Nenê

LÍVIO BENVENUTTI JÚNIOR
(65 anos)
Cantor, Baixista e Produtor Musical

* São Paulo, SP (10/04/1947)
+ São Paulo, SP (30/01/2013)

Nenê começou a carreira aos 12 anos de idade como baterista da banda The Rebels. Na década de 1960 chegou a fazer parte de um grupo cover dos Beatles até entrar na banda Os Incríveis, que fez parte da Jovem Guarda.

Os Incríveis foi formado em 1962, mesmo ano dos Beatles, com o nome The Clevers. No início da carreira, por problemas legais com o empresário, a banda foi obrigada a mudar o nome, e optou por Os Incríveis, aproveitando o recall obtido com o sucesso do LP "Os incríveis The Clevers". É desse período o sucesso "O Milionário", uma das mais executadas na época. Tinha Mingo, Risonho, Manito, Netinho e Neno no baixo. Nenê, que já tocava desde os 12 anos, entrou no lugar de Neno em 1966.

Morreram MingoManito e Nenê. Netinho teve um câncer nas cordas vocais em 1995, mas se recuperou. A banda fez um sucesso absurdo no final dos anos 1960 e no começo dos anos 1970 com versões, como a de "Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones", sucesso do italiano Gianni Morandi.

Na TV Tupi, Nenê tocou ao lado de Raul Seixas em uma apresentação em um garimpo do Pará, em 1985. Também tocou com Elis Regina e Roberto Carlos. Entre diversos projetos, nos últimos anos, atuava como produtor musical.

Com Renato e Seus Blue Caps, o grupo Os Incríveis foi pioneiro da primeira geração do rock nacional no quesito entretenimento, assim como Os Mutantes no âmbito da invenção. Foi o primeiro grupo brasileiro a ter um programa de TV próprio, o primeiro a ter um filme de longa-metragem, o primeiro a fazer turnê internacional, o primeiro a lançar um disco exclusivo para o mercado latino-americano, "Los Increíbles" (CBS da Argentina). Eles também foram responsáveis por gravar um hino nacionalista, "Eu Te Amo, Meu Brasil", de Dom e Ravel, que foi adotado pela ditadura militar e os fez muito criticados pelas esquerdas.

"Na imprensa escrita saiu matéria criticando a gente, enquanto no rádio foi primeiro lugar no Brasil inteiro. O pessoal da imprensa interpretou como se a gente estivesse puxando o saco dos milicos."
(Nenê)

Segundo ele, a banda achava que a música era uma bonita homenagem ao Brasil, mas seu tom ufanista foi aproveitado pela ditadura. O grupo ficou entre dois fogos.

"E daí nós soubemos mais tarde, muito mais tarde, que os nossos nomes estavam lá no SNI, porque eles estavam querendo fazer com a gente o que a rainha havia feito com os Beatles. Porque, na subida do Médici ao Palácio, rolava metade do Hino Nacional e depois a banda engrenava em Eu Te Amo, Meu Brasil. Eles se aproveitaram pra cacete disso."
(Nenê)

O grupo se separou em 1972, para depois reunir-se novamente em 1982 e continuar tocando até os dias de hoje.

Em 2009, Nenê lançou o livro de memórias "Os Incríveis Anos 60 e 70... e Eu Estava Lá", com histórias dos primeiros anos do rock nacional.

"Eu tô profundamente chateado. É um pouco da nossa história que morre", disse o cantor Jerry Adriani. "Perdi um amigo, um cara ótimo, engraçado, fantástico contrabaixista. Fisicamente, é como se morresse um pouco da gente."



Morte

Lívio Benvenutti Jr., o Nenê, morreu na manhã de quarta-feira, 30/01/2013 em São Paulo, SP, aos 65 anos. Nenê foi diagnosticado com câncer de pulmão em outubro de 2012. Estava internado no Hospital Sancta Maggiore e foi velado no Hospital Beneficência Portuguesa.

Indicação: Miguel Sampaio

Salvador Arena

SALVATORE ARENA
(83 anos)
Empresário e Benemérito

☼ Trípoli, Líbia (12/01/1915)
┼ São Bernardo do Campo, SP (28/01/1998)

Nascido em 12 de janeiro de 1915, em Trípoli, na Líbia, então colônia italiana, filho de Nicola Arena e Giuditta Patessio ArenaSalvador Arena chegou ao Brasil em 1920 com 5 anos. Salvador Arena e seus pais instalaram-se na Vila Prudente, bairro da zona leste de São Paulo predominantemente ocupado por imigrantes italianos. Passou a maior parte da infância na oficina do pai. Moravam em uma espécie de chácara, onde manipulava peças e máquinas, acompanhando o Srº Nicola, seu pai, que processava sucata de metais em uma oficina mecânica de sua propriedade.

Giuditta, Salvatore Arena e Nicola
Iniciação Profissional

Iniciou suas atividades profissionais aos oito anos. Fabricava velas para vender nas procissões, defendendo sua mesada e contribuindo com o rendimento familiar. A família não chegou a passar necessidade, mas tinha uma vida modesta.

Espírito Empreendedor

Em 1936, aos 21 anos, formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Em 1937, iniciou suas atividades profissionais na Light, seu primeiro emprego formal, onde trabalhou na implantação do sistema hidrelétrico de Cubatão, um modelo planejado por Billings. Naquele tempo, as máquinas eram todas importadas. Quando quebrava uma peça, não havia outro jeito senão fabricar outra. Por um longo período, Salvador Arena atuou como aquele que desenhava as peças, projetava seus detalhes e mandava fundi-las. O resultado, muitas vezes, era melhor que o original.

A Termomecanica

Em 1942, com um capital de U$ 200,00, fundou a Termomecanica São Paulo S.A. Naquela época, a empresa era voltada para a produção de fornos e equipamentos para padaria. Mais tarde, começou a fabricar fornos de revenimento, ventiladores, trefilas, fornos de fundição, prensas, etc. Já em meados da década de 50, iniciou a construção da nova fábrica, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, com produção diversificada de metais não-ferrosos.


Gestão Inovadora

Empreendedor arrojado, criou um modelo de gestão próprio, inovador e avançado para a década de 60, que prezava, acima de tudo, seu "valioso capital humano". Conhecia os funcionários pelo nome e sobrenome, bem como seus familiares, para os quais estendeu benefícios como: cestas básicas com até 60 quilos de alimentos, atendimento médico e odontológico.

A política salarial diferenciada, uma marca da Termomecanica, foi sua criação. Tudo começou em 1948, após um grande esforço bem-sucedido de produção para atender um grande cliente, Salvador Arena concedeu, espontaneamente, o primeiro prêmio por produtividade. Não havia legislação a respeito de participação nos lucros e remuneração por produtividade, porém a prática incorporou-se à rotina da fábrica e, sempre que havia um trabalho especial, havia um prêmio.

