Anna Amélia

ANNA AMÉLIA DE QUEIROZ CARNEIRO DE MENDONÇA
(75 anos)
Poetisa, Tradutora e Feminista

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1896)
+ Rio de Janeiro, RJ (1971)

Anna Amélia nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de agosto de 1896,  filha do engenheiro e colecionador José Joaquim de Queiroz Júnior. Passou a infância em uma fazenda no interior de Minas Gerais, onde recebeu instruções de professoras estrangeiras: aprendendo inglês, francês e alemão. Dos 12 aos 14 anos, começou a escrever versos, publicados em 1911, com o título de "Esperanças". Em 1922, publicou seu segundo livro de poemas, "Alma", em 1926, "Ansiedade", em 1936, "A harmonia das Coisas e dos Seres", em 1939, "Mal de Amor", em 1951, "50 Poemas de Anna Amelia" e em 1957, "Todomundo".

Para além de suas atividades literárias, Anna Amélia foi profundamente ativa para o reconhecimento da mulher no Brasil. Dirigiu durante dois anos a página feminina do Diário de Notícias. Foi a primeira mulher a ser membro do Tribunal Eleitoral (1934), fazendo parte também de uma mesa apuradora. Foi nomeada por Getúlio Vargas representante do Brasil no I Congresso Feminista Internacional, da Woman League International, em Istambul, 1935. Nesta época era vice-presidente da Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino. Foi delegada do Brasil de 1941 a 1943 na Comissão Interamericana de Mulheres.

Entre estas atividades, Anna Amélia fundou em 1939 a Casa do Estudante do Brasil, sendo por este motivo eleita a "Rainha dos Estudantes Brasileiros". Com sede especialmente construída, a Casa do Estudante do Brasil era uma instituição voltada para o intercâmbio cultural entre os estudantes. Reunindo alguns residentes e muitos associados, o prédio possuía um restaurante, salão de festa e conferência, auditórios para cursos de extensão universitária, biblioteca, apartamentos para professores visitantes, consultórios médico e dentário, farmácia e barbearia. Tinha ainda uma publicação chamada "Rumo", onde eram publicados artigos sobre o ensino, história do Rio de Janeiro e do país, debates de temas atuais e textos literários.

Toda esta estrutura educacional fora idealizada por Anna Amélia, que foi presidente vitalícia da instituição até a sua morte, em 1971. E em retribuição a sua dedicação, a Casa do Estudante do Brasil ergueu, em 1975, o busto em um largo em frente a sua sede, no Castelo. Este largo, no dia da inauguração do busto passou a ser chamado Praça Anna Amélia. A cerimônia foi concorrida e noticiada em quase todos os jornais da cidade. Estiveram presentes ministros, o prefeito da cidade, o secretário de Educação, várias escolas de primeiro grau, o coral do Colégio Pedro II, a família, amigos intelectuais e os dirigentes da Casa do Estudante do Brasil. No discurso de Paschoal Carlos Magno está explícita a intenção da bronzificação.

"Não faltam por aí pessoas sempre dispostas a fundar instituições que se apresentam como beneficentes e, as mais das vezes, prestam serviços a certo grupo de necessitados. Na maioria dos casos, porém, o objetivo principal consiste em promover os fundadores e mantenedores - seja com propósitos eleitorais, seja com finalidade lucrativa. Bem diferente é o caso da Casa do Estudante do Brasil. Ana Amélia que dirigiu a Casa do Estudante até o seu último dia de vida, era uma poetisa ilustre, uma dama de prestígio social e era rica. Não precisava se promover. Só pensou em servir. Seu busto foi agora colocado à frente da Casa. Ela continua, em espírito eterno e em bronze eterno, no lugar que gostava." 

Anna Amélia casou-se com Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro e historiador. A partir de 1944 o casal passou a residir em um palacete do século 19 no bairro do Cosme Velho, conhecido como "Solar dos Abacaxis", por conta dos adornos em ferro fundido que ainda hoje decoram a balaustrada das janelas frontais do solar. A mansão foi erguida em 1843 pelo bisavô de Anna Amélia, o comendador Borges da Costa.

Em seu segundo livro "Alma", em 1922, a poetisa introduziu o tema do futebol na poesia brasileira e colaborou a seu modo para difundir e popularizar esse esporte. Ensinava o jogo aos operários da fábrica de seu pai e dava instruções preciosas durante as partidas. Desde muito jovem era entusiasta do esporte: no seu 12º aniversário, pediu aos pais como presente, uma bola, uma botina de sola grossa e começou a treinar.

