Zé Bettio

JOSÉ BETTIO
(92 anos)
Cantor, Compositor, Radialista e Acordeonista

☼ Promissão, SP (02/01/1926)
┼ São Paulo, SP (27/08/2018)

José Bettio, mais conhecido como Zé Bettio, foi um radialista, cantor, acordeonista e compositor brasileiro, nascido em Promissão, SP, no dia 02/01/1926. Tinha como irmãos o também radialista Osvaldo Bettio e o acordeonista e compositor Arlindo Bettio, já falecidos.

Zé Bettio nasceu na fazenda do avô, a 450 quilômetros de Promissão, no interior de São Paulo. Estudou apenas até o terceiro ano primário, pois precisava ajudar o pai na lavoura. Desde criança, misturava-se aos irmãos e primos para assistir aos bailes e cantorias das fazendas vizinhas.

Aos nove anos de idade, ganhou do pai uma sanfona de oito baixos, que aprendeu a tocar observando o irmão mais velho.

Sua família mudava-se constantemente e em Lins, SP, trabalhou como pasteleiro para ajudar nas despesas. Mudou-se para São Paulo aos 20 anos, tendo trabalhado como sapateiro no bairro de Santana.

Ainda adolescente, formou com Antonio Moraes e Afonso, o trio Sertanejos Alegres, que durou pouco tempo. Percorreu o interior de São Paulo e Paraná tocando em bailes de fazenda.


Amigos do interior o levaram para tocar sanfona num programa de calouros na Rádio Tupi, em São Paulo. Em seguida, formou o Zé Bettio e Seu Conjunto, indo tocar na Rádio Cometa.

Zé Bettio gravou seu primeiro disco em 1958, pela Chantecler, interpretando a rancheira "Martim Pescador" (Francisco Pracânico e Emílio Magaldi) e o calango "Adivinhação" (Zé Bettio).

Em 1959, gravou a polca "Começo de Festa" (Zé Bettio) e a rancheira "Andradas" (Teddy Vieira).

Em 1960, gravou de sua autoria a polca "Chegou o Sanfoneiro".

Em 1964, gravou o frevo "Barulho da Lapa" (Zé Bettio e Nino Silva).

A carreira de radialista iniciou quando, certo dia, se apresentava numa Rádio de Guarulhos, e o locutor faltou. Acabou lendo ele mesmo, os anúncios. O sucesso foi imediato e, foi para a Rádio Cometa com um programa próprio, improvisando os textos dos anúncios com bom humor, voz anasalada e um sotaque ítalo-caipira.

No início dos anos 1970, transferiu-se para a Rádio Record, onde em dois anos levou a emissora do 14º para o 1º lugar de audiência, condição mantida durante muitos anos, atingindo um universo de cerca de 3 milhões de ouvintes, segundo boletins da própria emissora.


Em 1984, transferiu-se para a Rádio Capital, fazendo dois programas, um de 5h00 às 7h00 horas da manhã e outro das 17h00 às 19h00 horas.

Zé Bettio chegou a possuir o maior salário do rádio, renovando seu contrato no final dos anos 1980, por cerca de 2 milhões e 500 mil cruzados novos, 100 vezes o salário do Presidente da República na época.

Ídolo popular, em seus programas usava sempre o mesmo bordão inicial, onde dizia:
"Manhê, Manhê!, onde a senhora estiver receba o carinho do seu filho Zé. Gente, eu estou indo embora... mas amanhã bem cedinho, se Deus quiser, estou de volta!"
Foi Zé Bettio lançou na Rádio Record a dupla Milionário & José Rico.

Durante os anos 1990, manteve no Jornal Sertanejo a coluna "Encontro Com Zé Bettio", falando de lançamentos de discos, biografias de artistas e outros assuntos ligados ao mundo sertanejo.

Zé Bettio voltou à Rádio Record em 2008, onde comandou um programa matinal até o final de 2009.

Após sua aposentadoria, Zé Béttio passou seus últimos anos de vida recluso em seu sítio, no interior de São Paulo.

Morte

Zé Bettio faleceu na segunda-feira, 27/08/2018, em São Paulo, SP, aos 92 anos. Segundo informações da rádio CBN, Zé Bettio morreu enquanto dormia em sua casa no bairro Horto Florestal, na Zona Norte de São Paulo.

