(74 anos)
Mecânico, Engenheiro, Instrumentista e Inventor do Trio Elétrico
* Salvador, BA (22/03/1923)
+ Salvador, BA (30/06/1997)
Nasceu Osmar Macêdo no dia 22 de março 1923, na Ribeira, Salvador, BA. Grande parceiro de
Dodô na invenção do Trio Elétrico, Osmar Álvares de Macêdo, filho de pai pernambucano.
Os soteropolitanos Adolfo Antônio Nascimento (Dodô) e Osmar Alvares Macêdo, foram responsáveis por um dos capítulos mais férteis da história da música de raiz nordestina e até mundial. Eles conseguiram além de eletrificar o frevo pernambucano criar uma nova forma de levar a música para os foliões do carnaval de Salvador e depois de todo o Brasil. A dupla esteve na ponta do desenvolvimento tecnológico agregado à música, pois criou, no ano de 1942, uma guitarra elétrica, a Guitarra Baiana, um ano depois do norte-americano Les Paul ter construído seu primeiro protótipo de guitarra elétrica.
A Dupla Elétrica também elevou o frevo a um nível instrumental jamais imaginado pelos pernambucanos. Dodô & Osmar estabeleceram novos padrões para o ritmo e depois viriam a incorporar outros gêneros musicais nordestinos e outros à folia "carnavalizante" do Trio Elétrico que mudou a face do carnaval na Bahia e depois em todo o país.
No ano de 1942, o mundo vivia os transtornos da Segunda Guerra Mundial e o violonista Benedito Chaves chegava à Bahia para exibir seu violão elétrico no Cinema Guarani, na Praça Castro Alves. Os jovens Dodô e Osmar foram conferir a audiência do músico e observaram que o violão era bem tocado, mas tinha microfonia e o artista precisava mudar a posição do amplificador a todo instante, interrompendo a apresentação. Eles resolveram pesquisar os corpos maciços das madeiras dos violões elétricos e conseguiram aperfeiçoar um corpo com cepo de jacarandá maciço e colocaram o captador em baixo das cordas, conseguindo obter um som alto e sem o efeito de microfonia.
Dodô
era expert em eletrônica, trabalhava construindo instrumentos de som e tocava violão estridente enquanto Osmar tocava cavaquinho, bandolim e guitarra havaiana e gostava de adaptar arranjos de músicas clássicas e populares ao ritmo quente da folia. Ele era ao lado do instrumentista paulista Poly um dos melhores tocadores de guitarra havaiana do Brasil.
Dodô
consertava instrumentos e os dois tocavam frevos pernambucanos e choros cariocas num conjunto amador chamado "Três e Meio".
Em 1950, a pedido do governado da Bahia, Otávio Mangabeira, o bloco "Vassourinhas" de Pernambucano desfilou pelas ruas do centro da cidade e causou uma grande animação no meio da população. Inspirado pela alegria contagiante dos pernambucanos, a Dupla Elétrica resolveu subir a bordo de um Ford 1929 - com suas guitarras baianas e dois músicas na percussão -, e desfilam do Campo Grande rumo à Praça da Sé, mas como uma multidão os acompanhou foi impossível completar o percurso. O povão fez um verdadeiro "arrastão" da alegria até chegar na Praça Castro Alves. Estava se iniciando o fim do estilo antigo de Carnaval de rua em Salvador.
As ruas do centro da cidade eram tomadas, até 1950, por um desfile sem música de automóveis abertos com as famílias dos negociantes abastados jogando confetes, serpentinas e lança-perfume. Atrás deles, desfilavam os grandes clubes, blocos e mascarados, como "Os Fantoches de Euterpe", "Cruz Vermelha" e "Os Inocentes em Progresso". No passeio das avenidas do centro da cidade, as famílias disputavam o espaço para ver os desfile. A maioria da população, discriminada, contentava-se com os afoxés e batucadas na área da Baixa do Sapateiro e rendondezas. O Trio Elétrico trouxe o povo para o eixo central da festa.
No ano de 1942, o mundo vivia os transtornos da Segunda Guerra Mundial e o violonista Benedito Chaves chegava à Bahia para exibir seu violão elétrico no Cinema Guarani, na Praça Castro Alves. Os jovens Dodô e Osmar foram conferir a audiência do músico e observaram que o violão era bem tocado, mas tinha microfonia e o artista precisava mudar a posição do amplificador a todo instante, interrompendo a apresentação. Eles resolveram pesquisar os corpos maciços das madeiras dos violões elétricos e conseguiram aperfeiçoar um corpo com cepo de jacarandá maciço e colocaram o captador em baixo das cordas, conseguindo obter um som alto e sem o efeito de microfonia.
