Agildo Ribeiro

AGILDO DA GAMA BARATA RIBEIRO
(86 anos)
Ator e Humorista

☼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/1932)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/04/2018)

Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho, mais conhecido por Agildo Ribeiro, foi um ator e humorista brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 26/04/1932.

Filho do político Agildo Barata, Agildo Ribeiro foi casado cinco vezes. Suas esposas foram mulheres famosas como Consuelo Leandro e Marília Pera, mas passou 35 anos casado com a bailarina e também atriz Didi Barata Ribeiro, falecida em 2009.

Agildo Ribeiro foi o primeiro ator que interpretou João Grilo, o personagem central da peça de Ariano Suassuna "O Auto da Compadecida".

Agildo Ribeiro foi um humorista de enorme sucesso na década de 1970 tanto no Brasil como em Portugal. Co-estrelou diversos programas de humor da TV Globo ao lado de Jô Soares, Paulo Silvino e Chacrinha. Naquela fase, o seu programa mais famoso foi "Planeta dos Homens".

Descendente de uma família de políticos e militares, seu pai, o oficial do exército Agildo Barata, participou do Movimento Tenentista e da Revolução de 1930. Seu tio avô, Cândido Barata Ribeiro, foi o primeiro prefeito do Distrito Federal, na época, a cidade do Rio de Janeiro. Após a Revolução Constitucionalista de 1932, sua família exilou-se em Portugal, onde Agildo Ribeiro viveu seus primeiros anos.

Paulo Silvino e Agildo Ribeiro
De volta ao Brasil, estudou durante seis anos no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Chegou a trabalhar como telefonista numa empresa de exportação, mas logo abandonou o emprego para se dedicar às artes.

Influenciado por comediantes como Oscarito, começou sua carreira de ator no Teatro do Estudante, criado por Paschoal Carlos Magno em 1938. Fez testes com atores que também se tornariam nacionalmente conhecidos, como Tereza Rachel, Othon Bastos e Augusto César Vannucci

Com o Teatro do Estudante, Agildo Ribeiro atuou em sua primeira peça, "Joãozinho Anda Pra Trás" (1953), de Lúcia Benedetti. Contracenou com Consuelo Leandro, Oswaldo Loureiro, Glauce Rocha e Sérgio Cardoso. Fez sua estreia como ator profissional no Teatro de Revista, com o grupo Teatro Follies de Zilco Ribeiro, na peça "Doll Face" (1954), originalmente escrita por Gypsy Rose Lee.

A ida de Agildo Ribeiro para a televisão está diretamente associada a seu sucesso no teatro. Graças a sua interpretação do personagem João Grilo, em "O Auto da Compadecida" (1957), de Ariano Suassuna, recebeu diversos convites para que participasse de entrevistas, esquetes e programas de humor na televisão.

Em 1955, estreou no cinema, atuando em "Angu de Caroço", de Euripides Ramos. Ao longo de sua carreira, participou de mais de 30 filmes, principalmente nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Entre seus maiores sucessos estão: "Esse Rio Que Eu Amo" (1962), com direção de Carlos Hugo Christensen, "O Pai do Povo" (1976), dirigido por Jô Soares, e "A Casa da Mãe Joana" (2008), de Hugo Carvana.

Agildo Ribeiro ao lado de Didi Barata Ribeiro, sua última esposa, falecida em 2009
Junto com Marília Pêra e Augusto César Vannucci, Agildo Ribeiro foi um dos primeiros artistas contratados pela TV Globo, inaugurada em abril de 1965. Foi convidado, primeiramente, para lançar na televisão seu "Forrobodó", um musical baseado na peça escrita por Chiquinha Gonzaga na década de 1910. Esse especial, porém, nunca chegou a ir ao ar.

Entre 1965 e 1967, Agildo Ribeiro podia ser visto em pequenas vinhetas, que fazia ao vivo, anunciando a programação da emissora. É dessa época a criação de seu bordão "Um momento! Um minuto para o próximo programa!", razão pela qual o comediante era comumente chamado nas ruas pelo apelido de "Um Minuto".

