Makota Valdina

VALDINA DE OLIVEIRA PINTO
(75 anos)
Professora, Religiosa, Líder Comunitária e Militante da Liberdade Religiosa

☼ Salvador, BA (15/10/1943)
┼ Salvador, BA (19/03/2019)

Valdina de Oliveira Pinto, mais conhecida como Makota Valdina, foi uma educadora, líder comunitária e religiosa brasileira, militante da liberdade religiosa, como porta-voz das religiões de matriz africana, bem como dos direitos das mulheres e da população negra.

Valdina de Oliveira Pinto nasceu em 15/10/1943 no bairro do Engenho Velho da Federação, na cidade de Salvador, BA. Sempre morou neste bairro que é, ainda hoje, um local onde a maioria da população é negra, e onde a presença de comunidades de terreiro de Candomblé é marcante. 

Desde a juventude, Valdina Pinto esteve envolvida com ações sociais na sua comunidade, acompanhando seu pai, Paulo de Oliveira Pinto, o Mestre Paulo, ou sua mãe, Eneclides de Oliveira Pinto, mais conhecida como Dona Neca, que foi líder comunitária e primeira referência política da filha.

Da adolescência à fase adulta, junto com a sua família, com a Associação de Moradores e com a Igreja Católica do Bairro, Valdina Pinto desenvolveu diversas atividades assistenciais à população, logo se concentrando na alfabetização de adultos como principal área de trabalho.

Quando veio a se formar pelo antigo Instituto Educacional Isaías Alves (IEIA), atual ICEIA, em 1962, já era uma educadora atuante e conhecida na própria comunidade. Ensinou na sede da Associação de Moradores, ensinou em barracão de terreiro de candomblé, ensinou em escolas e até na própria casa.


Por seu trabalho educacional na comunidade, foi convidada pelo Corpo da Paz para lecionar Português nas Ilhas Virgens a um grupo de estrangeiros que viria ao Brasil - e aí começou a desenvolver a noção do valor que suas referências étnico-culturais tinham para fora da comunidade em que vivia.

Como professora do ensino fundamental do município de Salvador, BA, Valdina de Oliveira Pinto se aposentou no final da década de 80, mas a sina de ser quem dá a lição continuaria acompanhando a sua trajetória.

No início da década de 70, Valdina Pinto abandonou o catolicismo, e em 1975 foi iniciada na religião do Candomblé. No Terreiro Tanuri Junsara, liderado pela Srª Elizabeth Santos da Hora, ela foi confirmada para o cargo de Makota - assessora da Nengwa Nkisi (Mãe-de-Santo). Com a iniciação, recebeu seu nome de origem africana, tornando-se a Makota Zimewaanga.

A iniciação numa religião de matriz africana impôs a Valdina Pinto uma revisão da sua história e da cultura na qual havia sido criada. Todo um conjunto de práticas cotidianas vivenciadas por ela desde a infância no gueto negro do Engenho Velho da Federação passou a adquirir novos significados, importância e sentidos a partir das lições aprendidas no terreiro de candomblé.

Entre 1977 e 1978, Valdina Pinto integrou a primeira turma do Curso de Iniciação à Língua Kikongo, ministrado pelo congolês Nlaando Lando Ntotila no Centro de Estudos Afro-Oriental (CEAO), marcando uma nova etapa no aprofundamento dos seus estudos sobre as culturas de origem bantu no Brasil, sobretudo nos aspectos religiosos.


A valorização das especificidades da nação de candomblé angola-congo, de matriz bantu, tinha sido uma das marcas da trajetória de Valdina Pinto que, por isso, passou a ser conhecida como Makota Valdina.

Outro pensamento de Makota Valdina é de que a comunidade de terreiro não devia fechar-se em si mesma, buscando, ao contrário, relacionar-se com os organismos políticos e sociais externos que fossem necessários à manutenção e consolidação das tradições vivenciadas no terreiro - tradições que, por outro lado, ela defendia que fossem, estas sim, resguardadas exclusivamente ao contexto religioso de quem as pratica.

Vale ressaltar que, ainda em tempos de ditadura política no Brasil, Makota Valdina tornou-se a primeira mulher a presidir a Associação de Moradores do seu Bairro, enfrentando preconceitos políticos e de gênero, dada a suas inclinações oposicionistas e ao fato mesmo de estar numa função até então ocupada por homens.

Estas compreensões, que estão na base da sua formação, levaram-na a compor, durante alguns anos, a diretoria da Federação Baiana de Culto Afro Brasileiro (FEBACAB), atual FENACAB. Nesse período, seu respeito e preocupação com as tradições do Candomblé, independente da nação, tornaram-na mais conhecida e considerada junto aos praticantes do candomblé.

Antes de terminar sua gestão, filiou-se às lutas em defesa do Parque São Bartolomeu, um antigo santuário natural do povo-de-santo de Salvador. O Parque, uma extensa reserva urbana da Mata Atlântica, definhava ante a depredação por parte das pessoas e o silêncio dos poderes públicos. Com outras educadoras, a Makota Valdina desenvolveu programas de educação ambiental, destacando a perspectiva religiosa acerca da natureza - "A natureza é a essência do candomblé", ensinava.


Desta luta surgiu o Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB), onde foi educadora e conselheira. Um outro trabalho importante do qual esteve à frente foi a catalogação e plantio de ervas medicinais em áreas do entorno do Parque São Bartolomeu, no subúrbio de Salvador.

Perifraseando-a, podemos dizer que "o candomblé é a essência da Makota Valdina". Fincada nestas tradições religiosas, ela tornou-se um instrumento de expressão da sabedoria popular baiana, brasileira, de base africana. Como é próprio de uma visão de mundo dessa origem, os conhecimentos e habilidades da Makota Valdina se articulavam e interagiam constantemente, e não se estancavam, ou se resumiam a uma determinada dimensão do saber. Nela, reflexões filosóficas acerca da cosmogonia do Candomblé, mais especificamente os de origem bantu, coabitavam com um apurado senso estético na execução de danças, ou confecção de artesanatos rituais; ao domínio da culinária, ou do uso de ervas, uniam-se um repertório de cantigas sagradas de rara extensão. 

Em fevereiro de 2003, a Makota Valdina foi a porta-voz das religiões de matriz africana de Salvador num encontro com o então recém empossado Ministro da Cultura, Gilberto Passos Gil Moreira, como também foi uma das representantes do Movimento Contra a Intolerância Religiosa em Brasília, em março do mesmo ano, sentando-se à mesa da Câmara dos Deputados, na histórica sessão presidida pelo Deputado Federal Luiz Alberto.

Com a sua palavra calma e firme, que iluminava, com a sua indignação veemente que entusiasmava, a Makota Valdina impressionava inúmeras plateias nas conferências e palestras que realizava pelo Brasil e no exterior. Mas, como fazia questão de frisar no cotidiano das suas relações, num terreiro de candomblé estava o seu local predileto de ensino e aprendizagem.


Diversas foram as instituições que a tinham como conselheira, ou madrinha, como é o caso da Associação de Preservação e Defesa do Patrimônio Bantu (ACBANTU). Noutros casos, era o próprio nome que emprestava à causa da luta contra o racismo, como ao Grupo de Estudantes Universitários Makota Valdina.

Valdina Pinto recebeu diversas condecorações por seu papel na preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, como o Troféu Clementina de Jesus, da União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO). Troféu Ujaama, do Grupo Cultural Olodum, em agosto de 2004. Recebeu a Medalha Maria Quitéria, a maior honraria da Câmara Municipal de Salvador, em dezembro de 2005. Recebeu também da Fundação Gregório de Mattos o Troféu de Mestra Popular do Saber.

