Irineu Marinho

IRINEU MARINHO COELHO DE BARROS
(49 anos)
Jornalista

* Niterói, RJ (19/07/1876)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/08/1925)

Irineu Marinho Coelho de Barros era filho do empreiteiro de obras João Marinho Coelho de Barros e de Edwiges de Souza Barros, neto paterno de João Marinho da Silva Macedo e Cláudia Genebres e materno de Domingos Marinho da Silva e Maria Luíza Coelho.

Em 1891 ingressou no colégio de William Cunditt, o Liceu Popular de Niterói, tendo entre seus colegas o romancista Lima Barreto. Lá, fundou o Grêmio Literário Silvio Romero e os jornais A Pena e O Ensaio. Iniciou sua colaboração regular no jornal O Fluminense. Numa época na qual todos assinavam por pseudônimos, nunca deixou de assinar I. Marinho.

Por sempre ser identificado em seus artigos, por causa de uma defesa que fez em favor dos parnasianos, provocou uma briga com os colegas de redação, que na época lhe deram três conselhos: que deixasse o Liceu, onde nada aprendia; que deixasse a imprensa, já que não sabia escrever coisas descentes; e que fosse plantar batatas, porque não dando certo como jornalista, poderia encontrar sucesso neste tipo de agricultura.

Com a Revolta da Armada, em 1893, interrompeu os estudos e fixou-se no Rio de Janeiro, trabalhando como revisor do Diário de Notícias, fundado e dirigido por Ruy Barbosa. Passou dali para a Gazeta de Notícias, onde foi revidor, repórter de polícia, secretário de redação e finalmente diretor. Passou por todas as funções, desde repórter até diretor. Trabalhou por um tempo também no jornal A Tribuna.

Em 1903, casou-se com a filha de italianos Francisca Pisani, a Dona Chica, e tiveram seis filhos: Roberto, Heloísa, Ricardo, Hilda, Helena (que faleceu no primeiro ano de vida) e Rogério. Irineu Marinho trabalhava duramente para sustentar e educar seus filhos com jornadas de até quinze horas diárias. Trabalhou no prestigiado jornal A Notícia e tinha como colegas Arthur Azevedo e Olavo Bilac.

Deixou a Gazeta de Notícias e fundou em 1911 o jornal A Noite, lançado a 18 de julho. Primeiro vespertino do Rio de Janeiro, do qual era um dos acionistas, e cuja quota de 25 contos de réis era, segundo algumas histórias, proveniente de empréstimos feitos por amigos. Em 1913, seus desafetos da Brasil Railway Co. conseguiram infiltrar um representante na sociedade - Geraldo Rocha.

O vespertino se notabilizou pela defesa das causas nacionalistas, combatendo os trustes internacionais que estendiam seus tentáculos sobre o Brasil. Essa linha o levou a simpatizar por manifestações que lhe renderam a prisão por quatro meses. Libertado, fez longa viagem à Europa, com a mulher e os cinco filhos, aproveitando para conhecer técnicas e equipamentos gráficos mais aperfeiçoados.

Durante sua ausência, Geraldo Rocha, amigo e sócio, convocou uma assembléia de acionistas de Noite e aumentou seu capital na sociedade obscuramente, deixando Irineu Marinho, o fundador do jornal, reduzido à condição de sócio minoritário e expurgado da empresa. Graças ao auxílio de companheiros e profissionais do jornal, reagiu ao golpe e, levando os fiéis e bons companheiros com ele fundou O Globo, um novo e moderno vespertino, que circulou pela primeira vez a 29 de julho de 1925.

Menos de um mês depois da inauguração, no banheiro de casa, sofreu um Ataque Cardíaco que o matou. Surpreendido pelo ataque cardíaco de seu fundador, o jornal sobreviveu graças a dedicação do seu editor chefe, Euricles de Matos. Foi Euricles de Matos quem preparou os filhos varões de Irineu Marinho, Roberto, Rogério e Ricardo Marinho, para assumir o lugar do pai, transformando O Globo no órgão-líder de um dos maiores complexos de comunicação do mundo.

O mundo deu voltas e da lembrança ingrata por parte da turma do jornal O Fluminense, restou uma placa de bronze colocada na Rua Irineu Marinho, em Niterói, patrocinada pelo veículo. O fundador de O Globo, já vitorioso com o jornal A Noite, nunca mediu despesas para melhorar seu jornal, mas para ele, continuava a almoçar numa pensão de sobrado na rua Uruguaiana, modesta no tempero e no preço, que guarda até hoje uma foto de Irineu Marinho na parede.

No dia 17 de Junho de 1971 o então Governador do Estado do Rio de Janeiro Geremias Fontes construiu em sua homenagem o então Colégio Estadual Irineu Marinho situado no Município de Duque de Caxias, no bairro Centenário.

Fonte: Wikipédia e Entrevistando

Joelmir Beting

JOELMIR JOSÉ BETING
(75 anos)
Jornalista e Sociólogo

* Tambaú, SP (21/12/1936)
+ São Paulo, SP (29/11/2012)

Nascido em Tambaú, interior de São Paulo, começou a trabalhar nas plantações da propriedade de sua família aos sete anos. "A minha origem é, de certa forma, de boia-fria", lembraria o jornalista em entrevista à revista Imprensa em julho de 2012. Depois de ser coroinha na igreja da cidade, o padre Donizetti Tavares de Lima arrumou-lhe o primeiro emprego, na rádio de Tambaú, aos quinze anos.

Carreira

Em 1957, aos dezenove anos de idade, Joelmir Beting foi para São Paulo onde estudou Sociologia na Universidade de São Paulo, na mesma turma de nomes como Ruth Cardoso e Francisco Weffort.

Ainda em 1957, durante o período universitário, iniciou sua carreira jornalística, como repórter esportivo nos jornais O Esporte e Diário Popular. Deixou a área esportiva dois anos depois, quando deixou sua paixão pelo Palmeiras falar mais alto na transmissão de um Derby Paulista pela Rádio Panamericana e quase foi agredido pela torcida corintiana.

Foi contratado em 1966 pela Folha de São Paulo para lançar a editoria de "Automóveis", fruto da repercussão de sua tese do curso de Sociologia, "Adaptação da mão de obra nordestina na indústria automobilística de São Paulo", que fora publicada pelo Diário Popular na íntegra. Dois anos depois lançou a editoria de "Economia" do mesmo jornal, lançando uma coluna diária a partir de 1970. A coluna tornou-se célebre por desmistificar a economia numa época de inflação astronômica e reiteradas medidas desastradas do governo. É de lá que nasceram alguns dos bordões de Joelmir Beting, como "Quem não deve não tem" e "Na prática, a teoria é outra".

