / Lampião de Querosene (Columbia, 78)
  • 1954 - É Covardia / Mulher Namoradeira (Columbia, 78)
  • 1954 - Gol do Brasil / Isso é Namorar (Columbia, 78)
  • 1954 - Napoli / Lençol de Linho (Columbia, 78)
  • 1954 - Não Vá Embora / Pé de Pobre (Columbia, 78)
  • 1953 - Vida Nova / A Louca Chegou (Copacabana, 78)
  • 1953 - Gol de Baltazar / Don Juan (Copacabana, 78)
  • 1953 - Já Paguei o Meu Tributo / Esquisitice da Vovó (Copacabana, 78)
  • 1953 - Parabéns São Paulo / Você (Copacabana, 78)
  • 1953 - Doçura / Meu Deus Não Sei (Columbia, 78)
  • 1951 - Foi Sem Querer / Quando Eu Era Pequenina (Star, 78)
  • 1951 - Poema Das Duas Mãozinhas / Dia Das Mães (Star, 78)
  • 1951 - O Galo Já Cantou / As Lágrimas Podem Secar (Star, 78)
  • 1951 - Encantadora de Serpentes / Tira a Coroa (Carnaval, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Marco Antônio Araújo

MARCO ANTÔNIO ARAÚJO
(36 anos)
Compositor e Instrumentista

* Belo Horizonte, MG (28/08/1949)
+ Belo Horizonte, MG (06/01/1986)

Ele era um dos maiores músicos instrumentais quando teve a vida ceifada por um aneurisma cerebral, com apenas 36 anos. Uma perda imensa, não apenas para o rock progressivo brasileiro, mas para uma legião de fãs que aprendeu a amar as belas composições desse mineiro, que atravessava o melhor momento de sua carreira. Marco Antonio Araújo é um nome hoje pouco lembrado, mas quem conhece sua obra não se esquece jamais.

Poucos comentam a obra e vida de Marco Antonio Araújo, um dos maiores representantes da música mineira dos anos 80 e que ganhou o epíteto de Egberto Gismonti da década de 80.

Marco Antonio Araújo nasceu em Belo Horizonte, MG, no dia 28/08/1949. Como todo adolescente nos anos 60 se apaixonou pelos Beatles e pelos Rolling Stones e resolveu, em 1968, ingressar no grupo Vox Populi, que contava com Tavito e Fredera, que depois formariam o Som Imaginário. Ficou um ano no grupo, que lançou um compacto, "Pai-Son", em parceria com Zé Rodrix, pela gravadora Bemol.

Marco já estava absolutamente apaixonado pela música e resolveu abandonar o curso de economia e o emprego em um banco para se dedicar a ela. Em 1970, resolveu morar em Londres, onde ficou dois anos "tietando" (expressão do próprio músico) grupos como Led Zeppelin, Deep Purple, Pink Floyd, Rolling Stones etc. Cansado de correr atrás dos grupos, viu que deveria voltar ao Brasil e começar a carreira de músico.

Assim, retornou ao Brasil e foi morar no Rio de Janeiro, onde foi estudar composição com Esther Sciar e aprendeu violão clássico e violoncelo com Eugen Ranewsky e Jacques Morelenbaum, na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


Começou a compor trilhas sonoras para cinema, teatro e balé, entre elas a peça "Rudá", de José Wilker e "Cantares", um balé apresentado pelo Grupo Corpo, que é uma companhia de dança contemporânea brasileira de renome internacional criada em 1975 em Belo Horizonte. Marco acabou se apaixonando e casando com uma das bailarinas, Déa Marcia de Souza.

Marco mostrou-se um músico brilhante e voltou a Belo Horizonte, em 1977, e passou a integrar a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, onde ficou até o fim da vida. Ele fez pequenos shows no ano seguinte, onde era acompanhado pelo Grupo Mantra. As composições instrumentais mesclavam o rock progressivo com a mais pura tradição mineira de quadrilhas, modinhas e serestas.

