(73 anos)
Jogador de Futebol
* São Paulo, SP (29/07/1929)
+ São Paulo, SP (10/01/2003)
Foi um jogador de futebol, um dos maiores pontas direita da história do futebol brasileiro. É um dos maiores ídolos da
Portuguesa,
Palmeiras e
Fiorentina. Sua primeira e única aparição em
Copa do Mundo foi em 1954, sendo considerado pela imprensa mundial daquela época um dos melhores jogadores da Copa.
O Ínício de Carreira
Após ser dispensado da categoria de base do
Corinthians, onde não se adaptou à posição de ponta-direita,
Julinho, com 19 anos, chegou ao clube
Atlético Juventus. No entanto sua passagem pelo clube da
Mooca foi curta. Sendo promovido para a equipe profissional em 1950, depois de apenas seis meses foi contratado pela
Portuguesa por Cr$ 50 mil.
Portuguesa
Fiorentina
Contratação mais cara da
Fiorentina no ano de 1955,
Julinho foi destaque na conquista do título italiano da temporada de 1955/1956, na primeira vez em que a equipe de
Florença conquistou este título. A
Fiorentina foi ainda, com
Julinho, vice campeã italiana, nas duas temporadas seguintes.
Certa vez, quando andava de trem na
Itália, precisou passar a viagem inteira escondido no banheiro para evitar o assédio dos fãs. Mas, em 1958, já mostrava seu desejo, de retornar à
São Paulo. A
Fiorentina fez uma proposta irrecusável e ele ficou. Ficou por mais um ano, mas pela vontade de voltar lhe deram o apelido de
Senhor Tristeza.
Palmeiras
Voltou ao
Brasil em 1959, quando passou a defender o
Palmeiras. Fez parte do time que ficou conhecido como
Primeira Academia, logo se tornou um dos maiores ídolos do
Palmeiras.
Na sua despedida contra o Náutico, saiu aos 32 minutos do primeiro tempo e deu lugar ao peruano Gallardo. Na primeira bola que o peruano errou o estádio inteiro puxou em coro: "Volta Julinho!"
Seleção Brasileira
Declinou a convocação para
Seleção Brasileira de Futebol que disputaria a
Copa do Mundo de 1958, alegando como motivo, o fato de que, como não atuava no futebol brasileiro, não seria justo para com os jogadores que atuavam no
Brasil, que ele representasse o país em um campeonato mundial.
Quando Júlio Botelho entrou em campo, a expectativa de mais de 100 mil torcedores no
Maracanã era de que ele fracassasse, mesmo vestindo na ocasião a camisa sete do
Brasil. Era treze de maio de 1959 e o
Brasil, recém campeão mundial, recebia em casa a
Seleção da Inglaterra para uma partida amistosa. Ponta-direito de qualidade inquestionável, naquela partida o jogador sofria pressão da torcida carioca porque quem amargava o banco de reservas de sua posição era ninguém menos que o botafoguense
Mané Garrincha. Ao entrar no gramado e ser anunciado pelo locutor como o titular,
Julinho recebeu vaias de toda torcida presente no estádio (protesto que estava sendo preparado há uma semana). Mas, não fosse por ele ter tropeçado no último degrau das escadarias quando subiu ao campo, ninguém diria que realmente as ouviu. Quem impediu que ele caísse foi o goleiro da
Inglaterra, que o segurou. Mas o que lhe deu forças de verdade foi o conselho ao pé do ouvido dado pelo companheiro
Nilton Santos: "
Vai lá e faz eles engolirem essa vaia!".
Julinho obedeceu e em cinco minutos de jogo fez jogada na ponta direita e marcou o primeiro. Dez minutos depois deu passe pra
Henrique fazer o segundo. Final:
Brasil 2 a 0. Saiu aplaudido pela mesma torcida que não o queria em campo e, na manhã seguinte, os jornais ingleses anunciavam: "
O Brasil agora tem dois Garrinchas".
Títulos
- Torneio Rio-São Paulo: Portuguesa (1952 e 1955) e Palmeiras (1965)
- Campeonato Italiano: Fiorentina (1955)
- Taça Brasil de Futebol: Palmeiras (1960)
- Campeonato Paulista: Palmeiras (1959, 1963 e 1966)
- Copa Roca: Seleção Brasileira(1960)
- Campeonato Pan-americano: Seleção Brasileira (1956)
Vice-Campeonatos
- Campeonato Italiano: Fiorentina (1956 e 1957)
Morte
Faleceu aos 73 anos de idade vítima de problemas cardíacos. Estava morando no bairro da
Penha, na zona leste de
São Paulo. Aliás, jamais deixou a
Penha: nasceu, morreu e foi sepultado na
Penha que tanto amava. Tanto que a saudade da
Penha foi um dos motivos a determinar sua volta ao futebol do
Brasil, para desespero dos torcedores da
Fiorentina que simplesmente o idolatravam e continuam a reverenciá-lo.