Valdina Oliveira Pinto, a Makota Zimewaanga ou Makota Valdina era, atualmente, a conselheira 'mor' da Cidade de Salvador, convidada a avaliar e avalizar plataformas de governo, campanhas eleitorais e mandatos parlamentares, ou ONG's e eventos em defesa das tradições de origem africana e do Meio Ambiente. Era também chamada a orientar grupos do Movimento Negro e a sistematizar propostas educacionais que dessem conta da diversidade cultural da cidade.

Dirigido por Joyce Rodrigues, o documentário "Makota Valdina - Um Jeito Negro de Ser e Viver", retratou sua vida e recebeu o primeiro Prêmio Palmares de Comunicação, da Fundação Cultural Palmares, na categoria Programas de Rádio e Vídeo.

Em 2013, Makota Valdina publicou o livro de memórias intitulado "Meu Caminhar, Meu Viver".

Morte

Makota Valdina faleceu na madrugada de terça-feira, 19/03/2019, aos 75 anos, em Salvador, BA. Segundo a família, Makota Valdina estava hospitalizada há um mês, no Hospital Teresa de Lisieux. Por meio de nota, a assessoria da unidade de saúde informou que Makota Valdina foi atendida no hospital com dores abdominais. Após avaliação médica, foi diagnosticado um quadro grave de disfunção renal e abscesso hepático (infecção do fígado). O hospital informou, ainda, que Makota Valdina chegou a ter melhora após o tratamento, mas veio à óbito por disfunção renal aguda.

O corpo foi velado no Cemitério Jardim da Saudade e o enterro está ocorreu às 15h30 de 19/03/2019.

Makota Valdina não deixou filhos biológicos, mas ficaram muitos sobrinhos que ela considerava como filhos.

"Ela era a mãe de todo mundo aqui. O que ela sempre pediu foi que a gente perpetuasse o legado e os ensinamentos que ela deixou perante a religião e a luta dos negros", disse o sobrinho Júnior Pakapym

#famososquepartiram #makotavaldina

Domingos de Oliveira

DOMINGOS JOSÉ SOARES DE OLIVEIRA
(82 anos)
Ator, Diretor, Cineasta, Poeta e Dramaturgo de Cinema e Teatro

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/09/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/03/2019)

Domingos José Soares de Oliveira foi um ator, diretor, dramaturgo de cinema e teatro, poeta e cineasta nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 28/09/1936.

Domingos de Oliveira iniciou no teatro e projeta-se no cinema e na televisão. A partir da década de 1980, não abandonou mais o palco, atuando como autor e diretor em pelo menos um espetáculo anual.

Licenciado em Engenharia pelo ENE, nunca trabalhou nessa área já que depois de se ter envolvido no teatro amador, começou a escrever e a realizar para cinema. Fez duas assistências de direção para Joaquim Pedro de Andrade, "Manuel Bandeira, O Poeta do Castelo" e "Couro de Gato".

Estreou como autor com "Somos Todos do Jardim da Infância", em 1963.

Em 1964, dirigiu outro texto seu, "A Estória de Muitos Amores". Chamou a atenção no cinema com os filmes "Todas As Mulheres do Mundo" (1966), que lançou Leila Diniz, e "Edu, Coração de Ouro" (1968), sendo já autor de mais de 20 peças teatrais e tendo dirigido vários filmes.

Nos primeiros anos da década de 1980, Domingos Oliveira se tornou um dos mais atuantes diretores do teatro carioca, voltando assim à atividade na qual dera seus primeiros passos na década de 1960.


Dirigiu grandes atores como Henriette Morineau em "Ensina-me a Viver" (1981), de Colin Higgins, Jorge Dória em "Amor Vagabundo" (1981), de Felipe Wagner, Tônia Carrero em "A Volta Por Cima" (1982), de Domingos de Oliveira e Lenita Plonczynski, Marília Pêra em "Adorável Júlia" (1983), de Somerset Maugham e Marc-Gilbert Sauvajon.

Em 1980, recebeu o Prêmio Mambembe de melhor autor com "Assunto de Família". Com direção de Paulo José, a montagem teve no elenco Fernanda Montenegro e Fernando Torres. O texto procurava fazer uma radiografia da alma pequeno-burguesa no cotidiano de uma família tradicional no início dos anos 1950, exemplar da mentalidade de uma classe social que decidiu em vários momentos os rumos da história brasileira. O crítico Yan Michalski analisou a peça, sequenciando pequenos e banais acontecimentos familiares:
"Essa pequenez dos episódios causa certa sensação de saturação [...]. Ao mesmo tempo, porém, é na manipulação dessa pequenez que reside uma das qualidades da obra. Com muita sensibilidade, Domingos transforma cada um desses inócuos incidentes do passado num autêntico mini-drama, que machuca surdamente os seus protagonistas. Mas, simultaneamente, cada draminha comporta a semente de uma mini-comédia. Com um espírito bem tchekhoviano, o autor mistura extrema simpatia pelas suas personagens com uma exposição bem-humorada dos seus ridículos."
Em 1983, Domingos de Oliveira escreveu o policial "No Brilho da Gota de Sangue", com o qual ganhou os prêmios de direção e cenografia, com Juarez Puig), com desempenhos elogiados dos atores, entre eles Carlos Vereza, Francisco Milani e Clemente Viscaíno.


Segundo o crítico Macksen Luiz, o maior mérito da encenação é o cuidado com o acabamento:
"Há cuidados que chegam a ser comoventes, como um personagem manuseando um exemplar de 'O Correio da Manhã' ou o luto usado na lapela do delegado pela morte da esposa [...]. E esses cuidados se transferem para o trabalho dos atores [...]"
Domingos de Oliveira recebeu o Prêmio Molière de direção pelo conjunto de trabalhos - "Conversas Íntimas", "Escola de Mulheres" e "Irresistível Aventura" - realizados em 1984.

Em "Irresistível Aventura"Domingos de Oliveira reuniu quatro peças curtas - de Federico García Lorca, Artur Azevedo, Tennessee Williams e Anton Tchekhov - e, tendo Dina Sfat e José Mayer como atores centrais, conseguiu, na opinião do crítico Macksen Luiz, "manter aguçados os sentimentos e a inteligência para criar o verdadeiro jogo teatral".

Em 1985, Domingos de Oliveira dirigiu o texto de um autor estreante, "A Fonte da Eterna Juventude", de Tiago Santiago, e "Do Amor", nova coletânea de textos.


Em 1992, lançou "Confissões de Adolescente", espetáculo que foi sucesso de bilheteria e propôs um formato que o inspirava a escrever e dirigir, no ano seguinte, "Confissões das Mulheres de 30".

Na segunda metade da década de 1990, assumiu a direção do Teatro Planetário, onde realizou seus espetáculos até 2000. Ali escreveu, dirigiu, interpretou e organizou eventos. É dessa fase a sequência de cabarés filosóficos, em que misturava música, humor e crítica em espetáculos de diálogo direto com o público.

Domingos de Oliveira teve, durante anos, programas no Canal Brasil, que denominou de jornalismo autoral: "Todas as Mulheres do Mundo", "Todos os Homens do Mundo", "Swing", sempre em parceria com sua companheira, Priscilla Rozenbaum.

Domingos de Oliveira é pai da atriz e escritora Maria Mariana, a caçula da família. Foi casado também com Nazaré Ohana, mãe da atriz Claudia Ohana.

Morte

Domingos de Oliveira faleceu no sábado, 23/03/2019, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Ele estava em sua casa, no bairro do Leblon. Segundo familiares, ele sentiu falta de ar. Uma ambulância foi acionada, mas não chegou a tempo. Ele passou mal por volta das 14h00 e não resistiu.

Domingos de Oliveira foi diagnosticado com Mal de Parkinson há anos. O velório e o sepultamento ocorreram no próprio sábado, 23/03/2019, no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, RJ.