Agildo Ribeiro integrou o elenco de programas pioneiros da TV Globo. No seriado "TNT" (1965), que contava a história de três jovens modelos - Tânia (Vera Barreto Leite), Nara (Márcia de Windsor) e Tetê (Thais Muniz Portinho) - interpretava um repórter, cuja secretária era vivida pela então estreante Betty Faria. Já em "Bairro Feliz", humorístico escrito por Haroldo Barbosa e Max Nunes, satirizava fatos do cotidiano ao lado de nomes como Grande Otelo, Milton Gonçalves, Emiliano Queiroz e Berta Loran. Também atuou em "Riso Sinal Aberto" (1966) e em "TV0-TV1" (1967), ambos escritos pela dupla  Haroldo Barbosa e Max Nunes.

Agildo Ribeiro participou da adaptação para a televisão do humorístico "Balança Mas Não Cai", um grande sucesso radiofônico. Dirigido por Lúcio Mauro, o programa estreou na TV Globo em 1968, com apresentação de Augusto César Vannucci e um cenário rotatório, dividido em quatro partes, cada uma com um esquete diferente. Na mesma época, também apresentou o programa de auditório "Mister Show" (1969), ao lado do ratinho falante Topo Gigio.


Em uma tentativa de reunir artistas como Paulo Silvino, Luiz Carlos Miele e o próprio Agildo Ribeiro, os diretores Augusto César Vannucci, Walter Lacet e Paulo Araújo, criaram em 1972, o humorístico "Uau, a Companhia". Era o embrião de "Satiricom" (1973), primeiro programa da TV Globo a satirizar a programação da própria emissora. Na mesma linha do "Balança Mas Não Cai", três anos depois, o humorista se juntou a atores como Roberto Azevedo, Stênio Garcia e Clarice Piovesan em "Planeta dos Homens" (1976).

Em 1982, estreou "Estúdio A... Gildo", com direção de Augusto César Vannucci e Adriano Stuart. Era a primeira vez que Agildo Ribeiro assinava seu próprio programa humorístico. Baseado nos grandes espetáculos do Teatro de Revista, sempre entrecortado por números musicais e participações especiais, "Estúdio A... Gildo" representou um desafio especial para o artista, já que ele não podia explorar plenamente o recurso dos bordões. A frequência do programa era mensal, o que fazia com que o público tivesse pouco contato com a repetição de expressões e frases de efeito.

Em 1983, sob a direção de Lúcio Mauro, protagonizou outro humorístico de sucesso na TV Globo, "A Festa é Nossa", cujo formato tinha influência no humor inglês. O argumento era a vida de um milionário (Agildo Ribeiro) que, entediado, costumava fazer festas em sua cobertura.

Em 1984, ainda participou de "Humor Livre", antes de desligar-se da televisão para se dedicar ao teatro. Nessa fase, atuou em "Vou Querer Também Senão Eu Conto Pra Todo Mundo" (1984), peça que escreveu em parceria com Gugu Olimecha e cuja montagem teve a direção de Oswaldo Loureiro.

Agildo Ribeiro e Dinorah Pêra em cena de Zorra Total (2009)
Agildo Ribeiro voltou à TV Globo em 1985, quando fez sua primeira novela, "De Quina Pra Lua", de Alcides Nogueira, como o distraído Professor Cagliosto.

Em 1987, acompanhou o diretor Augusto César Vannucci e transferiu-se para a TV Bandeirantes, onde estrelou "Agildo No País Das Maravilhas", programa de sátira política encenado com ventríloquos.

Em 1989, agora sob o nome "Cabaré do Barata", o programa passou a ser exibido pela TV Manchete.

Na década de 1990, Agildo Ribeiro trabalharia também no SBT, com o humorístico "Não Pergunta Que Eu Respondo" (1993).

