Lídia Mattos

LÍDIA MATTOS
(88 anos)
Atriz

* Rio de Janeiro, RJ (10/10/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/01/2013)

Lídia Mattos começou sua carreira artística bem jovem, no rádio. Participava do programa infantil "Beatriz Roquete Pinto". Depois, tornou-se atriz de radionovelas. Cantou na Rádio Cruzeiro do Sul e depois foi para a Rádio Nacional, que era a mais importante emissora brasileira da época. Na Rádio Mayrink Veiga, conheceu o ator e apresentador Urbano Lóes, com quem se casaria.

Em 1953, ela transferiu-se para a TV Tupi, onde apresentou a gincana "Teletestes Lutz Ferrando". Mais tarde, Lídia Mattos atuou na novela "Assim na Terra Como no Céu" (1970), de Dias Gomes, que foi ao ar na TV Globo em 1970. Ela participou também de importantes novelas como "Selva de Pedra" (1972), "O Bem Amado" (1973), "Plumas e Paetês" (1980), "Brilhante" (1981), "A Próxima Vítima" (1995) e na minissérie "O Primo Basílio" (1988). No cinema, a artista recebeu um prêmio como Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado pelo filme "Eu Não Conhecia Tururu", em 2000.

Lídia Mattos era mãe da atriz e cineasta Dilma Lóes e avó da também atriz Vanessa Lóes. Ela deixou mais três filhos, seis netos e três bisnetos.

Morte

Lídia Mattos morreu na madrugada de 22 de janeiro de 2013 no Hospital Espanhol, no Centro do Rio de Janeiro, vítima de uma pneumonia. Ela estava internada no Hospital Espanhol onde sofreu uma trombose na perna.

A atriz chegou a ficar hospitalizada por cerca de dez dias em dezembro, mas foi liberada pelos médicos. Após uma semana em casa, retornou ao hospital.

O corpo da atriz foi velado no Cemitério São João Batista, Zona Sul do Rio de Janeiro, a partir das 13:00 hs e sepultada às 16:00 hs.


Prêmios e Indicações

2000 - Festival de Gramado
Vencedora: Melhor atriz coadjuvante por "Eu Não Conhecia Tururu"

Televisão

  • 2001 - Os Normais (1 Episódio)
  • 2000 - Você Decide (1 Episódio)
  • 1998 - Você Decide (1 Episódio)
  • 1996 - Quem é Você? ... Mimi
  • 1995 - A Próxima Vítima ... Diva
  • 1988 - O Primo Basílio ... Senhoria
  • 1987 - Direito de Amar
  • 1985 - Antônio Maria ... Berenice
  • 1983 - Champagne ... Carlota
  • 1981 - Brilhante ... Nilza
  • 1980 - Plumas e Paetês ... Zenaide
  • 1976 - Planeta dos Homens
  • 1973 - O Bem-Amado ... Carola Paraguaçu
  • 1973 - João da Silva
  • 1972 - A Patota
  • 1972 - Selva de Pedra ... Vivi
  • 1971 - O Homem Que Deve Morrer ... Catarina
  • 1971 - Assim na Terra Como no Céu ... July

Cinema

  • 2000 - Eu Não Conhecia Tururu ... Letícia
  • 1988 - Dedé Mamata ... Violeta
  • 1987 - A Menina do Lado
  • 1979 - O Coronel e o Lobisomem
  • 1978 - Os Sensuais - Crônica de Uma Família Pequeno-Burguesa ... Edith
  • 1977 - O Seminarista
  • 1976 - O Pai do Povo
  • 1976 - Tangarela, a Tanga de Cristal
  • 1974 - Essa Gostosa Brincadeira a Dois
  • 1973 - Como é Boa Nossa Empregada
  • 1971 - Quando as Mulheres Paqueram
  • 1956 - O Diamante
  • 1955 - Mãos Sangrentas
  • 1944 - Gente Honesta (Como Lídia Mattos)
  • 1940 - Pega Ladrão
  • 1940 - Argila ... Marina
  • 1939 - Aves Sem Ninho ... Lídia


Pitangueira

EUCLIDES FORTUNA
(84 anos)
Cantor e Compositor

* Itápolis, SP (18/10/1928)
+ São Paulo, SP (11/01/2013)

Euclides Fortuna junto com seu irmão e renomado compositor José Fortuna, formaram a dupla Zé Fortuna & Pitangueira, cantores de música sertaneja.

Em 1947, José Fortuna e Euclides Fortuna, criaram a dupla Zé Fortuna & Pitangueira. No mesmo período, mudaram-se para São Paulo onde conheceram o acordeonista Juventus Merenda. Os três formaram então um trio no qual Juventus Merenda ficou pouco tempo.

Em 1948, conheceram o acordeonista Coqueirinho, formando com ele o trio Os Maracanãs. Apresentaram-se no mesmo ano na Rádio Record de São Paulo.