Paralelamente à coluna na Folha de São Paulo, que transferiu para O Estado de São Paulo em 1991, Joelmir Beting passou, ainda em 1970, a participar de programas de rádio, na Jovem Pan, e de televisão, na TV Record, e com participações nos telejornais da TV Globo, onde permaneceu entre agosto de 1985 e julho de 2003, onde se tornaria conhecido do grande público.

O início na TV foi em 1970, com o programa "Multiplicação do Dinheiro", que funcionava como uma mesa-redonda sobre assuntos econômicos, com participação dos economistas Eduardo Suplicy e Miguel Colassuono. Em 1974 foi contratado pela TV Bandeirantes, onde ficaria até a sua estreia na TV Globo. Na TV Bandeirantes, ancorou o "Jornal Bandeirantes", ao lado de Ferreira Martins, além de fazer comentários de economia e reportagens especiais.

O mesmo aconteceu na Rádio Bandeirantes, onde fazia um comentário diário no programa "O Trabuco", de Vicente Leporace. Com a morte deste, em abril de 1978, juntou-se a José Paulo de Andrade e Salomão Ésper para apresentar o Jornal Gente, criado no dia seguinte ao acontecido. O trio voltaria a reunir-se em 2003, quando Joelmir Beting foi novamente contratado pela Bandeirantes. Entre os anos 1980 e 1990 foi também comentarista das rádios Excelsior e CBN. No início do canal por assinatura Globonews, em 1996, foi um dos apresentadores do programa "Espaço Aberto".

Alguns de seus mais célebres trabalhos na TV são o primeiro debate entre candidatos a eleições, na TV Bandeirantes, e a entrevista com os membros da equipe econômica de Fernando Collor em março de 1990, quando Zélia Cardoso de Mello e Ibrahim Eris, entre outros, foram surpreendidos por Joelmir Beting, Lilian Witte Fibe e Paulo Henrique Amorim, então especialistas em economia da emissora. Quando Paulo Henrique Amorim detalhou uma das principais medidas do Plano Collor, o confisco, Joelmir Beting teve uma curiosa reação, como descrita pela revista Imprensa:

"Encarando a câmera, (ele) arregalou os olhos e escancarou a boca, como se informasse, bem didaticamente, a reação apropriada para a medida: espanto."

A imagem seria usada pelo Jornal do Brasil no dia seguinte, sob a manchete "A Cara da Nação".

Exerceu a função de editor e comentarista econômico do Jornal da Band, apresentado por Ricardo Boechat, participou do Jornal Gente e do Jornal Três Tempos, da Rádio Bandeirantes, e participou do programa esportivo Beting&Beting com seu filho Mauro e seu sobrinho Erich, no canal fechado BandSports, além de fazer comentários para o Primeiro Jornal e o Jornal da Noite, na Bandeirantes, e para o canal de notícias BandNews. Joelmir Beting também apresentou o "Canal Livre", programa que trata dos principais assuntos atuais, exibido aos domingos.

O Caso Bradesco

O jornalista foi centro de uma polêmica em 2003 ao aceitar convite do Bradesco para participar de uma campanha publicitária. Os jornais onde ele mantinha coluna, O Estado de São Paulo e O Globo, consideraram a prática incompatível com o exercício de jornalista e suspenderam a publicação de sua coluna diária.

Em 4 de dezembro Joelmir Beting publicou um artigo intitulado "Posso Falar?", em que deu explicações acerca do episódio. Joelmir Beting alegou que o produto que vendia aos jornais era "um produto isolado, tido como de boa qualidade e isento". No mesmo texto, afirmou também que "o jornalismo não deveria se envergonhar da publicidade". Na entrevista à Imprensa em julho de 2012 Joelmir Beting disse que já tinha comunicado à época que iria deixar de escrever as colunas nos jornais, por estar "sobrecarregado". Teria sido apenas depois de essa notícia se espalhar pelo mercado que surgiu o convite do Bradesco. "Os jornais já sabiam que a coluna ia parar, assim como já sabiam que eu não fazia mais televisão", explicou. A coluna seguiria sendo distribuída pela Agência Estado para cerca de trinta jornais até janeiro de 2004, quando resolveu suspendê-la depois de 34 anos.

Desde o episódio até a sua morte, Joelmir Beting se dedicou prioritariamente ao rádio e à TV, além de sua agenda de palestrante e debatedor de assuntos macroeconômicos.

Joelmir Beting ao lado do filho Mauro (Foto: Paulo Bareta)
Morte

Joelmir Beting morreu  no início da madrugada de quinta-feira (29/11/2012) em São Paulo. Ele estava internado desde o dia 22 de outubro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e, no domingo (25/11/2012), sofreu um Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVE). Na quarta-feira (28/11/2012), o hospital Albert Einstein informou que o jornalista estava em coma irreversível.

Joelmir Beting tinha dois filhos, Gianfranco, publicitário e especialista em aviação, e Mauro, jornalista e comentarista esportivo da Rede Bandeirantes.

O corpo de Joelmir Beting será velado a partir das 8:00 hs, no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul. O velório vai ser aberto ao público. A cremação ocorrerá no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, às 16:00 hs, numa cerimônia restrita à família.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fada Veras

Nelson Prudêncio

NELSON PRUDÊNCIO
(68 anos)
Atleta e Professor

☼ Lins, SP (04/04/1944)
┼ São Carlos, SP (23/11/2012)

Nelson Prudêncio foi um atleta de salto triplo e professor brasileiro. Juntamente com Adhemar Ferreira da Silva e João do Pulo foi um dos maiores desportistas de sua modalidade.

Nelson Prudêncio fez história ao conquistar duas medalhas olímpicas, uma de prata nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968 na Cidade do México e uma de bronze nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972 em Munique. No México, ele protagonizou uma das mais disputadas finais do salto triplo com o soviético Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile, quando chegaram a quebrar o recorde mundial nove vezes durante a prova.

Nelson Prudêncio, que também ganhou medalhas de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1967  em Winnipeg, Canadá e nos Jogos Pan-Americanos de 1971 em Cali, Colômbia, foi o primeiro brasileiro a suceder o consagrado Adhemar Ferreira da Silva, duas vezes campeão olímpico em salto triplo.

Nascido em Lins, no interior paulista, no ano de 1944, Nelson Prudêncio dizia querer ver novamente o Brasil no pódio do salto triplo, o que não ocorre há mais de 30 anos. Ele chegou a desenvolver um estudo acadêmico na Universidade de São Carlos, no qual apontava a importância da ciência para ajudar os atletas que disputam essa modalidade no país.

Homenagens

Durante sua vida, o ex-atleta recebeu diversas homenagens por suas conquistas e por seu trabalho em favor do atletismo brasileiro. Em São Carlos, Araras e Sorocaba, por exemplo, foi criado o "Cross Campus Nelson Prudêncio", uma corrida anual que tem como objetivo incentivar a prática da atividade física no espaço dos campi da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrar as comunidades interna e externa à instituição.