Em 1994 mudou-se para Portugal, onde permaneceu por dois anos e apresentou o programa "Isto é o Agildo", com direção de Fernando Ávila, no canal RTP 1. Apesar do bom momento profissional que vivia fora do Brasil, aceitou o convite de Chico Anysio e voltou ao país para trabalhar na TV Globo, ao lado de atores como Claudia Jimenez, Denise Fraga e Pedro Cardoso, na estreia de um novo programa humorístico, o "Zorra Total" (1999). Na época, Agildo Ribeiro participava do programa em dois momentos, como aluno da "Escolinha do Professor Raimundo", exibida inicialmente como um quadro do  "Zorra Total", e como o libidinoso Madeira, do bordão "Dá uma choradinha!"
  
Em 2004, Agildo Ribeiro e Paulo Silvino publicaram juntos o livro de piadas "Dose Dupla", lançado pela Ediouro.

Agildo Ribeiro em 'Final Feliz' (1982)
Em 2005 voltou a atuar em telenovelas, interpretando o personagem Coriolano em "A Lua Me Disse", de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa. Também participou de vários episódios da segunda versão do "Sítio do Pica-Pau Amarelo", que estreou em 2001.

Aos 75 anos de idade e 50 de carreira, Agildo Ribeiro assistiu ao lançamento de sua biografia pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, "Agildo Ribeiro: O Capitão do Riso", com 30 horas de entrevistas organizadas e editadas pelo jornalista e diretor de cinema Wagner de Assis
  
Na TV Globo, em 2010, integrou o elenco da novela "Escrito Nas Estrelas", de Elizabeth Jhin, como Durvalino, e na minissérie "As Cariocas", dirigida por Daniel Filho, como Alberto.

Em janeiro de 2012, no programa humorístico "Zorra Total", atuou ao lado de Alcione Mazzeo no quadro "Metrô Zorra Brasil". No programa, também interpretou com sucesso personagens como o professor português Laércio Falaclaro e uma paródia do presidente venezuelano Hugo Chávez, entre outros.

Em 2013, aos 81 anos, Agildo Ribeiro que apesar de ter se casado 5 vezes, nunca teve filhos nesses relacionamentos, descobriu que era pai de um homem de 47 anos.

Em 2012, Agildo Ribeiro que apesar de ter se casado 5 vezes, nunca teve filhos nesses relacionamentos, descobriu que tinha um filho, na época, com 47 anos. Marcelo Galvão é fruto de uma relação de Agildo Ribeiro em 1965. Em um encontro com o rapaz durante o programa "Fantástico", em 2013, o ator descobriu também que era avô de uma menina.

Morte

Agildo Ribeiro faleceu na manhã de sábado, 28/04/2018, aos 86 anos, vítima de insuficiência cardíaca, em sua residência no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O velório ocorrerá no domingo, 29/04/2018, a partir das 10h00, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, seguido de cerimônia de cremação fechada para a família.

Agildo Ribeiro como Deixadylson em Casseta & Planeta, Urgente!
Carreira

Televisão
  • 2010 - Casseta & Planeta, Urgente! ... Deixadylson
  • 2010 - Escrito Nas Estrelas ... Durvalino Batista (Participação Especial)
  • 2007 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Teotônio
  • 2005/2009 - Zorra Total - Ali Babaluf / Manoel / Chapinha / Gaspar / Don Gorgonzola / Rubro Chávez / Mourão
  • 2005 - A Lua Me Disse ... Coriolano
  • 1997 - Mandacaru ... Salustiano
  • 1994/1995 - Isto é o Agildo - (RTP)
  • 1994 - Escolinha do Professor Raimundo ... Andorinha
  • 1993/1994 - Não Pergunta Que Eu Respondo
  • 1989/1990 - Cabaré do Barata
  • 1987/1988 - Agildo No País Das Maravilhas
  • 1985 - De Quina Pra Lua ... Dante Cagliosto
  • 1984 - Humor Livre
  • 1983 - A Festa é Nossa
  • 1982 - Estúdio A... Gildo
  • 1970 - Topo Gigio
  • 1969/1970 - Mister Show
  • 1965 - TNT- Reporter