Entre 1978 e 1979 apresentou os shows "Fantasia" e "Devaneios", tendo a companhia de Carlos Bosticco (Flauta), Hannah Goodwin (Violoncelo), seu irmão Alexandre Araújo (Guitarra), Gregory Olson (Contrabaixo), Benoir Clerk (Trompa) e Sérgio Matos (Percussão).

Aos poucos foi formando um grupo de músicos que o acompanharia: Alexandre Araújo (Guitarra), Ivan Correia (Contrabaixo), Mario Castelo (Bateria), Eduardo Delgado (Flauta), Antonio Viola (Violoncelo), Max Magalhães (Piano) e Lincoln Cheib (Bateria).

Em 1980 editou, de forma independente, o primeiro LP, "Influências", que recebeu grandes elogios da crítica especializada e foi divulgado com 74 shows. O disco ganhou boa receptividade fora de Minas Gerais e Marco montou uma produtora independente, Strawberry Fields, a canção dos Beatles que o fez amar o quarteto.


Mais maduro, Marco lançou outro disco, em 1982, o belo "Quando a Sorte Te Solta Um Cisne Na Noite" e viajou pelo interior de Minas Gerais, através do projeto Acorde Minas, em parceria com a Rede Globo Minas, a Coordenadoria de Cultura do Estado e de sua produtora, Strawberry Fields.

O disco foi novamente elogiado pela crítica, mas Marco sentia que precisava expandir seu público e atingir outros estados, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo.

Incansável, Marco não parava de trabalhar nem um segundo e resolveu inovar no terceiro LP, "Entre Um Silêncio e Outro", de 1983. Para isso, convidou o violoncelista Jacques Morelenbaum, o flautista Paulo Guimarães e o violoncelista Márcio Mallard, e formaram um grupo de câmara que gravou apenas duas "Fantasias Nº 2" e "Fantasias Nº 3". Ao ser editado em CD, trazia ainda as faixas "Abertura I", "Abertura II" e "Cantares II".

A capa trazia uma tela do artista Carlos Scliar"Vinil Encerado Sobre Tela", feita especialmente para Marco e inspirada em sua música. Dentro do disco, um bela capa dupla colorida, havia um texto do próprio Marco falando de sua obra.

No mesmo ano, 1983, nasceu seu primeiro filho, Lucas, no dia 02 de agosto. Inspirado pela paternidade, Marco partiu para gravar um novo disco, para muitos sua obra-prima: "Lucas". Um disco maduro e que mostrava um homem mais esperançoso e preocupado com o futuro.

Em 1984 foi editado uma coletânea, "Animal Racional", e Marco chegava ao auge da carreira, com shows pelo Brasil inteiro, ao lado do Grupo Mantra.


Morte

Marco havia regressado a Belo Horizonte, onde iria receber, no dia 07/01/1986, um prêmio da revista Veja como o melhor músico instrumentista do país.

Subitamente, sofreu uma hemorragia cerebral e entrou em coma profundo, vindo a falecer no dia 06/01/1986, véspera da premiação, vítima de um aneurisma cerebral, após ficar cinco dias internado na UTI do Prontocor, em Belo Horizonte.

Marco tinha uma viagem agendada para Nova York na semana seguinte.

A perda devastadora jamais foi completamente absorvida e entre os dias 07 e 09 de agosto foi realizado o show "Lembranças", para celebrar o 37º aniversário de Marco. Participaram dele Alexandre Araújo, Ivan Correia, Lincoln Cheib, Mauro Rodrigues, Antonio Viola, José Marcosa, Max Magalhães, além de convidados como André Geraissati, Egberto Gismonti, Toninho Horta, entre outros.

Aquele mineiro de técnica refinada e que amava tanto a música pop bem como a mineira e a clássica deixou um legado jamais esquecido pelos fãs e por quem acabaria descobrindo sua obra apenas após sua morte.


