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Lasar Segall

LASAR SEGALL
(66 anos)
Pintor, Escultor e Gravurista

* Vilnius, Lituânia (21/07/1891)
+ São Paulo, SP (02/08/1957)

"Tinha somente a convicção de estar enamorado desse país e que a dedicação que eu lhe devotava, era demais profunda e violenta para ser superficial."
(Lasar Segall)

Lasar Segall - em russo, Лазарь Сегал, em lituano, Lozarius Segalas, foi um pintor, escultor e gravurista nascido na Lituânia e naturalizado brasileiro. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição.

No ano de 1923, aos 32 anos, Lasar Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte ficou como o "Milagre da Luz e da Cor". Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.

Iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilnius, sua cidade natal. No ano seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas Artes.

Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrar-se com seus irmãos, que moravam no país, entre eles a irmã Luba Segall Klabin, que havia se casado com Salomão Klabin e tiveram três filhos: Esther Klabin, Samuel Klabin e Horácio Klabin.

Lasar Segall em seu ateliê
Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913. Pela primeira vez o Brasil vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima.

Logo depois ele voltou para à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.

Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.

Lasar Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.

Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin, filha de Maurício Freeman Klabin, que era irmão de Salomão Klabin, portando Lasar Segall casou-se com a sobrinha do seu cunhado, com quem teve os filhos Maurício Klabin Segall (que se casaria nos anos 50 com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall) e Oscar Klabin Segall. Nessa época, passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes procuram expressar as paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens são mulatas, prostitutas e marinheiros. Suas paisagens, favelas e bananeiras. Anos mais tarde dedicou-se à escultura em madeira, pedra e gesso.

Lasar Segall pintando o óleo "Navio de Emigrantes"
Em 1932, Lasar Segall retornou Brasil, vagou por todo tempo, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na capital paulista.

Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Lucy Citti Ferreira.

Em 1938, Lasar Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho de uma Noite de Verão", encenado no Teatro Municipal de São Paulo.

Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.

Em 1951, Lasar Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé "O Mandarim Maravilhoso".

O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, vítima de problemas cardíacos, em sua casa, aos 66 anos.

Lasar Segall pintando
O Museu Lasar Segall, idealizado por Jenny Klabin Segall - viúva de Lasar Segall - foi criado como uma associação civil sem fins lucrativos, em 1967, por seus filhos Mauricio e Oscar. Está instalado na antiga residência e ateliê do artista, projetados em 1932, por seu concunhado, o arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik que era casado com Mina Klabin, irmã de Jenny Klabin, cunhada de Lasar Segall.

Em 1985, o Museu foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrou até 2009 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura, como unidade especial.

A partir de 2010 converteu-se em uma das unidades museológicas do recém criado Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura.

Além de seu acervo museológico, o Museu constitui-se como um centro de atividades culturais, oferecendo programas de visitas monitoradas para escolas, cursos e oficinas nas áreas de gravura, fotografia e criação literária, programação de cinema. Abriga a Biblioteca Jenny Klabin Segall, que mantém acervo único nas áreas das Artes do Espetáculo (Cinema, Teatro, Rádio e Televisão, Dança, Ópera e Circo) e de Fotografia. A Biblioteca, ainda, possui a mais completa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall.

O Museu, como órgão federal, é apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall (ACAMLS), uma sociedade civil sem fins lucrativos, viabilizada pela colaboração de instituições públicas e privadas, além de pessoas físicas que cooperam com o Museu.

Fonte: Wikipédia

Zaquia Jorge

ZAQUIA JORGE
(33 anos)
Atriz, Empresária e Vedete

* Rio de Janeiro, RJ (06/01/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/04/1957)

Zaquia Jorge, atriz, empresária e vedete do teatro de revista, nasceu no Rio de Janeiro, em 6 de janeiro de 1924, e faleceu na mesma cidade em 22 de abril de 1957.

Estreou no teatro, como girl, na Companhia de Walter Pinto. Mais tarde, já como vedete, foi para a Companhia Juan e Mary Daniel, no Teatro Follies, em Copacabana. Tornou-se, a seguir, empresária do Teatrinho de Bolso, na Praça General Osório, onde encenou várias peças, em 1951.

Em Madureira, na década de 1950, tornou-se proprietária do único teatro de rebolado do subúrbio carioca, o Teatro de Revista Madureira. Era conhecida como a "Estrela do Subúrbio" e "Vedete de Madureira".

Coragem, Simplicidade e Pailleté

Na  Companhia de Walter Pinto, em 27 de abril de 1945, no Teatro Recreio, estava Zaquia Jorge. A revista era Bonde da Laite, revista política feérica, de Luiz Peixoto e Geysa Bôscoli em 2 atos e 23 quadros que atingiu 200 apresentações, sendo prestigiada por mais de 900 mil pessoas e ressaltada pela crítica jornalística.

Participou, também, como corista da célebre revista "Canta, Brasil!" de  Luiz Peixoto, Geysa Bôscoli e Paulo Orlando, que estreou em 23 de agosto de 1945. O jornalista Salvyano Cavalcanti, no livro "Viva o Rebolado", comenta que nesta revista "despontava Zaquia Jorge, com sua beleza esfuziante".

Dercy Gonçalves também tinha a sua trupe e a moça Zaquia Jorge lançou seus sorrisos em trabalhos nesta parceria. Fez parte do elenco da revista "Sinhô do Bonfim", de Peixoto e Bôscoli, da Companhia Dercy Gonçalves, que estreou no dia 17 de março de 1947 no Teatro João Caetano. Ainda pela observação de Cavalcanti: "subindo a cada peça de girl a soubrette, vedetinha e, logo, estrela."

Enquanto a  Companhia Dercy Gonçalves continuava suas montagens teatrais, na revista "Deixa Falar" que estreou em 15 de maio de 1947, a mudança ocorreu: o elenco reformulou-se e Zaquia Jorge, apoiada por Júlio Leiloeiro, traçou novas metas, outros caminhos, rememorando também que obteve o apoio da crítica especializada devido a sua simpatia, na qual a elegante moça "fazia cada vez mais admiradores", conforme discorre Salvyano Cavalcanti em seu livro.