Cinema
  • 2008 - Casa Da Mãe Joana
  • 2003 - O Homem Do Ano
  • 1980 - Gugu, O Bom De Cama
  • 1976 - O Pai Do Povo
  • 1975 - O Sexualista
  • 1974 - O Comprador De Fazendas
  • 1974 - Divórcio À Brasileira
  • 1973 - Café Na Cama
  • 1971 - Tô Na Tua, Ô Bicho
  • 1971 - Como Ganhar Na Loteria Sem Perder a Esportiva
  • 1969 - A Cama Ao Alcance De Todos
  • 1968 - Na Mira Do Assassino
  • 1967 - A Espiã Que Entrou Em Fria
  • 1967 - Como Matar Um Playboy
  • 1967 - Agente OSS 117
  • 1967 - Jerry - A Grande Parada
  • 1964 - O Crime No Sacopã
  • 1964 - Esse Mundo É Meu
  • 1963 - Marafa (Inacabado)
  • 1962 - Pluft, O Fantasminha
  • 1962 - Tocaia No Asfalto
  • 1961 - Sócio De Alcova
  • 1960 - Esse Rio Que Eu Amo
  • 1960 - Eles Não Voltaram
  • 1959 - Aí Vêm Os Cadetes
  • 1959 - Amor Para Três
  • 1959 - Um Homem Fora Do Seu Meio (Inacabado)
  • 1958 - Meus Amores No Rio
  • 1958 - Esse Milhão É Meu
  • 1958 - Matemática Zero, Amor Dez
  • 1956 - Fuzileiro Do Amor
  • 1955 - O Feijão É Nosso
  • 1955 - O Grande Pintor
  • 1955 - Angu de Caroço

Indicação: Soraya Veras, Fadinha Veras e Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #AgildoRibeiro

Paulo Barboza

PAULO BARBOZA
(73 anos)
Radialista, Jornalista e Publicitário

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/05/1944)
┼ São Paulo, SP (16/04/2018)

Paulo Barboza foi um radialista, jornalista e publicitário brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 14/05/1944. Foi um dos grandes nomes no rádio brasileiro e, com 58 anos de carreira, nunca abandonou o rádio, tendo passado pelas mais importantes emissoras de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Começou sua carreira de radialista na Rádio Imperial, em Petrópolis, em 07/09/1959. Teve passagens pelas rádios Record, Globo, Super Rádio Tupi, América e Capital. Seus últimos trabalhos foram na Super Rádio de São Paulo, onde estava desde janeiro de 2017, e na Rádio ABC, de Santo André, desde setembro de 2017. Além do rádio, Paulo trabalhou durante muitos anos na televisão, mais especificamente nas extintas TV Manchete e TV Tupi e nas atuais SBT, TV Record e Gazeta.

No dia 07/09/1959 conseguiu, depois de muito custo, falar ao microfone da Rádio Imperial de Petrópolis. Era a sua estreia, graças ao diretor Santelmo Jorge que não aguentava mais a insistência daquele garoto, pedindo uma chance. Deu certo: Uma semana depois ganhava um programa aos sábados, o "Clube de Jovens" e uma coluna no jornal Tribuna de Petrópolis. Virou o cronista social da juventude petropolitana, coisa que ainda não existia no início dos anos 60.

Quando ouviu a gravação da sua voz pela primeira vez, quis desistir. Não gostou, achava estridente. Na época todos os locutores tinham vozes graves. Mais uma vez o diretor e já amigo Santelmo Jorge deu-lhe força para não parar, tendo também incentivo de um novo amigo, Flávio Cavalcanti.

Transformou-se em repórter e foi contratado pela Petrópolis Rádio Difusora. Conseguiu um programa diário, o jornalístico "De Microfone Em Punho". Lançou o noticiário da noite, "Edição Extra". Partiu para os debates, para as entrevistas com "A Notícia Faz o Show". Começou a comandar um programa de prêmios e brincadeiras, o "Paulo Barboza Pergunta".


Em 1963 ganhou o prêmio de Melhor Rádio Repórter do Estado do Rio, do Sindicato dos Jornalistas, com matéria feita numa sexta-feira 13, exatamente à meia-noite, ao vivo do Cemitério Municipal de Petrópolis, entrevistando os coveiros e ouvindo suas histórias fantásticas.