Nelson Prudêncio durante as Olimpíadas do México em 1968
Nelson Prudêncio - Atletismo e Salto Triplo

Na infância, Nelson Prudêncio gostava mesmo era de futebol, tanto que chegou a receber um convite para treinar no São Paulo. Só não foi porque o pai queria que ele continuasse os estudos de contabilidade.

Quando se tornou atleta, trabalhava como torneiro mecânico e treinava apenas duas vezes por semana. Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, 1967, no Canadá, com um salto de 16,45 metros, o sonho de Nelson Prudêncio era bater o recorde brasileiro, de 16,56 metros, ainda em poder de Adhemar Ferreira da Silva. Mas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968 na Cidade do México, com a altitude e o vento a seu favor, Nelson Prudêncio conseguiu muito mais que isso.

Supersticioso, três dias antes da prova que decidiu as medalhas de ouro, prata e bronze, ele foi a uma exposição em que viu um quadro com um negro de camisa amarela em um pódio e logo pensou: "Vou ganhar uma medalha olímpica", vislumbrou. Durante mais de três horas, ele, o soviético Viktor Saneiev e o italiano Giuseppe Gentile brigaram pela vitória. O recorde mundial foi quebrado nada menos que cinco vezes.


No último salto, Nelson Prudêncio chegou à marca de 17,27 metros, uma marca surpreendente. Mas a alegria durou apenas 25 minutos. Viktor Saneiev pulou 17,39 metros, conseguindo o novo recorde e a medalha de ouro. Nelson Prudêncio ficou com a prata. Ainda que por menos de meia hora, naquele dia Nelson Prudêncio tornou-se um dos poucos brasileiros detentores de um recorde mundial no atletismo, façanha até hoje alcançada por três brasileiros: Adhemar Ferreira da Silva,  João Carlos Oliveira, o João do Pulo, e pelo maratonista Ronaldo da Costa.

Depois de 1968, Nelson Prudêncio havia decidido não participar dos Jogos Olímpicos de Verão de 1972 em Munique. Mudou de idéia, retornou aos treinamentos apenas seis meses antes das competições, com a meta de saltar acima de 17 metros. E foi justamente com a marca de 17,05 metros que ele trouxe a medalha de bronze, perdendo outra vez para Viktor Saneiev. Era o dia 4 de setembro, e justamente por isso o sempre supersticioso Nelson Prudêncio acreditava que venceria. "Nasci em 1944, no dia 4 de abril, que é o mês quatro", lembrou naquela oportunidade. "Além disso, serei o quarto a saltar". Acabou ficando em terceiro.

Nelson Prudêncio encerrou a carreira em 1976, logo depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1976 em Montreal.

Nelson Prudêncio exercia a função de vice-presidente na Confederação Brasileira de Atletismo. Além disso, com doutorado em educação física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Também era professor na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), interior de São Paulo.

Morte

Nelson Prudêncio morreu na madrugada de sexta-feira, 23/11/2012, vítima de um câncer de pulmão descoberto há um mês, ele estava internado desde terça-feira na Casa de Saúde de São Carlos, onde permanecia em estado de coma irreversível. A doença foi constatada no início de novembro e pegou Nelson Prudêncio e sua família de surpresa. O diagnóstico apontou um câncer de pulmão já em estado avançado, o que dificultou ainda mais o tratamento. 

De acordo com comunicado divulgado no site do hospital, o velório seria realizado na manhã desta sexta-feira no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos, com o sepultamento marcado para as 16h30min.

Familiares chegaram a cogitar transferir Nelson Prudêncio para um hospital de São Paulo assim que ele piorou, mas seu estado de saúde não permitiu que isso fosse feito.

Fonte: Wikipédia e Veja
Indicação: Fada Veras e João Veras

Eli Coimbra

ELIUMAR ANTÔNIO DE MACEDO COIMBRA
(56 anos)
Locutor Esportivo e Repórter

☼ (30/01/1942)
┼ São Paulo, SP (25/11/1998)

Nascido Eliumar Antônio de Macedo Coimbra, foi um narrador esportivo brasileiro, um dos maiores nomes da reportagem esportiva do Brasil, iniciou carreira na TV Tupi, passando também pela TV Manchete, SBT, TV Bandeirantes e TV Record.

Eli Coimbra foi atleta do Santos de Pelé nas categorias infantil, juvenil, júnior e aspirantes. Parou ao ingressar na Faculdade de Educação Física de Santos e iniciar sua vida profissional nas rádios da cidade litorânea, numa trajetória de 29 anos.

Em rádio atuou em Santos e em São Paulo, na Rádio Bandeirantes. Mesclando sobriedade com boa dose de humor, conquistou credibilidade e respeito no meio esportivo, entre jogadores, dirigentes e colegas de profissão.

Eli Coimbra e Silvio Luiz
Apaixonado por futebol, cunhou com o amigo Roberto Petri o termo "Dente de Leite", que virou categoria esportiva. O programa, da Tupi de São Paulo, "Futebol Dente de Leite", surgiu após o fracasso brasileiro na Copa de 1966 na Inglaterra, para estimular e revelar novos atletas, aliando esporte com a educação das crianças. Foi uma iniciativa pioneira e vanguardista que celebrizou as máximas "Craque de Bola, Craque na Escola" e "Bola no Pé, Livro na Mão". O "Projeto Dente de Leite", que revelou inúmeros jovens para o futebol brasileiro e mundial, como Falcão e Casagrande, só para citar dois exemplos.

Eli Coimbra marcou época com suas entrevistas bem humoradas e amistosas.

Em 1996, na TV Record, comandou o programa "Com a Bola Toda", exibido nas noites de domingo. Como cronista esportivo, cobriu cinco Copas do Mundo e quatro Olimpíadas.


Eli Coimbra trabalhou com grandes profissionais como Walter Abraão, Luciano do Valle, Flávio Prado, José Luiz Datena, Juarez Soares, Silvio Luiz, entre outros.

Eli Coimbra morreu na quarta-feira, 25/11/1998, em São Paulo, aos 56 anos. Ele havia sofrido um infarto no domingo à noite, 22/11/1998, depois de sentir-se mal em casa. Internado em um hospital da Unicor, Eli Coimbra teve duas paradas cardíacas, não reagiu bem a uma cirurgia de ponte de safena e faleceu por volta das 14h00min de quarta-feira. O corpo do jornalista foi velado na Câmara Municipal de São Paulo.

Eli Coimbra deixou a esposa Maria do Carmo Di Fiore Coimbra, quatro filhos, Ely Di Fiore Coimbra, Ivã Di Fiore Coimbra, Andréa Di Fiore Coimbra e Adriana Di Fiore Coimbra, e na ocasião, três netos, Lucas, Ely e Beatriz.