Héber de Bôscoli, sobrinho de Jardel Jércolis e Geysa Bôscoli, trabalhava com o programa "Trem da Alegria" na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, porém resolveu investir no formato revista com muita responsabilidade, empresariando e fundando a Organização Teatral e Cinematográfica LTDA., que se dissolveria depois com o passar dos tempos.

Tendo como primeira revista "Quero Ver Isso De Perto..." de Luís Iglesias, a Companhia de Héber contratou elenco grandioso: Dercy Gonçalves, Oscarito, Renata Fronzi, Yara Salles, dentre outros. Zaquia Jorge estava lá, contratada para compor o elenco, estando no palco com a Revista em cartaz no Teatro Carlos Gomes, de 9 de setembro a 17 de novembro de 1949. A estrela contracenara com Oscarito na charge "Camisa" e no esquete "O Rádio", no qual nossa querida artista cantava "A Penha" em um quadro popular.

Com esse novo panorama no universo da diversão, o Teatro de Revista dividiu-se em superproduções para revistas de grande porte e produções mais sucintas para revistas de bolso, encenadas em pequenas salas em vários bairros no Rio de Janeiro, com 150 a 200 lugares. Eram revistas compactadas, com rica estrutura trazendo novamente uma proximidade entre atores e público, resgatando a cumplicidade existente na revista das décadas anteriores, embora apresentando elementos da modernidade revisteira.

Juan Daniel inaugurou o Teatro Follies em 10 de novembro de 1949 e chegou a hora da moça Zaquia Jorge, de belos olhos, despontar. Foi contratada pela Companhia e promovida a primeira atriz. Destacava-se com Mesquitinha na peça de estréia do Teatro Follies, em Copacabana, no Rio de Janeiro, na empresa Juan Daniel , "Já Vi Tudo", de Mary Daniel e Floriano Faissal.

Em 1950,  Juan Daniel e Jorge Murad escreveram uma revista sobre o carnaval, a liberdade existente nessa festa e a descontração dos foliões. "Ele Vem Aí!..." tinha direção de recitativo, danças de Mary Daniel e os atores Zaquia Jorge, Evilásio Marçal, Carmen Lamar, dentre outros no elenco.


A revista ficou em cartaz de janeiro até 12 de fevereiro. Seguindo a temporada do ano no Teatro Follies, aponta "Tô De Olho", com 21 quadros e 1 ato, com o mesmo elenco da peça anterior, ficando em cartaz de 1 de março até 2 de abril. Ainda na mesma empresa, Zaquia Jorge atuou na revista "Boa Noite, Rio", com texto original distribuído em 18 quadros, de Alberto Flores e outros, tendo músicas de César Siqueira e outros compositores.

A estréia aconteceu em 8 de abril de 1950 e permaneceu em cartaz por 3 semanas. A atriz participou dos quadros "Boa Noite, Rio", "Marido Modelo", "Responda Segismunda!", "A Criada Fez Greve", contracenou com Grande Otelo no quadro "O Novo Rico" e participou da apoteose final junto a toda a Companhia.

A Companhia de Juan Daniel avançou a década de 50 encenando muitas revistas, porém com diferenciado foco artístico e inegável faro comercial, tendo Luz del Fuego em seu cast. O diretor e pesquisador teatral Delson Antunes, na obra "Fora Do Sério" observa: "Vivendo um período de grande ascensão em sua carreira, a vedete em breve se desligaria da trupe de Juan Daniel para fundar o próprio teatro em Madureira, levando ao subúrbio muitos espetáculos e artistas (...)"

Embora o Teatro de Madureira tenha se configurado posteriormente, em 1952, com muito trabalho e esforço de Zaquia Jorge e seu companheiro Júlio Monteiro Gomes, o Júlio Leiloeiro, anteriormente, em 1951, a moça investiu em uma parceria com o ator Fernando Vilar no Teatro de Bolso, localizado em Ipanema, Rua Jangadeiros nº 28 A-B, na Praça General Osório.

Zaquia Jorge, trabalhando com a comédia, lutou junto ao Serviço Nacional do Teatro através de várias cartas, pedindo apoio ao órgão para auxílio de temporada iniciada em 30 de março de 1951. Constam em documentação da Cia. 11 peças teatrais, dentre elas, A inimiga dos homens - comédia de R. Praxy, com tradução de J. Ribeiro, com sessões noturnas e uma vespertina aos domingos, dividindo-se a comédia em 3 atos, com a morena Zaquia no papel de Maria Cândida.

"As Pernas Da Herdeira", de autoria de De Leone, com direção artística de Esther Leão, foi outra peça de seu repertório, tendo Zaquia Jorge como Margot, seguindo-se, assim, a peça "O Dote", de Arthur Azevedo, a qual a atriz escolheu montar a rigor, com ares de 1907.

Embora todo o esforço tenha sido empenhado para que a Companhia se mantivesse viva em sua criação e com boa manutenção financeira, seus donos propuseram ao Serviço Nacional do Teatro alugar o teatro para que ele não fechasse suas portas. Zaquia Jorge preocupava-se com seus companheiros, já que não queria deixar sem trabalho as pessoas que viviam ali em entrega à arte, sendo que pessoalmente tinha o exato conhecimento da batalha por um fascínio – o teatro.

Paralelamente, materializava-se um grande sonho dela, a construção de um teatro no subúrbio.  Zaquia Jorge percebeu a carência de oferta de espetáculos para o subúrbio e decidiu que o povo que ali morava também poderia ter acesso ao Teatro de Revista, assim como acontecia no Centro e na Zona Sul - bem estruturado e com excelente qualidade.

Em parceria com Júlio Leiloeiro e, com peculiar cuidado e estima a linguagem artística, construiu o prodigioso Teatro Madureira, situado à Rua Carolina Machado, 386, em frente à estação de trem do bairro. Neste bairro, trouxe a alegria do espetáculo ao público, o entendimento da arte teatral, estabeleceu a criação de uma plateia em uma região que não era bem agraciada com diversões dessa espécie.