Carreira Cinema

Como Diretor

  • 2017 - Os 8 Magníficos
  • 2016 - Barata Ribeiro, 716
  • 2014 - Infância
  • 2012 - Paixão e Acaso
  • 2012 - Primeiro Dia De Um Ano Qualquer
  • 2008 - Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
  • 2008 - Juventude
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 1997 - Amores
  • 1978 - Vida, Vida
  • 1977 - Teu Tua
  • 1973 - Deliciosas Traições do Amor
  • 1971 - A Culpa
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - As Duas Faces da Moeda
  • 1967 - Edu, Coração de Ouro
  • 1966 - Todas as Mulheres do Mundo

Como Roteirista

  • 2016 - Barata Ribeiro, 716
  • 2014 - Infância
  • 2012 - Primeiro Dia De Um Ano Qualquer
  • 2008 - Era Uma Vez...
  • 2008 - Todo Mundo Tem Problemas Sexuais
  • 2008 - Juventude
  • 2005 - Dois Filhos de Francisco
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 1997 - Amores
  • 1975 - As Deliciosas Traições do Amor (Segmentos "Os Divinos Sons da Música do Prazer" e "O Olhar")
  • 1971 - A Culpa
  • 1970 - É Simonal
  • 1969 - As Duas Faces da Moeda
  • 1967 - Edu, Coração de Ouro
  • 1966 - Todas as Mulheres do Mundo
  • 1962 - Cinco Vezes Favela (Segmento "Couro de Gato")

Como Ator

  • 2008 - Juventude
  • 2006 - Carreiras
  • 2005 - Feminices
  • 2002 - Separações
  • 2004 - Redentor
  • 1997 - Amores
  • 1975 - Os Maniacos Eróticos
  • 1973 - Deliciosas Traições do Amor
  • 1972 - Sambizanga

Carreira Televisão

Como Diretor

  • 1994-1996 - Confissões de Adolescente (TV Cultura)

Como Roteirista

  • 2011 - Os Anjos do Sexo (Bandeirantes)
  • 2007 - Confissões de Mulheres de 30 (TVI)
  • 1994 - 74.5 Uma Onda no Ar (Manchete)
  • 1993 - Contos de Verão (TV Globo)
  • 1981 - Amizade Colorida (Episódio: 'Das Dificuldades de Ser Homem', TV Globo)
  • 1979 - Vestido de Noiva (TV Globo)
  • 1978 - Ciranda, Cirandinha (TV Globo)
  • 1977 - A Ordem Natural das Coisas (TV Globo)
  • 1973 - O Duelo (TV Globo)
  • 1972 - Somos Todos do Jardim de Infância (TV Globo)
  • 1972 - O Médico e o Monstro (TV Globo)
  • 1965 - 22-2000 Cidade Aberta (TV Globo)

Como Ator

  • 2006 - JK ... Jayme Ovalle
  • 1992 - As Noivas de Copacabana ... Indalécio Piolho
  • 1987 - Helena

Fonte: Wikipédia e Enciclopedia Itaú Cultural e Veja Abril
Indicação: Miguel Sampaio e Neyde Almeida
#famososquepartiram #domingosdeoliveira

Miguel Rosenberg

MIGUEL ROSEMBERG
(90 anos)
Ator e Dublador

☼ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/05/2016)

Miguel Rosenberg foi um ator e dublador nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 27/04/1926.

Com 14 anos, por volta de 1940, trabalhava com pedras preciosas, e conheceu atores através do seu trabalho que o levaram ao teatro. Ele ele deixou a lapidação para virar ator.

Aos 19 anos, já como ator, foi convidado por colegas a Rádio Tupi, e lá foi ingressando, em 1945. 

Em 1950, Miguel Rosenberg, aos 24 anos, foi convidado para atuar, trabalhando no Rádio Teatro.

Miguel Rosenberg passou a atuar no cinema, tendo participado de seu primeiro filme em 1954, "Rio, 40 Graus".

Por volta de 1955, aos 29 anos, Miguel Rosenberg foi a convite para São Paulo para trabalhar na Rádio Excelsior. 

Na dublagem Miguel Rosenberg ingressou em 1958, em São Paulo, na GravaSon, que viraria a AIC, onde ele chegou pelas mãos de colegas. Ficou um período de 14 anos na AIC, até 1972, quando voltou para o Rio de Janeiro, também voltando a fazer dublagem na Herbert Richers

Em 1962, fez um papel de maior destaque em "O Assalto Ao Trem Pagador".

Em 1966, participou da novela "Redenção", da TV Excelsior.

Em 1972, participou da novela "Selva de Pedra", na TV Globo. Miguel Rosenberg atuou ainda em "Jerônimo, o Herói do Sertão".

No teatro, atuou em "A Revolta dos Brinquedos", de Pernambuco de Oliveira.

Por volta de 1976, Miguel Rosenberg entrou na Dublasom Guanabara.

Em meados de 1980, Miguel Rosenberg ingressou na Peri Filmes. Em 1984 passou a dublar na Telecine.

Na VTI, ele entrou em 1990 e por volta de 1994, Miguel Rosenberg entrou na Delart. Sua entrada na Wan Macher ocorreu por volta 1998.

Em meados de 2002 Miguel Rosenberg ingressou na Cinevideo e no ano de 2006, decidiu sair da Herbert Richers, junto do filho, Renato Rosenberg, que também era dublador, após alguns problemas. 

Em 2008, foi o protagonista em "A Espera", filme de Fernanda Teixeira que participou do Festival de Cannes.

Em 2010 Miguel saiu da Delart, mas ainda dublava principalmente na Wan Macher, na Cinevideo, Audio Corp, Audio News e Som de Vera Cruz.

A saída de Miguel Rosenberg da Wan Macher ocorreu de 2014, e ele passou a dublar principalmente na Cinevideo.

Morte

Miguel Rosenberg faleceu na sexta-feira, dia 06/05/2016, aos 90 anos, no Rio de Janeiro, RJ, após um AVC, que o internou uma semana antes da morte.

Dublagens

  • Zé Colmeia na versão dublada pela Herbert Richers de "Zé Colmeia Show" "A Turma do Zé Colmeia";
  • "Os Ho-ho-límpicos";
  • Srº Finkerton em "Grande Polegar: Detetive Particular";
  • Gorok em "O Vale dos Dinossauros";
  • Sherlocão em "Clue Club";
  • A segunda voz de Chefe Q.Q. em "Esquilo Sem Grilo";
  • "Anjo do Espaço";
  • Ben Cartwright (Lorne Greene) em "Bonanza";
  • "A Escuna do Diabo";
  • Martin Peyton (George Macready) na série "Peyton Place";
  • James Tolkan e Pat Buttram em "De Volta Para o Futuro III" (DVD);
  • Mitch Ryan em "O Mentiroso" (DVD);
  • Christopher Lloyd em "Pagemaster";
  • David Kelly em "A Fantástica Fábrica de Chocolate";
  • Vincent em "Os Sem-Floresta";
  • Coelho ou Abel em "As Novas Aventuras do Ursinho Puff" e "A Maior Aventura do Ursinho Puff";
  • Vesemir no jogo "The Witcher 3: Wild Hunt";
  • Laurens Prins no jogo "Assassin's Creed IV: Black Flag";
  • Doutor Youssef Salim no jogo "Call Of Duty: Black Ops III";
  • Big Mouth Koopa em "Super Mario World";
  • Tio Chuck em "Sonic SatAM" e "Sonic Underground";
  • Consertador em "Toy Story 2";
  • Robert Hardy em "Harry Potter e a Câmara Secreta";
  • Robert Hardy em "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban";
  • Robert Hardy em "Harry Potter e o Cálice de Fogo";
  • Robert Hardy em "Harry Potter e a Ordem da Fênix";
  • Gepeto em "Shrek";
  • Drº Selig em "Projeto Zeta";
  • Sábio Ham em "Hamtaro";
  • Mestre dos Magos em "Caverna do Dragão" (Segunda dublagem);
  • Srº Brown em "Clube das Winx";
  • Srº Burns em "Os Simpsons" (2ª e 6ª dublagem).