Em 1970 estreou no Rio de Janeiro, na Super Rádio Tupi, das 9h00 às 12h00, lançando o "Programa Paulo Barboza". Estreou na Rede Tupi de Televisão comandando "É Lá Que A Tupi Vai", com produção de Herval Rossano e direção de José Messias.

Em 1980, Paulo Barboza apresentou o programa "Sessão Premiada", no SBT.

Em 1983, foi para a TV Gazeta e passou a apresentar semanalmente, no formato de show de calouros, o "Programa Paulo Barboza".

Em 1984, de volta ao SBT, passou a ser o primeiro apresentador do game show "TV Powww!" no Brasil.

Em 1988, Paulo Barboza trocou de emissora e passou a apresentar o "Programa Paulo Barboza" na TV Record.

Desde janeiro de 2017 ele comandava de segunda a sexta-feira um programa na Super Rádio 1150 AM, em São Paulo. O programa ia ao ar das 8h00 às 11h00. Também trabalhava à tarde na rádio ABC 1570 AM.

Paulo Barboza foi casado por 48 anos com Eliane Barboza, que faleceu em 13/02/2015, vítima de um câncer. O casal teve um filho, Paulo Eugênio, e uma filha, Alexandra HermíniaPaulo Barboza era avô de três netos: Paulo Felipe, Rodrigo e Maria Gabriella.

Morte

Paulo Barboza faleceu na madrugada de segunda-feira, 16/04/2018, aos 73 anos, vitima de um infarto fulminante, em São Paulo, SP.

O velório ocorreu a partir das 9h00 de segunda-feira, 16/04/2018, e a cremação, às 17h00 no cemitério Horto da Paz, localizado à Rua Horto da Paz, 191, em Itapecerica da Serra, SP.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Valmir Bonvenuto
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Dona Ivone Lara

IVONE LARA DA COSTA
(97 anos)
Cantora e Compositora

☼ Rio de Janeiro, RJ (13/04/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (16/04/2018)

Ivone Lara da Costa, mais conhecida como Dona Ivone Lara, foi uma cantora e compositora brasileira, conhecida como Rainha do Samba de raiz e Grande Dama do Samba.

Dona Ivone Lara nasceu em 13/04/1921, na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e José da Silva Lara. Paralelamente ao trabalho, ambos tinham intensa vida musical: Ele era violonista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos. Ela era ótima cantora e emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de Janeiro, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá, nos quais seu José da Silva Lara também se apresentava.

Formada em enfermagem e serviço social, com especialização em terapia ocupacional, foi uma profissional na área até se aposentar em 1977. Nesta função trabalhou em hospitais psiquiátricos, onde conheceu a Drª Nise da Silveira.

Com a morte do pai aos 3 anos de idade, e da mãe aos 12 anos, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro. Teve aulas de canto com Lucília Guimarães e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos.


Dona Ivone Lara casou-se aos 25 anos de idade com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, com quem teve dois filhos, Alfredo e Odir. Foi no Prazer da Serrinha onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Compôs o samba "Nasci Para Sofrer", que se tornou o hino da escola. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar na ala das baianas. E também Compôs o samba "Não Me Perguntes". Mas a consagração veio em 1965, com "Os Cinco Bailes da História do Rio", quando tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola de samba.

Em 1975, depois de seu filho Odir sofrer um acidente de carro, com o susto, seu marido Oscar Costa, teve um infarto e faleceu. Apesar de seu marido nunca ter nada contra sua carreira, ele não gostava das rodas de samba.

Aposentada em 1977, passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Entre os intérpretes que gravaram suas composições destacam-se Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Mariene de Castro, Roberta Sá, Marisa Monte e Dorina.

Dona Ivone Lara também teve trabalhos como atriz, com participação em filmes, e foi a Tia Nastácia em especiais do programa "Sítio do Pica-Pau Amarelo".


Em 2008, Dona Ivone Lara interpretou a canção "Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço" no projeto Samba Social Clube. A faixa foi incluída, no ano seguinte, numa coletânea com as melhores performances do projeto.

