Gilvan Samico

GILVAN JOSÉ DE MEIRA LINS SAMICO
(85 anos)
Pintor, Desenhista e Gravurista

* Recife, PE (15/06/1928)
+ Recife, PE (25/11/2013)

Gilvan José de Meira Lins Samico foi um pintor, desenhista e gravurista brasileiro. Gilvan Samico era um dos maiores gravuristas do Brasil.

Nascido na capital pernambucana, Gilvan Samico era o penúltimo de seis filhos de um casal de classe média do bairro de Afogados. Na adolescência, depois de dois empregos frustrados, o pai percebeu a aptidão do filho para a ilustração e o levou ao professor, pintor e arquiteto Hélio Feijó.

Gilvan Samico iniciou-se na pintura como autodidata, influenciado pelo expressionismo de artistas como Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo, mas atualmente era conhecido por suas meticulosas xilogravuras, inspiradas na temática e estilo da gravura popular do nordeste do Brasil.

Em 1948, começou a frequentar a Sociedade de Arte Moderna do Recife. Em 1952, fundou, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade, idealizado por Abelardo da Hora

Em 1957, estudou xilogravura com Lívio Abramo, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo. No ano seguinte, estudou gravura com Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1968, recebeu de prêmio uma viagem ao exterior no 17º Salão Nacional de Arte Moderna do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e permaneceu por dois anos na Europa. Em 1965, fixou residência em Olinda, PE. Lecionou xilogravura na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em 1971, convidado por Ariano Suassuna, passou a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular. Sua produção é particularmente pela recuperação do romanceiro popular e pela literatura de cordel. Suas gravuras são povoadas por personagens da Bíblia, de lendas e por animais fantásticos, com reduzido uso da cor e de texturas.

Os 40 anos de gravura do artista foram comemorados em 1997 com importante exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

Gilvan Samico tem obras no Museum Of Modern Art (MoMA) de Nova York e participou duas vezes de Bienal de Veneza tendo sido premiado em uma delas.


Crítica

Ferreira Gullar em seu livro "Relâmpagos" dedica um capítulo inteiro para tratar da obra de Gilvan Samico que começa assim:

"É uma linguagem clara, límpida, mas plena de ecos. Ela é assim jovem e arcaica. A linha, que Samico traça, para definir as figuras é também expressiva em si mesma como linha, tem intensidade e melodia. É uma gravura sem truques, sem retórica, sem falsas emoções. É tudo gráfico: o que está ali está ali, à nossa vista."
(Ferreira Gullar, Relâmpagos, p. 1275)

É exaltado por Ariano Suassuna ao dizer:

"É, então, por ter encontrado seu caminho dentro da maravilha que é a arte popular brasileira, que o mundo de Samico aparece com tanta força e novidade, harmonizados, nela, todos os contrastes e violências."

Gilvan Samico, com a esposa Célida, em seu ateliê em Olinda, em imagem de 2008
Morte

Gilvan Samico morreu, na manhã de segunda-feira, 25/11/2013, no Recife, PE, aos 85 anos. Ele estava internado há uma semana no Hospital Português, no bairro do Paissandu, devido a um câncer na bexiga. A doença, segundo os médicos, era incurável e ele recebia tratamentos paliativos.

Ele foi internado por várias vezes nos últimos meses para tratar do câncer. Gilvan Samico morava em Olinda, PE onde também funcionava seu ateliê. O velório ocorreu no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O corpo dele foi encaminhado para cremação.

Fonte: Wikipédia

Ruy Mesquita

RUY MESQUITA
(88 anos)
Jornalista

* São Paulo, SP (16/04/1925)
+ São Paulo, SP (21/05/2013)

Ruy Mesquita foi um jornalista brasileiro, nascido em São Paulo em 16/04/1925. Era neto de Júlio de Mesquita, um dos primeiros jornalistas do jornal O Estado de S.Paulo, que posteriormente virou proprietário do jornal. O pai de Ruy Mesquita, Júlio de Mesquita Filho, ocupou a posição do pai após a morte dele.

Ruy Mesquita cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), mas acabou trocando os estudos jurídicos pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, na própria Universidade de São Paulo (USP).

Passou a trabalhar no jornal O Estado de S.Paulo, em 1948. Desde então ele ocupou os cargos de redator e editor internacional. Em 1996, após a morte do irmão Júlio de Mesquita NetoRuy Mesquita assumiu a direção da publicação. Passou a ser o  responsável pela Seção de Opinião do Estadão desde a morte do irmão. Ao cabo da Revolução Cubana, foi o único jornalista brasileiro a entrevistar Fidel Castro, sendo homenageado pelo presidente daquele país no ano seguinte.


Em 1966, assumiu a direção do recém-criado Jornal da Tarde, diário que revolucionou a linguagem do jornalismo brasileiro.

Segundo o Estadão, Ruy Mesquita "reuniu-se com militares antes do golpe de 1964, que apoiou, em nome da defesa da democracia, mas, assim como seu pai e seu irmão, também passou a criticar a ditadura, uma vez instalada".

Durante a ditadura militar, de 1964 a 1985, o Estado foi alvo de censura prévia. Para desafiar o regime, Ruy Mesquita, junto com o pai e o irmão, decidiu que o periódico deveria publicar poesias, como "Os Lusíadas", de Camões, e receitas de bolos e doces no espaço dos textos censurados.

Ruy Mesquita mantinha hábitos reclusos, dividindo o tempo entre o jornal e a casa, onde se dedicava a leituras. De acordo com o Estadão, Ruy Mesquita manteve sua rotina de trabalho até a véspera da internação, se reunindo com os editorialistas para definir as "Notas & Informações" da página 3 do jornal.


Morte

Ruy Mesquita morreu na terça-feira, 21/05/2013, às 20:40 hs, em São Paulo, aos 88 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde 25/04/2013, após ser diagnosticado um câncer na base da língua.

O corpo de Ruy Mesquita foi sepultado às 15:25 hs de quarta-feira, 22/05/2013, no Cemitério da Consolação, no centro de São Paulo. A cerimônia de sepultamento terminou às 15:45 hs, com uma salva de palmas.

Ruy Mesquita deixou a mulher Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, 12 netos e um bisneto.

Em nota oficial, a presidente Dilma Rousseff afirmou que "Ruy Mesquita foi um homem de convicções". "Diretor do jornal 'O Estado de S. Paulo', criador do inovador Jornal da Tarde, Doutor Ruy - como era conhecido - foi símbolo de uma geração da imprensa brasileira. Neste momento de dor, presto a minha solidariedade à família e amigos", afirmou a presidente, no texto.

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, também divulgou nota para lamentar a morte de Ruy Mesquita.

"Lamentamos profundamente a morte do Dr. Ruy. Ele nos deixa como legado a luta em defesa da liberdade de expressão e da democracia, valores que o 'Estado de S. Paulo' ajudou a construir no nosso país. O Brasil vai sentir sua falta. Perdemos um grande brasileiro."