Fonte: Wikipédia e Phineas & Ferb Wiki
#famososquepartiram #miguelrosenberg

Andréa de Mayo

ERNANI DOS SANTOS MOREIRA FILHO
(50 anos)
Empresária e Transexual

☼ São Paulo, SP (04/05/1950)
┼ São Paulo, SP (17/05/2000)

Ernani dos Santos Moreira Filho, conhecida como Andréa de Mayo, foi uma empresária do Bas-Fond paulistano e militante travesti pelos Direitos LGBT, nascida em São Paulo, SP, no dia 04/05/1950.

Andréa de Mayo foi engraxate, gari e menino de rua. Dormiu debaixo de um banco na Praça da República. Adolescente, tentou ser cantora pois tinha a voz boa, mas ser homossexual lhe emperrou a  carreira. Tentou ainda ser bailarina, mas nada. Então quis mudar. Aos 20 e poucos anos, Ernani dos Santos Moreira Filho decidiu transformar seu corpo. Nascia assim Andréa de Mayo.

Naquela época, anos 70, quanto mais litros de silicone tivesse um travesti, mais poderoso ele era e mais respeito conquistava em seu meio. E Andréa se encheu de silicone. Fez a famosa viagem a Paris e, na volta, abriu com Valdemir Tenório de Albuquerque, o Val, a boate Val Improviso, lendária casa de shows de travestis na Rua Marquês de Itu.

A Val Improviso e o Val Show, na Frederico Steidel, ajudaram a escrever a história do underground paulistano, com seus shows e sua frenética atividade, que às vezes chegava até o meio-dia. Cazuza foi um dos frequentadores e, não raro, a noite terminava com o cantor ao violão, a Val-Improviso entrou até em letra de música, ou com um prosaico churrasco.

Andréa de Mayo se tornou uma espécie de mãe de todas. Poderosa, protegia e defendia as travestis das intempéries da vida noturna. Quando abriu sua própria boate, a Prohibidu's, na Amaral Gurgel, passou a abrigar esse segmento que, muitas vezes, era discriminado até mesmo dentro da comunidade gay pois muitos clubes noturnos não deixavam entrar travestis.


Na Prohibidu’s, Andréa de Mayo misturou e aceitou todo mundo, em meio a garçons nus que fizeram o sucesso da casa e chamaram a atenção da cidade. Sem falar nos shows sempre no meio da madrugada, 4h00 - 4h30, e o povo da noite que saía de seus trabalhos ou de outros clubes para terminar na boate, já com o dia claro e o centro da cidade pulsante, avançando até 9h00 da manhã.

Tudo funcionava sob o olhar sempre vigilante e severo de Andréa de Mayo. Carismática, sentada em sua cadeira na porta, ao lado do fiel companheiro, o pequinês Al Capone, ela sabia orquestrar o local como ninguém, com seus perigos e atrativos - o fascinante apelo da mondanité. Andréa de Mayo cuidava e dava amparo. Servia de sentinela, de guardiã daquele mundo perigoso e cheio de regras veladas.

Algumas coisas pouca gente sabia da vida de Andréa de Mayo. Às vezes ela era vista sentada no banco da Praça da República, onde costumava dormir quando criança. Ficava ali sozinha, com o amigo Al Capone, pensando. Negociante de carros ajudava também instituições de caridade e favelas. Muitas doações foram feitas para a casa de travestis de Brenda Lee.

Em 1988, sua vida foi um dos temas do filme-documentário do suíço Pierre-Alain Meier, "Dores de Amor", que baseia-se em entrevistas com cinco mulheres transgêneras brasileiras: Andréa de MayoBrenda Lee, Telma Lipp, Condessa da Nostromundo e Cláudia Wonder, que falam de suas vidas, suas dores e seus amores. É uma produção em 16mm com 58 minutos de duração.

Andréa de Mayo vivia como empresária de sua casa noturna, a Prohibidu's, uma boate de estilo trash-cult no centro de São Paulo, desativada pouco após sua morte.

Andréa de Mayo e o inseparável amigo Al Capone
Militância

Militante incansável, Andréa de Mayo era freqüentemente chamada para participar de programas para debater em defesa dos direitos das Travestis e Transexuais. Um de seus embates mais emblemáticos foi no "Programa Livre" de Serginho Groisman, na época ainda do SBT, com o político paulistano Afanásio Jazadji, que assumidamente não simpatizava com as causas LGBTs e chegou a declarar que os homossexuais deviam ser afastados do convívio social, notícia que foi veiculada na Folha de S. Paulo, no dia 19/07/1985.

Na década de 90, Andréa de Mayo procurou alguns políticos garantindo seu voto e daqueles que a seguiam em troca da criação de um estatuto que garantisse os direitos cívicos a todos os integrantes da comunidade GLBT paulistana. Muito conhecida na cena artística paulistana, ela foi inclusive amiga intima de algumas personalidades.

Morte

Andréa de Mayo faleceu em São Paulo, SP, no dia 17/05/200, aos 50 anos. Faleceu em uma clínica de cirurgia plástica um dia após se submeter à retirada de silicone industrial das nádegas e de suas coxas. Morte provavelmente em virtude de embolia.

Antes da cirurgia, contudo, ela havia assinado um termo se responsabilizando pelos riscos da retirada do silicone, que eram bem altos em um procedimento dessa natureza.

Pedro de Lara foi o único famoso a comparecer ao enterro de Andréa de Mayo, que aconteceu no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Além de Pedro de Lara, cerca de 30 pessoas foram dar o último adeus à artista. Pedro de Lara estava muito emocionado e fez diversas declamações de amizade a Andréa de Mayo.

A missa de sétimo dia foi na boate que pertencia a ela, a Prohibidu's.

Na época de seu falecimento, o pai de Andréa de Mayo se negou a sepultá-la e, por isto, seu amigo Pai Walter de Logun Edé, de pronto, concessionário do referido túmulo, garantiu seu sepultamento no primeiro e histórico cemitério municipal da cidade de São Paulo, o Cemitério Consolação.

Homenagens

Em março de 2005, o estilista Walério Araújo ambientou seu desfile na capela do Hospital Humberto Primo, rendendo homenagem póstuma à antológica Andréa de Mayo.

No dia 17/11/2016, o Serviço Funerário do Município de São Paulo organizou uma cerimônia de homenagem a Andréa de Mayo. Foi fixado uma placa com o nome social no túmulo localizado, na Rua 25 LE Terreno 22, no Cemitério da Consolação. Renato Cymbalista, entusiasta da homenagem, doou a placa no túmulo.

Fonte: Wikipédia
#famososquepartiram #andreademayo

Márcia Real

EUNICE ALVES
(88 anos)
Atriz, Dubladora e Apresentadora de Televisão

☼ São Paulo, SP (06/01/1931)
┼ Ibiúna, SP (15/03/2019)

Márcia Real, cujo verdadeiro nome é Eunice Alves, foi uma atriz e dubladora nascida em São Paulo, SP, no bairro do Ipiranga, no dia 06/01/1931.

De família humilde, teve um avô advogado, que logo percebeu a vivacidade e a memória da neta e que desejava que ela fosse advogada também. Mas lá dentro de si, Márcia Real dizia: "Eu quero é ser artista!".

Márcia Real tem uma irmã, Regina, e sempre foi muito apegada à mãe, mas foi o pai, que era ponto em uma companhia amadora de teatro, que levava a menina a ver espetáculos, e ela ficava fascinada.

E um dia, já adolescente, no final da década de 40, cruzou na rua com a atriz Bibi Ferreira. Estava ali traçado o seu destino. No mesmo momento, após ligeira conversa, ganhou um papel na peça "Minhas Queridas Esposas". Antes disso já tinha tido uma experiência na Rádio Tupi com o famoso radialista e diretor, Otávio Gabus Mendes.