Em 2008 ela perdeu seu filho Odir, vítima de complicações decorrentes da diabetes.

Em 2010 foi a homenageada na 21ª edição do Prêmio da Música Brasileira. 

No ano de 2012, foi homenageada pelo Império Serrano, no grupo de acesso, com o enredo "Dona Ivone Lara: O Enredo Do Meu Samba".

Em dezembro de 2014 foi a homenageada na 19ª edição do Trem do Samba. Um mês antes, Dona Ivone Lara havia participado do primeiro dia de gravações do Sambabook, em homenagem à sua carreira da gravadora Musickeria. Cantores como Maria Bethânia, Elba Ramalho, Criolo, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Adriana Calcanhoto e Zélia Duncan fizeram versões de canções de Dona Ivone Lara, enquanto ela própria gravou com Diogo Nogueira uma canção inédita, composta com seu neto, André.

Em 2015, entrou para a lista das Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.

Morte

Dona Ivone Lara faleceu na noite de segunda-feira, 16/04/2018, no Rio de Janeiro, RJ, em consequência de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória. Ela estava internada desde sexta-feira, 13/04/2018, data em que completou 96 anos, no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Dona Ivone Lara já vinha apresentando um quadro de anemia e precisou receber doações de sangue. O estado de saúde dela já era considerado bastante grave.

O velório aconteceu na Quadra da Império Serrano, sua escola do coração, em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O sepultamento de Dona Ivone Lara aconteceu no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1970 - Sambão 70
  • 1972 - Quem Samba Fica?
  • 1974 - Samba Minha Verdade, Minha Raiz
  • 1979 - Sorriso De Criança
  • 1980 - Serra Dos Meus Sonhos Dourados
  • 1981 - Sorriso Negro
  • 1982 - Alegria Minha Gente
  • 1985 - Ivone Lara
  • 1986 - Arte Do Encontro (Com Jovelina Pérola Negra)
  • 1998 - Bodas De Ouro
  • 1999 - Um Natal De Samba (Com Délcio Carvalho)
  • 2001 - Nasci Para Sonhar E Cantar
  • 2004 - Sempre A Cantar (Com Toque de Prima)
  • 2009 - Canto De Rainha (DVD)
  • 2010 - Bodas De Coral (Com Délcio de Carvalho)
  • 2010 - Nas Escritas Da Vida (Com Bruno Castro)
  • 2012 - Baú da Dona Ivone
  • 2015 - Sambabook Dona Ivone Lara (DVD)
  • 2015 - Sambabook Dona Ivone Lara (2 CDs)

Filmografia

  • 1977 - A Força de Xangô ... Zulmira de Iansã
  • 1982 - Especial Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Tia Nastácia

Fonte: Wikipédia
Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #DonaIvoneLara #IvoneLara

Mamede Paes Mendonça

MAMEDE PAES MENDONÇA
(80 anos)
Empresário

☼ Ribeirópolis, SE (05/08/1915)
┼ São Paulo, SP (21/10/1995)

Mamede Paes Mendonça foi um empresário brasileiro, nascido em Ribeirópolis, SE, no dia 05/08/1915, pioneiro no ramo de supermercados no Brasil e fundador do Paes Mendonça, uma das maiores redes varejistas do país.

Filho de Eliziário e de Maria da Conceição, membros de uma família pobre de agricultores, que sobreviviam do que plantavam e colhiam em um pequeno lote de terra, num povoado do Município de Ribeirópolis, estado de Sergipe, chamado Serra do Machado, localizado numa região sofrida pelas longas estiagens.

Ainda muito jovem, aos 15 anos de idade, Mamede descobriu o comércio, vendendo farinha na feira, em sua cidade natal. Disposto a abandonar a roça, juntou dinheiro embaixo do colchão durante seis anos.

No ano de 1936, aos 21 anos de idade, havia poupado 1500 réis, que foram empregados na compra de uma pequena padaria, no município de Ribeirópolis.