Osmar ao lado da Fobica |
Em 1950, a pedido do governado da Bahia, Otávio Mangabeira, o bloco "Vassourinhas" de Pernambucano desfilou pelas ruas do centro da cidade e causou uma grande animação no meio da população. Inspirado pela alegria contagiante dos pernambucanos, a Dupla Elétrica resolveu subir a bordo de um Ford 1929 - com suas guitarras baianas e dois músicas na percussão -, e desfilam do Campo Grande rumo à Praça da Sé, mas como uma multidão os acompanhou foi impossível completar o percurso. O povão fez um verdadeiro "arrastão" da alegria até chegar na Praça Castro Alves. Estava se iniciando o fim do estilo antigo de Carnaval de rua em Salvador.
As ruas do centro da cidade eram tomadas, até 1950, por um desfile sem música de automóveis abertos com as famílias dos negociantes abastados jogando confetes, serpentinas e lança-perfume. Atrás deles, desfilavam os grandes clubes, blocos e mascarados, como "Os Fantoches de Euterpe", "Cruz Vermelha" e "Os Inocentes em Progresso". No passeio das avenidas do centro da cidade, as famílias disputavam o espaço para ver os desfile. A maioria da população, discriminada, contentava-se com os afoxés e batucadas na área da Baixa do Sapateiro e rendondezas. O Trio Elétrico trouxe o povo para o eixo central da festa.
A partir do ano seguinte, com uma caminhonete e com a participação do parceiro de nome Temístoles Aragão tocando o terceiro Pau Elétrico, o Trio Elétrico Dodô & Osmar continuou a executar seus frevos, chorinhos e até músicas clássicas em ritmo "carnavaletrificado".
Outros trios começam a surgir na cidade como o "Tapajós", "Ypiranga", "Marajós" e "Saborosa", na esteira do seu sucesso popular. Devido a impedimentos relacionados às atividades profissionais dos dois mentores do trio elétrico, eles ficaram sem desfilar no Carnaval entre os anos de 66 a 73. Coube ao criador do Trio Elétrico Tapajós, Orlando Campos, um relevante papel na difusão e da construção de novos trios elétricos.
Dodô
continuou a construir "Paus Elétricos", pois era o único na cidade que dominava a técnica para construí-los.
A Volta no Jubileu de Prata
Depois de estar estabelecido como dono de uma empresa de metalurgia, Osmar Macedo reuniu seu parceiro
Dodô
que sobrevivia como técnico em eletrônica. O Trio Elétrico Dodô & Osmar voltou a sair no Carnaval de Salvador e em diversas Micaretas (Carnavais realizadas depois da Quaresma) no interior do estado da Bahia. No ano em que o Trio Elétrico iria comemorar 25 anos de existência e eles conseguiram, em fins de 1974, um contrato com a gravadora Continental para realizar o primeiro registro fonográfico do som do Trio Elétrico.
O álbum "Jubileu de Prata" foi lançado em janeiro de 1975, antes do Carnaval, e teve boa repercussão no Nordeste. O trabalho trazia além dos temas instrumentais, dois frevos elétricos com a participação do cantor Moraes Moreira que se tornou o primeiro vocalista de Trio Elétrico do mundo, pois até então predominava o som instrumental. Moraes Moreira tinha acabado de sair dos "Novos Baianos".
Nas faixas instrumentais do "Jubileu de Prata", despontava o talento de um dos filhos de Osmar, o jovem Armandinho Macêdo, que mediu forças com o pai "Desafilho", num potpourri de clássicos e populares que incluia trechos de: "Asa Branca" (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga), "Dança das Horas" (Ponchielli), "Luar do Sertão" (Catullo da Paixão Cearense), "Fazer-Fazer" (Bronquinha), "Urubu Malandro" (Louro-João de Barro), "Moto Perpétuo" (Paganini) e "Rapsódia Húngara" (Liszt). A direção artística ficou a cargo de Moraes Moreira. Outro destaque era a instrumental "Double Morse" que imitava a batida de um telégrafo e tem base num ritmo espanhol, uma homenagem à colônia espanhola de Salvador.
A partir daí, a formação da banda trazia parte do clã da família Macêdo e em torno desta se estabeleceu até a atualidade. Os Filhos, Aroldo (guitarra baiana) e André (percussão e vocais) e o sobrinho Betinho (baixo) se uniam a Ary Dias (percussão) e diversos bateristas e percussionistas participaram da banda do Trio Elétrico Dodô & Osmar.