O teatro possuía 450 lugares, 12 camarins e muitos camarotes. Com estreia marcada para 23 de abril de 1952, o teatro inaugurou oficialmente em 30 de abril, com a revista "Trem De Luxo", escrita especialmente para sua estreia por Walter Pinto e Freire Júnior, com 22 quadros, tendo como cômico Evilásio Marçal. Zaquia Jorge participou dos quadros "Dona Boa E Brotinhos", "Campanha Das Donas De Casa", "Velhos Amigos", "Existencialismo" e a apoteose "Exaltação à Bahia".

Inicialmente, Zaquia Jorge enfrentou uma platéia totalmente desacostumada a ter um teatro tão próximo e a usufruir desta iguaria. O público ainda não havia descoberto o teatro, isto acarretou problemas de bilheteria, mesmo assim tal circunstância não abalou a moça que, com seu senso de marketing aguçado, empregou estratégias para atrair as pessoas - facilitou o acesso das pessoas ao teatro, reduzindo o preço do convite, divulgando constantemente, deixando pessoas assistirem de graça aos espetáculos.

Zaquia Jorge permaneceu investindo junto a Júlio Leiloeiro no teatro, além do constante diálogo com o Serviço Nacional de Teatro, escrevendo cartas e nem sempre obtendo o resultado desejado. Buscava apoio das entidades, ajuda financeira para melhor realizar o seu trabalho, pedidos de reavaliação de tarifas pelos direitos autorais das músicas a serem utilizadas nas montagens da empresa, embora sempre tenha tido que segurar firmemente as rédeas financeiras de seu sonho.

Em 1952, constavam na Companhia Zaquia Jorge 17 artistas e, em 1955, 12 artistas e 14 girls, dentre todos, Salúquia Rentini e Carmen Lamar. A atriz fazia questão de fomentar a montagem de peças de autores e compositores nacionais e, juntamente ao cotidiano do teatro, com esforço esmerado, funcionava uma escola para jovens artistas, dando oportunidade aos novos artistas. Lá aprendiam representação, canto e coreografia. Muitos por ali passaram e seguiram desenvolvendo trabalhos em outros teatros como Gloria May, Lia Mara, dentre outros.

Avançando a década de 50, o número de peças existentes em revista, oscilava. Apesar da alastrada afeição que a televisão e as telenovelas causaram na população, a revista caminhava, estrelando os palcos cariocas. Ronaldo Grivet, autor da peça "A Vedete Do Subúrbio", feita para homenagear Zaquia Jorge, conta-nos em sua pesquisa, que o teatro passou a ser o mais frequentado da cidade, com carros vindos de todos os bairros, e que se prezava pelo uso do duplo sentido nas peças – elemento original do gênero – não eram utilizados palavrões ou assuntos como bebida e tóxico, raramente inseria tipos políticos e destacava a alegria. Teatro de boas intenções, de verdadeira feitura na Arte – esta era a esfera do Teatro Madureira e a Companhia Zaquia Jorge.

Em 1953, algumas revistas se destacaram, dentre elas, montagens do Teatro Madureira"Ajuda Teu Irmão", "Chegou O Guloso", com a grande cantora Aracy Côrtes - dama da voz e dos palcos - em participação especial, "A Galinha Comeu", "O Baixinho É Menor" e "Tá Na Hora".

Além das obras citadas, o palco do Teatro Madureira projetou as seguintes peças: "O Negócio É Rebolar", "Confusão Na Arena", "Macaco, Olha O Teu Rabo", "Tira O Dedo Do Pudim", "Bota O Café No Fogo", "Boca De Espera", "Vê Se Me Esquece", "Pintando O Sete", "Satélite De Mulheres", "Garoto Enxuto", "Mengo, Tu És Meu", "Vai Levando", "Curió", "Tudo É lucro", "O Pequenino É Quem Manda", "Vamos Brincar", "Vira O Disco", "Banana Não Tem Caroço", "Alegria Do Peru", "Sacode A Jaca", "Mistura E Manda", "Tudo De fora", "Você Não Gosta".

Zaquia Jorge foi homenageada com os sambas "Zaquia Jorge - Vedete Do Subúrbio - Estrela De Madureira", de Avarese, sendo tema da Escola de Samba Império Serrano, em 1975 e "Madureira Chorou", de Carvalhinho e Júlio Leiloeiro, e uma peça "A Vedete Do Subúrbio", de Ronaldo Grivet e José Maria Rodrigues.


Madureira Chorou

Zaquia Jorge teve morte trágica, na praia da Barra da Tijuca, quando tomava banho de mar em companhia de várias outras artistas. Era comum as vedetes se bronzearem 'al natural' na Barra, por ser uma praia deserta na época. A edição do jornal O Globo de 23 de abril de 1957 assim noticiou a morte de Zaquia Jorge:

"Rapidamente, a notícia foi propagada, e grande número de atores da Companhia da Revista Zaquia Jorge e de outras empresas chegou ao local. Em poucos instantes as brancas areias da praia foram pisadas por centenas de pés, já que também foi grande o número de curiosos que acorreu.

Quando um guarda-vidas retirou, do perau em que caíra, o corpo da vedete, Celeste Aída, uma das que a acompanhavam, abraçou-se ao cadáver, chorando copiosamente. Celeste Aída vira a amiga desaparecer e tudo fizera para salvá-la, não o conseguindo porque era muito fundo o perau. Enquanto ela se esforçava, os dois homens que integravam o grupo e que estavam longe aproximaram-se. Na areia, muito assustadas, cinco girls assistiam à luta de Celeste Aída, sem poder ajudá-la.

Afinal, cansada e desanimada, Celeste Aída voltou às areias, Zaquia Jorge desaparecera e, quando foi encontrada, já estava quase sem vida. Morreu pouco depois...

Foi sepultada no Cemitério de São Francisco Xavier, pranteada por artistas e populares, que a reverenciaram como a pioneira do teatro suburbano carioca. Das 06:00h às 16:30hs de ontem, mais de 4.000 pessoas afluíram ao Teatro de Madureira, em cujo palco ficou exposto o corpo da artista. Com a platéia e os balcões apinhados, o ambiente fazia lembrar um grande dia de récita. Contudo, a emoção do público era intensa, guardando os presentes muito respeito.