Mesmo antes de ser criado o 13º salário, Salvador Arena pagava um adicional no fim do ano. Com o tempo, dependendo do desempenho anual calculado por ele mesmo, Salvador Arena distribuía a participação nos lucros, que chegava a 14, 15 e às vezes 17, 18 salários no ano. Em um determinado ano, foram pagos excepcionalmente 25 salários.

Concretizou a ideia de proteger os funcionários das altas taxas de juros do mercado e criou uma cooperativa de crédito, com juros subsidiados, como alternativa de financiamento pessoal.

Sabendo que muitos funcionários saiam na hora do almoço para beber um pouco no boteco próximo, mandou instalar garrafões de pinga no refeitório da empresa. Resultado: o índice de alcoolismo diminuiu, e a produção aumentou, contrariando as previsões de muitos de seus colegas empresários.

Antes de falecer, em 1998, Salvador Arena havia colocado a Termomecanica em posição de destaque no setor industrial brasileiro, tendo sido classificada entre as maiores indústrias privadas do país, líder no setor de transformação de metais não-ferrosos em produtos semi-elaborados / produtos acabados e altamente capitalizada, com um patrimônio líquido avaliado em mais de 400 milhões de dólares.

Hoje, a empresa conta com duas unidades nos bairros Rudge Ramos e Jardim do Mar, ocupando 127 mil metros quadrados de área construída e mantendo mais de 2.000 postos de trabalho no município.

Empresário de Sucesso

O empreendedorismo de Salvador Arena conferiu-lhe vários prêmios e reconhecimentos de importância nacional:
  • 1978 - Revista Exame: Empresa do Ano
  • 1980 - Revista Exame: Empresa do Ano
  • 1983 - Melhor Desempenho Global dos Últimos 10 Anos - Melhor dos Melhores
  • 1988 - Melhor Liquidez no Setor Metalúrgico
  • 1992 - Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas: Prêmio FGV de Excelência Empresarial
  • 1993 - Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas: Prêmio FGV de Excelência Empresarial
  • 1994 - Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas: Prêmio FGV de Excelência Empresarial
  • 1996 - Melhor dos Melhores no Setor de Siderurgia e Metalurgia

O Empreendedor Social

O maior sonho de Salvador Arena sempre foi criar uma escola modelo. A vontade era tanta, que, no início da década de 60, chegou a montar um colégio dentro da fábrica. Comprou 150 cadeiras e mesas, que foram colocadas num pavilhão pertencente à fábrica. Contratou professores de português, matemática e ciências. Os funcionários encerravam o expediente às cinco da tarde e iam para as aulas. Alguns anos depois, essa escola sairia dos muros da sua fábrica e passaria a atender a comunidade de São Bernardo do Campo e das cidades vizinhas no Colégio Termomecanica.

O sucesso da sua empresa e a prosperidade nos negócios não eram os únicos focos da existência de Salvador Arena. Dono de uma personalidade crítica, encontrava disposição para empreender ações humanitárias, fazendo contribuições generosas para entidades beneficentes, filantrópicas e investindo em projetos sociais por ele idealizados.

A Fundação Salvador Arena

Salvador Arena previu que o tempo seria curto para tantos planos. Pensando nisso, criou a Fundação Salvador Arena, formalmente constituída em 1964, para funcionar como uma espécie de braço social e concentrar esforços para ajudar os carentes.

No testamento, lavrado em 1991, instituiu a Fundação Salvador Arena como herdeira universal e única de todo o seu patrimônio.

Deixou prescrições expressas nos estatutos de que a Fundação Salvador Arena devia "cooperar e envidar os esforços possíveis para a solução dos problemas de educação e assistência e proteção aos necessitados, sem distinção de nacionalidade, raça, sexo, cor, religião ou opiniões políticas em caráter geral...".

Dessa forma, Salvador Arena passou a promover institucionalmente as ações sociais beneméritas, as quais já praticava de forma pessoal. Nesse sentido, suas principais realizações e legados compreendem as seguintes áreas: Educação, Saúde, Promoção Social e Habitação Popular.

Salvador Arena e Educação

Como dizia Arena, "A Área de Educação é prioritária, onde tudo começa".

Prosseguiu, então, na realização de seu grande sonho: a construção de uma escola-modelo. Assim, em 1989, adquiriu uma gleba com área de mais de cinco alqueires no Bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo, e construiu o Colégio Termomecanica para atender, gratuitamente, crianças e adolescentes da comunidade, com qualidade e excelência de ensino.

Hoje, esse sonho amadureceu, cresceu e multiplicou-se. Além do Colégio Termomecanica, existem mais duas unidades de ensino, formando um verdadeiro Campus Educacional, que atende, gratuitamente, cerca de 1650 alunos, com investimentos da ordem de R$ 25 milhões anuais, com 100% de recursos próprios. 68% dos alunos são moradores de São Bernardo do Campo, e 75% são procedentes de famílias de baixa renda ou sem renda.

O Colégio Termomecanica, em atividade desde 1990, oferece mais de 1.100 vagas em seus cursos de altíssimo nível, que vão do Ensino Básico ao Ensino Médio, inteiramente gratuitos à população. Em outra unidade de ensino, a Fundação Salvador Arena mantém mais 180 vagas para crianças carentes do Sítio Bom Jesus, Parque Hawai e adjacências, em sua Escola de Educação Infantil Salvador Arena, em cursos que vão do Maternal ao Pré-Primário.

Em 2006, a Fundação Salvador Arena mantinha 550 vagas para a comunidade em cursos de nível superior gratuitos, na Faculdade de Tecnologia Termomecanica (FTT), nas faculdades de Tecnologia em Mecatrônica Industrial, Tecnologia em Industrialização de Alimentos, Tecnologia em Gestão de Processos Produtivos e Tecnologia em Sistemas de Informação.

Salvador Arena e Saúde

Salvador Arena também é uma importante referência na área da saúde no município. Criou o Centro de Diagnose, que funcionou de 1995 a janeiro de 2007, na Av. Caminho do Mar, onde foram realizados mais de 14 mil exames diagnósticos gratuitos todos os anos. Atualmente, a Fundação Salvador Arena realiza atendimento na área da saúde por meio de parcerias com hospitais filantrópicos e beneficentes, localizados na região do ABC e em São Paulo.

Salvador Arena e Promoção Social

Salvador Arena sempre esteve envolvido com as comunidades carentes, fazendo doações importantes para entidades sociais, visando à instalação de salas de aula para creches, melhorias nas dependências de asilos e abrigos infantis e fornecendo alimentação saudável para famílias em situação de pobreza.