Fábio Scorpion

FLÁVIO RUBENS GOMES DE OLIVEIRA
(35 anos)
Ator Pornográfico

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1969)
+ São Paulo, SP (23/11/2004)

Nascido Flávio Rubens Gomes de Oliveira, filho de um empresário da construção e de uma dona-de-casa "católica fervorosa", ele cresceu no Cosme Velho, bairro carioca de classe média, e dizia que não começou a atuar por necessidade, mas por gosto. "Adoro todo o processo, desde a seleção de atores até a produção, a direção e a escolha da capa".  Estudou no Colégio Santo Inácio e cursou Economia, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Começou a atuar em filmes pornográficos ao namorar a travesti Cristiane Lernon, que também atuava em filmes do gênero.

Tornou-se famoso no gênero pela sua fama de infalível e conseguir ereção a qualquer momento, mas o momento em que realmente saiu do anonimato para se tornar uma pessoa pública foi quando, no início da década de 90, apareceu assumindo sua esposa travesti no programa Documento Especial.

Nos mais de 400 filmes pornôs que já fez, o ator Fábio Scorpion, transou com quase 1.500 pessoas, entre mulheres e homens - sem contar suas parceiras na vida real. Em 2001, Scorpion era o ator que mais filmava no Brasil e, desde 1998, trabalhava como contratado exclusivo da multinacional Buttman, que tem sede em Los Angeles. Ele jurava que nunca precisou tomar gemada ou comer ovos de codorna para manter a ereção. "Isso tudo é lenda. É preciso ter tesão", dizia Fábio Scorpion, que adotou o pseudônimo em alusão ao seu signo, escorpião, que sendo ele "é muito sexual"

Fábio Scorpion atuou como ator pornô por dez anos até seu falecimento em 2004.


Morte

Assinado o contrato para fazer o quinquagésimo filme da série "Scorpion", Fábio Scorpion planejava terminar a série com chave de ouro: queria estar em plena forma para estrelar seu último filme. Sofrendo problemas de calvície, fez implante de cabelos para sanar o problema. Uma semana depois fez uma lipoaspiração no abdômen, mas logo veio a passar mal, pois era usuário de esteroides anabolizantes. Aproximando-se da data de gravar, pois suas férias estavam acabando, fez uma cirurgia para que fosse colocada uma prótese de silicone na panturrilha, onde sofreu um choque anafilático em decorrência da anestesia geral e faleceu. Como o ator havia assinado um termo de responsabilidade antes de fazer o procedimento cirúrgico, nenhuma culpa foi atribuída aos médicos que participaram da operação. Deixou esposa, a ex-atriz pornô Ísis Fischer.


Curiosidades

  • No Colégio Santo Inácio seu apelido era Égua, ou Carégua, devido à alta velocidade que alcançava em corridas.
  • Já desta época reclamava de suas panturrilhas, achando-as esbeltas demais. Seu cabelo também era objeto de auto-crítica, por ser "ruim".
  • Em "Colméia", um de seus filmes, o personagem de Fábio Scorpion e do também falecido ator Alexandre Jegue morrem assassinados.
  • O ator era produtor e diretor de uma série chamada "Scorpion", e planejava fazer cinquenta filmes. Morreu após fazer o quadragésimo nono e não conseguiu estrelar aquele que seria o último filme de sua marca. O filme foi lançado postumamente, com o título de "Scorpion 50 - O Mito".

Equivocadamente, tem sua morte atribuída a AIDS, muito em decorrência da morte de sua ex-namorada, a travesti Cristiane Lernon, que faleceu por causa da doença em 2003.


Alguns Filmes

  • Colméia
  • Scorpion (Série 1 a 50)
  • She-Male Road Trip 2
  • 2004 - All-Star Best Of Please!
  • 2003 - Bizarre Peroxide Tales
  • 2003 - House Of Whores
  • 2003 - Italian Sausage
  • 2003 - Italian Sausage 2
  • 2003 - Just Another Porn Movie 4
  • 2003 - Not Far From Heaven
  • 2003 - Search For The Ripe Peach
  • 2003 - Search For The Ripe Peach 2
  • 2000 - Buttman's Anal Divas
  • Buttman & Rocco's Brazilian Butt Fest
  • 1999 - Please 2
  • Men From Ipanema

Fonte: Wikipédia

Victor Giudice

VICTOR MARINO DEL GIUDICE
(63 anos)
Escritor, Crítico, Músico, Fotógrafo e Professor

* Niterói, RJ (14/02/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/11/1997)

Victor Marino del Giudice nasceu em Niterói, RJ, no dia 14 de fevereiro de 1934. Seus pais eram artesãos: Marino Francisco del Giudice, de origem italiana, fabricava chapéus enquanto ainda se usavam chapéus, e Mariannalia del Giudice, católica, era exímia bordadeira, com suas mãos "barrocas" de "fada branquíssima", como o filho a descreveria, ou fantasiaria, no conto "Minha Mãe". A maneira como se referia aos pais pela ausência, presente também no conto "A Única Vez", este sobre o pai, só faz enfatizar a importância da tia Elza, professora de piano com quem o pequeno Victor Giudice convivia mais intensamente e a quem chamava de "mãe".

Quando Victor tinha cinco anos, a família mudou-se para o bairro de São Cristóvão, no Rio, que se tornaria seu "país" ficcional e referência de origem para sempre. "Quando se nasce e se cresce em São Cristóvão, logo se aprende que em São Cristóvão todas as coisas são de São Cristóvão", diria o personagem semi-autobiográfico do seu conto "A Glória No São Cristóvão"

Victor Giudice foi um menino popular, que magnetizava os colegas de rua com suas histórias. Começou, portanto, a se desenvolver na infância uma das facetas mais sedutoras de sua personalidade carismática. Com as astúcias de um legítimo entertainer, que mistura lembrança e invenção de maneira indistinguível, ele enredou pela vida afora todos os que cruzaram seu caminho.

Como Tudo Começou

Aos cinco anos de idade, ele já aprendia a amar a grande música. O pai o levava ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro para ver em ação o célebre maestro Arturo Toscanini. Com a tia Elza iniciou os estudos de piano e canto, que mais tarde aprofundaria com professores renomados. Aos nove anos, frequentava recitais de piano e óperas. Aos 11 anos leu alguns volumes da censurada Coleção Verde, de romances eróticos, e uma descoberta revolucionou o seu futuro: escrever era um prazer. Foi quando Victor Giudice produziu o primeiro dos seus contos, "Os Três Suspiros De Helena".

O gosto pelas letras nunca mais o abandonou. Seguiram-se leituras de Rider Haggard, Conan DoyleEdgar Allan PoeLuís de CamõesJean-Paul Sartre, Machado de AssisHonoré de Balzac - cuja obra foi devorada nas incursões de adolescente às estantes da biblioteca do vizinho e futuro sogro, Drº Azevedo Lima, patriarca de uma família numerosa - tornou-se uma paixão eterna. Aliás, começou ali o namoro com Leda, a filha caçula e hoje professora de literatura, com quem se casou e teve os filhos Maurício, matemático, e Renata, jornalista.