No palco, no alto, por cima do caixão de Zaquia Jorge, havia um grande quadro de São Jorge. A artista morrera na véspera do dia consagrado ao santo. Ontem fazia cinco anos que inaugurara seu teatro, com a peça 'Trem De Luxo', de Válter Pinto e Freire Júnior.

Sobre uma fileira de dez cadeiras havia dezenas de coroas entre elas, do Teatro Santana (São Paulo), do Corpo de Bombeiros, das escolas de samba Sampaio e Império Serrano, de inúmeras entidades e figuras da arte e de outros setores. O povo humilde do subúrbio formou filas, subindo ao palco para dar seu último adeus a Zaquia Jorge..."


Em sua homenagem foi composta a música "Madureira Chorou", um samba de sucesso no carnaval de 1958.

Filmografia

  • 1946 - Sob A Luz De Meu Bairro
  • 1946 - Fantasma Por Acaso
  • 1946 - Caídos Do Céu
  • 1949 - Pinguinho De Gente
  • 1950 - A Serra Da Aventura
  • 1951 - Aguenta Firme, Isidoro
  • 1957 - A Baronesa Transviada


Simões Filho

ERNESTO SIMÕES DA SILVA FREITAS FILHO
(71 anos)
 Político, Jornalista e Empresário 

* Cachoeira, BA (04/10/1886)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/11/1957)

Ernesto Simões da Silva Freitas Filho, mais conhecido como Simões Filho foi um político, jornalista e empresário brasileiro, ex-Ministro da Educação, fundador do jornal A Tarde e em cuja homenagem foi batizado o município baiano de Simões Filho.

Filho do coronel Ernesto Simões da Silva Freitas e de Emília Rosa Simões da Silva Freitas, Simões Filho nasceu em Cachoeira em 4 de outubro de 1886.

Foi aluno do tradicional Ginásio Bahiano, instituição por onde passaram outros grandes nomes da História da Bahia, como o poeta Castro Alves e Ruy Barbosa, de quem Simões Filho se tornaria um grande admirador e defensor das suas candidaturas à Presidência do Brasil.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Direito, um local de produção intelectual efervescente, Simões Filho casou-se com Helena Guimarães Cerne, com quem teve os filhos Regina Simões de Mello Leitão, atual presidente do Grupo A Tarde; Renato Simões, advogado, empresário e atual superintendente do Grupo A Tarde; e Vera Simões Bainville, colunista de A Tarde.

A vocação de Simões Filho para o jornalismo começou ainda no curso preparatório no Ginásio Bahiano, onde fundou, com outros colegas, um jornalzinho estudantil chamado O Carrasco.

Aos 18 anos, Simões Filho criou O Papão, uma revista literária que aliava a circulação da informação sobre o cotidiano baiano com muito humor. Em seguida, Simões Filho fundou A Tarde. O jornal já surgiu trazendo conceitos inovadores, como anúncios classificados, realização de campanhas editoriais que defendiam questões de interesse da Bahia, uso de clichês, além do investimento em novas tecnologias de impressão. Isto fez com que rapidamente A Tarde se tornasse líder do mercado baiano de informação.

Dinamismo

Sem descuidar de modernizar e dar cada vez mais qualidade ao seu jornal, Simões Filho participava ativamente da vida política nacional. Foi deputado estadual, deputado federal, líder da bancada da Bahia e ministro da Educação e Saúde (1951-1953) no segundo governo de Getúlio Vargas.

Durante o turbulento período que foi da Revolução de 1930 ao chamado Estado Novo, Simões Filho foi um defensor incansável da autonomia da Bahia. Sua posição o colocou como forte opositor aos interventores nomeados por Getúlio Vargas para assumir o governo baiano, afinal o Estado estava sob a intervenção do poder federal.

Por conta dos seus freqüentes protestos, Simões Filho foi perseguido, inclusive tendo de passar períodos fora do Brasil. Um dos mais dolorosos desafios desta fase foi a censura ao seu jornal. A Tarde chegou a ficar, em 1934, nove dias sem circular por conta da censura determinada por Juracy Magalhães.

Em 1946, Simões Filho apoiou a candidatura vitoriosa de Octávio Mangabeira. Após quatro anos, foi a vez de dar seu apoio a Lauro de Freitas, que enfrentou Juracy Magalhães.


No entanto, Lauro de Freitas morreu em um acidente de avião durante a campanha. Seu substituto, Régis Pacheco, venceu. Simões Filho tornou-se ministro da Educação e Saúde do governo de Getúlio Vargas por indicação do governador da Bahia.

A sua passagem pelo ministério foi curta, mas brilhante. Apesar de indicado para concorrer à sucessão de Régis Pacheco, Simões Filho não aceitou o convite por divergir do grupo do governador antes mesmo da apresentação do seu nome na convenção do Partido Social Democrático (PSD). Mas, por solidariedade ao seu grande amigo, o professor Pedro Calmon, escolhido candidato ao governo, resolveu apoiar o grupo.

No dia 24 de novembro de 1957, Simões Filho morreu no Rio de Janeiro. O local escolhido para o seu sepultamento foi a capital da Bahia, palco maior das suas grandes lutas.

Fonte: A Tarde

José Lins do Rego

JOSÉ LINS DO REGO CAVALCANTI
(56 anos)
Jornalista, Escritor, Romancista, Cronista e Memorialista

* Pilar, PB (03/07/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/09/1957)

José Lins do Rego foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional.

Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "O último dos contadores de histórias". Seu romance de estréia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.

José Lins escreveu cinco livros a que nomeou Ciclo da Cana-de-Açúcar, numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não encaixa-se somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam".

José Lins nasceu na Paraíba. Seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostalgicamente e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances.


José Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife, ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida. Em 1926, partiu para o Maceió, onde reunia-se com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.

É atribuído a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro. O conjunto de suas obras são um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. Sua magnum opus, Fogo Morto (1943), é visto como o "romance dos grandes personagens". Massaud Moisés escreveu que esta obra-prima de José Lins "é uma das mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo".