O álbum "Jubileu de Prata" foi lançado em janeiro de 1975, antes do Carnaval, e teve boa repercussão no Nordeste. O trabalho trazia além dos temas instrumentais, dois frevos elétricos com a participação do cantor Moraes Moreira que se tornou o primeiro vocalista de Trio Elétrico do mundo, pois até então predominava o som instrumental. Moraes Moreira tinha acabado de sair dos "Novos Baianos".
Nas faixas instrumentais do "Jubileu de Prata", despontava o talento de um dos filhos de Osmar, o jovem Armandinho Macêdo, que mediu forças com o pai "Desafilho", num potpourri de clássicos e populares que incluia trechos de: "Asa Branca" (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga), "Dança das Horas" (Ponchielli), "Luar do Sertão" (Catullo da Paixão Cearense), "Fazer-Fazer" (Bronquinha), "Urubu Malandro" (Louro-João de Barro), "Moto Perpétuo" (Paganini) e "Rapsódia Húngara" (Liszt). A direção artística ficou a cargo de Moraes Moreira. Outro destaque era a instrumental "Double Morse" que imitava a batida de um telégrafo e tem base num ritmo espanhol, uma homenagem à colônia espanhola de Salvador.
A partir daí, a formação da banda trazia parte do clã da família Macêdo e em torno desta se estabeleceu até a atualidade. Os Filhos, Aroldo (guitarra baiana) e André (percussão e vocais) e o sobrinho Betinho (baixo) se uniam a Ary Dias (percussão) e diversos bateristas e percussionistas participaram da banda do Trio Elétrico Dodô & Osmar.
Osmar ao lado da Fobica |
Em 1977 lançaram o terceiro álbum, "Bahia... Bahia... Bahia", numa homenagem ao clube de futebol mais popular do estado: O Esporte Clube Bahia. Com o uma versão do hino do clube composta por Adroaldo Ribeiro Costa eles ganham bastante projeção radiofônica, principalmente, nas rádios AMs em dias de jogos do time. Outro destaque do LP é o frevo de autoria de Osmar Baiana Brejeira e o frevo de Moraes Moreira "Santos Dumont, Dodô e Osmar" que compara a grandiosidade da invenção do primeiro à da invenção da dupla. O poeta dos Novos Baianos, Galvão, ainda fez parceria em ritmo carnavalesco em "Estripulia Elétrica". Os frevistas Nelson Ferreira, Levino Ferreira, Matias da Rocha e Joana Batista Ramos ainda são homenageados no pout-pourrit composto por Gostosão e Vassourinha.
O compositor Moraes Moreira ainda seria responsável pelo primeiro grande sucesso do Trio Elétrico Dodô & Osmar em nível nacional. O antigo frevo "Double Morse" presente no repertório das apresentações do trio desde anos 50 recebeu letra de estilo refinado e de tom romântico e virou um marco na carreira de Dodô & Osmar, dando nome ao seu quarto LP. Dando letras a antigos novos frevos elétricos, Moraes Moreira abria uma nova possibilidade estética ao Trio Elétrico lhe dando um aspecto de canção e aumentando sua inserção no contexto da Música Popular Brasileira.
Seguindo a tendência levada adiante, principalmente, pelos irmãos Armandinho e Osmar, eles gravam uma versão trioletrizada para o clássicos dos Beatles, "Eleanor Ribgy". Os dois pais do trio elétrico, Dodô e Osmar, então já senhores de meia-idade participam ativamente do processo criativo e das apresentações, mas já cedem espaço para seus seguidores. Ilustração dessa tendência é a participação cada vez maior de Aroldo como compositor que neste álbum traz o frevo "Segura a Onda" de estrutura melódica complexa com inserção de ritmo de marcha carnavalesca e já mais suingada.
O álbum "Pombo Correio" é considerado o melhor da carreira da banda e traz ainda o choro instrumental em arranjo trioletrizado "Frevo da Lira", composição do mestre Waldir Azevedo e Luiz Lira. Os temas das letras de Moraes Moreira se relacionavam com a ambiência romântica que envolve o Carnaval como manifestação popular, lembrando a ambiência de antigas canções carnavalescas como "Colombina" e "Jardineira".
A Morte do Parceiro Dodô
Em 15 de junho de 1978, aos 57 anos, Adolfo Antonio Nascimento, popularmente conhecido como Dodô, morreu e deixou só o seu parceiro Osmar que desde 1938 faziam música juntos. Dodô se despediu da avenida e viajou para além de horizontes, deixando saudades nos 11 filhos e nos foliões que tanto o admiravam.