Victor Giudice formou-se em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 1975, depois de cursar parcialmente Ciências Estatísticas nos anos 1950 e Direito nos anos 1960. Sua segunda mulher, Eneida Santos, foi uma colaboradora devotada e a primeira leitora de todos os seus rascunhos a partir de 1984.

O "Édipo Rei", de Sófocles, lido aos 12 anos, revelou-lhe o fascínio das histórias de mistério. Com os seriados do Cinema Fluminense, compreendeu o valor do suspense e da imprevisibilidade, atributos que iriam impregnar toda a sua obra literária. "Os Perigos De Nyoka", "O Fantasma", "Flash Gordon", "Capitão Marvel", "Império Submarino" - as chamadas "fitas em série" - figuram entre os primeiros objetos de cinefilia de Victor Giudice. Filmes dos franceses Henri-Georges Clouzot e André Cayatte também alinham-se entre suas influências inaugurais.

Por volta dos 13 anos, as visitas freqüentes aos estúdios da Cinédia lhe renderam uma ponta no filme "Pinguinho De Gente", de Gilda de Abreu. Bem mais tarde, tornou-se aluno da famosa atriz Dulcina de Moraes, com quem aprendeu os mistérios da interpretação. No entanto, Victor Giudice sempre foi um ator nato, além de imitador impagável. Suas performances-relâmpago ou a compenetrada declamação dos poemas do português Antonio Nobre eram um deleite para quem tinha a sorte de estar por perto.


O Amor Pelas Imagens

A cinefilia infantil se perpetuaria na vida adulta, com um afeto especial pelo cinema clássico europeu: Visconti, Federico Fellini, os primeiros filmes de Mario Monicelli, os de Totò, Carné, Clouzot, as comédias inglesas dos anos 40 e 50 e a nobreza de Laurence Olivier à frente de adaptações shakespearianas como "Ricardo III". Já o cinema americano era capaz de lhe despertar sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo em que admirava a eficiência e verossimilhança de suas narrativas, abominava seus chavões e a superficialidade na abordagem dos temas. Os filmes de Orson Welles e grandes musicais como "O Mágico De Oz", "Cantando Na Chuva" e "Um Americano Em Paris" estavam acima de qualquer restrição. Quanto ao cinema nacional, irritava-se com freqüência diante dos sinais de amadorismo que o infestavam até o final da década de 70.

Apesar de não ter concretizado nenhum projeto nessa área, - o final dos 60 e começo dos 70 registram uma obscura experiência de curta-metragem e alguns audiovisuais didáticos - Victor Giudice gostava de rascunhar eletrizantes prólogos de filmes imaginários, capazes de deixar eventuais leitores com água na boca.

O desenho e a fotografia também o atraíram desde muito cedo. A começar pelos ladrilhos da casa, que ele, subversivamente, estimulava os companheiros de infância a decorar com seus próprios traços. Comprava filmes baratos em bobinas e punha-se a fotografar a Quinta da Boa Vista, o Campo de São Cristóvão e principalmente os amigos, naquilo que foi o início de um duradouro culto aos portraits. O amor pela fotografia seria uma constante na vida de Victor Giudice. Ele teve fotos publicadas na revista O Cruzeiro (1969) e no semanário Crítica (1974). Durante vários anos, um dos cômodos de sua casa funcionou como laboratório de revelação fotográfica.

Aos 16 anos, Victor Giudice perdeu o pai. A família morava então em Macaé, RJ, mas logo voltaria a São Cristóvão. Empregou-se aos 21 anos como arte-finalista numa pequena agência de publicidade. Pintou anúncios em cortinas de teatro e, já nos anos 60, formado em Estatística, trabalhou como desenhista de gráficos para órgãos públicos. Mais tarde, ao consagrar-se como escritor, não se furtou ao prazer de criar as capas de seus livros "Necrológio", "Salvador Janta No Lamas" e "O Museu Darbot E Outros Mistérios", além de uma revista de comércio exterior editada pelo Banco do Brasil. Durante toda a vida, Victor Giudice cultivou na intimidade os retratos e caricaturas de pessoas conhecidas, feitos em bico de pena, o esboço gráfico de personagens, e teve mesmo uma fase de pinturas em aquarela.

Um Homem Múltiplo

Funcionário do Banco do Brasil por mais de 20 anos, Victor Giudice se comprazia em transformar os jargões e absurdos reais da burocracia em ficção de sabor kafkiano. "O Arquivo", seu terceiro conto, tornou-se um clássico no Brasil e foi publicado em oito países, mostrando um homem que "progride" na empresa à medida que seu salário vai sendo reduzido e ele próprio vai se convertendo num objeto. No ambiente austero do Banco do Brasil, Victor Giudice fazia o terror da hierarquia e as delícias dos colegas, com sua irresistível tendência a satirizar o cotidiano, jogar pelos ares as formalidades e se lixar para os imperativos de um mito da época: uma boa carreira no Banco do Brasil. Os formulários burocráticos lhe serviam para fazer intervenções poéticas e a rotina do trabalho lhe inspirava situações de comédia.

O homem e o escritor se confundiam na relação visceral mantida com a cidade do Rio de Janeiro. O tradicional restaurante Lamas, onde se passa a ação do conto "Salvador Janta No Lamas", era apenas um dos muitos templos gastronômicos cariocas que Victor Giudice frequentava com regularidade e fervor quase religiosos. Ele podia se deliciar tanto com queijos finos e doces sofisticados, quanto com os salgadinhos mal encarados de uma lanchonete de esquina. Domesticamente, sua faceta de chef materializava-se em papas portuguesas, estrogonofes, haddocks ao leite, uma receita própria de "Peixe à Salvador", bolos de chocolate, quindões e manjares marmorizados.

Em Victor Giudice conviviam um intelectual de gosto refinado e um homem simples e popular. Ele mantinha longas relações amistosas não só com artistas e escritores, mas também com guardadores de carro, lanterneiros, porteiros de prédios, etc. Na sua teia de laços e afetos, crianças e adultos tampouco recebiam tratamento diferenciado.

Este homem em permanente trânsito social manifestava-se também na relação com a geografia da cidade. Seu coração estava, sem dúvida, na Zona Norte, mas os túneis eram caminho diário rumo a livrarias, lojas de discos e vídeos, restaurantes, casas de amigos, etc. Comutar entre as diversas zonas geográficas, culturais e econômicas da cidade era parte do estilo de vida de Victor Giudice, um homem cujo espírito desconhecia fronteiras de qualquer natureza.

