Dino Franco

OSVALDO FRANCO
(77 anos)
Cantor e Compositor

Paraguaçu Paulista, SP (08/09/1936)
+ Rancharia, SP (04/04/2014)

Sua paixão pela música começou ao ouvir, na infância, os grandes ídolos da música sertaneja Tonico & Tinoco, Palmeira & Luisinho, Torres & Florêncio, entre outros. Já aos 12 anos trocou a enxada pela carreira artística, abandonando de vez a lavoura, seu ganha-pão.

Em 1949, começou a cantar na Rádio Marconi em Paraguaçu Paulista, SP. Apresentava um repertório constituído essencialmente pelas músicas de seus ídolos. Exibia-se ainda em circos e festivais de música na região.

Em 1956, mudou-se para São Paulo e logo em seguida, usando o nome artístico de Pirassununga, passou a atuar com Tibagi, que desfizera sua dupla com Zé Marciano, e que depois formaria famosa dupla com Miltinho, a quem conhecera no interior. Surgiu então a dupla Tibagi & Pirassununga, que passou a apresentar-se na então Rádio Nacional de São Paulo em programa diário de 15 minutos, que ia ao ar às 19:00 hs. Na mesma época, a dupla foi contratada pela RCA Victor e lançou o xote "Peão de Minas" (Zé Claudino e Anacleto Rosas), e a rancheira "Falsos Carinhos" (Pirassununga e Benedito Seviero).

A dupla atuou durante três anos com bastante sucesso, desfazendo-se em fins dos anos 1950.

Em 1960, adotou o nome artístico de Junqueira e formou dupla com Juquinha. A dupla gravou 11 discos em 78 rotações, interpretando, entre outras, o xote "Mineiro Não Perde Trem" e a canção rancheira "Cela Fria", as duas de Silveira e Junqueira, a cana-verde "Moça Linda" (Lourival dos Santos e Piraci), e o tango "Traidor" (Piraci e Jeca Mineiro). A dupla teve um programa na Rádio Tupi paulista e durou cerca de três anos.

Ao longo dos anos 60, formou duplas com outros 15 parceiros, entre os quais Biá, Belmonte e Piratininga. Atuou também durante algum tempo sozinho quando gravou músicas mexicanas, gaúchas e folclóricas. Produziu e apresentou peças de teatro com Liu & Leu, Abel & Caim e Zico & Zeca.

Em 1961, com pseudônimo de Pirassununga, em parceria com Piratininga (Nelson Martins), gravou "Dança da Chula" (Arlindo Pinto e Zé Cupido), e "Tafuleira" (Ado Benatti e Marinho).

Em 1962, a dupla Pirassununga & Piratininga gravou outro 78 rpm para a CBS com "Aventureira" (Dino Franco) e "Capricho do Destino" (Dino Franco e Bráz Hernández).

Em 1963, a mesma dupla lançou dois discos, incluindo "Cuidado Moço" (Arlindo Pinto e Zé Cupido), e "Somos Alguém" (Pirassununga e Piratininga).

Em 1964, a dupla se desfez com a morte de Piratininga. Logo depois, formou dupla com Belmonte, da dupla Belmonte & Amaraí. A nova dupla gravou pela Chantecler, "A Fronha" (Belmonte e Anacleto Rosas Júnior), e "Coração de Fera", de autoria da dupla.

Em 1965, mudou seu pseudônimo para Junqueira, formando dupla com José Duarte da Costa. Junqueira & Juquinha gravaram "Retrato do Boi Soberano", de autoria da própria dupla e "Mineiro Não Perde o Trem" (Juquinha e Silveira).

Em 1966, foi campeão do festival de música sertaneja da Rádio Nacional. Na época morava em Goiás e apresentou na cidade goiana de Anicuns a composição "Natureza", defendida pela dupla Abel & Caim. Venceu outro festival com a música "Casa Pobre", defendida pela dupla Matogrosso & Mathias.