Na década de 80, uma vez a cada dois meses, aos sábados, eram distribuídas 2000 cestas básicas com sessenta quilos de alimentos a desempregados. Cada funcionário da Termomecanica era estimulado a participar, indicando um candidato para receber a cesta. Era a versão atualizada do Programa "Adote um Desempregado", instituída por Salvador Arena em 1983, que o notabilizou no país inteiro.

Em São Bernardo do Campo, mais de uma centena de entidades sociais recebem ou já receberam doações da Fundação Salvador Arena criada por Salvador Arena e, anualmente, mais de 60 mil pessoas são atendidas diretamente por meio de seus programas.

Salvador Arena e Habitação Popular

Salvador Arena enchia-se de entusiasmo por idéias inovadoras que contribuíssem para o barateamento dos custos de construção de casas populares e que permitissem o acesso da população carente a uma condição digna de vida. Sonhava com a possibilidade de resolver o problema de falta de moradia no Brasil e estudava alternativas para isso.

Teve a ideia de utilizar o barro prensado para construir casas populares. Projetou as máquinas e as prensas. As partes formavam um Kit de uma casa simples, mas completa. Poderia ser montada com facilidade em qualquer lugar do país, a custos muito baixos, acessíveis às famílias mais pobres. Infelizmente faleceu antes de ver concluído um de seus projetos pessoais.

Por outro lado, os Conselheiros e Gestores escolhidos em vida por Salvador Arena, por meio da Fundação Salvador Arena, deram continuidade ao seu sonho e, em 2002, firmaram um convênio com a Prefeitura de São Bernardo do Campo, com a finalidade de realizar um projeto piloto para construir 170 casas populares e urbanizar a Favela Itatiba, localizada ao lado do Cemitério Jardim das Colinas, no Bairro dos Vianas. Essa parceria inédita mantém viva a intenção de Salvador Arena de empreender esforços para auxiliar famílias pobres a conquistar condições dignas de moradia e de vida, beneficiando 800 pessoas diretamente.

Saudades

Em 28 de janeiro de 1998, Salvador Arena faleceu devido a um ataque cardíaco, após um dia de trabalho em sua Fábrica. Seu legado permanece até hoje na Fundação Salvador Arena e na Termomecanica São Paulo S.A.

Salvador Arena morreu na plenitude de seus 83 anos junto aos que mais amava: Seu colégio, seu funcionários, suas máquinas, sua fábrica, sua comunidade.

Homem de convicções pessoais embasadas em teorias sociais, enérgico, austero, paternalista, visionário, obstinado, polêmico, sua mola propulsora era acreditar nas pessoas e em suas potencialidades, na dedicação e no amor ao trabalho. Sempre lhe sobrou ousadia, talento e suor para pôr em prática suas idéias ao longo de sua existência. E é assim que será sempre lembrado por todos aqueles que tiveram o privilégio de partilhar de seu convívio.

Quando um velho amigo o convidou para fazerem juntos uma viagem ao exterior, Salvador Arena foi categórico com seu jeito italiano, gesticulando e apontando para as fábricas:
"Eu sou feliz aqui, por que eu vou sair? Meu mundo é isto aqui!"

Títulos e Prêmios

1936 - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Diploma de Graduação em Engenharia Civil
São Paulo, SP - 18 de dezembro de 1936

1960 - Society Of Automotive Engineers Inc.
Diploma de Membro Emérito
New York, USA - 13 de junho de 1960

1960 - American Society For Testing Materials
Diploma de Membro Emérito
New York, USA - Janeiro de 1960

1962 - Sociedade Amigos do Estudante do Estado de São Paulo
Casa do Estudante Harmonia
Título de Sócio Benemérito
São Bernardo do Campo, SP - 23 de outubro de 1962

1963 - Casa do Estudante Harmonia
Diploma de Honra ao Mérito
São Bernardo do Campo, SP - 22 de setembro de 1963

1964 - Associação Comercial e Industrial do ABC
Diploma para Termomecanica de Sócio-Contribuinte
São Bernardo do Campo, SP - 02 de dezembro de 1964

1971 - Câmara Municipal de São Bernardo do Campo
Título de Cidadão Sambernardense
São Bernardo do Campo, SP - 27 de maio de 1971

1971 - Ministério da Aeronáutica
Medalha Mérito Santos Dumont
Brasília, DF - 02 de julho de 1971

1972 - Câmara Municipal de Diadema
Título de Cidadão Diademense
Diadema, SP - 18 de dezembro de 1972

1974 - Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo
Medalha do Mérito Cívico, por serviços de alta relevância prestados para a comunidade.
São Bernardo do Campo, SP - Julho de 1974

1975 - Associação dos Engenheiros e Arquitetos do ABC
Título de Engenheiro Emérito do ABC
São Bernardo do Campo, SP - 10 de dezembro de 1975

1977 - Ministério da Aeronáutica
Ordem do Mérito Aeronáutico
Diploma de Admissão no Corpo de Graduados Especiais no Grau de Oficial.
Brasília, DF - 06 de setembro de 1977

1984 - Ministério da Aeronáutica
Ordem do Mérito Aeronáutico
Diploma de Promoção Para o Grau de Comendador.
Brasília, DF - 20 de setembro de 1984

1988 - Exército Brasileiro
Diploma de Empresário Colaborador do Exército Brasileiro
Rio de Janeiro, RJ - 19 de julho de 1988

1988 - Sociedade Amigos do Estudante do Estado de São Paulo
Casa do Estudante Harmonia
Diploma de Gratidão ao Incentivo Para a Educação
São Bernardo do Campo, SP - 23 de outubro de 1988

1989 - Sereníssima Grande Loja do Estado de São Paulo
Medalha de Mérito Maçônico da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo
São Paulo, SP - 01 de fevereiro de 1989

1994 - Ministério do Exército
Título Amigo do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Exército Brasileiro
Guaratiba, RJ - 06 de agosto de 1994

1997 - Ministério da Aeronáutica
Diploma de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira
São Paulo, SP - 22 de maio de 1997

1997 - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo
Prêmio Master da Engenharia do ABC
São Bernardo do Campo, SP - 14 de outubro de 1997

1998 - Fundação Antônio Prudente
Diploma de Honra ao Mérito
São Paulo, SP - 13 de abril de 1998

Ramiro Barcelos

RAMIRO FORTES DE BARCELOS
(64 anos)
Político, Escritor, Jornalista e Médico

* Cachoeira do Sul, RS (23/08/1851)
+ Porto Alegre, RS (28/01/1916)

Ramiro Fortes de Barcelos  foi um político, escritor, jornalista e médico brasileiro. Filho de Vicente Loreto de Barcelos e de Joaquina Idalina Pereira Fortes, irmã do Barão de Viamão.

Ramiro Bacelos cursou o secundário na Escola Pública de Cachoeira do Sul, vindo a concluir o curso em Porto Alegre. Cursou a Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro.