O corpo de Zé Bettio foi sepultado na segunda-feira, 27/08/2018, às 16h00, no Cemitério do Horto Florestal, segundo funcionários do local.

Discografia

  • 1974 - Sururu no Teclado (Chantecler, LP)
  • 1970 - O Sanfoneiro Mais Premiado do Brasil (Vitória Discos, LP)
  • 1964 - A Festa Continua / Barulho da Lapa (Sertanejo, 78)
  • 1963 - Loirinha Linda / Aí Que Tá (Sertanejo, 78)
  • 1962 - Brincadeira Tem Hora / Sentimento Sertanejo (Chantecler, 78)
  • 1962 - Lágrimas de Virgem / Raios de Sol (Chantecler, 78)
  • 1962 - Queridinha / Sururu no Teclado (Sertanejo, 78)
  • 1961 - Brasileirinha / Tudo Certo (Sertanejo, 78)
  • 1960 - Bis Para o Amor / Chegou o Sanfoneiro (Sertanejo, 78)
  • 1960 - Subindo ao Céu (Inspiração / Codil, LP)
  • 1959 - Porca Miséria / Lágrimas de Quem Ama (Sertanejo, 78)
  • 1959 - Começo de Festa / Andradas (Chantecler, 78)
  • 1958 - Martim Pescador / Adivinhação (Chantecler, 78)

Fonte: Wikipédia e Dicionário Cravo Albin da MPB
#FamososQuePartiram #ZeBettio

Hélio Santisteban

HÉLIO SANTISTEBAN
(69 anos)
Cantor, Compositor, Tecladista, Arranjador e Maestro

☼ 1949
┼ São Paulo, SP (26/08/2018)

Hélio Santisteban foi um cantor, compositor, tecladista, arranjador e maestro. Ex-integrante e fundador do grupo Pholhas, responsável por grandes sucessos da música desde os anos 70, incluindo "She Made Me Cry", "Forever" e "My Mistake".

Hélio Santisteban nasceu numa família de músicos e seu avô era poeta, portanto a arte estava no sangue.

Autor de temas famosos da TV Globo, atuou em carreira solo e com o grupo Chantilly, cujo principal sucesso foi "Fim de Semana Sem Grana", tema da novela "Amor Com Amor Se Paga" (1984) da TV Globo.

Hélio Santisteban trabalhou também como compositor de temas e trilhas para Maurício de Souza. Foi sócio fundador em parceria com Oswaldo Malagutti do maior estúdio de gravação de São Paulo, o Mosh Studios.

Seu ultimo disco foi o CD "Helio Santisteban" com direito a autógrafo do cantor, trazendo os seus grandes sucessos da época dos Pholhas.

Estava atualmente na Banda Phorever, mas resolveu definitivamente seguir novos projetos solos com músicos convidados.

Pholhas

No final de 1968, na cidade de São Paulo, três rapazes: Paulinho Fernandes, Oswaldo Malagutti e Hélio Santisteban, haviam acabado de deixar a banda The Wander Mass Group com o objetivo de montar outro grupo que tivesse mais a ver com sua personalidade musical. Convidaram então o amigo Wagner Benatti, o Bitão, guitarrista e vocalista, autor inclusive da música "Tijolinho", um dos grandes sucessos da Jovem Guarda, que aceitou prontamente o convite e no início de 1969, mais precisamente no dia 18/02/1969, fizeram o primeiro ensaio oficial da nova banda que ainda não tinha nome.

Pouco tempo depois, um amigo que estava sempre presente aos ensaios, Marco Aurélio (Lelo), sugeriu o nome Pholhas, que grafado com "Ph" ficava original, sendo imediatamente aceito por todos.

Anos mais tarde, Lelo viria a dizer que o nome Pholhas foi inspirado no título de um disco dos Rolling Stones chamado "Flowers".

Com sua ótima qualidade vocal e instrumental, os Pholhas tornaram-se em pouco tempo um dos grupos musicais mais requisitados para os bailes paulistanos. Isso chamou a atenção da gravadora RCA Victor que os contratou, em 1972, para gravar seu primeiro disco com canções próprias, cantadas e compostas em inglês, influenciadas pelos sucessos internacionais da época.