Discografia

  • 1980 - Influências
  • 1982 - Quando a Sorte Te Solta Um Cisne Na Noite
  • 1983 - Entre Um Silêncio e Outro
  • 1984 - Lucas
  • 1985 - Animal Racional (Coletânea)



Dom Avelar Brandão Vilela

AVELAR BRANDÃO VILELA
(74 anos)
Cardeal

* Viçosa, AL (13/06/1912)
+ Salvador, BA (19/12/1986)

Dom Avelar Brandão foi um cardeal brasileiro. Iniciou seus estudos no Seminário de Maceió e no Seminário de Olinda. Foi ordenado em 27/10/1935. Membro do corpo docente e orientador espiritual do Seminário de Aracajú, foi secretário da diocese de Aracajú. Foi capelão diocesano da Ação Católica.

Episcopado

Com apenas 33 anos foi sagrado bispo de Petrolina, sendo consagrado em 27/10/1946, pelo bispo Dom José Thomas Gomes da Silva, bispo de Aracaju, tendo como co-consagrantes Dom Adalberto Accioli Sobral, bispo de Pesqueira e Dom Mário de Miranda Vilas-Boas, arcebispo de Belém, PA.

Em 05/11/1955, foi elevado a arcebispo de Teresina. Frequentou o Concílio Vaticano II, entre 1962 e 1965. Foi eleito presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), mandato que exerceu entre 1966 e 1972. Frequentou a I Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, na cidade do Vaticano, entre 29/09 e 29/10/1967, a primeira Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, entre 11/10 a 28/101969 e a II Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos, entre 30/09 e 06/11/1971. Em 25/03/1971 foi transferido para a Arquidiocese de São Salvador, BA.

Cardinalato

Em 05/03/1973, foi criado cardeal no Consistório Ordinário Público de 1973, recebendo o barrete cardinalício das mãos do Papa Paulo VI e o título cardinalício de São Bonifácio e Santo Aleixo.

Em 1975 requereu da Santa Sé o título já consagrado da primazia de sua arquidiocese, o Santo Padre enviou seu representante o núncio apostólico para conferir o título numa cerimônia na Catedral-Basílica Primacial de São Salvador, em 25/10/1980.

Morte

Dom Avelar Brandão faleceu em 19/12/1986, vítima de câncer de estômago e encontra-se sepultado na Catedral-Basílica Primacial de São Salvador.

Era irmão do ex-senador Teotônio Vilela e tio do político Teotônio Vilela Filho.

Conclaves

  • Conclave de agosto de 1978 - Participou da eleição do Papa João Paulo I
  • Conclave de outubro de 1978 - Participou da eleição do Papa João Paulo II

Fonte: Wikipédia

Ada Rogato

ADA LEDA ROGATO
(75 anos)
Pioneira da Aviação no Brasil

* São Paulo, SP (22/12/1910)
+ São Paulo, SP (15/11/1986)

Ada Leda Rogato foi uma pioneira da aviação no Brasil. Foi a primeira mulher a obter licença como pára-quedista, a primeira volovelista (piloto de planador) e a terceira a se brevetar em avião, no ano de 1935. Também se destacou pelas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Voando em aeronaves de pequeno porte e - ao contrário de outras famosas aviadoras - sempre sozinha, a fama nacional e internacional cresceu a partir dos anos 1950, graças à ousadia cada vez maior das proezas, que fizeram dela:
  • A primeira piloto brasileira a atravessar os Andes. Feito realizado por onze vezes, ida e volta, em 1950;
  • A única aviadora do mundo, até 1951, a cobrir uma extensão de 51.064 km em voo solitário pelas três Américas, chegando até o Alasca. O trajeto levou aproximadamente 6 meses;
  • A primeira a atingir o aeroporto de La Paz, na Bolívia, o mais alto do mundo até então, no ano de 1952, com um avião de apenas 90 HP - feito inédito na história da aviação boliviana;
  • O primeiro piloto, homem ou mulher, a cruzar a selva amazônica - o temido "inferno verde" - em um pequeno avião, sem rádio, em voo solitário, apenas com uma bússola, no ano de 1956;
  • A primeira aviadora a chegar sozinha à Terra do Fogo, no extremo sul do nosso continente, em 1960.
  • Detém o brevê número um de primeira paraquedista, entre homens e mulheres, e foi a primeira mulher no mundo a saltar de um helicóptero, realizando 105 saltos, e a primeira paraquedista das Américas;
  • A primeira mulher a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, no grau de cavalheiro, a Comenda Asas da Força Aérea Brasileira e o título da Força Aérea Brasileira (FAB) de Piloto em ''Honoris Causa''.
  • Realizou mais de mil "voos de coqueluche" porque acreditava-se que a altura exterminava a bactéria da doença;
  • A primeira a pousar em Brasília, quando a capital do país ainda estava em construção. 