Infância

Nascido no Engenho Corredor, município paraibano de Pilar, filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti (assassinada pelo marido esquizofrênico), fez as primeiras letras no Colégio de Itabaiana, no Instituto Nossa Senhora do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X na então cidade da Paraíba atual João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, em Recife. Desde esse tempo revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, por exemplo, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompeia.

Em 1918, aos dezessete anos, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a foi formando.

Juventude e Início da Carreira Literária

Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na Faculdade de Direito do Recife.

Nesse período, além de colaborar periodicamente com o Jornal do Recife, fez amizade com Gilberto Freyre, que o influenciou e, em 1922, fundou o semanário Dom Casmurro.

Formou-se em 1923. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado, Aníbal Fernandes, e outros. Gilberto Freyre, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influências no espírito de José Lins, através das ideias novas sobre a formação social brasileira.

Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuaçu, em 1925, onde entretanto não se demorou.

Casou em 1924 com Filomena Masa Lins do Rego (Naná), transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de Engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do Ciclo da Cana-de-Açúcar.

José Lins e José Américo de Almeida
Perfil da Obra e Trajetória Literária

O mundo rural do Nordeste do Brasil, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro Menino de Engenho.

Como vimos, em 1926, decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para Maceió, Alagoas. Lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos (o autor de Vidas Secas), Rachel de Queiroz (a jovem cearense, que já publicara o romance O Quinze), o poeta Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda (o mestre do dicionário), que se tornariam seus amigos para sempre.

Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangüê (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, não conheceu interrupções. Publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.

Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro. Homem atuante, participava ativamente da vida cultural de seu tempo. Gostava de conversar, tinha um jeito bonachão e era apaixonado por futebol, ou melhor, pelo Flamengo. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Despojamento

O estilo de José Lins é inteiramente despojado e sem atitudes ou artifícios literários. Ele próprio via a si mesmo como um escritor instintivo e espontâneo, chegando a apontar que suas fontes da arte narrativa estavam nas ruas:

"Quando imagino nos meus romances tomo sempre como modo de orientação o dizer as coisas como elas surgem na memória, com os jeitos e as maneiras simples dos cegos poetas"

Apesar desta simplicidade linguística com que escreve, ele descreve com muita técnica os estados psicológicos de seus personagens, seguindo, assim, uma linha inaugurada por Marcel Proust. Além disso, ele tem um domínio da tradição literária e consegue fazer uma crítica dos hábitos em um estilo que lembra Thomas Hardy.

José Lins e Austragésilo de Atayde
Academia Paraibana de Letras

É patrono da cadeira 39 da Academia Paraibana de Letras, que tem como fundador Coriolano de Medeiros. Atualmente ocupada por Sérgio de Castro Pinto.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de setembro de 1955, para a cadeira 25.

Suas Principais Obras:
  • 1932 - Menino de Engenho
  • 1933 - Doidinho
  • 1934 - Bangüê
  • 1935 - O Moleque Ricardo
  • 1936 - Usina
  • 1936 - Histórias da Velha Totonha
  • 1937 - Pureza
  • 1938 - Pedra Bonita
  • 1939 - Riacho Doce
  • 1941 - Água-mãe
  • 1942 - Gordos e Magros
  • 1943 - Fogo Morto
  • 1945 - Poesia e Vida
  • 1947 - Eurídice
  • 1952 - Homens, Seres e Coisas
  • 1953 - Cangaceiros
  • 1953 - Meus Verdes Anos
  • 1954 - A Casa e o Homem
  • 1956 - Meus Verdes Anos
  • 1957 - Presença do Nordeste na Literatura Brasileira
A obra de José Lins do Rego é publicada pela Livraria José Olympio Editora.

Morte

Em 1956 Lins do Rego publicou Meus Verdes Anos, um livro de memórias. No ano seguinte morreu de um problema hepático, aos 56 anos. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Washington Luís

WASHINGTON LUÍS PEREIRA DE SOUSA
(97 anos)
Advogado, Historiador, Político e Presidente do Brasil

* Macaé, RJ (26/10/1869)
+ São Paulo, SP (04/08/1957)

Foi o décimo primeiro presidente do estado de São Paulo, décimo terceiro presidente do Brasil e último presidente da República Velha.

Foi deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias antes do término do seu mandato como presidente da República, por um golpe militar, que passou o poder, em 3 de novembro, às forças político-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930.

Foi o criador do primeiro Serviço de Inteligência do Brasil em 1928.

O apelido que o definia era Paulista de Macaé, pois, embora nascido no estado do Rio de Janeiro, sua biografia política foi toda construída no estado de São Paulo. Foi chamado também de O Estradeiro, e, durante a Revolução de 1930, de Doutor Barbado pelos seus opositores.

Início da Carreira

Fez seus primeiros estudos na cidade do Rio de Janeiro como aluno interno do renomado Colégio Pedro II. Para Washington Luís poder estudar, seus pais, que eram pobres, tiveram que tirar os outros filhos da escola.

Graduou-se em direito em 1891 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais, onde iniciou a carreira política.

Como historiador, suas principais obras foram A Capitania de São Paulo e Na Capitania de São Vicente.

Foi vereador em 1897 e intendente em 1898 em Batatais. Como intendente, fez uma experiência pioneira de reforma agrária no Brasil. Iniciou a sua carreira política no Partido Republicano Federal (PRF), ingressando depois no Partido Republicano Paulista (PRP), elegendo-se deputado estadual para o biênio 1904 - 1905.

Participou ativamente na Assembleia Constituinte Estadual de 1905, apoiando sobretudo o municipalismo, defendendo ampla autonomia dos municípios frente aos governos estaduais e federal.

Secretário de Justiça e Segurança Pública


Deixou o cargo de deputado estadual para assumir, em 13 de março de 1906, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, onde permaneceu até 1 de maio de 1912.

A Secretaria de Justiça, reorganizada pela lei nº 1.006 de 17 de dezembro de 1906, foi reformada passando a cuidar também da segurança pública, tendo seu comando centralizado nas mãos de Washington Luís, abrangendo a Polícia de Carreira, a chamada hoje, Polícia Civil, criada pouco antes, em dezembro de 1905, e a Força Pública Paulista, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Coube a Washington Luís modernizar a Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, com a vinda de uma missão militar francesa. Instalou a recém-criada Polícia Civil de São Paulo, nomeando apenas funcionário público de carreira formado em direito para o cargo de delegado de polícia, não mais aceitando nomeações pelos líderes políticos locais: os coronéis, que ficaram, assim, com seu poder reduzido. Esta modernização da Polícia Civil recebeu o nome de Polícia Sem Política.