A faceta místico-esotérica foi outro traço marcante da personalidade de Victor Giudice. Ele aprendeu leitura de mãos na juventude e dizia-se um apaixonado pelo ocultismo. Nos anos 80, estudou profundamente o tarô e colecionou dezenas de baralhos, de várias modalidades e procedências. Chegou a "botar" cartas informalmente, e criou o protótipo de uma certa Mandala Divinatória, jogo de números e peças geométricas que conformaria toda a vida do consulente. Existem fortes razões para se suspeitar de que o esoterismo um tanto jocoso era, no fundo, mais uma ferramenta de elaboração ficcional de que Victor Giudice lançava mão nas incansáveis peripécias de sua imaginação.

Fuga a Bayreuth

Depois de aposentar-se em 1986, Victor Giudice retomou a carreira de professor de teoria e criação literária, interrompida na década anterior. Os anos 90 estiveram entre os mais produtivos de sua carreira: além de dar aulas, lançou dois livros, escreveu grande parte de outros dois - o romance "Do Catálogo De Flores" e um volume de teoria da significação intitulado "O Que Significa Isto?" -, inspirou admiração e respeito como crítico de música erudita do Jornal do Brasil, ministrou cursos livres sobre ópera e música sinfônica, oficinas literárias e conferências em diversas partes do país, e ainda prestava consultoria à programação de óperas em vídeo do Centro Cultural Banco do Brasil.

Em agosto de 1996, já acometido pelos primeiros sintomas do que seria mais tarde diagnosticado como um tipo raro de tumor cerebral, ele realizou o sonho de comparecer ao Festival de Bayreuth, na Alemanha, para cultuar in loco o ídolo Richard Wagner. Victor Giudice, cuja vida fora um incessante diálogo com a cultura internacional, tinha medo de avião. Por isso fez poucas viagens ao exterior: esteve em Buenos Aires, Bogotá, fez três passagens rápidas por Nova York e empreendeu esta derradeira fuga a Bayreuth, com breve escala em Paris, primeiro e último vislumbre de uma Europa mitificada.

Um mês depois, Victor Giudice iniciou seu longo e lento duelo com a morte. Ela sairia vencedora na madrugada de 22 de novembro de 1997. Mas não na clínica da Zona Sul, onde ele havia passado os últimos meses, e sim na Tijuca, bairro onde moravam seus dois filhos, ali bem perto de São Cristóvão. Ou seja, dentro do perímetro mágico da sua lavoura criativa.


Bibliografia


Contos

  • Necrológio
  • Os Banheiros
  • Salvador Janta No Lamas
  • O Museu Darbot e Outros Mistérios


Romances

  • Bolero
  • O Sétimo Punhal


Teatro

  • Ária De Serviço (Diálogo para um só personagem, em um ato)
  • O Baile Das Sete Máscaras (Comédia em dois atos)


Contos Publicados no Exterior

  • 1973 - Os Pontos de Harmonisópolis, Lisboa
  • 1973 - O Arquivo (El Archivador), Manágua
  • 1975 - O Arquivo (El Archivo), Buenos Aires
  • 1976 - O Arquivo (El Archivista), México DF
  • 1977 - Carta a Estocolmo (List do Sztokhlmu), Cracóvia, Polônia
  • 1977 - Falecimento, Vida E Morte De F. (Death, Agony & Life Of F.), Nova York
  • 1977 - A Peregrinação Da Velha Auridéa (The Pilgrimage Of Old Auridéa), Nova York
  • 1978 - O Arquivo (The File Cabinet), Nova York
  • 1978 - O Arquivo (El Archivo), Buenos Aires
  • 1978 - O Arquivo (The File Cabinet), New Jersey
  • 1979 - Falecimento, Vida E Morte de F. (Snkocnacnter), Sofia
  • 1980 - Grão Medalha (Medal), Nova York
  • 1980 - O Arquivo (El Archivo), Bogotá
  • 1981 - O Visitante (El Visitante), Bogotá
  • 1982 - O Arquivo (Der Büroschrank), Hamburgo
  • 1983 - Carta A Estocolmo (Letter To Stockholm), Nova York
  • 1988 - A Lei Do Silêncio (Nächtliche Ruhestörung), Berlim
  • 1991 - Bolívar (Bolivar), Budapeste
  • 1991 - Salvador Janta No Lamas (Salvador A Lamasban Vacsorázic), Budapeste
  • 1992 - Salvador Janta No Lamas (Salvador A Lamasban Vacsorázic), Budapeste
  • 1994 - O Arquivo (Der Büroschrank), Frankfurt
  • 1997 - O Museu Darbot (Le Musée Darbot), Paris


Trabalhos Publicados Em Antologias Nacionais

  • O Arquivo - Os Melhores Contos Brasileiros de 1973 (Editora Globo, Porto Alegre)
  • O Arquivo - Contistas Brasileiros (Editora Brasiliense, São Paulo)
  • O Arquivo - Setecontos, Setencantos, Vol. II (Editora FTD, São Paulo)
  • Os Balões - Quer Que Eu Conte Um Conto? (Editora Achiamé, Rio de Janeiro)
  • A Lei Do Silêncio - O Novo Conto Brasileiro (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro)
  • O Segredo De Suzana - Os Cariocas (Editora Mercado Aberto, Porto Alegre)
  • A Última Ceia Do Drº Ordonez - Antologia de Ficção Científica nº 3 (Editora Globo, Porto Alegre)
  • A Glória No São Cristóvão - Passeios Na Zona Norte (Editora do Centro Cultural Gama Filho)


Artigos Sobre a Obra de Victor Giudice


No Brasil

  • 1975 - Graciliano, Machado, Drummond & Outros (Pólvora, Hélio - Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro)
  • 1975 - Literatura Brasileira: O Conto (Brasil, Assis - Editora Americana, Rio de Janeiro)
  • 1975 - Literatura E Vida (Villaça, Antônio Carlos - Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro)
  • 1978 - Dicionário Literário Brasileiro" (Menezes, Raimundo de - Livros Técnicos e Científicos Editora)
  • 1981 - Conto Brasileiro Contemporâneo (Hohlfeldt, Antônio - Editora Mercado Aberto)


No Exterior

  • 1982 - The City In Brazilian Literature (Lowe, Elizabeth - Associated University Press, New Jersey)
  • Brazilian Novel (Silverman, Malcolm)

Astrojildo Pereira

ASTROJILDO PEREIRA DUARTE SILVA
(76 anos)
Escritor, Jornalista, Crítico Literário e Político

* Rio Bonito, RJ (08/11/1890)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/11/1965)

Astrojildo Pereira Duarte Silva foi um escritor, jornalista, crítico literário e político brasileiro, fundador do Partido Comunista Brasileiro / Partido Comunista do Brasil, em 1922.