Quando o pára-quedismo como atividade esportiva começava a ganhar os primeiros adeptos no Brasil, a audaciosa Ada Rogato se tornou campeã da modalidade brasileira em 1943 e paulista em 1948, ano em que também iniciou as atividades como piloto agrícola. E aproveitou seu reide de 1950 por quatro países sul-americanos para demonstrações em pára-quedas, tornando-se assim a primeira mulher a saltar no Paraguai e no Chile.

História

Filha única do casal de imigrantes italianos Mariarosa Greco e Guglielmo Rogato, naturais de San Marco Argentano, na Calábria, Ada Rogato recebeu dos pais a mesma educação dada à maioria das moças da época, para torná-las "prendadas" - além do colégio, aulas de piano e pintura -, mas a ambição ia além: queria aprender a voar. E não abandonou a meta mesmo quando os pais se separaram e ela teve de ajudar a mãe não só nas atividades domésticas como em bordados e trabalhos artesanais para se sustentar.

Conseguiu juntar dinheiro suficiente para as aulas que lhe possibilitaram tirar em 1935 o primeiro brevê feminino de voo a vela e, no ano seguinte, a primeira licença concedida a uma mulher pelo Aeroclube de São Paulo para pilotar avião. Um curso de pára-quedismo feito no Campo de Marte em 1941 lhe garantiu o primeiro certificado de pára-quedista concedido a uma brasileira.

Adepta incondicional da aviação esportiva, Ada Rogato passou desde então a usar suas habilidades para divulgar a aviação: acrobacias aéreas e saltos de pára-quedas, ajudava a atrair público para os eventos aviatórios organizados tanto nas capitais como nos recém-fundados aeroclubes do interior de São Paulo e de outros Estados. Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou voluntariamente 213 vôos de patrulhamento aéreo do litoral paulista. E em 1948, quando as autoridades decidiram dar combate aéreo à broca-do-café, praga que ameaçava as plantações do nosso principal produto de exportação na época, ela aceitou o desafio de cumprir a tarefa que a transformou em pioneira do polvilhamento aéreo no Brasil.

Ada Rogato dedicada esta foto a aviadora Thereza de Marzo (1944)
Segunda Guerra Mundial

Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou demonstrações de paraquedismo na Baía de Guanabara, um salto noturno e 213 voos voluntários de patrulhamento aéreo pelo litoral paulista voando em aeronaves de pequeno porte. Conforme o reconhecimeno crescia, a imprensa paulista e nacional a apelidava de "Milionária do Ar", "Gaivota Solitária" e "Pássaro Solitário".

Reconhecimento

Discreta e persistente no preparo dos vôos, Ada Rogato agia da mesma forma na vida particular. Mulher, solteira e sem filhos, trabalhava para viver como funcionária pública estadual. Começou em 1940 como escriturária no Instituto Biológico, vinculado à Secretaria da Agricultura, e aposentou-se em 1980, como chefe de seção técnica da Secretaria de Esportes e Turismo. Nos anos 1950, foi redatora de aviação da Revista dos Aviadores e também da revista Velocidade.

A personalidade modesta, no entanto, não a impediu de merecer da imprensa nacional e internacional inúmeros títulos pelas proezas, tais como "Milionária do Ar", "Águia Paulista", "Rainha dos Céus do Brasil" e "Gaivota Solitária" (imprensa brasileira, anos 1950), e da revista chilena Margarita ganhou o apelido de "Condor dos Andes".