O grande destaque foi "My Mistake" que ficou em primeiro lugar por 2 meses consecutivos, vendendo mais de 450.000 cópias e rendendo o primeiro Disco de Ouro na carreira da banda. O disco foi lançado também na América do Sul e Europa, tendo igual sucesso.

Na época, o grande público chegou a pensar que os Pholhas fossem estrangeiros, mas os rapazes sempre fizeram questão de explicar que eram apenas quatro músicos brasileiros cantando em inglês, tendo como objetivo internacionalizar seu trabalho.

Na sequência vieram os sucessos "She Made Me Cry", "Forever", "I Never Did Before", "Get Back", "My Sorrow", entre outros, firmando os Pholhas como um dos maiores nomes do cenário musical brasileiro e internacional.

No início de 1977, após gravarem por pressão da gravadora o LP "O Som das Discotheques", Hélio Santisteban deixa a banda para tentar carreira solo e em seu lugar entra o tecladista Marinho Testoni, ex Casa das Máquinas. No final desse mesmo ano lançam o LP homônimo "Pholhas" voltado para o rock progressivo e com uma grande novidade: Cantado em português, significando uma mudança radical no estilo da banda até então. O disco não chegou a ter vendagem expressiva, porém acabou virando cult, e ainda hoje é muito disputado pelos colecionadores.

No final de 1978, é a vez de Oswaldo Malagutti deixar a banda para dedicar-se ao projeto pessoal de montar um estúdio de gravações e que viria a ser o Mosh Studios. Em seu lugar entrou João Alberto, ex Casa das Máquinas, assim como Marinho Testoni.

Em 1979 Hélio Santisteban desiste da carreira solo e os Pholhas o acolhem novamente. Voltam a gravar no estilo que sempre os consagrou, cantando e compondo canções românticas em inglês, e lançam dois trabalhos: "Memories" (1980) e "Disco de Ouro Vol II" (1981)


Com a saída de Marinho Testoni, em 1981, os Pholhas lançam em ordem cronológica, os seguintes discos:
  • 1982 - Pholhas
  • 1985 - Wings
  • 1987 - The Night Before
  • 1988 - Côrte Sem Lei (Segundo disco em português)
  • 1995 - Disco de Ouro (Reedição em CD do LP homônimo de 1977)
  • 1996 - Pholhas 25 Anos
  • 1998 - Pholhas Forever - 26 Anos
  • 1999 - Dead Faces (Relançamento remasterizado do primeiro LP)
  • 2000 - Hits Brasil
  • 2001 - Pholhas - Ao Vivo no Brasil
  • 2003 - Pholhas, 70’s Greatest Hits
  • 2005 - Pholhas

Em 2007, Hélio Santisteban sai definitivamente da banda e os Pholhas lançam os CDs:
  • 2009 - Pholhas Forever
  • 2015 - Pholhas 45 Anos

A formação atual dos Pholhas é Bitão (Guitarra e voz), Paulinho Fernandes (Bateria e voz), João Alberto (Baixo) e  Elias Jó (Teclados e vocais de apoio).

No ano de 2018 os Pholhas estão comemorando seus 49 anos, nos quais colecionaram vários discos de ouro, firmando-se definitivamente como uma das maiores bandas do cenário pop, conquistando cada vez mais essa legião incrível de admiradores, comprovado tanto nas gravações quanto nas apresentações que fazem por todo o Brasil, Europa e América do Sul.

O novo show "Pholhas - Memories" vem sendo aclamado pela crítica como um dos melhores do gênero. 

Morte

Hélio Santisteban faleceu no domingo, 26/08/2018, aos 69 anos, em São Paulo, SP. Ele era portador de Ataxia, uma doença degenerativa a qual causa atrofia muscular. Hélio Santisteban já havia perdido mais de 90% de sua visão e caminhava com auxílio de uma bengala.

O velório ocorreu no domingo, 26/08/2018, a partir das 22h00, no Cemitério da Quarta Parada, Tatuapé, e o sepultamento na segunda-feira, 27/08/2018, às 10h00.

Fonte: Pholhas e Página Hélio Santisteban no Facebook
#FamososQuePartiram #HelioSantisteban