Com o teatro foi logo viajar, e para isso enfrentou toda a família.

No cinema a estreia aconteceu em 1949 no filme "Carnaval no Fogo".

Márcia Real tornou-se uma bonita mulher, alta, loira, atraente. E assim começou na televisão, onde ganhou imediatamente um papel, já que tinha tudo para isso, inclusive a voz que era forte e marcante. E foi graças ao tipo físico e a voz que estreou na televisão em 1952, atuando nos programas "TV de Vanguarda" e "TV Comédia", na TV Tupi.

Márcia Real foi um dos principais nomes da TV Tupi de São Paulo, fazendo papéis como: Lady Macbeth Ana Karenina.

Depois passou para a TV Excelsior, onde ganhou papéis importantes em inúmeras novelas, tendo participado com grande relevância em "Redenção" (1966), a mais longa novela que já esteve no ar, com 652 capítulos.

Quando ainda na TV Tupi, casou-se com o violinista Joel, com quem teve a primeira filha, Márcia Regina. Mais tarde separou-se e casou-se com Lauro, com quem teve sua segunda filha Karina.

Márcia Real, porém, não foi só atriz, Sua inteligência e dom natural para falar, fizeram dela uma grande apresentadora de televisão. Salientou-se no "Clube dos Artistas", ao lado de Airton Rodrigues, no qual ficou por 10 anos.


Ganhou vários prêmios, entre eles o Troféu Roquette Pinto, o principal prêmio de televisão da década de 1960, por três vezes.

Participou de vários filmes, mas gostava de salientar o filme "O Sobrado" (1956) com texto de Walter George Durst e direção de Cassiano Gabus Mendes. Continuou, porém, constantemente em teatro, com aparições brilhantes, dentre elas como: Marlene Dietrich, na peça "Piaf", ao lado de Bibi Ferreira, onde realmente ficou exatamente igual à famosa atriz de cinema, a ponto do público se levantar e aplaudir de pé.

Em 2003 foi a Maria Alice do filme "Avassaladoras", estrelado por Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini.

Márcia Real costumava dizer:
"Hoje estou sozinha, isto é, sem marido, mas para mim a vida é a família, as filhas, os genros, e netos, e à noite, o teatro. E tendo isso tenho tudo. Com todas as injustiças, a ingratidão, ou dificuldades que possa ter passado, sou grata à Deus, pois fui uma menina pobre, mas lutei, consegui, venci. E se pudesse recomeçar, faria exatamente tudo o que fiz!" 
Morte

Márcia Real faleceu na madrugada de sexta-feira, 15/03/2019, aos 88 anos, em um hospital de Ibiúna, SP. A causa da morte não foi divulgada. Ela sofria de Mal de Alzheimer há mais de uma década.

Márcia Real deixou duas filhas e três netos.

Márcia Real  foi velada no Cemitério São Paulo a partir das 17h30 de sexta-feira, 15/03/2019, e o sepultamento ocorreu às 10h00 de sábado, 16/03/2019.

Marcos Frota e Márcia Real
Carreira

Televisão
  • 2003 - SPA TV Fantasia ... Dona Meire
  • 2001 - O Direito de Nascer ... Augusta Monteiro
  • 1999 - Ô Coitado ... Heliodora (Lili)
  • 1997 - Canoa do Bagre ... Matilde
  • 1997 - O Olho da Terra ... Aparecida
  • 1996 - Irmã Catarina ... Irmã Serafina
  • 1994 - Quatro Por Quatro ... Isadora Herrera Franco
  • 1992 - De Corpo e Alma ... Sálvia Lopes
  • 1990 - Mico Preto ... Áurea Menezes Garcia
  • 1988 - Bebê a Bordo ... Valquíria
  • 1979 - Gaivotas ... Idalina
  • 1978 - Aritana ... Guiomar
  • 1973 - Vidas Marcadas
  • 1973 - Venha Ver o Sol na Estrada ... Belinda
  • 1972 - O Leopardo ... Odete
  • 1972 - O Tempo Não Apaga ... Elisa
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Emília
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor
  • 1969 - Dez Vidas
  • 1969 - Sangue do Meu Sangue ... Princesa Isabel
  • 1969 - Os Estranhos ... Ofélia
  • 1968 - Legião dos Esquecidos ... Teresa
  • 1966 - Redenção ... Lola
  • 1966 - A Grande Viagem ... Marion
  • 1965 - Vidas Cruzadas ... Andréa
  • 1965 - Pecado de Mulher
  • 1964 - Mãe
  • 1964 - Isabella
  • 1964 - Corações em Conflito ... Isabel
  • 1959 - TV de Comédia ... Marla / Madame Arcati / Suzana
  • 1958 - TV Teatro ... Vários Personagens
  • 1958 - Suspeita
  • 1958 - TV de Comédia ... Yolanda
  • 1956 - Grande Teatro Tupi ... Vários Personagens
  • 1956 - Uma História de Ballet
  • 1953 - O Mártir do Calvário ... Madalena
  • 1953 - Delícias da Vida Conjugal
  • 1953 - A Viúva
  • 1953 - 48 Horas Com Bibiana
  • 1952 - Senhora ... Aurélia Camargo
  • 1952 - Vestidos da Minha Vida
  • 1952 - TV de Vanguarda ... Vários Personagens (1952-1961)


Filmes
  • 2002 - Avassaladoras ... Maria Alice
  • 1976 - Possuída Pelo Pecado
  • 1976 - Amadas e Violentadas ... Carmen
  • 1975 - O Rei da Noite ... Sinhá
  • 1975 - A Ilha do Desejo ... Madame Geny
  • 1964 - O Vigilante Contra o Crime
  • 1956 - O Sobrado ... Alice Terra Cambará
  • 1951 - Liana, a Pecadora ... Liana
  • 1949 - Carnaval no Fogo


Trabalhos em Dublagem
  • 1965 - Endora na 1ª temporada da série "A Feiticeira"
Entre outros.


Prêmios e indicações

1961 - Troféu Imprensa de Melhor Atriz ... Venceu

Fonte: Wikipédia e Correio Brasiliense
Indicação: Miguel Sampaio, Simone Simas, Fada Veras e Neyde Almeida

Maria Isabel de Lizandra

MARIA ISABEL RECLUSA ANTUNES MACIEL
(72 anos)
Atriz

☼ São Paulo, SP (05/06/1946)
┼ São Paulo, SP (14/03/2019)

Maria Isabel de Lizandra foi uma atriz nascida em São Paulo, SP, no dia 05/06/1946.

Maria Isabel de Lizandra construiu uma carreira vitoriosa nas décadas de 1970 e 1980, participando em várias telenovelas, séries, especiais de TV, filmes e peças de teatro.

Estreou em 1964 na TV Tupi com a novela "Se o Mar Contasse", de Ivani Ribeiro, dirigida por Geraldo Vietri, e no cinema em "Vereda da Salvação", filme de Anselmo Duarte que provocou a crítica e o público em festivais de todo o mundo.

A partir de 1966, na TV Excelsior, Maria Isabel de Lizandra tornou-se um dos rostos mais habituais das novelas. Nesse ano, marcou presença em "Anjo Marcado", de Ivani Ribeiro como Maria Elisa e em "As Minas de Prata", uma superprodução para a época, adaptada por Ivani Ribeiro e dirigida por Walter Avancini, como Raquel.

Em 1967, marcou presença na primeira novela da TV Bandeirantes, uma adaptação de Walther Negrão para "Os Miseráveis", vivendo a jovem Cosette ao lado de Leonardo Villar e Geraldo Del Rey. Regressou posteriormente à TV Excelsior para viver Eulália Terra de outra superprodução, "O Tempo e o Vento", uma adaptação de Teixeira Filho para a obra de Érico Veríssimo.