Reorganizou o Gabinete de Identificações, atual Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, reorganizou o Gabinete Médico Legal. Criou o Gabinete de Reclamação e Objetos Achados. Instituiu a identificação dactiloscópica nas delegacias, a técnica mais moderna da época. Exigiu que os promotores denunciassem pais, muitos na época, que não registravam os filhos, o que deu impulso ao Registro Civil em São Paulo.

Em 1910, apoiou a Campanha Civilista de Ruy Barbosa. Incentivou a criação do Automóvel Clube de São Paulo do qual foi seu vice-presidente. Percorreu as estradas paulistas, traçando os primeiros projetos para a melhoria de suas rodovias e implantação de um plano rodoviário estadual.

Seu maior desafio nesta secretaria foram os contínuos ataques dos índios aos trabalhadores da estrada de ferro Noroeste do Brasil e aos pioneiros do oeste paulista. Outro grande desafio foi a greve dos soldados da Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, na onda de greves de 1907, tendo decidido ir pessoalmente ao Quartel da Luz e convencido os soldados a encerrá-la. Conseguiu manter a ordem pública durante a disputada campanha eleitoral de 1910 entre Ruy Barbosa e Hermes da Fonseca.

Sua diretriz administrativa como secretário de Justiça e Segurança foi:

"Não prender sem motivo, não prender sem processar!"
(Washington Luís)

Ainda em 1910, criou o Gabinete de Investigações e Capturas, o qual deu maior eficiência à Polícia Civil de São Paulo. Criou em 1909 a Penitenciária do Estado de São Paulo e iniciou sua construção.


 Deputado Estadual em 1912-1913

Foi novamente eleito deputado estadual para o mandato de 1912 a 1913, quando defendeu que presos com boa conduta deveriam ter redução da pena e que deveria se utilizar presidiários na construção de estradas.

Conseguiu também como deputado estadual a aprovação da lei estadual nº 1.406 de 1913, que estabelecia o regime penitenciário do estado de São Paulo e regulamentava a utilização de presos na construção de rodovias, sendo que uma das principais obras viárias a utilizar presidiários foi a Estrada Velha de Campinas, iniciada em 1916.

Essa lei, no seu artigo 16, dizia que o governo paulista estabeleceria o sistema de viação pública e as características das rodovias paulistas, o que foi feito, pelo decreto estadual 2.585 de 15 de julho de 1915. O governador Lucas Nogueira Garcez entendia que a lei 1.406 podia ser vista como a "gênese da moderna legislação rodoviária brasileira".

E assim, Washington Luís, explicou a importância das estradas, na Câmara dos Deputados Paulista:

"As estradas aproximam os centros produtores dos centros consumidores, valorizam as terras que atravessam, tornam baratos os produtos que exploram e trazem a facilidade de comunicação para correios e escolas!"
(Washington Luís)

Prefeito de São Paulo

Foi prefeito da cidade de São Paulo, de 15 de janeiro de 1914 a 15 de agosto de 1919, sendo que, no primeiro mandato (1914-1917) foi eleito vereador, e posteriormente eleito prefeito pela Câmara Municipal de São Paulo. Para o segundo mandato (1917-1919), foi eleito pelo voto direto do povo.

Recuperou e editou os documentos quinhentistas da Câmara Municipal de São Paulo, criou as feiras-livres de alimentos e enfrentou a Primeira Guerra Mundial, a Gripe Espanhola (1918), as Greve Operárias de 1917 e a grande geada de 1918. Construiu e recuperou 200 quilômetros de estradas municipais paulistanas.

Foi um dos patrocinadores e organizadores do primeiro Congresso Paulista de Estradas de Rodagem, realizado em São Paulo de 30 de maio a 7 de junho de 1917, que discutiu regras e fontes de recursos para ampliação e manutenção da malha rodoviária paulista. Buscou, também, apoio empresarial para investimentos em rodovias. Washington Luís foi eleito, ao final do congresso, o primeiro presidente da Associação Permanente de Estradas de Rodagem.

A sua insistência em priorizar rodovias foi mal vista pelos seus adversários políticos. Sua política, porém, foi firmemente defendida por Monteiro Lobato, que atribuía o desenvolvimento dos Estados Unidos à sua enorme rede rodoviária.

Oficializou o brasão da cidade de São Paulo em 1916.

Washington Luís, como historiador dos governadores paulistas, inspirou-se no governador Bernardo José Maria de Lorena que construiu a Calçada do Lorena, Bernardo José Pinto Gavião Peixoto que abriu a Estrada da Maioridade e nos governadores da década de 1860 que investiram a maior parte do orçamento da província na recuperação da Estrada da Maioridade.

A Agitação Operária e a Greve de 1917

A Washington Luís, caluniosamente, quando presidente do Estado de São Paulo, foi-lhe atribuída a frase "Questão social é questão de polícia", quando a frase verdadeira foi:

"A agitação operária é uma questão que interessa mais à ordem pública do que à ordem social, representa o estado de espírito de alguns operários, mas não de toda a sociedade!"
(Washington Luís)

Não havendo nenhum registro de abuso de autoridade de Washington Luís nem como secretário da Justiça nem em demais cargos que ocupou.

Durante sua gestão no comando da capital paulista, se deu a agitação dos anarquistas durante a chamada Greve Geral de 1917. Washington Luís era o prefeito da capital paulista e Altino Arantes o presidente do estado e encarregado do policiamento e da ordem pública.

De acordo com depoimentos da época da Greve Geral de 1917, textos publicados e relatos de jornais, entrevistas de coveiros e funcionários da polícia em diversos órgãos da imprensa oficial e da imprensa operária, foram de centenas os mortos da Greve Geral de 1917, sendo atacados, pelos grevistas, funcionários da prefeitura, inclusive enfermeiros, conforme relata o presidente Altino Arantes na sua mensagem ao Congresso do Estado de 1918. Washington Luís então redobrou os esforços para manter os serviços públicos funcionando normalmente durante a Greve Geral de 1917.