Artesão por excelência, ele fabricou a maioria das guitarras baianas existentes na Bahia até o final dos anos 70. Sua habilidade como luthier era de intensa criatividade. Quando Osmar teve necessidade de tocar vilão tenor e guitarra baiana, ele confeccionou um instrumento de dois braços. A pedido de Armandinho, ele, também, construiu uma guitarra-cavaquinho a qual foi dada o nome de "Dodô e Osmar" por ser o instrumento da dupla.
Apesar da morte de um dos fundadores do trio elétrico, o resto da banda sabia que o show tinha que continuar e não param muito tempo para pensar. A linha artística do Trio Elétrico Dodô & Osmar tem continuidade no LP seguinte chamado "Ligação" que ostentava uma preocupação de introduzir novas parceiras com compositores como os poetas Chacal e Fausto Nilo. Músicas instrumentais, "O Menino do Trio" (Armandinho), "De Irmão Para Irmão" (Armandinho e Betinho) e "Frevo Dobrado Número 4" (Aroldo), uma invenção do autor que mistura frevo com marcha-rancho. Novamente, Gilberto Gil engrandeceu o trabalho de Dodô & Osmar com "Atrás do Trio".
A primeira incursão internacional do Trio Elétrico Dodô & Osmar aconteceu de forma indireta com a participação, em julho de 1978, de Aroldo, André e Armandinho na apresentação da banda A Cor do Som, na noite brasileira do Festival de Jazz de Montreux na Suíça. Lá encantam o público gringo e brasileiros presentes com a música dos Beatles, "Eleanor Rigby", em ritmo de frevo trioletrizado.
Armandinho, Dodô & Osmar |
Surge a Marca "Armandinho, Dodo & Osmar"
Em 1980, eles resolveram entrar na nova década lançando um novo álbum "Viva Dodô & Osmar" e se intitulando, a partir daí como Armandinho, Dodô e Osmar. A mudança do nome da banda ocorreu em decorrência da projeção que o guitarrista já tinha alcançado em nível nacional devido ao trio elétrico e ao grupo A Cor do Som que ele, também, participou entre 1977 e 1982. Eles conseguiram incorporar, em definito, em 1979, no álbum "Viva Dodô e Osmar" a sonoridade afro de Salvador para o repertório da banda, antes bastante calcado no compasso binário do frevo.
Neste LP, ressalta-se a composição de Caetano Veloso, "Beleza Pura". Trazia uma ambiência afro com forte acento percussivo e, pela primeira vez, vocais de Armandinho. A letra exaltava a beleza da beleza negra e blocos afros como o Badauê e Ilê Ayê. Outro ponto forte do LP é a faixa "Bloco do Prazer", uma composição de Moraes Moreira e Fausto Nilo. A guitarra havaiana é tocada com maestria por Osmar na sua composição "Manifesta". O clássico carnavalesco "Colombina" é regravado em ritmo de marchinha em arranjo trioletrizado.
Homenageando o músico Waldir Azevedo no álbum seguinte, "Vassourinha Elétrica" que marca a entrada da banda na gravadora Warner. O compositor que foi muito importante na formação musical de Dodô e Osmar faleceu em 1978 e não pode completar a obra que estava preparando especialmente para o Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar. Osmar lhe dedica como reverência um pout-pourrit com seus chorinhos "Delicado", "Arrasta-Pé", "Camundongo" e "Brasileiro". Outro que mereceu versões instrumentais trioletrizadas de suas composições foi Caetano Veloso em "Atrás do Trio Elétrico", "Sem Grilos", "Chuva, Suor e Cerveja" e "A filha da Chiquita Bacana". Ainda neste LP, Armandinho voltou a cantar em outra parceria com Fausto Nilo na frevo-afoxé "Zanzibar" (As Cores) que assim como "Beleza Pura" fazia parte do repertório da A Cor do Som só que em arranjos mais pop e menos "carnavalizadas".
Em 1981, o homenageado foi John Lennon que faleceu em dezembro do ano anterior e mostrou mais uma vez a intenção da banda em ter suas bases fincadas na raiz nordestina e brasileira, não esquecendo suas influências cosmopolitas. Osmar definiu o som do trio elétrico como "Música Pra Pular Brasileira" que incorpora da sinfonia de Beethoven, um choro de Pixinguinha e um passo double espanhol. O LP traz uma abertura para mais ritmos, até para o mambo caribenho. O compositor e cantor Moraes Moreira fez homenagem a Dodô na marcha-frevo "Dodô no Céu, Osmar na Terra" que vira hit no carnaval no Nordeste de 1982.