Ainda na TV Excelsior, em 1968, Maria Isabel faz o papel de duas grandes personagens: a Ruth de "O Terceiro Pecado", primeira obra de Ivani Ribeiro a falar do sobrenatural e que foi readaptada em 1989 como "O Sexo dos Anjos" pela TV Globo (na nova versão essa personagem foi da atriz Silvia Buarque), e a Rosália, uma das filhas de Mãe Cândida, em "A Muralha", que foi a maior produção realizada no gênero pela TV Excelsior, e também escrita por Ivani Ribeiro e readaptada em 2000 pela TV Globo com a atriz Regiane Alves interpretando a mesma personagem. Na versão da TV Excelsior, Maria Isabel de Lizandra fazia par romântico com Paulo Goulart.

Em seguida faz a Glorinha adulta de "A Menina do Veleiro Azul" (1969) e a Marília de Dirceu de "Dez Vidas" (1969), ambas novelas escritas por Ivani Ribeiro e já no fim da TV Excelsior.

Em 1970 estreou na TV Tupi fazendo a Renée de "As Bruxas" e, em seguida, a Cristina de "Hospital" (1971).

Em 1971, na TV Record, participou da novela "Sol Amarelo", um fracasso de público, regressando à TV Tupi, onde fez duas novelas de sucesso: "Na Idade do Lobo" (1972), como Belinha, e "Camomila e Bem-Me-Quer" (1972), como Elisa.

O grande sucesso junto ao público chegou com a rebelde Malu da novela "Mulheres de Areia" (1973) de Ivani Ribeiro, um dos maiores sucessos das novelas até hoje e da TV Tupi. Sua parceria com o ator Antônio Fagundes que viveu Alaor foi um dos grandes trunfos da novela e fez com que os dois protagonizassem em "O Machão" (1974), uma adaptação de Ivani Ribeiro para "A Megera Domada" de William Shakespeare e uma das novelas mais longas da televisão (371 capítulos).


Nessa época, estreou também no cinema nacional e participou em duas comédias no estilo pornochanchada, "As Mulheres Sempre Querem Mais" (1974) do diretor Roberto Mauro e "O Super Manso", de Ary Fernandes.

Regressou às novelas em 1975 como a Carolina na adaptação de "O Alienista", que se chamou "Vila do Arco" e foi apresentada pela TV Tupi.

Suas duas últimas aparições no cinema nacional foram ainda na década de 1970, onde estrelou "Belas e Corrompidas" (1977) e fez um dos principais papéis em "A Noite das Fêmeas" (1976).

Na TV Tupi ela fez o principal papel feminino, Lúcia, da novela "Xeque-Mate" (1976), Isabel adulta, filha de Dona Lola, em "Éramos Seis" (1977) e, por último, já nos momentos finais da TV Tupi, a novela "Salário Mínimo" (1978).

No começo da década de 1980 participou em "Cara a Cara" (1979) de Vicente Sesso, a primeira novela da nova fase da Rede Bandeirantes, transferindo-se depois para a TV Cultura, onde fez vários tele teatros, minisséries, tele romances e apresentou alguns programas educativos.

Estreou-se na TV Globo com a minissérie "Moinhos de Vento" (1983). Depois vieram "Champagne" (1983) de Cassiano Gabus Mendes, a minissérie "Tenda dos Milagres" (1985), e a participação nas séries "Caso Verdade" e "Você Decide".

Maria Isabel de Lizandra e Ênio Gonçalves
Em 1986 foi para a Rede Manchete onde participou de "Dona Beija" (1986). Sua personagem, a Dona Josefa, foi um dos destaques da trama ao ficar viúva e se apaixonar por um jovem pianista, muitos anos mais jovem, interpretado pelo ator Jayme Periard.

Em 1988 regressou à TV Globo, onde teve uma participação especial na novela "Vale Tudo" (1989), como a vizinha da personagem de Regina Duarte. Faz uma participação especial na novela "Tieta" (1989) e viveu Dona Clara na novela "Pacto de Sangue" (1989).

Em 1991 retornou à Rede Manchete onde fez episódios de "Fronteiras do Desconhecido" e participou na minissérie "Filhos do Sol" (1991).

Seus últimos trabalhos na televisão tiveram lugar na segunda metade da década de 1990, participando em episódios do programa "Você Decide", na novela "Por Amor e Ódio" (1997) e na minissérie "Labirinto" (1998).

Foi ainda uma presença constante nos palcos brasileiros estrelando e participando em dramas e comédias que foram sucesso de público e crítica. Entre os vários espetáculos que participou se destacam: "Quarto de Empregada", "O Duelo", "Felisberto do Café", "Elas Complicam Tudo", "Adiós Geralda" e "Freud, Além da Alma".

Maria Isabel de Lizandra foi casada com o ator Ênio Gonçalves, tinha duas filhas e lecionou História do Teatro em universidades paulistas, dando ainda aulas de teatro e participando em leituras dramáticas.

Morte

Maria Isabel de Lizandra faleceu na noite de de quinta-feira, 14/03/2019, aos 72 anos, no Hospital das Clínicas de São Paulo, em decorrência de uma pneumonia.

O corpo foi velado no Cemitério do Araçá e o enterro ocorreu às 17h00 no Cemitério da Consolação.

Antônio Fagundes e Maria Isabel de Lizandra 
Carreira

Televisão

  • 1964 - Se o Mar Contasse ... Nanci
  • 1966 - Anjo Marcado ... Maria Elisa
  • 1966 - As Minas de Prata ... Raquel
  • 1967 - Os Miseráveis ... Cosette
  • 1967 - O Tempo e o Vento ... Eulália Terra
  • 1968 - O Terceiro Pecado ... Ruth
  • 1968 - A Muralha ... Rosália
  • 1969 - A Menina do Veleiro Azul ... Glorinha
  • 1969 - Dez Vidas ... Marília
  • 1970 - As Bruxas ... Renée
  • 1971 - Hospital ... Cristina
  • 1971 - Sol Amarelo
  • 1972 - Na Idade do Lobo ... Belinha
  • 1972 - Camomila e Bem-me-quer ... Elisa
  • 1973 - Mulheres de Areia ... Malu
  • 1974 - O Machão ... Catarina
  • 1975 - Vila do Arco ... Carolina
  • 1976 - Xeque-Mate ... Lúcia
  • 1977 - Éramos Seis ... Isabel
  • 1978 - Salário Mínimo ... Teca
  • 1979 - Cara a Cara ... Carolina
  • 1981 - O Vento do Mar Aberto ... Marcela
  • 1981 - Partidas Dobradas ... Sabrina
  • 1982 - Nem Rebeldes, Nem Fiéis ... Áurea
  • 1982 - O Tronco do Ipê ... Baronesa da Espera
  • 1983 - Moinhos de Vento ... Amparo
  • 1983 - Champagne ... Verônica
  • 1985 - Tenda dos Milagres ... Amélia
  • 1986 - Dona Beija ... Josefa
  • 1988 - Vale Tudo ... Marisa
  • 1989 - Tieta ... Benta
  • 1989 - Pacto de Sangue ... Dona Clara
  • 1991 - Filhos do Sol
  • 1997 - Por Amor e Ódio ... Margarida
  • 1998 - Labirinto ... Hermínia

Cinema

  • 1965 - Vereda da Salvação
  • 1974 - As Mulheres Sempre Querem Mais ... Selma
  • 1975 - O Super Manso
  • 1976 - A Noite das Fêmeas
  • 1977 - Belas e Corrompidas ... Isabel

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio, Simone Simas, Fada Veras e Neyde Almeida
#famososquepartiram #mariaisabeldelizandra

Eurico Miranda

EURICO ÂNGELO DE OLIVEIRA MIRANDA
(74 anos)
Político, Jurista e Dirigente Esportivo

☼ Rio de Janeiro, RJ (07/06/1944)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/03/2019)

Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, mais conhecido como Eurico Miranda, foi um político, jurista e dirigente esportivo, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 07/06/1944.