Exerceu os cargos públicos de ministro plenipotenciário no Uruguai durante a Revolução Federalista, secretário da Fazenda, procurador do estado do Rio Grande do Sul no Rio de Janeiro e superintendente das Obras da Barra de Rio Grande.

Exerceu os mandatos de deputado provincial nos períodos de 1877 a 1878, 1879 a 1880 e 1881 a 1882, elegeu-se senador da República pelo Rio Grande do Sul de 1890 a 1899 e de 1900 a 1906.

Criou, em 1902, como senador, a moeda cruzeiro, que só veio a ser adotada na década de 1940, no governo de Getúlio Vargas.

Colaborou com o jornal A Federação, desde seu primeiro número, no qual escreveu "Cartas a Dona Isabel", com o pseudônimo de Amaro Juvenal, que continuou sendo utilizado em poemas satíricos. O que mais literariamente notabilizou Ramiro Barcelos foi um poemeto campestre, hoje considerado uma joia da literatura gauchesca, elaborado entre 1910 e 1915, em razão de uma briga política contra seu primo Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961), então presidente do estado, ali retratado como Antonio Chimango.

Foi um dos apoiadores da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi homenageado pelo município de Porto Alegre com a denominação da Rua Ramiro Barcelos.

Fonte: Wikipédia

Isaías de Noronha

JOSÉ ISAÍAS DE NORONHA
(89 anos)
Militar da Marinha

* Rio de Janeiro, RJ (06/07/1873)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/01/1963)

José Isaías de Noronha foi um militar da Marinha do Brasil, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 6 de julho de 1873. Ingressou no curso preparatório da Escola Naval em 1887, chegando a aspirante de primeira-classe em 1889 e guarda-marinha em 1892. Filho do general-de-divisão Manuel Muniz de Noronha e de Zulmira Augusta Aguiar, era sobrinho de Júlio César de Noronha, ministro da Marinha de 1902 e 1906, e primo de Sílvio de Noronha, ministro da Marinha de 1946 a 1951.

Tendo alcançado a patente de almirante, José Isaías de Noronha foi um dos integrantes da junta governativa que governou o país quando da eclosão da Revolução de 1930, constituída assim que Washington Luís foi deposto e Júlio Prestes impedido de assumir.

Seu período de governo foi de 24 de outubro de 1930 a 3 de novembro de 1930, junto com Mena Barreto e Augusto Fragoso, compondo a Junta Governativa Provisória de 1930.

Junta Governativa Provisória assumiu o governo no dia 24 de outubro de 1930. Ainda naquele dia, a junta organizou um novo ministério, do qual faziam parte, entre outros, o general José Fernandes Leite de Castro (Ministério da Guerra), Isaías de Noronha (Ministério da Marinha) e Afrânio de Melo Franco (Ministério das Relações Exteriores). Com a situação na capital sob controle, a junta enviou o primeiro de uma série de telegramas a Getúlio Vargas, propondo a suspensão total das hostilidades em todo o país, mas nada adiantando sobre a transferência do poder aos chefes da revolução.

Eleito presidente do Clube Naval em 1931, renunciou em 1932, alegando que seria transferido para a reserva, porém, foi reeleito diversas vezes até 1937. Foi reformado em 1941.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1963.


Carreira Militar

Durante sua carreira militar, exerceu diversas funções, tais como: ajudante da Diretoria de Hidrografia, na Repartição da Carta Marítima (1897 - 1898). Ajudante-de-ordens dos comandantes da 3ª e da 1ª divisões navais, entre 1899 e 1902, sucessivamente. Passou depois a ocupar o mesmo cargo, junto ao ministro da Marinha, que era seu tio. Instrutor da artilharia no encouraçado "Riachuelo" (1906 - 1907). Assistente da Inspetoria de Portos e Costas (1907 - 1909). Comandante interino do contratorpedeiro "Piauí" (1910). Chefe da Diretoria de Faróis da Superintendência de Navegação (1910 - 1911). Comandante interino do contratorpedeiro "Sergipe", que se deslocou para Assunção para ajudar na defesa desta cidade, ameaçada por rebeldes (1911 - 1912).

Incorporou-se a 3ª Seção (operações) do Estado-Maior da Armada (EMA), integrando a Defesa Móvel do Rio de Janeiro (1912 - 1913), assumindo, em seguida, a vice-diretoria das escolas profissionais e o comando do quartel da Defesa Móvel (1913 - 1914). Comandante do cruzador "República" (1914 - 1915). Chefe da 2ª Seção (informações) do EMA (1915 - 1916). Comandante do vapor "Carlos Gomes" (Jan-Jul 1916). Chefe da 3ª Seção do EMA (Jul-Nov 1916). Comandante do cruzador "Barroso" (Nov 1916 - Mar 1917). Chefe da 2ª Seção do EMA (Mar-Nov 1917). Diretor da Escola de Grumetes (1917 - 1919). Comandante do encouraçado "Minas Gerais" (1919 - 1920). Capitão do Porto do Pará (1920-1921).

Completou o curso da Escola de Guerra Naval (1922), passando a vice-diretor desta escola no mesmo ano. Diretor do Depósito Naval do Rio de Janeiro (1922 - 1923). Diretor da Escola Naval (1923 - 1925 / 1926 - 1927), Diretor-geral de Pessoal (1926). Comandante-em-chefe da Esquadra (1927 - 1928).

Ary Vidal

ARY VENTURA VIDAL
(77 anos)
Técnico de Basquete

* Rio de Janeiro, RJ (28/12/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/01/2013)

Ary Ventura Vidal iniciou a carreira de treinador em 1959 no Tijuca Tênis Clube. Como treinador da Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino, dirigiu 11 jogos, sendo 8 vitórias e 3 derrotas, em duas competições oficiais. Pela masculina, foram 124 jogos, sendo 92 vitórias e 29 derrotas, em 16 competições.

Treinando a equipe masculina brasileira, derrotou a seleção dos Estados Unidos na final dos Jogos Pan-Americanos de 1987 em Indianápolis. Era o treinador da última participação da seleção masculina com Oscar Schmidt em quadra, nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996. A equipe masculina brasileira de basquetebol voltaria a disputar os Jogos Olímpicos 16 anos depois, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, sob o comando do treinador argentino Rubén Magnano.

Publicou o livro "Basquetebol Para Vencedores" em 1991 pela Editora Rigel. Afastado das quadras por problemas de saúde, em 2009, assumiu a direção de basquetebol do Flamengo.

Embora não fosse religioso praticante, Ary Vidal se considerava um homem de fé e tinha algumas crenças, entre elas em São Judas Tadeu. Está tudo no seu livro "Basquete Para Vencedores", escrito para explicar a campanha vitoriosa nos Jogos Pan-Americanos de 1987 em Indianápolis. Sempre que podia ia sozinho à igreja do Cosme Velho, no bairro das Laranjeiras, no Rio Janeiro. Lá, em suas orações, costumava pedir a proteção de São Judas Tadeu para sua família, sua equipe e para ele próprio, sentindo-se mais confortado e muito mais confiante em tudo o que fazia, especialmente em seu trabalho.