No Governo do Estado de São Paulo


Em 1 de maio de 1920, chegou à presidência do estado, na qual ficou até 1 de maio de 1924, e consolidou sua posição de comando na comissão executiva do Partido Republicano Paulista (PRP).

A prioridade de seu governo era povoamento do interior do estado e o grande número de obras rodoviárias executadas. "Governar é abrir estradas" foi seu lema, na campanha eleitoral de 1920. Devido a esse lema, recebeu o apelido de Estradeiro. Lema e prioridade de governo, os quais, foram, depois, assimilados pelos governadores posteriores de São Paulo. A sua frase ainda é citada pelos políticos paulistas.

A frase, na sua íntegra, que é uma extensão da frase de Afonso Pena "Governar é povoar", dava ênfase à ocupação do território:


"Governar é povoar. Mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies. Governar é, pois, fazer estradas!"
(Washington Luís)

Foi muito criticado pelos seus adversários que eram contra essa novidade da época: as estradas. Chegando a ser chamado de General Estrada de Bobagem, um trocadilho com estrada de rodagem.

Seguiram a tradição de Washington Luís e também são considerados Estradeiros, os seguintes governadores paulistas: Ademar de Barros, Paulo Egídio Martins, Paulo Maluf e Orestes Quércia. Franco Montoro deu impulso às pequenas estradas do interior do estado chamadas de estradas vicinais.

Ademar de Barros, em 27 de dezembro de 1938 declarou:

"O programa rodoviário idealizado pelo ex-presidente Washington Luís será por mim integralmente realizado. Abrir estradas! Eis aí uma das acertadas soluções para o desenvolvimento econômico-financeiro do Estado. Convencido da oportunidade desta medida, estudei a realização de uma completa rede rodoviária, a unir todos os centros produtores, estes com as saídas naturais da riqueza estadual!"
(Ademar de Barros)

As principais estradas implantadas, visando ligar São Paulo aos estados vizinhos e ao Porto de Santos, foram:

  1. São Paulo - Bananal, na divisa com o Rio de Janeiro
  2. São Paulo - Santos, recuperando a Estrada do Mar, antiga Estrada da Maioridade.
  3. São Paulo - Ribeirão Preto;
  4. São Paulo - Sorocaba.

De seu mandato como presidente do estado de São Paulo (1920-1924), destacam-se ainda:

  1. Garantiu a segurança do estado, enviando tropas da Polícia Militar para combater, na fronteira com o Mato Grosso do Sul, os revoltosos do levante tenentista de 5 de julho de 1922.
  2. Presidiu o Centenário da Independência do Brasil, reformou o Museu do Ipiranga e construiu e inaugurou, em 7 de setembro de 1922, o Monumento à Independência do Brasil e diversos monumentos ao longo da Rodovia Caminho do Mar, que liga a capital paulista ao litoral, como o Padrão do Lorena e o Cruzeiro Quinhentista.
  3. Restabeleceu a imigração europeia interrompida pela Primeira Guerra Mundial para as lavouras de café. Criou um tribunal rural para dirimir conflitos entre colonos e fazendeiros.
  4. Criou colônias agrícolas especialmente de japoneses e procurou não enviar imigrantes diretamente para terras devolutas do sertão do estado por entender que não estavam adaptados ainda ao novo clima e solo.
  5. Estabelece por lei, em 1921, que, as terras devolutas do estado, possam ser adquiridas, por doação do estado, e não mais por compra, como se fazia até então, permitindo a posseiros regularizarem suas terras.
  6. Realizou o reconhecimento do oeste paulista ainda composto de terras virgens visando seu povoamento.
  7. A Semana de Arte Moderna de 1922, que ele apoiou.
  8. Pediu ao escritor Monteiro Lobato que escrevesse um livro para ser usado em aulas de leitura das escolas estaduais. Tal livro chamado: A Menina do Narizinho Arrebitado lançou Monteiro Lobato na literatura infanto juvenil.
  9. A criação de várias faculdades de farmácia e odontologia no interior do estado em uma iniciativa pioneira de interiorizar a educação.
  10. Criou o Museu Republicano de Itu.
  11. Modernizou o Arquivo Público do Estado de São Paulo, editando e publicando documentos históricos valiosos e transformou o Museu Paulista (Museu do Ipiranga) em museu histórico com enfoques nos Bandeirantes.
  12. Recebeu em 1923, o rei da Bélgica.
  13. Em 1922, o Gabinete de Investigações e Capturas, da Secretaria de Justiça e Segurança, desbaratou o Partido Comunista de São Paulo, subordinado à Rússia e que foi o primeiro partido político desta ideologia a ser organizado no Brasil.
  14. Realizou uma reforma completa do ensino público estadual e uma reforma do poder judiciário.
  15. Refinanciou a dívida interna e a dívida externa do Estado.
  16. Criou os processos de indenização por acidente de trabalho.
  17. Estabeleceu em definitivo as fronteiras de São Paulo com o Rio de Janeiro e com o Paraná. Encaminhou o problema da divisa de São Paulo com Minas Gerais que finalmente foi resolvida no governo de Armando de Sales Oliveira.

Senador da República e a Candidatura à Presidência

Logo depois de Washington Luís deixar o governo paulista, ocorre a Revolta Paulista de 1924, e ele, então, se alista nas tropas que combateram a Revolução de1924, dando seu apoio ao seu sucessor no governo paulista, Carlos de Campos.

Passa brevemente pelo Senado Federal, eleito em 1925, após deixar o governo de São Paulo, assumindo a vaga aberta pelo falecimento do senador Alfredo Ellis em 1925.

É escolhido para disputar a presidência da República, como candidato único, sem nenhuma oposição e dissidência, tal era seu prestígio político. Foi apoiado, sem restrições, pelo Partido Republicano Paulista e demais partidos republicanos estaduais, no tradicional esquema de revezamento entre Minas Gerais e São Paulo na presidência da república, conhecido como Política do Café Com Leite.