Eurico Miranda foi o mais conhecido presidente da história do Vasco da Gama, exercendo o mandato por duas vezes, de 2003 a 2008, e de 2015 a 2017. Também foi vice-presidente de futebol do clube entre 1990 e 2002, tendo participado do período das maiores conquistas do clube, como o Campeonato Brasileiro de 1997, a Copa Libertadores de 1998, a Copa João Havelange de 2000 e a Copa Mercosul de 2000.

Eurico Miranda é filho de portugueses, Álvaro e Alexandra, naturais do concelho de Arouca, concelho da Grande Área Metropolitana do Porto, que, na década de 1930, emigraram para o Brasil, fugindo do regime de António Salazar.

Criado na Zona Sul do Rio de Janeiro, estudou no Colégio Santo Inácio, em Botafogo, um colégio jesuíta frequentado por boa parte da elite carioca. Acabou por ser convidado a se retirar do colégio por causa de brigas e por sempre ir com a camisa do Vasco por cima do uniforme, o que não era permitido, apesar de nunca terem o visto usando uma camisa do Vasco em toda história.

Eurico Miranda passou no vestibular para Fisioterapia, formou-se e chegou a exercer a profissão antes de decidir ingressar na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Foi durante o curso de direito que Eurico Miranda, então com 23 anos, ingressou nas atividades administrativas do Club de Regatas Vasco da Gama, sendo Diretor de Cadastro em 1967.

Dirigente do Vasco da Gama

Em 1969, o presidente do Vasco da Gama era Reinaldo de Matos Reis, que não agradava à maioria dos conselheiros, mas que era defendido por Eurico Miranda, então já Vice-presidente de Patrimônio. Foi realizada uma reunião na sede náutica do clube, na Lagoa Rodrigo de Freitas, para decidir a cassação do seu mandato. Porém houve uma falta de energia e a reunião foi então adiada. No dia seguinte o jornal O Globo publicou uma fotografia que mostrava uma mão desligando o quadro de energia. O título da reportagem era: "A Mão de Eurico"Eurico Miranda entrava assim para a história e política ativa do clube.

Apesar da mão de Eurico Miranda, Reinaldo de Matos Reis acabou por perder a presidência. Assumiu Agarthyno da Silva Gomes, então vice-presidente, em mandato interino até o fim de 1970. Eurico Miranda mais tarde passou a participar da administração de Agarthyno, apoiando-o. Porém em 1976 passou para a oposição do clube e apoiou a candidatura de Medrado Dias. O seu candidato acabou perdendo as eleições. Nesta época, Eurico ainda mantinha um escritório de advocacia, mas cada vez mais se dedicava à política do clube.

Em 1979, foi formada a chapa União Vascaína, que contava com Olavo Monteiro de Carvalho, Pedro Valente, Alberto Pires Ribeiro, Amadeo Pinto da Rocha e Antônio Soares Calçada, para além de Eurico Miranda. O grupo foi batizado de "Seis Homens de Ouro" e tinha como objetivo assumir a presidência do clube, há 10 anos entregue a Agarthyno.

O objetivo foi alcançado e em 1980 Alberto Pires Ribeiro tornou-se o 40º presidente da história do clube, Eurico Miranda passou a ser o seu assessor especial e foi nomeado representante do clube na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).

Eurico Miranda apareceu na mídia em 1980 ao trazer de volta do Barcelona o ídolo do clube, Roberto Dinamite. Isso lhe deu mais poder político e nas eleições para presidência para o triênio 1983-1986, ele separou-se dos "Seis Homens de Ouro" e concorreu contra outro membro do grupo, Antônio Soares Calçada. Porém perdeu as eleições. Três anos mais tarde voltou a concorrer, para mais uma derrota para Antônio Soares Calçada.

Antônio Soares Calçada decidiu então convidar Eurico Miranda para assumir o cargo de vice-presidente do departamento de futebol. Como vice-presidente Eurico Miranda esteve envolvido na venda de Romário para o PSV em 1988 e, no ano seguinte, na compra do Bebeto, ídolo do rival Flamengo.

Apesar de ser vice-presidente, Eurico Miranda aparentava gozar de mais poder político que o próprio presidente Antônio Soares Calçada, que tinha uma personalidade mais calma. A sua posição política aumentou com a conquista do Campeonato Brasileiro de 1997 e da Taça Libertadores de 1998, entre muitos outros títulos em diversos esportes, no bem-sucedido ano do Centenário do clube. Ele foi também responsável pela parceria do clube com o Bank Of America, que investiu US$ 150 milhões e criou a Vasco da Gama Licenciamentos (VGL).

Eurico Miranda permaneceu como vice-presidente de futebol até Antônio Soares Calçada terminar o seu último mandato, quando voltou a concorrer à presidência, 14 anos após a sua última tentativa. Desta vez Eurico Miranda alcançou a presidência, com o apoio de Antônio Soares Calçada. Foi reeleito em 2003 e afirmou que seria o seu último mandato, mas acabou por concorrer novamente.

A partir de seu segundo mandato, sua imagem como dirigente começou a se desgastar e a encontrar forte resistência em meio a torcida, devido aos sucessivos insucessos do Vasco nas competições das quais participava.

Nas eleições para o mandato de 2007-2009, Eurico Miranda concorreu contra o antigo ídolo do clube, Roberto Dinamite. Ele venceu por uma pequena diferença de 439 votos, mas foi acusado de compra de votos e adulteração do resultado das eleições. A oposição moveu duas ações judiciais questionando o resultado. Com o resultado das eleições sub judicie, presidiu o clube interinamente até meados de 2008, quando por determinação da Justiça foram realizadas novas eleições.

Eurico Miranda tentou de todas as maneiras impedir a realização de novas eleições, chegando até mesmo a interditar o calabouço, uma das sedes do clube onde as mesmas seriam realizadas. Por fim, sem saída, aceitou o novo pleito, porém recusou-se a se candidatar novamente indicando em seu lugar o Benemérito e amigo de longa data, Amadeu Pinto da Rocha. Por fim, a chapa a qual apoiava acabou por perder, pondo fim a mais 40 anos de influência direta de Eurico Miranda no executivo vascaíno.

Em 11/11/2014, em eleição recorde no clube, foi novamente eleito presidente do Vasco da Gama com a chapa "Volta Vasco, Volta Eurico". Obteve mais de 50% dos votos e derrotou as chapas compostas por Julio Brant e Edmundo e a chapa de Roberto Monteiro. Em sua campanha, usou como foco principal que em sua volta o respeito ao Vasco da Gama voltará.

Conhecido por suas bravatas, sendo a mais conhecida a de que o Vasco não cairia para a segunda divisão com o seu comando, Eurico Miranda viu o time realizar um primeiro turno pífio, acumulando 13 pontos, no Campeonato Brasileiro da Série A. Manteve o discurso de que o Vasco não cairia em seu mandato, chegando a afirmar que iria para a Sibéria caso isso acontecesse, mas no dia 06/12/2015, viu o Vasco ser rebaixado pela terceira vez em sua gloriosa história, sendo a segunda com sua participação direta.

Relacionamento com a
Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro

A partir da ascensão de Eurico Miranda no Vasco e de Eduardo Viana, apelidado de Caixa D'água, na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro em 1986, parte da imprensa (mais comumente o jornalista Renato Maurício Prado), tem afirmado uma ligação entre ambos os citados, o que supostamente teria resultado em benefícios ao Vasco no Campeonato Carioca de Futebol durante este período. Porém, nada jamais foi provado.