Outro ponto de fé era o que chamava de "Desígnios Superiores". Acreditava que trabalhando no limite máximo de suas forças, e levando sua equipe a seguir esse mesmo ritmo, que esforçava-se para que fosse mais intenso do que o de seus adversários, poderia o time contar com a ajuda dos "Desígnios Superiores".

Ary Vidal escreveu sobre os pontos que julgava essenciais para um treinamento: duração (tem de ser necessariamente de oito a dez vezes maior do que o tempo de esforço exigido do atleta num jogo), intensidade (o ritmo do treino deve ser mais intenso do que o exigido no jogo), continuidade (a rotina não pode sofrer interrupção, ou seja, o atleta deve ter o mínimo de folga), repetição (jogador não gosta de repetir porque tem a pretensão de julgar que já sabe) e motivação.

Neste último item, uma mostra do trabalho de Ary Vidal, com Oscar Schmidt, um cestinha fenomenal, que chegou a ser apelidado de Mão Santa, tal a sua precisão nos tiros, mas que apresentava deficiência na defesa. Oscar Schmidt concordada com a crítica do técnico, se esforçava, mas não conseguia corrigir a falha nos preparativos para o Campeonato Mundial de Basquetebol de 1978.

Ary Vidal buscou a solução fora da quadra. Observou que o jogador era apaixonado por chocolate. Comprou o estoque do produto na bombonière da concentração da seleção. E propôs uma brincadeira: cada boa ação defensiva valia um chocolate. Oscar Schmidt topou o desafio e passou a defender com mais empenho para garantir seu chocolate, sem prejudicar sua vocação de cestinha. E como visto, o Brasil subiu no pódio.


Morte

Portador de problemas renais e cardíacos crônicos, Ary Vidal apresentou um quadro agudo e foi internado em estado grave no dia 23 de outubro de 2012 no Hospital São Lucas. No dia 28 de dezembro, quando completou 77 anos, deixou o UTI e foi transferido para o quarto.

O velório aconteceu na terça-feira, 29/01/2013, de 8:00 hs às 11:00 hs, na capela F do Cemitério do Caju, na zona norte do Rio de Janeiro. O enterro ocorreu às 11:00 hs.

Principais Resultados Seleção Masculina

  • 1978 - Campeonato Mundial - Filipinas (3° lugar)
  • 1979 - Jogos Pan-Americanos - San Juan, Porto Rico (Bronze)
  • 1986 - Campeonato Mundial - Espanha (4° lugar)
  • 1987 - Jogos Pan-Americanos - Indianápolis, Estados Unidos (Ouro)
  • 1988 - Torneio Pré-Olímpico das Américas - Uruguai (Campeão)
  • 1988 - Jogos Olímpicos - Seul, Coreia do Sul (5º lugar)
  • 1992 - Torneio Pré-Olímpico das Américas - Estados Unidos (3° lugar)
  • 1995 - Torneio Pré-Olímpico das Américas - Argentina (3° lugar)
  • 1995 - Jogos Pan-Americanos - Mar del Plata, Argentina (Bronze)
  • 1996 - Jogos Olímpicos - Atlanta, Estados Unidos (6º lugar)


Principais Resultados Seleção Feminina

  • 1965 - Campeonato Sul-Americano - Rio de Janeiro (Campeão)
  • 1967 - Campeonato Mundial - Tchecoslováquia (8° lugar)


Clubes

  • 1994 - Corinthians - Campeonato Brasileiro (Campeão)


Indicação: Miguel Sampaio

J. Cascata

ÁLVARO NUNES
(48 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (23/11/1912)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/01/1961)

Filho de Álvaro Nunes e Leonor Neves Nunes, nasceu no bairro carioca de Vila Isabel. Cresceu num ambiente musical, pois sua casa vivia sempre cheia de músicos como o flautista Pedro Galdino, seu irmão José Seixas, que tocava bombardino, entre tantos outros.

Aos sete anos, a família mudou-se para o bairro da Abolição, onde ingressou na escola pública. Compôs sua primeira música aos 17 anos, uma marcha dedicada ao bloco carnavalesco do qual era integrante, obra que foi cantada por todo o bairro, e identificada como a "Música do Cascata".

Decidido a abraçar a música como profissão, comprou um violão e rapidamente fez amizade com Noel Rosa, João Petra de Barros e Cristóvão de Alencar, passando a frequentar as rodas de samba. Neste mesmo ano, 1929, foi convidado a integrar o conjunto Grupo do Mato, do qual faziam parte Luís Bernardes, Newton Teixeira, Valzinho, Euclides Lemos, Luís Bittencourt, entre outros.

J. Cascata, Donga, Ataulfo Alves, Pixinguinha, João da Baiana e Alfredinho
J. Cascata ingressou no rádio a convite de Cristóvão de Alencar, optando definitivamente pelo nome Cascata precedido de um "J" sugerido pelo próprio Cristóvão. Em 1932, já com o nome de J. Cascata, estreou no programa "Horas de Outro Mundo", de Renato Murce. Inicialmente, como os compositores não lhe confiassem obras inéditas, cantava o repertório dos grandes ídolos da época. Ao conhecer o compositor Leonel Azevedo, na época também iniciando na profissão, combinaram que ele cantaria as músicas de Leonel, e vice-versa.

Em 1935, quando fez a valsa "O Teu Olhar", o cantor João Petra de Barros pediu para gravá-la, sendo esta a primeira obra de sua autoria a chegar as lojas. Logo em seguida, teve a segunda composição gravada, o samba "Minha Palhoça", por Sílvio Caldas na Odeon, alcançando grande sucesso. No mesmo ano, Orlando Silva gravou na RCA Victor o samba "Para Deus Somos Iguais" (J. CascataJ. Barcelos)

Em 1936, Orlando Silva gravou as canções "Mágoas de Caboclo" e "História Joanina", as primeiras músicas compostas em parceria com Leonel Azevedo, estabelecendo-se assim uma das mais frutíferas parcerias da Música Popular Brasileira. No mesmo ano, compôs com Cristóvão de Alencar o samba "Tristeza" gravado por Orlando Silva.

Em 1937, o mesmo Orlando Silva gravou o samba "Juramento Falso" e a valsa "Lábios Que Beijei", um dos maiores sucessos de sua carreira, composição que iria consagrar a parceria com Leonel Azevedo, sendo a primeira parte de autoria de Azevedo e a segunda sua.