Entre centenas de troféus e condecorações, foi a primeira aviadora a receber no Brasil a Comenda Nacional do Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro, e ainda as Asas da Força Aérea Brasileira e o título de Piloto Honoris Causa da Força Aérea Brasileira. Também no grau de Cavaleiro, recebeu na Bolívia a Condor dos Andes. no Chile, foi condecorada com a Bernardo O’Higgins no grau de Oficial e na Colômbia com as Asas da Força Aérea Colombiana, primeira entregue no país a uma aviadora. Em 1954, recebeu da Federação Aeronáutica Internacional, sediada na França, o diploma Paul Tissandier por seus méritos na aviação.

Em 1956, Ada Rogato foi convidada a fazer parte da comissão organizadora das comemorações do Cinquentenário do 1º Voo do 14-bis. A sugestão foi a realização de um reide por todos os Estados e Territórios brasileiros para homenagear e divulgar os feitos de Santos Dumont. Nesta viagem, ela percorreu 25.057 km em 163 horas de vôo, levando consigo não só material sobre a vida e obra do Pai da Aviação como também, a pedido das autoridades eclesiásticas, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em peregrinação aérea. O roteiro não se restringiu às capitais: com seu espírito aventureiro, a aviadora o estendeu a locais perdidos do interior, sobrevoando com o minúsculo Cessna trechos quase inexplorados do Centro-Oeste, descendo em campos de pouso recém-abertos na mata e visitando várias aldeias indígenas. Foi mais uma vez pioneira ao atravessar sozinha e num pequeno avião a selva amazônica, incluindo o até hoje temeroso trecho Xingu-Cachimbo-Jacareacanga.


Mesmo com todos esses louros, Ada Rogato ainda não estava satisfeita: após ter atingido o Círculo Ártico, o aeroporto mais alto e as profundezas da Amazônia, queria chegar também ao extremo sul do continente. E só encerrou a série de grandes viagens quatro anos depois, em 1960, quando se tornou a primeira piloto a chegar a Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina, a cidade mais austral do mundo - ainda a bordo do mesmo Cessna, chamado "Brasil". E só não foi mais longe nos anos seguintes por não ter conseguido obter um avião maior e mais potente.

Como membro da comissão do Cinquentenário do 14-bis, a aviadora passou posteriormente a fazer parte da Fundação Santos-Dumont (FSD), destinada a cuidar do acervo do inventor e apoiar o desenvolvimento da aeronáutica. Como dirigente dessa entidade - da qual foi sucessivamente conselheira, secretária e presidente -, Ada Rogato recepcionava os visitantes mais ilustres do Museu da Aeronáutica da Fundação Santos-Dumont, o primeiro da América do Sul, ao qual doou o seu "Brasil". Entre esses visitantes, contam-se vários astronautas norte-americanos, incluindo Neil Armstrong, que, antes de se tornar o primeiro homem a pisar na Lua, conheceu ali a aviadora, seu avião e a elogiou por suas façanhas.

Ao morrer em 1986, Ada Rogato ainda era diretora do museu que abrigava o seu inseparável "Brasil".

Homenagens

Em vida, Ada Rogato foi amplamente reconhecida e homenageada pelo talento, coragem, ousadia e pioneirismo.

Em 1984 foi lançado o filme de curta metragem "Folguedos No Firmamento", com direção de Regina Rheda, sobre os feitos de Ada Rogato. Esse filme foi exibido durante 5 anos em cinemas de todo o Brasil.

Poucos anos após a morte de Ada Rogato, o Museu da Aeronáutica foi fechado e o acervo se dispersou ao ser removido do espaço que ocupava no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Algumas referências públicas à brava piloto estão em uma praça na cidade de São Paulo e em uma rua de Ribeirão Preto, SP, que levam seu nome.

Atualmente o Cessna 140-A "Brasil" encontra-se exposto ao público no Museu TAM, localizado em São Carlos, SP.

Outro registro histórico em homenagem à heroína brasileira foi prestado em 1951: ao bater o recorde de voo solo, ao percorrer os 51.064 quilômetros entre e a Terra do Fogo e o Alasca, em apenas 326 horas, foi homenageada com a cachaça, a "Voadora".