Anna Amélia e Marcos tiveram três filhos, sendo a mais nova a crítica teatral Bárbara Heliodora.

Anna Amélia é considerada hoje uma expressão importante da literatura brasileira do século XX. Rever a sua vida é resgatar a importância da mulher para a nossa cultura e arte. 

Fonte: Wikipédia e Bolsa de Mulher

Simões Filho

ERNESTO SIMÕES DA SILVA FREITAS FILHO
(71 anos)
 Político, Jornalista e Empresário 

* Cachoeira, BA (04/10/1886)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/11/1957)

Ernesto Simões da Silva Freitas Filho, mais conhecido como Simões Filho foi um político, jornalista e empresário brasileiro, ex-Ministro da Educação, fundador do jornal A Tarde e em cuja homenagem foi batizado o município baiano de Simões Filho.

Filho do coronel Ernesto Simões da Silva Freitas e de Emília Rosa Simões da Silva Freitas, Simões Filho nasceu em Cachoeira em 4 de outubro de 1886.

Foi aluno do tradicional Ginásio Bahiano, instituição por onde passaram outros grandes nomes da História da Bahia, como o poeta Castro Alves e Ruy Barbosa, de quem Simões Filho se tornaria um grande admirador e defensor das suas candidaturas à Presidência do Brasil.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Direito, um local de produção intelectual efervescente, Simões Filho casou-se com Helena Guimarães Cerne, com quem teve os filhos Regina Simões de Mello Leitão, atual presidente do Grupo A Tarde; Renato Simões, advogado, empresário e atual superintendente do Grupo A Tarde; e Vera Simões Bainville, colunista de A Tarde.

A vocação de Simões Filho para o jornalismo começou ainda no curso preparatório no Ginásio Bahiano, onde fundou, com outros colegas, um jornalzinho estudantil chamado O Carrasco.

Aos 18 anos, Simões Filho criou O Papão, uma revista literária que aliava a circulação da informação sobre o cotidiano baiano com muito humor. Em seguida, Simões Filho fundou A Tarde. O jornal já surgiu trazendo conceitos inovadores, como anúncios classificados, realização de campanhas editoriais que defendiam questões de interesse da Bahia, uso de clichês, além do investimento em novas tecnologias de impressão. Isto fez com que rapidamente A Tarde se tornasse líder do mercado baiano de informação.

Dinamismo

Sem descuidar de modernizar e dar cada vez mais qualidade ao seu jornal, Simões Filho participava ativamente da vida política nacional. Foi deputado estadual, deputado federal, líder da bancada da Bahia e ministro da Educação e Saúde (1951-1953) no segundo governo de Getúlio Vargas.

Durante o turbulento período que foi da Revolução de 1930 ao chamado Estado Novo, Simões Filho foi um defensor incansável da autonomia da Bahia. Sua posição o colocou como forte opositor aos interventores nomeados por Getúlio Vargas para assumir o governo baiano, afinal o Estado estava sob a intervenção do poder federal.

Por conta dos seus freqüentes protestos, Simões Filho foi perseguido, inclusive tendo de passar períodos fora do Brasil. Um dos mais dolorosos desafios desta fase foi a censura ao seu jornal. A Tarde chegou a ficar, em 1934, nove dias sem circular por conta da censura determinada por Juracy Magalhães.

Em 1946, Simões Filho apoiou a candidatura vitoriosa de Octávio Mangabeira. Após quatro anos, foi a vez de dar seu apoio a Lauro de Freitas, que enfrentou Juracy Magalhães.


No entanto, Lauro de Freitas morreu em um acidente de avião durante a campanha. Seu substituto, Régis Pacheco, venceu. Simões Filho tornou-se ministro da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas por indicação do governador da Bahia.

A sua passagem pelo ministério foi curta, mas brilhante. Apesar de indicado para concorrer à sucessão de Régis Pacheco, Simões Filho não aceitou o convite por divergir do grupo do governador antes mesmo da apresentação do seu nome na convenção do Partido Social Democrático (PSD). Mas, por solidariedade ao seu grande amigo, o professor Pedro Calmon, escolhido candidato ao governo, resolveu apoiar o grupo.

No dia 24 de novembro de 1957, Simões Filho morreu no Rio de Janeiro. O local escolhido para o seu sepultamento foi a capital da Bahia, palco maior das suas grandes lutas.

Fonte: A Tarde