Oscarito

OSCAR LORENZO JACINTO DE LA IMACULADA CONCEPCIÓN TERESA DIAZ
(63 anos)
Ator, Humorista e Artista Circense

* Málaga, Espanha (16/08/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/08/1970)

Oscarito nasceu na Espanha. Poderia ser marroquino se viesse ao mundo dois diante antes - a família era de circo e estava em excursão no norte da África - mas se considerava brasileiro. "Vim para cá com um ano de idade e sofri mais do que sovaco de aleijado. Podia ter nascido na China ou no pólo norte, mas sou brasileiro puro na batata", disse ele, ao conseguir naturalizar-se brasileiro, em 1949. O pai era alemão e a mãe portuguesa. Tinha tios franceses, ingleses, espanhóis, italianos e dinamarqueses, com uma tradição de 400 anos de picadeiro.

Oscarito debutou aos cinco anos no circo, vestido de índio numa adaptação de "O Guarani", de José de Alencar. Exímio violinista, chegou a tocar em salas de projeção na época do cinema mudo, foi palhaço, trapezista, acrobata e até Poncio Pilatos na semana santa. Como galã, protegeu castas meninas de condes malvados em dramalhões sob a lona que faziam a platéia arfar o peito num tempo em que não havia novela de televisão.

Em 1932, Alfredo Breda, barbeiro de profissão e teatrólogo da Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, convidou-o a satirizar o presidente Getúlio Vargas em "Calma, Gegê".

Era a época do teatro rebolado em que a sátira política era combinada com as exuberantes pernas das vedetes. A mistura era infalível. Desde a estréia no cinema, em "Noites Cariocas" (1935), Oscarito ligou-se ao parceiro inseparável Grande Otelo, com quem faria dupla em 34 chanchadas do estúdio da Atlântida Cinematográfica entre 1944 e 1962.



Oscarito era um gênio da comédia e conhecia a mecânica do riso. Certa vez, pediu ao diretor Carlos Manga que alterasse a montagem de um filme. Entre uma piada e outra, para dar tempo ao público de recuperar-se, havia seis closes do rosto de figurantes. Oscarito achou pouco e pediu nove closes. Era o intervalo exato, constatou Carlos Manga quando o filme estreou.

Nos anos 50, fazia três filmes por ano, incluindo gozações com sucessos de Hollywood, como, "Matar ou Correr", de Carlos Manga, paródia do bangue-bangue "Matar ou Morrer", de Fred Zinnemann.

"Colégio de Brotos" (1956) foi visto por 250 mil espectadores na primeira semana de exibição. "Esse homem é minha mina de ouro", dizia o dono da Atlântida Cinematográfica, Luiz Severiano Ribeiro.

Após vê-lo imitando Rita Hayworth no clássico papel de Gilda, o humorista americano Bob Hope convidou Oscarito para filmar nos Estados Unidos, mas ele recusou - com medo do fracasso.


"Não se dava conta da importância que tinha. Vivia com cinco contos de réis mensais, salário modestíssimo para a estrela que era. Eu próprio ganhei três contos de réis por Carnaval no Fogo, de 1949, e não deu para viver um mês", relata o ator José Lewgoy.

"Temente a Deus e ao imposto de renda", como dizia, não bebia e só passou a fumar após os 40 anos. Pegou o vício ao representar um fumante inveterado.

Casado com Margot Louro, de belíssimos olhos azuis e também de família circense, teve dois filhos.

Na manhã de 15/07/1970, após abandonar a carreira artística, enquanto a família arrumava as malas para passar um fim de semana no sítio em Ibicuí, Rio de Janeiro, Oscarito tentou repetir na sala os passos de malandro que o haviam consagrado. Terminavam sempre com um pulinho com os dois pés para trás.

"Acho que estou ficando velho e gordo", disse à mulher. Minutos depois, as pernas começaram a formigar e endurecer, antes de ele desmaiar. Um Derrame Cerebral o deixou em coma.

Ao pressentir o ocaso, ele havia decidido refugiar-se no sítio.

"Qualquer dia eles vão me demolir como um prédio velho. Vou cuidar das galinhas e dos repolhos". Mas não perdeu a chance de fazer piada: "Como sabem, repolho é uma rosa que engordou e ficou verde de raiva".

Morte

Na manhã de 15/07/1970, sentiu-se mal, devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e foi internado, já em coma, vindo a falecer no dia 04/08/1970.

Seu corpo foi velado no salão nobre da Assembleia Legislativa da Guanabara, com a presença de mais de duas mil pessoas. O sepultamento levou cerca de quinhentas pessoas ao Cemitério São João Batista.


Trabalhos
  • 1975 - Assim era a Atlântida
  • 1968 - Jovens Para Frente
  • 1967 - A Espiã Que Entrou em Fria
  • 1965 - Crônica da Cidade Amada
  • 1962 - Os Apavorados
  • 1962 - Entre Mulheres e Espiões
  • 1960 - Dois Ladrões
  • 1960 - Duas Histórias
  • 1959 - O Cupim
  • 1959 - Pintando o Sete
  • 1959 - O Homem do Sputnik
  • 1958 - Esse Milhão é Meu
  • 1957 - De Vento em Popa
  • 1957 - Treze Cadeiras
  • 1956 - Vamos com Calma
  • 1956 - Colégio de Brotos
  • 1956 - Papai Fanfarrão
  • 1955 - O Golpe
  • 1955 - Guerra ao Samba
  • 1954 - Matar ou Correr
  • 1954 - Nem Sansão nem Dalila
  • 1953 - Dupla do Barulho
  • 1952 - Três Vagabundos
  • 1952 - Carnaval Atlântida
  • 1952 - Barnabé, Tu És Meu
  • 1951 - Aí Vem o Barão
  • 1950 - Aviso Aos Navegantes
  • 1949 - Carnaval no Fogo
  • 1949 - Caçula do Barulho
  • 1948 - É Com Este Que Eu Vou
  • 1948 - Falta Alguém no Manicômio
  • 1948 - E o Mundo se Diverte
  • 1947 - Asas do Brasil
  • 1947 - Este Mundo é um Pandeiro
  • 1946 - Fantasma Por Acaso
  • 1945 - Não Adianta Chorar
  • 1944 - Gente Honesta
  • 1944 - Tristezas Não Pagam Dívidas
  • 1941 - O Dia é Nosso
  • 1941 - Vinte e Quatro Horas de Sonho
  • 1940 - Céu Azul
  • 1938 - Banana da Terra
  • 1938 - Bombonzinho
  • 1938 - Está Tudo Aí!
  • 1936 - Alô, Alô Carnaval
  • 1935 - Noites Cariocas
  • 1933 - A Voz do Carnaval

Fonte: Wikipédia
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