Leonel Azevedo (com o violão) e J.Cascata sempre estavam presentes. Na foto na casa de Zaíra Cavalcanti .
No ano seguinte, 1938, compôs com Antônio Almeida o samba "Jurei Mas Fracassei" e a marcha "Sabe Quem é? Você!", gravadas por Orlando Silva, um de seus maiores intérpretes. Ainda no mesmo ano, a cantora Odete Amaral lançou duas composições de sua parceria com Leonel Azevedo, a marcha "Não Pago o Bonde", grande sucesso no carnaval do ano seguinte e o samba "Não Chores".

Em 1938, Almirante gravou a marcha "Pierrô Moderno" (J. CascataJ. Barcelos), e Francisco Alves a valsa "Minha História" (J. Cascata e Leonel Azevedo). No mesmo ano, fez com Manezinho Araújo a canção "Mágoas de um Trovador", gravada por Sílvio Caldas na Columbia.

Em 1939, Roberto Paiva gravou duas de suas parcerias com Leonel Azevedo, a valsa "Ao Cair da Noite" e o samba "Longe, Muito Longe". No mesmo ano, compôs com Roberto Martins o samba "Foi Num Sonho", gravado por J. B. de Carvalho, e fez a primeira composição com Nássara, a marcha "História Antiga", gravada por Orlando Silva. Ainda em 1939, Sílvio Caldas gravou o fox-canção "Eu e Você" (J. Cascata e J. Barcelos), e a valsa "Última Confidência" (J. Cascata e Leonel Azevedo).

Em 1940, fez com Haroldo Lobo a marcha "Maria Antonieta", gravada por Cândico Botelho, com Leonel Azevedo a batucada "Eu Já Mandei", gravada por Odete Amaral e o samba "Só Ela", gravado por Gastão Formenti. No mesmo ano, Violeta Cavalcânti gravou as marchas "Vou Sair de Pai João" (J. Cascata e Leonel Azevedo) e "Pulo do gato" (J. Cascata, Correia da SilvaOrlando Silva), duas de suas parcerias com Leonel Azevedo, o samba "Desilusão" e a valsa "Quero Voltar aos Braços Teus".

Em 1941, compôs sozinho, o samba "Lágrimas de Homem", que Orlando Silva gravou. No mesmo ano, fez com Nássara a marcha "Anastácio", que Marilu gravou, e com Heitor dos Prazeres a marcha "Africana", gravada por Odete Amaral.

Em 1942, outra composição de sua parceria com Leonel Azevedo foi gravada por Orlando Silva, a canção "Mágoas de Caboclo". Deixou inúmeras composições também com outros parceiros, como os compositores Nássara, Luís Bittencourt, entre outros.

Entre os anos de 1942 e 1943, passou a dedicar-se ao clube de danças do qual era proprietário e ao cargo de funcionário de Departamento de Saúde Pública. Reapareceu em 1944, com o samba "Não Serás Feliz", gravado por Orlando Silva na Odeon.

Em 1945, teve o samba "Ela Vai Voltar", parceria com Leonel Azevedo, gravado por Orlando Silva. Em 1946, Nelson Gonçalves regravou a canção "História Joanina". Em 1949, voltou a ter composições gravadas por Orlando Silva, a valsa "Beijando as Tuas Mãos", parceria com F. Correia da Silva, e o samba "A Que Ponto Chegaste", parceria com Leonel Azevedo.

Em 1954, integrou o Conjunto da Velha Guarda, organizado por Almirante, onde tocava afoxé, e atuava ao lado de Pixinguinha, Donga, e outros. A gravadora Sinter, registrou o trabalho do conjunto em dois LPs, "A Velha Guarda" e "Carnaval da Velha Guarda". Nesta mesma gravadora o cantor Carlos Augusto registrou várias de suas composições em parceria com Leonel Azevedo.

Em 1955, teve as canções "Benvindo Congressista" e "Canção do Peregrino", parcerias com Murilo Caldas, gravadas por Alcides Gerardi na Odeon. Em fins da década de 1950 ocupou o posto de assistente da direção artística da gravadora Sinter. Posteriormente, passou a diretor artístico da Prestige.


Alfredo Ferreira Lage

ALFREDO FERREIRA LAGE
(79 anos)
Advogado, Fotógrafo, Jornalista, Político e Benemérito

* Juiz de Fora, MG (10/01/1865)
Juiz de Fora, MG (27/01/1944)

Alfredo Ferreira Lage foi um advogado, fotógrafo e jornalista brasileiro, filho de Mariano Procópio Ferreira Lage e fundador do Museu Mariano Procópio.

Aos sete anos, com a morte do pai, foi morar na Europa, de onde voltou mais tarde para cursar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Casou-se com a pintora espanhola Maria Pardos, e após a morte de sua mãe foi morar no Rio de Janeiro.

Alfredo investia grandes somas na aquisição de obras de arte, minerais preciosos e móveis raros, decorando a Villa Ferreira Lage que recebeu de herança em Juiz de Fora, MG, onde então firmou residência. Seu acervo cada vez maior, aumentado graças a leilões no Brasil e principalmente no exterior, obrigou-o a construir um anexo à Villa, que em 1915 já funcionava como museu.

Sem filhos, Alfredo começou a doar seus bens à cidade de Juiz de Fora, começando pelo parque que ficava em torno de sua residência, que teve os portões abertos ao público em 1934. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. Alfredo Só deixou a direção com sua morte em janeiro de 1944.

Homem de sólida base cultural, cosmopolita, participou de várias atividades nos campos das Artes, do Jornalismo e até da Política, tendo sido vereador no início do período republicano. Também foi presidente do Photo Club do Rio de Janeiro, dando continuidade à paixão de Mariano Procópio pela fotografia.

Villa Ferreira Lage - Museu Mariano Procópio
Museu Mariano Procópio

O Museu Mariano Procópio, localizado em Juiz de Fora, MG, é o primeiro museu surgido em Minas Gerais. Fundado em 1915 por Alfredo Ferreira Lage, abriga um dos principais acervos do país, com aproximadamente 50 mil peças.

Seu conjunto arquitetônico compreende dois edifícios: a Villa Ferreira Lage, construída entre 1856 e 1861, e o Prédio Mariano Procópio, inaugurado em 1922. Atualmente, ambos se encontram em reformas, estando fechados para visitação pública.

Além do conjunto histórico, conta com um acervo natural de grande importância ecológica, valorizando em seus jardins a exótica flora brasileira.

História

A história do museu está ligada ao surgimento da Estrada União e Indústria, que une Juiz de Fora, MG a Petrópolis, RJ. Mariano Procópio, engenheiro e responsável pela estrada, mandou construir a Villa Ferreira Lage para abrigar Dom Pedro II, que inauguraria a rota. Para a construção Mariano Procópio escolheu um terreno situado no coração da nova localidade que fizera surgir, defronte ao hotel que atenderia os usuários da União e Indústria. Como a construção não ficou pronta a tempo, ele teve de hospedar a família imperial em sua própria residência.