Em outra homenagem póstuma, em 08/03/2000, os Correios do Brasil lançaram selos postais estampando as mulheres pioneiras da aviação brasileira, sob o tema "Mulheres Aviadoras", um carimbo postal e um selo comemorativo dos 50 anos do primeiro sobrevoo dos Andes por Ada Rogato com seu "Brasileirinho", um avião CAP-4 de apenas 65 HP.

Em 1986 Ada Rogato fez parte da Fundação Santos Dumont assumindo os cargos de conselheira, secretária e presidente, e posteriormente assumindo o cargo de diretora do Museu da Aeronáutica da própria Fundação.

Morte

Ada Rogato morreu em São Paulo, vítima de câncer, em 15/11/1986, aos 75 anos. O corpo foi velado no Museu da Aeronáutica, o cortejo foi acompanhado pela Esquadrilha da Fumaça.

Fonte: Wikipédia

Otto Glória

OTAVIANO MARTINS GLÓRIA
(69 anos)
Jogador de Futebol, Jogador de Basquete e Técnico Futebol/Basquete

* Rio de Janeiro, RJ (09/01/1917)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/09/1986)

Otaviano Martins Glória, mais conhecido por Otto Glória, foi um técnico brasileiro de futebol. Dirigiu as equipas da Portuguesa de São Paulo e do Vasco do Rio de Janeiro, o Benfica, o Belenenses, o Futebol Clube do Porto e Sporting em Portugal, assim como a própria Seleção Portuguesa, na França o Olímpico de Marselha e na Espanha o Atlético de Madrid. Foi o técnico da seleção portuguesa que disputou a Copa do Mundo em 1966, alcançando o 3º lugar na prova.

Antes de ir para o futebol, Otto Glória era ligado ao basquete. É reconhecidamente, um dos maiores estrategistas da história do futebol.

Constantemente lembrado pela colônia portuguesa, Otto Glória fez sucesso no futebol brasileiro atuando principalmente no Vasco da Gama e na Portuguesa de Desportos. Enfrentou o rei Pelé em partidas decisivas obtendo triunfos históricos como aconteceu na copa de 1966, quando dirigia a seleção portuguesa e depois na final do campeonato paulista contra o Santos em 1973.

Nas partidas do Corinthians contra a Portuguesa de Desportos, sempre esperávamos por armadilhas inteligentemente preparadas por aquele homem gordinho que habitualmente usava boinas na cabeça.


Otto Glória começou como jogador de futebol e passou pelos times do Vasco da Gama, do Botafogo e do Olaria. Precocemente, com 25 anos de idade encerrou sua carreira. Partiu para o basquete onde atuou como jogador e depois como treinador. No mundo do esporte da "cestinha" adquiriu conhecimentos mais aprofundados sobre estratégias e táticas de jogo.


A convite do técnico Flávio Costa (técnico da Seleção Brasileira de 1950), seu amigo pessoal, Otto Glória voltou para o futebol. No Vasco da Gama assumiu o juvenil do time da colina. Com o passar do tempo exerceu a função de técnico adjunto ao lado do próprio Flávio Costa.

Em 1948 conquistou seu primeiro título carioca com o Botafogo. Estudioso, adaptou muitos fundamentos do basquetebol no futebol, como posse de bola, triangulações, marcação por zona, aproveitamento dos rebotes defensivos e ofensivos e principalmente o sentido coletivo da cobertura.

Além do Vasco da Gama e do Botafogo, trabalhou nas equipes do Grêmio, América, Santos e Portuguesa de Desportos. Nos anos 50 foi para Portugal onde virou um verdadeiro mito. Muitas das informações dessa pesquisa foram conseguidas em sites do futebol português.


Foi o primeiro treinador a treinar os quatro gigantes lusitanos, Benfica, Sporting, Porto e Belenenses. Colecionou inúmeros títulos e trabalhou ainda nas equipes do Olimpique de Marseille e Paris Saint German da França e no Atlético de Madrid da Espanha.

Em 1966 comandou a Seleção Portuguesa durante a copa e realizou uma campanha fantástica com resultados surpreendentes como a vitória sobre o Brasil por 3×1, quando eliminou o time canarinho ainda na fase de grupos.