Aos 16 anos abandonou os estudos, no terceiro ano do o curso ginasial no Colégio Anchieta, de Nova Friburgo. Começou nesta época sua militância anarquista, em oposição à fé religiosa difundida pela Igreja e contra o militarismo, estimulado pelas greves operárias de 1906, sob o impacto do fracasso da Campanha Civilista de Ruy Barbosa e repressão à Revolta da Chibata do marinheiro João Cândido no Rio de Janeiro e pela execução do pedagogo anarquista Francisco Ferrer, na Espanha, Astrojildo fez uma curta viagem a Europa, que serviu para amadurecer as suas convicções de antagonismo à ordem social.

Na juventude, como gráfico, fez parte de organizações operárias de orientação anarcossindicalistas, sendo um dos organizadores do 2º Congresso Operário Brasileiro, em 1913.

Astrojildo Pereira e sua esposa Inês Dias
Próximo aos principais líderes da Confederação Operária Brasileira, casou-se com a filha do anarquista Everardo Dias, Inês Dias.

Iniciou na imprensa operária sua carreira de jornalista, atividade a que se dedicaria durante a maior parte de sua vida.

Em 1918, foi preso por participar da frustrada Insurreição Anarquista, sendo libertado em 1919.

De 1918 a 1921, o anarquismo viveu um período de crise interna. Astrojildo, inicialmente definia-se como "um intransigente libertário". Ganhou um premio em dinheiro na loteria e fez uma doação de vários contos de réis para o jornal anarquista A Voz Do Povo. Pouco a pouco, porém, o anarquista convicto passou a rever as teorias que serviam de base às suas convicções políticas e filosóficas. Sob o impacto mundial das conseqüências da Revolução Bolchevique, fascinado pelo que estava acontecendo no recém-fundado Estado Soviético, acabou aderindo ao comunismo.

Fundou em 1921 o Grupo Comunista do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em março de 1922, reuniu os vários grupos bolchevistas regionais para criar o Partido Comunista Brasileiro, em março de 1922, reconhecido dois anos depois como Seção Brasileira da III Internacional.

Sua primeira viagem à União Soviética foi em 1924, na condição de secretário-geral do partido. No ano seguinte, junto com Octávio Brandão, iniciou a publicação do jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido Comunista Brasileiro. Em 1927, viajou à Bolívia para entrar em contato com o líder tenentista refugiado Luís Carlos Prestes, a fim de aproximá-lo do marxismo-leninismo. Em 1928, passou a ser um dos integrantes do Comitê Executivo da III Internacional.

Por volta de 1929, com a colaboração de Octávio Brandão, Paulo de Lacerda e Cristiano Cordeiro, Astrojildo Pereira havia delineado um grupo dirigente do movimento operário, e iniciado a primeira tentativa de esboçar uma teoria da revolução brasileira que vislumbrava no latifúndio e no imperialismo os inimigos principais da classe operária, no campesinato, na pequena burguesia urbana e seus intelectuais, os seus aliados. A questão agrária e a questão nacional seriam assim o fulcro da revolução democrática no Brasil. Como ficou bem demonstrado no texto "Agrarismo E Industrialismo" de Octávio Brandão que ele ajudou a escrever.

Após viver em Moscou entre fevereiro de 1929 e janeiro de 1930, voltou ao Brasil com a missão de impor a uma dúbia política de proletarização do partido, combatendo as influências anarquistas e substituindo intelectuais por operários. No entanto, essa política de "obreirização" acabou atingindo ele próprio em novembro do mesmo ano, quando foi afastado da secretaria-geral do Partido Comunista Brasileiro. No ano seguinte, desligou-se do partido e e passou a colaborar no jornal carioca Diário de Notícias e na revista Diretrizes. Como crítico literário, especializou-se nas obras de Machado de Assis e Lima Barreto.

Em 1945, retornou ao Partido Comunista Brasileiro, passando a colaborar com sua imprensa partidária. No entanto, após a cassação do partido, em 1947, a diretriz política sectária ordenada por Luís Carlos Prestes até 1956, acabaram o afastando novamente do Partido Comunista Brasileiro.

Após a instauração do governo militar, em 1964, foi preso no mês de outubro, por três meses, já em estado de saúde precário.

Astrojildo Pereira faleceu no Rio de Janeiro, em 21/11/1965.

Foi somente na fase declinante da ditadura militar que o nome de Astrojildo Pereira começou a receber o devido reconhecimento, não só como o principal fundador do Partido Comunista Brasileiro, mas como o primeiro marxista, leninista e como um intelectual ativo na organização do mundo da cultura e que ofereceu preciosos indicativos de interpretação e pesquisa.

Astrojildo Pereira, sua mãe Isabel e sua esposa Inês Dias
Instituto Astrojildo Pereira e Fundação Astrojildo Pereira

Em 2 de agosto de 1982, intelectuais então vinculados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o Instituto Astrojildo Pereira (IAP), uma associação civil sem fins lucrativos, com sede em São Paulo e de abrangência nacional. Tendo como referencial a teoria social fundada por Karl Marx, o Instituto Astrojildo Pereira pretende ser um espaço de convergência de esforços de diferentes setores do mundo intelectual e do espectro político para construção coletiva de referências teóricas e culturais que incidam sobre as lutas democráticas da sociedade brasileira na perspectiva socialista.

Em 2000 o Partido Popular Socialista cria a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com o objetivo de preservar a memória do fundador do Partido Comunista Brasileiro e dos militantes comunistas brasileiros através de estudo e pesquisa.

Fonte: Wikipédia e Fundação Getúlio Vargas (CPDOC)

Daniel Pádua

DANIEL PÁDUA
(29 anos)
Programador, Ativista Digital, Hacker e Músico

* Vila Velha, ES (22/01/1980)
+ Brasília, DF (20/11/2009)

Daniel Pádua, também conhecido como Dpadua, ficou conhecido internacionalmente ao criar em 2002 o BlogChalking. Foi um dos idealizadores e articuladores da rede MetaReciclagem, uma rede auto-organizada e diversas vezes premiada que propõe a desconstrução da tecnologia para a transformação social, e cuja criação se deu por uma troca de emails na lista de discussão do projeto Metá:fora em 2002.

O Despertar Nartisan

Em 2003, ainda no Metá:fora, Daniel Pádua escreveu o "Manifesto Nartisan", contração de networks' artisan, ou artesão de redes. Filosofia emergente de ação social, o manifesto cita o despertar como a hora de se agir por conta própria, de perceber que os instrumentos para tecer a rede foram conquistados há tempos, mas que agora são oferecidos como uma forma de controle. Então a necessidade, impulsionada pelo inconformismo, "acende a fagulha da criatividade, e o artesão enxerga instrumentos alternativos dispersos pelo espaço, ignorados pela autoridade/controle. E através suas técnicas improvisadas faz acontecer o que busca."

