Cláudio Kano

CLÁUDIO MITSUHIRO KANO
(30 anos)
Jogador de Tênis de Mesa

* São Paulo, SP (18/12/1965)
+ São Paulo, SP (01/07/1996)

Cláudio Mitsuhiro Kano foi um jogador de tênis de mesa brasileiro de empunhadura caneta canhota.

Cláudio Kano deteve o recorde de 12 medalhas no Jogos Pan-americanos, marca só superada nas edições seguintes por Hugo Hoyama, seu companheiro de esporte, que possui 13 medalhas, e pelo nadador Gustavo Borges, que tem 17 medalhas. Ele também detém o terceiro maior número de medalhas de ouro do Brasil, com sete conquistas, duas a menos do que Hugo Hoyama e uma a menos que Gustavo Borges.

Cláudio Kano começou no esporte desde pequeno brincando em uma mesa dentro de casa com os pais, Dona Mitiko e Minoru em casa. Aos nove anos, seus pais procuraram um clube da colônia japonesa chamado Showa, localizado na zona Sul de São Paulo, onde ele e seu irmão Agnaldo praticavam vários esportes entre eles o tênis de mesa.

Desde pequeno Cláudio Kano mostrava habilidade na mesa, derrotando oponentes mais velhos do que ele. Na primeira vez que participou do Campeonato Intercolonial ficou em segundo lugar. Com isso, os técnicos do clube viram que não tinham muito a ensinar ao jovem habilidoso, e conversaram com seu pai, Srº Minoru para que ele procurasse algum clube com melhores condições de treinamento.

Cláudio Kano começou a treinar no Clube Hebraica, que tinha como técnicos Manoel Medina e Emiko Takatatsu, campeã brasileira na época. Lá conheceu o Mutsuo Kasahara, um ex-jogador japonês que trabalhava em uma multinacional japonesa e treinava em vários clubes. Na época Mutsuo Kasahara viu que o menino tinha potencial e convidou-o a treinar em São Bernardo do Campo que naquela época tinha como técnico Maurício Kobayashi, então técnico da seleção paulista.

Claudio Kano durante treino em janeiro de 1996, em preparação para a Olimpíada de Atlanta 
Morte

Faltavam apenas 18 dias para a abertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996, quando o esporte brasileiro sofreu uma de suas maiores baixas. O mesa-tenista Cláudio Kano, que traçava planos de ficar entre os oito primeiros colocados de seu esporte na Olimpíada, foi vítima de acidente de trânsito na Marginal do Pinheiros. Fechado por um carro, ele bateu no guard-rail e morreu aos 30 anos. Cedo demais para quem ainda tinha muito a fazer pela modalidade.

Seria a terceira Olimpíada de Cláudio Kano, que por seis anos, de 1980 a 1986, treinou e defendeu São Bernardo, e já havia colocado o Brasil em destaque com dois sextos lugares em campeonatos mundiais, 1987 e 1989, seis títulos sul-americanos e, até então, o maior medalhista do país em Jogos Pan-Americanos, com 12 medalhas, marca que foi superada por Hugo Hoyama, no Pan do Rio de Janeiro, em 2007.


Principais Resultados

  • Seis vezes campeão sul-americano
  • Dois sextos lugares nos mundiais de 1987 e 1989
  • 1983 - Caracas - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe), e uma de bronze (dupla mista)
  • 1987 - Indianápolis - Recebeu uma medalha de ouro (equipe); uma de prata (dupla masculina), e uma de bronze, (individual)
  • 1991 - Havana - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe) e uma de prata (individual)
  • 1995 - Mar del Plata - Recebeu duas medalhas de ouro (dupla masculina e por equipe), e uma de prata (individual)

Participações em Olimpíadas

  • 1988 - Jogos Olímpicos de Seul
  • 1992 - Jogos Olímpicos de Barcelona

Fonte: Wikipédia

Franco da Rocha

FRANCISCO FRANCO DA ROCHA
(69 anos)
Psiquiatra, Psicanalista, Escritor e Ornitólogo

☼ Amparo, SP (23/08/1864)
┼ São Paulo, SP (08/11/1933)

Francisco Franco da Rocha foi um médico psiquiatra brasileiro. Foi também músico, escritor e ornitólogo (especialista em Tico-Tico). Natural da cidade de Amparo, interior de São Paulo, realizou sua formação na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, sendo aluno de João Carlos Teixeira Brandão, interno da Casa de Saúde Doutor Eiras no Rio de Janeiro, e adepto da corrente francesa de psiquiatria, que à época predominava no país, e doutorou-se pela Universidade de São Paulo. Foi um dos pioneiros do uso de técnicas modernas no tratamento de doenças mentais no Brasil. 