Somente em sua segunda visita à cidade em 1869 o imperador pôde conhecer a Villa Ferreira Lage.

Villa Ferreira Lage

Projetado e construído pelo alemão Carlos Augusto Gambs, chefe dos engenheiros e arquitetos da União e Indústria, o prédio é representante típico do estilo imponente que marcou as principais obras do final do século XIX. Implantado em platô alteado, foi edificado com tijolos maciços aparentes. A ornamentação foi feita a partir de tijolos com caneluras e arestas arredondadas, entre outros elementos. A vila conserva até hoje suas características originais, inclusive no interior, decorado com paredes revestidas de papel e pinturas, forro em estuque e lambris de madeira de lei decorados. Guarda também um importante acervo mobiliário.

Museu Mariano Procópio (2005)
O Museu

Com a morte de Mariano Procópio em 14 de fevereiro de 1872, o terreno foi herdado por seus dois filhos, Frederico e Alfredo Ferreira Lage. Na parte dedicada a si Frederico construiu um imenso palacete, com material todo proveniente da Europa. Após sua morte repentina aos 39 anos de idade em 1901, as dívidas provocadas pelas obras resultaram na venda do imóvel à Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo posteriormente transferido para o Ministério da Guerra, que instalou no local a sede da Quarta Região Militar.

A vila e a parte superior do terreno foram herdadas por Alfredo, que revelou a intenção de abrigar ali um acervo que vinha colecionando desde a juventude. Com o aumento gradual de sua coleção, graças à aquisição de peças em leilões no Brasil e principalmente no exterior - além de doações de figuras importantes como Duque de Caxias, Afonso Arinos, Rodolfo Bernardelli e Amélia Machado Cavalcanti de Albuquerque, esposa do Visconde de Cavalcanti - Alfredo viu-se obrigado a ampliar o castelo original, iniciando a construção de um prédio anexo.

No dia 23 de junho de 1921, marcando o centenário do nascimento de Mariano Procópio, Alfredo Ferreira Lage inaugurou oficialmente o museu na Villa Ferreira Lage. Foi nessa ocasião que Alfredo revelou pela primeira vez sua intenção de repassar todo o acervo para o município.

Em 13 de maio de 1922 o Museu Mariano Procópio foi oficialmente aberto ao público, inaugurado com um acervo que ocupava tanto a Villa Ferreira Lage quanto o prédio anexo.


Parque Mariano Procópio

Em torno da Villa Ferreira Lage foi projetado um imenso jardim. Mariano Procópio reunira ali diversas árvores, arbustos e espécies vegetais brasileiras - muitas delas atualmente ameaçadas de extinção, como o Pinheiro do Paraná. Esta flora hoje centenária abriga uma variada fauna de pássaros, macacos e preguiças, e foi considerada pelo naturalista suíço Jean Louis Rodolphe Agassiz como "O Paraíso dos Trópicos".

Do enorme terreno arborizado que englobava a área onde atualmente localiza-se a Quarta Região Militar e o bairro Vale do Ipê - a chamada "Chácara de Mariano Procópio" - restam cerca de 88,200 metros quadrados. Com um lago, bosque e espaço recreativo, o parque foi aberto à visitação pública gratuita em uma cerimônia em 31 de maio de 1934, quando teve início a transferência da área das mãos de seu proprietário, Alfredo Ferreira Lage, para o controle da prefeitura.

Entre aplausos, discursos e descerramento de placa, o evento serviu para que o município começasse a reconhecer os méritos daquele "ilustre e insigne amigo de Juiz de Fora", que, segundo o animado escrivão da ata da cerimônia, "vêm pugnando pela grandeza deste torrão".

A Doação

Sem filhos, Alfredo Ferreira Lage passou a doar seus bens a Juiz de Fora, começando em 1934 pelo Parque Mariano Procópio. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu Mariano Procópio e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. A escritura incluía outras condições para a entrega, entre elas a proibição de alteração em sua finalidade cultural, a "proibição perpétua de serem retirados do museu os objetos artísticos, históricos e científicos a ele incorporados", a permanência "das denominações atuais dadas às salas do museu" e a perpetuidade da denominação "Mariano Procópio", homenagem de Alfredo a seu pai.

Ainda segundo as exigências da escritura, Alfredo exerceria enquanto quiser, o cargo de diretor, com dispensa de submeter suas contas ao exame do Conselho, e com direito de usufruto dos bens ora doados, para o fim de conservar a sua atual habitação no imóvel. Só mesmo sua morte em 1944 o afastou da direção da instituição que criara, mas já então o Museu Mariano Procópio era considerado um dos mais importantes do Brasil.

Em 1978 o município criou a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) para administrar o museu de acordo com os termos de doação. A Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage exerceu a tarefa até 2005, ano em que foi criada a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO).

Getulio Vargas e Alfredo Ferreira Lage
Acervo

As peças presentes no Museu Mariano Procópio refletem em quase toda sua totalidade as influências culturais do século XIX e princípio do século XX, seguindo principalmente o gosto de Alfredo Ferreira Lage. Trata-se de um dos principais acervos da período imperial brasileiro - em sua maior parte originário do Palácio São Cristóvão, antiga residência de Dom Pedro II no Rio de Janeiro.

O primeiro levantamento de suas peças foi feito em 1944. O próximo só seria realizado em 1981, ocasião aproveitada para a ampliação do espaço físico do museu e reforma de grande parte das obras. Muitos documentos então encontravam-se irrecuperáveis, destruídos pela ação de cupins e traças, reflexo da má conservação do local. Desde então o museu passou por várias reformas, na maioria das vezes devido a vazamentos e infiltração de água da chuva nas paredes e no teto.

Esculturas:

Ao adentrar no Museu já se tem a impressão do seu imponente acervo de esculturas, com estátuas que compõem o jardim, escadarias e a pérgula da Villa. Em seu interior encontram-se duas estatuetas de terracota "de Tanagra", cidade da Grécia antiga, além de moldes em gesso e bronze para várias estátuas, expostas no salão principal. Alfredo Ferreira Lage adquiriu grande parte desse acervo na Europa e também no Brasil, contando com obras de Antonin Mercié, Louis Barye, Claude Michel Clodion, Modestino Kanto, José Otávio Correia Lima e Rodolfo Bernadelli.

Quadros:

Casado com a pintora Maria Pardos, era natural que Alfredo Ferreira Lage se tornasse um grande apreciador e colecionador de quadros. A essência do acervo está no período entre 1870 e 1930, com um interesse particular pela arte européia e posteriormente brasileira, consequência do desenvolvimento das academias artísticas no país. Somando as várias doações, principalmente por parte da Viscondessa de Cavalcanti, a coleção de pinturas, gravuras e desenhos chega a um total de quase 2 mil obras.