Os negócios na pequena padaria iam bem, mas Ribeirópolis era um pequeno distrito, e Mamede entendia que era preciso crescer, ir para um grande centro da região, com um comércio maior e mais desenvolvido.

Assim, quatro anos mais tarde, em 1940, abriria um armazém de secos e molhados na cidade de Itabaiana, SE.

Em Itabaiana, os negócios cresciam, e a região começava a ficar pequena, Mamede partiu, então, para a capital, Aracaju, onde, em 1947, abriu filial, também com um armazém de secos e molhados.


Desde o primeiro comércio em Ribeirópolis, Mamede viajava muito para a Bahia, uma vez que sua capital, Salvador, era o centro abastecedor da região. Lá comprava as mercadorias para revender no seu comércio.

A convivência frequente com Salvador foi se tornando muito sedutora, para Mamede, que percebeu que para crescer teria que ir para aquela cidade, o que fez, em 1951, instalando-se na Praça Marechal Deodoro, com um loja de atacado, vendendo secos e molhados. Neste momento, o grande passo tinha sido dado.

Na década de 50, quando chegou em Salvador, a cidade era abastecida pelos armazéns, a maioria deles pertencente a comerciantes espanhóis e portugueses. Havia também as feiras-livres, como Água de Meninos e a das Sete Portas, que eram as mais conhecidas e procuradas. Prevalecia na época o sistema de venda por caderneta. O consumidor comprava semanalmente, ou por mês, através de caderneta. O pagamento era feito logo, contra a entrega da mercadoria, ou quando ele recebia seu salário, no fim do mês.

Anos mais tarde, nos idos de 1959, em viagem à Argentina, para comprar alpiste - que, na época, andava em falta no Brasil - conheceu alguns supermercados. Na volta, passando por Montevidéu, Uruguai, observou outras lojas em formato semelhante. Gostou e se convenceu de que aquele era o futuro do comércio de alimentos, retornando decidido a ser o pioneiro daquela nova forma de vender, na Bahia.

Assim, em 1959, é aberta a primeira de auto-serviço, supermercado, na Bahia, uma ideia avançada a época.


No dia 02/12/1959, inaugurou um pequeno supermercado no bairro de Nazaré, em Salvador, mais precisamente à Rua Jogo do Carneiro. Nascia ali a loja 1.

Os resultados positivos da primeira loja de supermercados o animou a continuar expandindo o setor. Menos de um ano depois, em 27/08/1960, inaugurou a loja 2, no Edifício Oceania, na Barra.

Em 1961, era inaugurada a loja 3 da Rua Visconde de São Lourenço, no forte de São Pedro. Em seguida, a loja 4, na Baixa dos Sapateiros.

Quando completou 25 anos em Salvador, inaugurou a loja 25. E aí por diante, atingindo e passando em muito o sonho/meta que tinha de completar 100 lojas, chegando ao pico de 156, em 4 estados do Brasil, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A loja 100 foi inaugurada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, tida, na época, como o maior Hipermercado do Brasil e terceiro maior do mundo.

Mamede Paes Mendonça era casado com Lindaura Andrade, com quem teve seis filhos. Era irmão de Pedro Paes Mendonça e tio de João Carlos Paes Mendonça.

Em vida, foi condecorado com diversos títulos, tais como: Comendador, conferido pelo Governo de Portugal; Diploma da Fraternidade Sacerdotal de Sergipe e Amigo da Marinha. Em 1984, Mamede Paes Mendonça recebeu ainda o título de Cidadão Baiano, pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Apesar da idade, Mamede Paes Mendonça estava à frente dos negócios. Exercia a presidência do grupo. O faturamento do grupo em 1994 foi de US$ 805 milhões. Para 1995 a previsão era de US$ 947 milhões.

Morte

Mamede Paes Mendonça faleceu no sábado, 21/10/1995, em São Paulo, SP, aos 80 anos, no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há um mês. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência de câncer. Mamede Paes Mendonça tinha quatro pontes de safena.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 23/10/1995, às 11h00 no cemitério Corpo Santo, em Salvador, BA.

Fonte: WikipédiaFolha de S.Paulo
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