Era filho do Drº José Joaquim Franco da Rocha e de Dona Maria Isabel Galvão Bueno Franco da Rocha.

Após concluir sua formação, Franco da Rocha voltou a São Paulo e, em 1893, foi nomeado para compor o corpo médico do Hospício de Alienados deste estado. A partir de então, passou a reivindicar, junto aos dirigentes estaduais, a criação de um novo hospício, projetado segundo os modernos critérios da psiquiatria, opondo-se veementemente à proposta leiga de descentralização da assistência aos alienados que então tramitava no governo. Sua proposta venceu e, em 1895, começou a ser construída nova instituição e, no ano seguinte, foi nomeado diretor clínico do Hospício de Alienados de São Paulo.

Em 1898 foi inaugurado o novo hospício, fundado por ele, o Asilo de Alienados do Juqueri, que em 1928 passou a se denominar Hospital e Colônias de Juqueri e mais tarde passou a se chamar Hospício de Juquery, sendo dirigido por Franco da Rocha desde sua fundação até 1923. O Hospital Psiquiátrico do Juqueri, localizado no atual município de Franco da Rocha, em meados do século XX, chegou a ser o maior hospital psiquiátrico da América Latina. A unidade começou a ser construída em 1895, com projeto do arquiteto Ramos de Azevedo, uma área de 150 hectares, com capacidade inicial de 800 leitos, em um terreno à margem da linha férrea, próximo à estação Juqueri. Este espaço foi inaugurado com o nome de Hospital Asilo Colônia, mas só concluído seis anos depois.

Hoje é chamado de Hospital Psiquiátrico do Juqueri, na Vila Juqueri, atual município de Franco da Rocha, nome esse dado ao município em sua homenagem (decreto lei 6.693 de 21/09/1934). A direção foi entregue ao grande psicanalista que passou a morar no local com a família e lá criou seus seis filhos, junto com a esposa Dona Leopoldina Lorena Ferreira Franco da Rocha. Na virada do século conheceu às idéias de Freud e iniciou seus estudos psicanalíticos propriamente ditos, e obteve destaque também na carreira acadêmica. 


Criou seis filhos dentro do espaço físico do Hospício de Juqueri. Foi, talvez, o primeiro médico residente na acepção radical do termo. Sua vida foi dedicada ao Hospício de Juqueri. Participou da escolha do local, planejou sua estrutura e dedicou sua vida no atendimento dos pacientes e construindo uma equipe que foi fundamental no desenvolvimento da psiquiatria paulista.

Iniciou sua carreira de médico preocupando-se com o tratamento dos doentes mentais. Foi pioneiro na utilização da laboterapia, um tipo de tratamento que não feria a dignidade dos pacientes, com o auxílio de trabalhos como a manutenção de hortas e pomares outras atividades manuais, sendo que para desenvolver esse tipo de tratamento, ajudou a fundar um Asilo Colônia.

Franco da Rocha foi o primeiro professor de Neuropsiquiatria da Faculdade de Medicina de São Paulo (1918-1923). Na aula inaugural, discorreu sobre as idéias de Freud, porém nesse campo foi apenas um estudioso, sem praticá-las profissionalmente.

Com o amigo Durval Marcondes ajudou a fundar a Sociedade Brasileira de Psicanálise (1927), a primeira instituição psicanalítica da América Latina, e um passo decisivo para o desenvolvimento da área, no Brasil.

Participou também, de acordo a historiadora Pietra Diwan, em seu livro "Raça Pura" (Editora Contexto, 2007), dos quadros da Sociedade Eugênica de São Paulo, juntamente com expoentes da intelectualidade nacional, como o médico Arnaldo Vieira de Carvalho e o escritor Monteiro Lobato, no qual divulgavam a tese da importância do aperfeiçoamento racial denominada Eugenia, criada pelo médico inglês Francis Galton (1822-1911), que tinha como objetivo o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente.

Franco da Rocha aposentou-se do cargo de Diretor do Hospício de Juqueri em 1923, aos 58 anos de idade, e anos depois, por iniciativa de discípulos e amigos, em 1928 foi erguida uma herma do mestre, busto em que o peito, as costas e os ombros são cortados por planos verticais, em bronze, no saguão do hospital.

Autor de uma vasta bibliografia encontrada no Índice Bibliográfico Brasileiro de Psiquiatria, faleceu em São Paulo, em conseqüência de Enfisema Pulmonar, aos 69 anos de idade, em 8 de novembro de 1933.