Mostrou sangue frio ao conduzir seus comandados naquela virada inesquecível contra a Coréia do Norte pelo placar de 5×3, quando perdia por 3×1 na primeira etapa. O "Pantera de Moçambique" Eusébio, assinalou quatro tentos naquele jogo.

Na semifinal contra os Ingleses, Portugal acabou derrotado por 2×1. A conquista do terceiro lugar naquele mundial foi um resultado espetacular para a seleção lusitana. Muito de deve ao trabalho do "Melancia", um dos vários apelidos de Otto Glória.

Um de seus títulos mais lembrados, é a conquista do campeonato paulista de 1973 pela Portuguesa de Desportos.


Astuto, rapidamente percebeu o grave erro do árbitro Armando Marques nas contagens dos pênaltis e recomendou que todos os seus jogadores fossem para o vestiário e imediatamente trocassem de roupa e fossem para o ônibus. Tal manobra evitou a continuação das cobranças de pênaltis e colocou a federação paulista de futebol em uma autêntica "saia justa". Como a Portuguesa negou o retorno ao gramado e também a marcação de uma nova partida, o resultado foi a divisão do título com o Santos, que já estava com a taça praticamente nas mãos.

Em 1979, Otto Glória foi vice campeão Brasileiro com o Vasco da Gama quando enfrentou o Internacional. Além da seleção Portuguesa, Otto Glória também treinou a seleção da Nigéria.

Foi autor de frases famosas como:

"Treinador quando vence é bestial e quando perde é uma besta!"

"Não posso fazer uma omelete sem os ovos" (referindo-se a dirigentes que não contratavam os reforços que ele pedia)

Otto Glória faleceu no Rio de Janeiro, em 04/09/1986.

Orígenes Lessa

ORÍGENES LESSA
(83 anos)
Jornalista, Contista, Novelista, Romancista e Ensaísta

* Lençóis Paulista, SP (12/07/1903)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/07/1986)

Orígenes Lessa foi um jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta brasileiro, e imortal da Academia Brasileira de Letras.

Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor presbiteriano pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa. Em 1906, foi levado pela família para São Luís do Maranhão, onde cresceu até os nove anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance "Rua do Sol". Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois.

Em 1924 ele transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção "Tribuna Social-Operária" de O Imparcial.


Matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro em 1928, dirigida então por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Saudou Coelho Neto, em nome dos colegas, quando o romancista foi aclamado "Príncipe dos Escritores Brasileiros". Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931.

Em 1929, começou a escrever no Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, "O Escritor Proibido", calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea "Garçon, Garçonnette, Garçonnière", menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e "A Cidade Que O Diabo Esqueceu".

Em 1932 participou ativamente na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu "Não Há De Ser Nada", reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e "Ilha Grande", jornal de um prisioneiro de guerra, dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressou como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de quarenta anos em sucessivas agências de publicidade.

Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos "Passa-três" e, a seguir, a novela "O Joguete", e o romance "O Feijão E O Sonho", obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso extraordinário, inclusive na sua adaptação como novela de televisão.

Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator Of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil.

Em 1943, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume "Ok, América" as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances.

A partir de 1970 dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros.

Orígenes Lessa foi casado com a jornalista e cronista Elsie Lessa, sua prima-irmã, com quem teve um filho, o jornalista, cronista e escritor Ivan Lessa. Também foi casado com Edith Thomas, com quem teve outro filho, Rubens Lessa. Na ocasião de sua morte, estava casado com Maria Eduarda LessaOrígenes Lessa foi sepultado em sua cidade natal, Lençóis Paulista, SP.

Orígenes Lessa recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance "O Feijão E O Sonho", Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance "Rua Do Sol", Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance "A Noite Sem Homem", Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance "O Evangelho De Lázaro".


Academia Brasileira de Letras

Foi eleito em 09/07/1981 para a cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Osvaldo Orico, foi recebido em 20/11/1981 pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa.

