José Ricardo

JOSÉ ALVES TOBIAS
(60 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (06/03/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/05/1999)

José Ricardo foi um cantor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 06/03/1939. Integrante da Jovem Guarda, destacou-se ainda pela ajuda aos velhos artistas.

Cantor e compositor, nascido no bairro da Tijuca, de descendência italiana por parte da mãe Mafalda, mudou-se aos 10 anos de idade para o IAPI - Penha, onde o pai, o Srº Philemon Tobias, ex-jogador campeão pelo São Cristóvão e marceneiro chefe da empresa do arquiteto Sérgio Rodrigues na construção de Brasília, recebera por sorteio um apartamento financiado.

Iniciou sua carreira artística ainda criança, apresentando-se no programa "Ritmos da Polícia Militar", na Rádio Guanabara. Sua avó materna, italiana, estimulava sua vocação. Posteriormente, apresentou-se em programa de calouros comandado por Isaac Zaltman, na Rádio Mauá. Começou a cantar na Rádio Guanabara, logo se apresentando em outras emissoras e sendo amparado por Cléber Figueiredo e Haroldo de Andrade.

Sua primeira gravação aconteceu num teste na RCA Victor, onde cantou um sucesso de Altemar Dutra"Tudo de Mim", em setembro de 1963. Neste ano, recebeu da Revista do Rádio o prêmio de Revelação do Ano.

Contratado pela RCA Victor, gravou em 1964, um compacto simples com a canção "Eu Que Amo Somente a Ti", versão de Aldacir Louro para a canção italiana "Io Che Amo Solo Te", de Sergio Endrigo. A gravação foi hit em programas de rádio como "Grande Parada Pastilhas Valda", apresentado por César de Alencar na Rádio Nacional.

Em 16/02/1965, foi lançado o LP "Eu que Amo Somente a Ti". Ainda em 1965 participou do LP "Rio de Janeiro 400 Anos", interpretando "Terra Carioca" e "Rio de Janeiro". Com o sucesso, participou de diversos programas no rádio e TV, apresentando-se por todo o país.


Na década de 1960, o programa "Encontro Com Os Brotos", apresentado por José Messias na Rádio Guanabara, permitiu-lhe ser um dos precursores da Jovem Guarda que, na mesma época a partir do programa na televisão, começava a estourar em São Paulo.

Foi contratado da TV Record e seu nome eternizou-se na música "Festa de Arromba" no trecho onde seu nome é citado: "Sérgio e José Ricardo esbarravam em mim...", e a carreira seguiu.

José Ricardo realizou centenas de gravações em mais de 60 compactos simples/duplos, LPs, CDs, coletâneas e regravações.

De voz possante, não limitou-se ao repertório romântico da Jovem Guarda, realizando diversas gravações para meio de ano e Carnaval. Realizou várias temporadas no exterior, principalmente em Portugal, onde chegou a ser homenageado pelo presidente Mário Soares e se apresentou nas principais casas de show.

Gravou disco em espanhol e teve seus discos distribuídos por toda América Latina.

A partir de 1991, lutou pela criação dos bailes populares da Cinelândia, buscando a revitalização do Carnaval carioca. O projeto abriu novo campo de trabalho para inúmeros artistas e é realizado até hoje. No Réveillon de 1998/1999, fez, na Praia de Copacabana, seu último grande show.

Além da atuação artística, sempre lutou para ajudar artistas em dificuldade. Foram vários colegas que auxiliou com sua personalidade solidária. A partir dos anos 1980, assumiu, como membros de sua família, as Irmãs BatistaLinda BatistaDircinha Batista e Odete Batista.

Morte

José Ricardo faleceu pouco depois de completar 60 anos de idade, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/05/1999, vitima de um câncer no pâncreas.

Foi velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e, quando o carro do Corpo de Bombeiros deixava a Cinelândia, foi acompanhado por uma pequena multidão que o aplaudia na saída do cortejo.

José Ricardo deixou um importante legado de solidariedade e amor ao próximo.

Por sua história e lição de vida, em 2000, seu filho Luiz Murillo Tobias e a atriz Nicette Bruno decidiram continuar suas ações beneficentes em prol da arte através da criação de uma entidade filantrópica. O resultado foi a criação da Fundação Sócio-Cultural José Ricardo (FUNJOR).


A entidade desenvolveu até 2011, quando houve a decisão de sua extinção, uma centena de ações sociais em prol de profissionais da arte e agregou diversos artistas, tais como Emilinha Borba, Nicette Bruno, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo, Marlene, Ellen de Lima, Suely Franco, Adelaide Chiozzo, Luiz Vieira, Gerdal dos Santos, José Messias, Claudia Telles, Ataulpho Alves Jr. e diversos outros artistas de diferentes áreas estilos e gerações.

Em 2012, no dia 10 de outubro, parte dos artistas e associados da Fundação decidem criar o Instituto FUNJOR para apoiar e preservar a memória artística brasileira, continuando o trabalho da antiga Fundação, bem como o legado do cantor José Ricardo.

Em pouco tempo, o Instituto FUNJOR agregou dezenas de pessoas e implementou ações sócio-culturais. Inclusive, a remasterização e distribuição gratuita limitada em 100 unidades do primeiro LP do cantor José Ricardo, "Eu Que Amo Somente a Ti", em 2015, quando a gravação completou 50 anos.

Fonte: Wikipédia