O grupo Casaca!, que apoia Eurico Miranda, contestou a teoria de que o Vasco seria beneficiado pela Federação em função de Eurico, fazendo um levantamento sobre o período de 1986 a 2006 (em que tanto Eurico Miranda esteve à frente do Vasco quanto Eduardo Viana à frente de Federação), mostrando que neste período o Vasco foi decisivamente prejudicado pela arbitragem nos Campeonatos Cariocas de 1986, 1996, 1999, 2000, 2001, 2004 e 2005, anos em que o Vasco não conseguiu o título, e citando erros da arbitragem contra o Vasco também em anos em que o Vasco acabou sendo campeão: 1987, 1988, 1992, 1994 e 2003.

Vida Política

Em 1990, Eurico Miranda decidiu se candidatar a Deputado Federal pelo Partido Liberal (PL), apesar de já ter o cargo de vice-presidente do Vasco da Gama. Não conseguiu ser eleito, mas nas eleições de 1994 voltou a se candidatar, agora pelo PPB, e conseguiu ser eleito para Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro.

Em 1998 foi novamente eleito, mas em 2001 foi pedida a cassação do seu mandato por efetuar uma operação de câmbio não autorizada. Eurico Miranda foi acusado de promover evasão de divisas do país. Apesar disso, ele voltou a concorrer nas eleições de 2002, porém não foi eleito, perdendo assim a imunidade parlamentar.

Em 2006, Eurico Miranda teve a sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. Segundo o argumento da juíza Jaqueline Montenegro, por falta de condições morais para exercer um mandato. Porém Eurico Miranda recorreu da decisão e no mês seguinte teve a sua candidatura confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Processos Judiciais

Ao longo da sua vida pessoal e política, Eurico Miranda esteve sempre envolvido em processos judiciais.

Em 2001, ele foi multado em 150 salários mínimos pelos incidentes ocorridos num jogo do Campeonato Brasileiro entre Vasco da Gama e Gama.

O ano de 2004 foi particularmente cheio de processos judiciais para Eurico Miranda. Em Fevereiro foi decretada a sua prisão por não ter comparecido a um julgamento sem dar explicações. No mês seguinte foi condenado a seis meses de prisão por ter agredido o jornalista Carlos Monteiro, porém recorreu e teve a prisão convertida em multa a ser paga ao agredido. Em abril foi a vez de Eurico Miranda processar um jornalista, mas também perdeu a ação movida. Eurico Miranda alegou que se sentiu ofendido pelas expressões "pernicioso" e "euricadas" usadas pelo jornalista Juca Kfouri na sua coluna no jornal Lance!.

Em outra ação contra a imprensa, agora a Infoglobo, Eurico Miranda pediu uma indenização pela notícia publicada em 21/07/2002 pelo jornal Extra que o acusava de desviar R$ 20 milhões do patrimônio do Vasco da Gama. Além de perder o caso, Eurico Miranda foi ainda obrigado a pagar os custos processuais e honorários dos advogados.

Por suspeita de desvio de dinheiro, uma nova investigação foi iniciada em 2007. Em questão estava a venda do jogador Paulo Miranda, em 2001, para o clube francês Bordeaux. O empresário Logbi Henouda, que participou da negociação, afirma que o Bordeaux pagou US$ 5,94 milhões pelo jogador, mas que Eurico Miranda declarou apenas US$ 2 milhões.

CPI do Futebol

Em 2001, Paulo Miranda foi alvo de uma série de denúncias na imprensa sobre diversas irregularidades em sua administração como vice-presidente e depois como presidente do Vasco. Houve uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades na administração do futebol brasileiro e Paulo Miranda foi um dos acusados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Foi aberto um processo de cassação contra ele, mas sua cassação não foi aprovada. Como Eurico Miranda não foi reeleito deputado em 2002, perdeu a imunidade parlamentar e teve abertos vários processos contra si na justiça.

Em 2006 foi aberto um novo processo judicial contra Eurico Miranda, agora por apropriação indébita. A acusação foi o resultado das investigações feitas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). De acordo com o Ministério Público, Eurico Miranda, enquanto presidente do Vasco da Gama, deixou de recolher contribuições previdenciárias, lesando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além de Eurico Miranda, também foram acusados Antônio Soares Calçada, ex-presidente vascaíno, e Amadeu Pinto da Rocha, vice-presidente.

Em 2007 foi conhecida a decisão do Tribunal e Eurico Miranda foi condenado a 10 anos de prisão e ao pagamento de uma multa de R$ 53 mil. Entretanto ele teve o direito de recorrer em liberdade e o processo está de volta aos tribunais.

No dia 18/04/2008, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça anulou, por unanimidade, a sentença, baseada na CPI do Futebol, que condenava Eurico Miranda.

Briga Com a Rede Globo

Desde o acidente ocorrido na final da Copa João Havelange de 2000, onde 168 pessoas ficaram feridas, que Eurico Miranda tem tido problemas com a Rede Globo. Ele acusa a emissora de formar opiniões, jogando as pessoas contra ele. A Rede Globo por sua vez alega que Eurico Miranda, através da VGL, deve à empresa R$ 19 milhões, referente a um empréstimo feito ao clube.

Como provocação, no último jogo da Copa João Havelange, Eurico Miranda fez o clube entrar em campo com o logotipo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), emissora concorrente da Rede Globo. Isso aumentou ainda mais a briga entre a emissora e Eurico Miranda.

Eurico Miranda brigou com a emissora depois que a mesma deixou de cumprir suas obrigações com o clube referente aos direitos de transmissão durante quase um ano.

Vida Após Vasco

Após sua chapa ser derrotada nas eleições para o Conselho Deliberativo nas eleições de 2008, Eurico Miranda passou um período afastado do Vasco, clube no qual esteve presente nos últimos 40 anos. Após a posse da nova diretoria, sua presença em São Januário tornou-se rara, apesar de possuir o título de Grande Benemérito do clube.

Desde então, Eurico Miranda tinha retomado suas atividades no ramo da advocacia, já que possuía um escritório no centro da cidade do Rio de Janeiro. Sem a pesada rotina de dirigente esportivo, Eurico Miranda passou mais tempo junto da família e viajava com frequência para sua casa em Angra dos Reis.

A Volta ao Vasco

Em janeiro de 2010, a chapa composta por Eurico Miranda e Silvio Godoi venceu a eleição para a presidência do Conselho de Beneméritos do Club Vasco. Desde então, Eurico Miranda se firmou como um dos principais opositores à gestão de Roberto Dinamite.

Em novembro de 2014, foi eleito para seu 4° mandato como presidente do Vasco com mais de 50% dos votos em eleição com recorde de participantes.

Morte

Eurico Miranda faleceu na terça-feira, 12/03/2019, aos 74 anos, no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, vítima de câncer no cérebro. Nos últimos meses, Eurico Miranda não havia feito aparições públicas. Seu estado de saúde se agravou, inclusive com dificuldade para se alimentar. A família montou uma UTI em casa, com Home Care, com enfermeiras se revezando para cuidar da saúde de Eurico Miranda. Visitas, inclusive das pessoas mais próximas, eram controladas pela família.

De ambulância, ele foi levado ao hospital na manhã de terça-feira, 12/03/2019. Lá não resistiu e morreu no início da tarde. Em nota oficial, o Hospital Vitória informou:
"O advogado Eurico Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos do Club de Regatas Vasco da Gama, faleceu no início da tarde desta terça-feira, em decorrência de complicações secundárias ao câncer. A instituição se solidariza com os familiares e amigos."
Eurico Miranda deixou quatro filhos e sete netos.

Atualmente, ele estava no cargo de presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco. O treino do time profissional marcado para a tarde de terça-feira, 12/03/2019, que seria realizado em São Januário, foi cancelado.

O velório começou na terça-feira, 12/03/2019, a partir das 18h00 na Capela Nossa Senhora das Vitórias, que fica na sede do clube em São Januário, e foi aberto ao público. O corpo seguirá para o Cemitério São João Batista, onde será sepultado na tarde de quarta-feira, 13/03/2019, apenas com a presença dos familiares.

#famososquepartiram #euricomiranda