Na sequência, eles lançaram o álbum "Folia Elétrica" pela gravadora Som Livre que incorporou a intenção da banda de não ter a execução radiofônica restrita ao período carnavalesco. O próprio Armadinho saiu do grupo A Cor do Som para se dedicar integralmente ao Trio Elétrico. O disco foi recheado de frevo-rock, frevo-afoxé, frevo-trioletrizado e até o caribenho ritmo do merengue. Neste disco, eles regravaram a "Satisfação" de Gilberto Gil.
A abertura para o som dos afoxés se faz em "Alô Filhos de Gandhi", composição de Armandinho e do irmão André que se inicia no trabalho de composição. O destaque ficou por conta da satírica letra de Moraes Moreira em "Cadê o Trio?" que deu uma explicação dos motivos que levaram o Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar a desfilar no Carnaval de Itabuna em 1981 e 1982 por conta da falta de apoio para desfilar em Salvador. O LP contou ainda com participação do músico Sivuca que participou da faixa instrumental "Jazzquifrevo".
O Trio Elétrico Armadinho, Dodô & Osmar lançam, em 1986, o álbum "Chame Gente" e conseguem um sucesso a nível nacional com a faixa-título, um frevo de Caetano Veloso cantado por Armandinho. A letra faz uma verdadeira apologia à alegria característica da musicalidade e do espírito de Salvador, capital do maior carnaval de rua do mundo. No ano seguinte, Armandinho se afasta do seu trabalho de direção musical do Trio Elétrico para se dedicar à carreira-solo. O álbum "Aí Eu Liguei o Rádio!" trouxe novas parcerias como na faixa-título que é de autoria do baiano Walter Queiroz.
Em decorrência do avanço da chamada Axé Music por todo território nacional – com o estouro de novos artistas baianos, como Luiz Caldas e Sarajane -, em Recife e Olinda começou um processo de resistência à música baiana. Tentou-se até por força de lei, limitar a participação de artistas baianos no carnaval local. Para fazer um tributo à terra que deu a matéria-prima musical para a "Dupla Elétrica" moldar sua sonoridade do Trio Elétrico Dodô & Osmar, o vocalista e novo diretor artístico da banda, André Macêdo, cantou o frevo "A Vida é Um Pernambuco". E Chegam os anos 90...
Busto de Dodô e Osmar |
A Década de 90
O Trio Elétrico ainda teve fôlego para lançar outros álbuns até o início da década de 90 incorporando até o samba-reggae no seu repertório. Decidiram continuar os shows, mas pararam com os lançamentos periódicos anuais de CDs. Em 1996, vários nomes da Música Popular Brasileira participam da homenagem a Osmar Macêdo no CD "Filhos da Alegria". Suas composições ganharam novas roupagens com a interpretações de Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Alceu Valença, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Bel Marques, Durval Lélys e Moraes Moreira. A direção artística ficou a cargo de seu filho, Aroldo Macêdo, e a banda de apoio foi formada por uma seleção dos próprios músicos do trio elétrico e da banda Asa de Águia.
O repertório tem "Pombo Correio" aparece na voz de Daniela Mercury. Margareth Menezes regravou "Natal, Como Te Amo" e Gilberto Gil cantou "Taiane". A paraibana Elba Ramalho interpretou "Manifesto" e Luiz Caldas atacou de "Dodô no Céu, Osmar na Terra". Durval Lélys cantou o hino "Jubileu de Prata" e Ricardo Chaves, "Portando Sonhos". Carlinhos Brown interpretou "Diabolô" e Bell Marques ficou com "Baiana Brejeira". O pernambucano Alceu Valença cantou "Frevo Doido" e Moraes Moreira, "Nosso Grande Noé". O filho André Macedo gravou "Frevo do Trio". A música "Nosso Grande Noé" é uma composição inédita de Moraes Moreira em cuja letra é retratada a carreira artística e como engenheiro de Osmar Macêdo.
Osmar Macêdo adoeceu e veio a falecer no dia 30/06/1997, aos 74 anos, em Salvador, deixando toda a Bahia de luto. Seu corpo desfilou pelas ruas do centro da cidade em cima de um carro do Corpo de Bombeiros acompanhado por uma multidão. O Trio Elétrico Tripodão acompanhou o cortejo tocando no som mecânico vários sucessos de Dodô & Osmar sob os aplausos da multidão que chegou até a dançar respeitosamente.
Antes do enterro no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, uma parada emocionante do cortejo na Praça Castro Alves onde Osmar comandou por diversos anos o encontro de trios elétricos que fechava o carnaval de Salvador, e onde está um busto dos dois pais do trio elétrico e da guitarra baiana. O trio elétrico seguiu comandado pelos filhos e neto do velho Osmar: o pai da música elétrica baiana.
Fonte: Música Nordestina