Em 1968, assumiu o nome artístico de Dino Franco e gravou sozinho o LP "Rincão Gaúcho", título de uma das faixas, de sua autoria com Zico.

Dino Franco e Mouraí
Entre 1971 e 1972, excursionou por diversas cidades, compondo nesse período, um de seus maiores sucessos, "O Sertanejo é Um Forte" (Dino Franco e Ari Guardião). Em 1972, foi contratado como produtor e diretor sertanejo pela gravadora Chantecler. Em seguida, formou dupla com Mouraí, sendo os pioneiros em regravações de grandes sucessos como "Sertaneja", "A Volta do Caboclo", entre outros. Fizeram shows por todo o Brasil, interpretando canções como "Minha Mensagem", uma moda ecológica de sua autoria e Nhô Chico, "Família do Interior" e outras. A dupla gravou cerca de 10 LPs, cultivando o estilo raiz, sem desprezar guarânias, boleros, polcas e querumanas.

Em 1980, compôs com José Rico, "Filho de Ninguém" e "Berço de Deus", gravadas na Chantecler pela dupla Milionário & José Rico, músicas que fizeram parte da trilha sonora do filme "Estrada da Vida".

Em 1984, teve a música "Pousada de Boiadeiro" (Dino Franco e Tião Carreiro) gravada no LP "Modas de Viola Classe A", da dupla Tião Carreiro & Pardinho.

Em 1987, teve as músicas "Velho Pouso de Boiada" (Dino Franco e Indio Vago) e "Amor e Saudade" (Dino Franco e José Milton Faleiros) gravadas por Sérgio Reis.

Nos anos 90, formou dupla com Mouraí com quem gravou cerca de 10 discos. Em 1998, teve a música "Amargurado" (Dino FrancoTião Carreiro) relançada no disco "Sucessos de Ouro", da dupla Tião Carreiro & Pardinho.

Teve diversas composições gravadas com sucesso pela dupla Liu & Leu, entre as quais, "Meu Ranchinho" (Dino Franco e Sebastião Victor), "Derradeira Morada", "Mágoa", "Rei da Capa", "Ingrata", "Retrato do Boi Soberano", "Um Pouco de Minha Vida" e "Paineira Velha", esta última, em parceria com Juquinha. Teve ainda sucessos gravados pela dupla Lourenço & Lourival como "A sementinha" (Dino Franco e Itapuã), "Minha Infância", "O Preço da Mentira" (Dino Franco e Tuta) e "As Três Namoradas" (Dino Franco e José Fortuna).

Em 2000, teve a música "Cheiro de Relva" (Dino Franco e José Fortuna) gravada por Daniel no CD "Meu Reino Encantado I".

Em 2004, compôs a música "Fronteira" especialmente para o CD de lançamento da dupla Denis & Fabiano.

Em 2005, para comemorar os 50 anos de carreira gravou um CD pela gravadora Atração que contou com a participação de diversos artistas.

Possui ainda cerca de 500 letras de músicas inéditas.

Em 2011, teve a sua música, "Amargurado" (Dino Franco e Tião Carreiro), regravada pela cantora e compositora Paula Fernandes, no DVD "Paula Fernandes Ao Vivo", lançado pela Universal Music. O álbum ultrapassou a marca de 700 mil cópias vendidas.


Morte

Dino Franco foi encontrado morto aos 77 anos por sua irmã em seu quarto na sexta-feira, 04/04/2014, em Rancharia, interior de São Paulo. De acordo com a delegacia da cidade, ele chegou a tomar café da manhã, mas voltou a dormir antes da morte.

Dino Franco faleceu no dia 04/04/2014, vítima de cirrose hepática. O velório ocorreu na Câmara Municipal de Rancharia. O sepultamento está ocorreu às 09:00 hs de sábado, 05/04/2014, no Cemitério Municipal de Rancharia.