Assim, no dia 1 de março de 1926, Washington Luís obtém a maior votação até então para a presidência da República: 688.528 votos contra 1.116 votos dados ao general Joaquim Francisco de Assis Brasil. Fernando de Melo Viana é eleito, no mesmo dia, vice-presidência da República.


Presidente da República

Assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1926. Sua eleição foi recebida com grandes esperanças, após um período de agitações políticas.

Isento de prevenções e de rancores, Washington Luís libertou todos os presos políticos e também muitos cidadãos presos injustamente, segundo sua mensagem presidencial de 1927, e não prorrogou o Estado de Sítio que caracterizou o quadriênio anterior, de Artur Bernardes, que continuou vigorando, porém, em alguns estados, para o combate da Coluna Prestes. Extinguiu os presídios políticos da Ilha da Trindade e da Clevelândia do Norte no Amapá.

A Coluna Prestes, esgotada e sem apoio da população para uma revolução, em 1926, se retira para a Bolívia. O país viveu em relativa tranquilidade interna, durante seu governo, até que começassem os rumores de uma revolução, em 1930.

Enfrentou a crise internacional do café e a crise financeira internacional, iniciada em outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, mas mesmo assim tentou estabilizar a taxa de câmbio e equilibrar o orçamento nacional.

Em 18 de dezembro de 1926, instituiu a reforma econômica, financeira, monetária e cambial no Brasil, através do decreto nº 5.108, sendo, naquele momento, seu ministro da fazenda, Getúlio Vargas.

Criou o Conselho de Defesa Nacional, em 1927, constituído pelo presidente da República e pelos ministros de Estado, com a tarefa de "coordenar a produção de conhecimentos sobre questões de ordem financeira, econômica, bélica e moral, referentes à defesa da Pátria". Este conselho foi o embrião dos órgãos de inteligência e de segurança nacional do Brasil.

Pelo decreto nº 5.141, de 5 de janeiro de 1927 é criado o Fundo Especial para Construção e Conservação de Estradas de Rodagens Federais, para financiar o desenvolvimento rodoviário do Brasil.

Uma de suas realizações foi a Rodovia Rio-Petrópolis que, inaugurada em 1928, mais tarde receberia seu nome, pertencente a BR-040, primeira rodovia asfaltada do Brasil e considerada na época como uma grande obra da engenharia civil brasileira, um marco (muitos populares pensavam que as obras foram realizadas por norte-americanos ou outros estrangeiros).

Terminou a Rodovia São Paulo-Rio (que ainda existe em alguns trechos chamados de SP-62, SP-64, SP-66 e SP-68, no estado de São Paulo), iniciada no seu mandato como governador do estado de São Paulo, inaugurando-a em 5 de maio de 1928. Obra de dificílima realização. Foi a primeira rodovia a ligar São Paulo ao Rio de Janeiro e única ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro até a inauguração da Rodovia Presidente Dutra em 1950.

A viagem de automóvel entre São Paulo e Rio de Janeiro passou a ter uma duração de 14 horas, contra 33 dias de duração em 1908 quando o Conde Lesdain fez a primeira viagem (na época chamada de raid) entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Criou, em 1928, a Polícia Rodoviária Federal. Instituiu, pelo decreto nº 5083, de 1 de dezembro de 1926, o Código de Menores. Criou, em 1927, a Aviação do Exército.

Em 1928, o Brasil recebeu a visita do presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover.

Como havia feito na prefeitura e no governo do estado de São Paulo, Washington Luís publicou documentos antigos do Arquivo Nacional, preservando assim muitos textos da História do Brasil, que corriam o risco de ser destruídos por insetos. Publicou também as obras completas de Ruy Barbosa.

A Crise Sucessória de 1930

Em 1929, Washington Luís apoiou Júlio Prestes, presidente de São Paulo à sua sucessão, e o presidente da Bahia, Vital Soares, como candidato a vice-presidente. Com isso, rompia com a Política do Café Com Leite, em que havia o predomínio de presidentes paulistas (café) e mineiros (leite) na presidência (a Política do Café Com Leite não ocorreu de forma alternada, como muitos pensam).

Os governadores de dezessete estados apoiaram o candidato indicado pelo presidente Washington Luís. Negaram apoio ao candidato Júlio Prestes, apenas os presidentes de três estados, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba (Até hoje, lê-se NEGO na Bandeira da Paraíba).

Os presidentes destes três estados e políticos de oposição de diversos estados se unem formando a Aliança Liberal) e lançam Getúlio Vargas candidato a presidente da República, e o presidente da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque como candidato a vice-presidente da República.

Em 1 de março de 1930, Júlio Prestes venceu a eleição contra os protestos da oposição que denunciava fraude. Surgem boatos sobre uma possível revolução, desmentidos por Getúlio Vargas e outras lideranças da Aliança Liberal.

O surgimento de um movimento insurgente em São José de Princesa, na Paraíba - que parecia, segundo a oposição, ter sido instigado pelo Governo Federal contra o presidente do estado, João Pessoa, - seguido do assassinato (de natureza pessoal) do mesmo João Pessoa e a Grande Depressão Econômica de 1929, servem de pretexto para reunir as forças aliancistas, que conspiram e iniciam uma revolução em 3 de outubro de 1930.

Em 24 de outubro de 1930, os ministros militares depõem Washington Luís, que é preso, sai do Palácio do Catete acompanhado do Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Sebastião Leme da Silveira Cintra e é conduzido ao Forte de Copacabana. Uma junta militar assume a presidência, entregando-a a Getúlio Vargas no dia 3 de novembro de 1930.


Túmulo de Washington Luís no Cemitério da Consolação
Depois da Presidência e Homenagens


Washington Luís foi exilado, vivendo muitos anos nos Estados Unidos e posteriormente na Europa. Regressou ao Brasil em 1947, recusando-se a voltar à política.

Em 4 de agosto de 1957, faleceu em São Paulo, e hoje está enterrado no Cemitério da Consolação.

Foi homenageado, na ocasião de seu centenário de nascimento, em 1969, quando foram lançados dois livros. Há rodovias com seu nome, mas é um dos poucos presidentes que não têm uma cidade nomeada em sua homenagem.

Fonte: Wikipédia