Contos, Romances e Reportagens

  • 1929 - O Escritor Proibido (Contos)
  • 1930 - Garçon, Garçonnette, Garçonnière (Contos)
  • 1931 - A Cidade Que O Diabo Esqueceu (Contos)
  • 1932 - Não Há De Ser Nada (Reportagem)
  • 1933 - Ilha Grande (Reportagem)
  • 1935 - Passa-três (Contos)
  • 1938 - O Feijão E O Sonho (Romance)
  • 1945 - Ok, América (Reportagem)
  • 1946 - Omelete Em Bombaim (Contos)
  • 1948 - A Desintegração Da Morte (Novela)
  • 1955 - Rua do Sol (Romance)
  • 1956 - Oásis Na Mata (Reportagem)
  • 1959 - João Simões Continua (Romance)
  • 1960 - Balbino, O Homem Do Mar (Contos)
  • 1963 - Histórias Urbanas (Contos)
  • 1968 - A Noite Sem Homem (Romance)
  • 1968 - Nove Mulheres (Contos)
  • 1972 - Beco Da Fome (Romance)
  • 1972 - O Evangelho De Lázaro (Romance)
  • 1979 - Um Rosto Perdido (Contos)
  • 1984 - Mulher Nua Na Calçada (Contos)
  • 1984 - O Edifício Fantasma (Romance)


Ensaios

  • 1973 - Getúlio Vargas Na Literatura De Cordel
  • 1985 - O Índio Cor-de-Rosa - Evocação de Noel Nutels
  • 1982 - Inácio da Catingueira e Luís Gama, Dois Poetas Negros Contra O Racismo Dos Mestiços
  • 1984 - A Voz Dos Poetas


Literatura Infanto-Juvenil

Apresenta quase 40 títulos, entre os quais destacam-se:

  • 1934 - O Sonho De Prequeté
  • 1971 - Memórias De Um Cabo De Vassoura
  • 1972 - Sequestro Em Parada De Lucas
  • 1972 - Memórias De Um Fusca
  • 1972 - Napoleão Ataca Outra Vez
  • 1972 - A Escada De Nuvens
  • 1972 - Confissões De Um Vira-Lata
  • 1972 - A Floresta Azul
  • 1976 - O Mundo É Assim, Taubaté
  • 1978 - É Conversando Que As Coisas Se Entendem
  • 1983 - Tempo Quente Na Floresta Azul


Fonte: Wikipédia

Mãe Menininha do Gantois

MARIA ESCOLÁSTICA DA CONCEIÇÃO NAZARÉ
(92 anos)
Iyálorixá

* Salvador, BA (10/02/1894)
+ Salvador, BA (13/08/1986)

Conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Iyálorixá (mãe-de-santo) brasileira, filha de Oxum. Nasceu em 1894, no dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, tendo como pais Joaquim e Maria da Glória.

Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.

Foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino.

"Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos."

Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá Kekerê (Mãe Pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.

Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet.

"Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento."

O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, transferido para o bairro da Federação onde hoje é o Ilê Axé Iyá Nassô Oká, na Avenida Vasco da Gama, do qual Maria Júlia da Conceição Nazaré sua avó também fazia parte. Com o falecimento da Iyálorixá da Casa Branca Iyá Nassô, sucedeu Iyálorixá Marcelina da Silva, Oba Tossi. Após a morte desta, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do Candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal, Iyakekerê, tomar a posse como Mãe do Terreiro.

Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram outra Ilé Axé, o Terreiro do Gantois, instalando-se em terreno arrendado aos Gantois (família de traficantes de escravos e proprietários de terras de origem belga) pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado Francisco Nazareth de Eta.

Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o Candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia.

Em 1922, através do jogo de búzios, os Orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro de 1922, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava.

A partir da década de 1930, a perseguição ao Candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a Iyálorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também."

Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970.

"Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia.

Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do Candomblé.

Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa da Conceição Nazaré de Oliveira e Carmem da Conceição Nazaré de Oliveira.

"Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas, marido não. Elas nasceram aqui mesmo."

Em uma entrevista à revista Revista IstoÉ, Mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra. Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, que guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.

Mãe Menininha do Gantois faleceu em Salvador em 1986 de causas naturais, aos 92 anos de idade.

Fonte: Wikipédia