Rodolfo Konder

RODOLFO KONDER
(76 anos)
Jornalista, Escritor, Tradutor, Professor e Conferencista

* Natal, RN (05/04/1938)
+ São Paulo, SP (01/05/2014)

Rodolfo Konder foi um jornalista, escritor, tradutor, professor universitário e conferencista brasileiro.

Nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, em 05/04/1938, foi militante político contra a ditadura militar em 1964. Em 1975, Rodolfo Konder foi preso junto com o jornalista Vladimir Herzog e foi o primeiro a denunciar que Vladimir Herzog havia sido assassinado pelos torturadores. Por ser militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi obrigado a se exilar durante o regime militar. No período da redemocratização, atuou em grupos de direitos humanos e presidiu a seção brasileira da Anistia Internacional.

Era filho do intelectual comunista Valério Konder, que foi dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e de Ione Coelho. Era irmão do filósofo marxista Leandro Konder e de Luíza Eugênia Konder, casada com o banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga.

Rodolfo Konder foi casado com Silvia Gyuru Konder e tinha um filho, Fabio Gyuru Konder.

Na clandestinidade, o jornalista começou a fazer traduções para Ênio Silveira. Pouco depois, conseguiu uma vaga de redator na agência de notícias Reuters, onde trabalhou durante quatro anos.


Trajetória Como Jornalista

Rodolfo Konder trabalhou como jornalista nas revistas "Realidade", "Singular Plural", "Visão", "Isto É", "Afinal", "Nova", e colaborou com a "Playboy", "Revista Hebráica" e "Época". Também trabalhou em jornais, estações de rádio, inclusive Rádio Canadá, em Montreal, durante dois anos, e canais de televisão.

Durante quatro anos, foi editor-chefe e apresentador do "Jornal da Cultura", na TV Cultura de São Paulo. Também foi colaborador permanente de "O Estado de São Paulo", durante dez anos.

Publicou artigos nos jornais "Movimento", "O Diário", "Voz da Unidade", "Folha de São Paulo", "Jornal da Tarde", "Gazeta Mercantil", "Diário Popular", "Pasquim", "O Paiz", "LA Calle", "El Clarin", "História", "Venus", "Opinião", "Povos e Países", "Jornal do Brasil", "Jornal da Semana", "Leia Livros", "Shopping News", "Américas" e "Shalom".

Foi professor de jornalismo, durante cinco anos, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), foi diretor das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) durante um ano, fez palestras e conferências no Brasil e no exterior, sempre sobre temas relacionados ao jornalismo, à liberdade de expressão e à luta pela democracia.

Foi secretário da Cultura durante a gestão do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, entre 1993 e 1996.


Trajetória Como Escritor

Como escritor, foi conselheiro da União Brasileira de Escritores e escreveu 21 livros: "Cadeia Para Os Mortos", "Tempo de Ameaça", "Comando das Trevas", "De Volta, os Canibais", "Anistia Internacional: Uma Porta Para o Futuro", "O Veterano de Guerra", "Palavras Aladas", "O Rio Da Nossa Loucura", "As Portas Do Tempo", "A Memória e o Esquecimento", "A Palavra e o Sonho", "Hóspede Da Solidão", "Labirintos De Pedra", "Rastros Na Neve", "Sombras No Espelho", "Cassados e Caçados", "Agonia e Morte De Um Comunista", "A Invasão", "As Areias De Ontem", "Educar é Libertar" e "O Destino e a Neve".

Foi premiado, em 2001, com o Prêmio Jabuti pelo livro "Hóspede Da Solidão".

De janeiro de 1993 a dezembro de 2000, ocupou o cargo de Secretário Municial da Cultura. Além disso, foi membro do Conselho da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), integrou a Diretoria da Bienal de São Paulo e foi presidente da Comissão Municipal para as Comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Foi diretor do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e diretor da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em São Paulo.


Morte

Rodolfo Konder morreu na quinta-feira, 01/05/2014, às 10:30 hs, em São Paulo, SP, aos 76 anos. Ele lutava contra um câncer e estava internado há dois meses no Hospital Beneficência Portuguesa. Há 20 dias havia sido transferido para a UTI onde faleceu.

O corpo do jornalista foi cremado às 17:00 hs, do dia 02/01/2014 no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, interior de São Paulo, em cerimônia restrita aos familiares.

Obras

  • 1977 - A Ascensão Dos Generais (Portugal - Editorial Caminho)
  • 1977 - Cadeia Para Os Mortos (Editora Alfa-Omega)
  • 1978 - Sob o Comando Das Trevas (Portugal - Editorial Caminho)
  • 1978 - Tempo De Ameaça (Editora Alfa-Omega)
  • 1978 - Comando Das Trevas (Editora Global)
  • 1986 - De Volta Aos Canibais (Sequência Editorial)
  • 1988 - Anistia Internacional - Uma Porta Para o Futuro (Pontes Editora)
  • 1988 - O Veterano De Guerra (Editora Ibla)
  • 1988 - Erkundungen (Antologia, Alemanha) Verlag Volk Und Welt
  • 1992 - Palavras Aladas (Scortecci Editora)
  • 1994 - O Rio Da Nossa Loucura (Editora Saraiva)
  • 1996 - As Portas Do Tempo (Editora Saraiva)
  • 1997 - A Memória e o Esquecimento (Editora Global)
  • 1999 - A Palavra e o Sonho (Editora Global)
  • 2000 - Hóspede Da Solidão
  • 2002 - Labirintos De Pedra (Editora Global)
  • 2005 - O Conto Brasileiro Hoje (RG Editores)
  • 2005 - Rastros Na Neve - Viagens De Um Jornalista (Edições UniFMU)
  • 2006 - Sombras No Espelho (Edições UniFMU)


Prêmios

  • 1994 - Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo
  • 1995 - Prêmio Homem de Direitos Humanos, da Hebraica.
  • 1996 - Prêmio Borba Gato
  • 1999 - Medalha Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil
  • 2001 - Prêmio Jabuti 2001 - Categoria: Contos e Crônicas - Livro: Hóspede da Solidão