Um dos maiores destaques é o quadro "Tiradentes Esquartejado", de autoria de Pedro Américo. Feito por encomenda, passou muitos anos na sala de reuniões da Câmara Municipal de Juiz de Fora, após o qual foi transferido para o museu. Também encontram-se expostas obras dos franceses Jean Honoré Fragonard e Charles-François Daubigny, e do holandês Willem Roelofs, premiado com a medalha de ouro na Exposição de Paris em 1888. Os brasileiros estão representados por Antônio Parreiras, Rodolfo Amoedo, Horácio Pinto da Hora e Henrique Bernadelli.

Para abrigar a coleção foi projetada no anexo à Villa Ferreira Lage, a Galeria Maria Amália, uma homenagem de Alfredo Ferreira Lage à sua mãe. Foi inaugurada em 13 de maio de 1922, e sua estrutura segue o modelo das principais galerias de arte do século XIX.

História Natural:

São duas salas dedicadas à paleontologia, geologia, zoologia e mineralogia. Foi a primeira coleção de Alfredo Ferreira Lage, consequência de sua viagem à Europa aos sete anos de idade. Embrionária, daria origem à paixão de seu dono pelas artes.

Fósseis, cristais e uma grande variedade de minerais podem ser vistos, além de insetos e animais selvagens empalhados, como uma onça pintada, um jacaré de papo amarelo e um lobo guará.

O setor foi inaugurado em 1931 e reúne 1279 minerais e fragmentos de rochas, 50 fósseis, 55 vidros de carpoteca (coleção de frutos secos e sementes), 527 exsicatas do herbário (folhas de plantas), 415 espécimes zoológicos e inúmeros insetos.

Armas e Indumentária:

A exposição de armas de fogo como o bacamarte e o revólver, e de armas brancas como a espada e o sabre ajudam a revelar parte da história da armaria no Brasil.

Entre as roupas presentes no acervo do museu destaca-se o Fardão da Maioridade, usado por Dom Pedro II em 18 de julho de 1841 na cerimônia em que foi considerado apto para assumir o Império do Brasil.

Jóias, Moedas e Medalhas:

A coleção numismática deve-se em grande parte às doações da Viscondessa de Cavalcanti, especialista no assunto. De sua coleção fazem parte raros exemplares de medalhas cunhadas na Europa referentes à episódios da história do Brasil, como a ocupação holandesa na Bahia (1624) e em Pernambuco (1631).

Destaque também para as medalhas, entre elas a Imperial Ordem do Cruzeiro, criada em 1822 na coroação de Dom Pedro I e a Ordem do Cruzeiro do Sul concedida a partir de 1932 em homenagem a civis, militares e estrangeiros.

Entre o acervo de jóias encontra-se um relógio de bolso presenteado a Dom Pedro II por suas irmãs Francisca e Januária em seu décimo aniversário, no dia 2 de dezembro de 1835.

Mobiliário:

Composto principalmente do chamado "mobiliário de estilo", imitações brasileiras das peças produzidas na Europa. É a atração principal do acervo da Villa Ferreira Lage, que procura conservar o ambiente familiar dos Ferreira Lage. Destaque especial para a sala de música, trabalhada em madeira. Originalmente construída na Inglaterra, foi transportada e montada no local.

Cristais, Louças e Porcelanas:

Esta coleção, espalhada por todo o prédio, tem como base as peças da Família Real adquiridas do Palácio de São Cristóvão, além de doações feitas por personagens marcantes da história social e política do Brasil.

Ainda assim o monograma imperial aparece em grande parte das peças - algumas exóticas, como uma sopeira do século XVIII que reproduz a cabeça de um javali.

Peças Sacras:

Representadas especialmente por objetos de ouro, prata, marfim e madeira nobre dos séculos XVIII e XIX, como castiçais, turíbulos e esmoleiros.

Reserva Técnica:

Esta seção abriga a maior parte do acervo do museu. Com condições especias de armazenamento - controle de iluminação, umidade e temperatura - realizadas depois de uma reforma em 1996, a reserva abriga as peças que requerem mais cuidados, consequentemente ficando fechada à visitação pública e disponível apenas para fins de pesquisa ou exposições temporárias.

Documentos:

Reunido basicamente em função de doações e aquisições de arquivos particulares e documentos avulsos, o acervo de documentos é composto por cartas, livros, revistas, jornais, mapas, fotografias e ofícios. Alguns desses papéis trazem relatos de importantes momentos históricos, como um livro revestido de ouro e prata exaltando os feitos do Duque de Caxias durante a Guerra do Paraguai e as cartas de Dom Pedro I enviadas à sua amante, a Marquesa de Santos.

São aproximadamente 10 mil documentos que, somados à coleção de mais de 18 mil fotografias, forma um importante e diversificado acervo cultural e histórico.

Sede da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA)
Administração

Conselho de Amigos:

Criada por Alfredo Ferreira Lage em 1936 após a doação do museu ao município de Juiz de Fora, o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio foi dirigido por ele até 1944. Apesar da criação da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) o Conselho de Amigos continuou a existir, atuando como órgão curador do patrimônio do museu.

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage:

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA), criada para promover a valorização cultural de Juiz de Fora, administrou o Museu Mariano Procópio de 1978 a 2005. Subordinada à prefeitura e integrada à Secretaria de Política Social, a gestão da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage ficou marcada por problemas estruturais.

Apesar de algumas reformas, a Villa Ferreira Lage e seu prédio anexo continuaram com um sistema elétrico e hidráulico arcaico, comprometendo a integridade do acervo ali reunido. Tanto no teto quanto nas paredes eram frequentes o vazamento e infiltração de água, culminando em 2003 com o desabamento de parte do forro do segundo andar do anexo, que encontra-se atualmente fechado ao público, negando aos visitantes o acesso às principais atrações do acervo.

Fundação Museu Mariano Procópio:

Surgida a partir de um projeto de lei de maio de 2001, a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO) passou a exercer a administração em setembro de 2005, mesmo ano em que prefeitura de Juiz de Fora anunciou um projeto de revitalização do Museu Mariano Procópio.

A instituição continua integrada à Secretaria de Política Social mas agora conta com mais autonomia, tendo orçamento próprio e capacidade de receber investimentos externos.

Reforma

Em janeiro de 2008 parte do museu foi interditado para o início das obras de restauração no parque, o mesmo acontecendo posteriormente com as instalações. As obras dão continuidade ao processo de recuperação iniciado em 2005.

A primeira etapa, referente à reforma do parque, foi concluída e entregue em 15 de julho de 2008. As obras nos edifícios do museu, no entanto, foram interrompidas na mesma época e retomadas apenas no final de 2009, o que representou um atraso significativo na reabertura do museu ao público.

Fonte: Wikipédia