BlogChalking

Motivado pela vontade de encontrar pessoas vizinhas que, como ele, "usam diariamente a internet e escrevem seus pensamentos", Daniel Pádua criou o conceito pioneiro de agregação de redes sociais BlogChalking, que permite a classificação geográfica de blogs. Foi então ao topo do ranking do Daypop, destacado pelo Blogdex e indicado para o Third Annual Weblog Awards em 2003 na categoria Best Meme. Daniel Pádua era o único brasileiro a concorrer nesta edição.

Trabalho no Governo Brasileiro

Em 2004, Daniel Pádua começou a trabalhar no Ministério da Cultura, onde iniciou a aplicação do conceito de Xemelê junto à equipe de manutenção do portal público da entidade.

Em maio de 2008, passou a integrar a equipe de multimídia da Empresa Brasil de Comunicação. Desenvolveu a arquitetura de informação, desenho e implementação da ferramenta Wordpress, em conjunto com o programador Walter Cruz, para os websites de cobertura integrada da Empresa Brasil de Comunicação: Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pequim, Eleições 2008, Carnaval 2009 e do Fórum Social Mundial de Belém do Pará.

Ainda na Empresa Brasil de Comunicação, durante o processo de produção do website Eleições 2008, desenvolveu a idéia inicial de uma ferramenta que permitisse a integração dos resultados da apuração com a tela da TV, ferramenta esta que substituiu o uso de gerador de caracteres, agilizando a cobertura dos resultados pela TV Brasil. No segundo turno das eleições 2008 o painel foi liberado no site para o público de casa interagir com a cobertura eleitoral. Depois de preencher nome, estado e cidade de procedência, o espectador escolhia os números de apuração de uma cidade que gostaria de ver no telão ao vivo da TV Brasil, interferindo, de forma inédita, no conteúdo de uma emissora de TV brasileira.

Ainda em 2009, participou da equipe que originou o Blog do Planalto, iniciativa inédita no Palácio do Planalto, projetada para dar mais visibilidade às decisões políticas da Presidência da República Brasileira.

Música

Daniel Pádua também era músico. Ao se mudar para Brasília, passou a fazer parte do grupo de samba pisado chamado Seu Estrelo E O Fuá Do Terreiro, contemplado pelo Prêmio Culturas Populares 2007 promovido pelo Ministério da Cultura. Uma reportagem sobre o grupo foi veiculada no Jornal Nacional do dia 9 de dezembro de 2006.

Morte

Daniel Pádua faleceu em 20 de novembro de 2009, em decorrência de um Câncer Ósseo (Osteossarcoma) que evoluiu até lhe atingir os pulmões. Seu corpo foi velado e cremado em Belo Horizonte, cidade onde viveu boa parte de sua vida.

A sua morte foi citada em vários veículos de comunicação e também por companheiros de trabalho e ativismo pela rede. Após sua morte, camisetas com seu ícone foram criadas como forma de homenagem.

O Ministério da Cultura, por meio da Carta da Cultura Digital Brasileira, dedicou o Fórum da Cultura Digital Brasileira a ele:

"Este fórum é dedicado ao amigo, companheiro e construtor de imaginários Daniel Pádua, que partiu na manhã do dia 20 de novembro, dia de Zumbi e da Cultura Digital Brasileira."

Ele também foi homenageado na abertura da 8ª Oficina de Inclusão Digital por Alfredo Manevy, Secretário Executivo do Ministério da Cultura, e por Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev.

Fonte: Wikipédia

Neville George

NEVILLE GEORGE TREBILCOK
Dublador, Locutor, Ator, Apresentador de Telejornal, Produtor, Roteirista e Tradutor
(63 anos)

* São Paulo, SP (12/03/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (19/10/2002)

Neville George trouxe para a publicidade brasileira a locução mais coloquial. Ainda estava longe do considerado coloquial de hoje, mas para a época em que começou a gravar comerciais, sua locução fazia a diferença. Tanto que nos anos 1970 ele gravava muito, mas muito mesmo, os mais diversos produtos. Falava mais baixo, mais macio, adequava mais o tom ao produto, à mensagem. Dono de um timbre muito bonito e elegante, tinha um som ligeiramente anasalado e seus finais de frase eram um pouco alongados o que conferia à sua voz uma personalidade única. Foi uma mudança de referencial.

Gravava vídeos institucionais em português, inglês, espanhol, francês e italiano. Inteligente e culto, usou sua versatilidade para atuar em diversas áreas: locutor, ator, dublador, apresentador de telejornal, produtor, roteirista e tradutor.

Neto por parte de pai de um imigrante inglês, iniciou sua carreira como representante comercial, quando foi descoberto nos estúdios de dublagem, tendo vivido a época de ouro dos estúdios Arte Industrial Cinematográfica (AIC) de São Paulo.


No final dos anos de 1960 Neville George foi para o Rio de Janeiro trabalhar na TV Cinesom, aonde alem de dublador foi narrador da empresa por algum tempo. Além disso, também passou pelas empresas Dublasom Guanabara e Herbert Richers.

No início dos anos de 1970 retornou a São Paulo, a foi dublar no CineCastro, tendo feito na empresa a voz do Coronel Robert E. Hogan interpretado por Bob Crane em "Guerra, Sombra e Água Fresca", entre outros.

Em meados dos anos 70, Neville George se afastou da dublagem e foi trabalhar em um telejornal como apresentador na TV Tupi de São Paulo.

Em 1999 quando a emissora Rede TV! foi inaugurada, Neville George foi chamado para ser o locutor da mesma.


Na dublagem se destacou-se por grandes personagens como a terceira voz de Barney Rubble na série clássica de "Os Flintstones"James T. West interpretado por Robert Conrad na série "James West"Drº Leonard McCoy interpretado por DeForest Kelley na primeira temporada de "Jornada Nas Estrelas"Omir em "Viagem Ao Fundo Do Mar"Drº Doug Phillips interpretado por Robert Colbert em "O Túnel do Tempo"Coronel Hogan em "Guerra, Sombra e Água Fresca", além de ter narrado algumas vezes o desenho animado "A Corrida Maluca" e a abertura de "Além da Imaginação".

Muito novo, com aproximadamente 20 anos, Neville George casou com Ruth Maria e desta união nasceram Adriana e André.

Casou com Siomara Nagy, locutora e dubladora.

Aos 40 anos, depois de se separar da Siomara NagyNeville George se casou novamente com Maria Cristina e desta união nasceram Fabiana Trebilcock e Manuella.

Neville George lutava contra um Câncer no Pâncreas, e veio a falecer no dia 19 de outubro de 2002, deixando uma marca na dublagem brasileira e deixando o seu trabalho de narração da Rede TV!, aonde era admirado por muitos. Esse é mais um dos grande profissionais da dublagem do nosso país.

Escute AQUI a voz de Neville George.