Em 1953, a acordeonista Rosinha substituiu Coqueirinho, e Os Maracanãs passou a atuar com sucesso no programa "Terra, Sempre Terra", na Rádio Piratininga em São Paulo. Em 1956, gravaram o cateretê "O Selo de Sangue" (José Fortuna e Euclides Fortuna), e um de seus maiores sucessos. Em 1957, emplacaram outro sucesso com a valsa "Lenda da Valsa dos Noivos" (José Fortuna e Euclides Fortuna). Em 1958, passaram a atuar na Rádio Bandeirantes.

Em fins dos anos 1950, passou a fazer parte do trio o acordeonista Zé do Fole, em lugar de Rosinha, dando assim forma definitiva ao trio Os Maracanãs até a sua dissolução, em 1973.


Em 1959, gravaram a valsa "Paineira Velha" (José Fortuna), que se tornou um dos maiores sucessos do trio.

Em 1960, interpretaram a composição "Sob o Céu de Brasília" na inauguração da nova capital brasileira, e considerado como o hino inaugural de Brasília. No mesmo ano, gravaram a guarânia "Por Que?" (José Fortuna e Euclides Fortuna) e o tango "O Tango do Adeus" (José Fortuna e Lucílio Antunes dos Santos).

Em 1961, fizeram grande sucesso com a valsa "Retalhos de Amor" (José Fortuna), no mesmo disco em que gravaram o tango "Divina Pecadora" (José Fortuna e Euclides Fortuna). Em 1962, foram para a Rádio Tupi, e no mesmo ano, fizeram sucesso com a guarânia "Lembrança" (José Fortuna). Em 1963, gravaram o tango "Justiça de um Filho" (Léo Canhoto). Em 1964, passaram a atuar na Rádio Nove de Julho, em São Paulo. Em 1965, transferiram-se para a Rádio Nacional, também em São Paulo.

Ao longo dos anos 1950 e 1960, apresentaram-se nas principais rádios de quase todos os estados do Brasil. Em 1968, lançaram o LP "O Sol e a Lua".

Gravaram cerca de 40 LPs e diversos discos em 78 rotações. A maior parte das gravações do trio eram composições dos irmãos José Fortuna e Euclides Fortuna.

Euclides Fortuna, ou Pitangueira, era tio de Iara Fortuna, filha do José Fortuna, casada com o cantor e compositor Paraíso da dupla Mocóca & Paraíso.

Zé Fortuna & Pitangueira
Morte

Pitangueira faleceu no dia 11/01/2013, em São Paulo. O corpo de Pitangueira foi velado no Cemitério Parque dos Pinheiros no Tremembé em São Paulo, e o sepultamento ocorreu no dia 12/01/2013 às 14:00 hs.

José Fortuna

JOSÉ FORTUNA
(60 anos)
Cantor, Compositor, Autor Teatral, Radialista e Ator

* Itápolis, SP (02/10/1923)
+ São Paulo, SP (10/11/1983)

Zé Fortuna começou a compor ainda criança, quando acompanhava o pai em andanças pela lavoura, escrevendo versos no chão de terra com um pedaço de madeira. Com 11 anos de idade compôs "Quinze a Sete", numa homenagem a seu time de futebol. Profissionalmente compôs sua primeira música no dia 26 de setembro de 1942, com 18 anos.  Sua primeira música gravada foi "Moda das Flores", no dia 04 de abril de 1944, por Raul Torres & Florêncio, e desde então nunca mais parou. Nos próximos quarenta anos ele comporia e gravaria perto de duas mil músicas, algumas com mais de cinquenta regravações.

Um de seus maiores sucessos foi a versão da guarânia "Índia", composta há sessenta anos, do outro lado de "Meu Primeiro Amor", também versão de José Fortuna, gravados originalmente por Cascatinha & Inhana, no ano de 1952, músicas que chegaram a vender na ocasião mais de um milhão de cópias.

Casa onde José Fortuna nasceu no Bairro da Aldeia em Itápolis, SP
Estas duas composições foram regravadas por dezenas de duplas sertanejas, como também por intérpretes da música popular brasileira, como por exemplo, Agnaldo Timóteo, Ângela Maria, Nara Leão, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, que regravou "Índia", nome dado a um de seus shows no Canecão, Rio de Janeiro. A obra foi tema da novela da Rede Globo "Alma Gêmea" (2005), de Walcir Carrasco, na interpretação de Roberto Carlos.

"Meu Primeiro Amor", a versão para "Lejania", composta no mesmo ano para o outro lado de "Índia", e também muito regravada, foi relançada nos últimos anos pelos intérpretes Joana e Fagner. Uma curiosidade é que "Índia", foi a responsável pela introdução da guarânia como estilo musical no Brasil, posto que até então tal gênero musical era desconhecido por aqui, não possuindo mercado propício para a sua expansão, e assim sendo, após o enorme sucesso gravado por Cascatinha & Inhana, intensificou-se o intercâmbio cultural entre Brasil e Paraguai. Estas duas guarânias, bem como outras de autoria de José Fortuna, tais como, "Anahy", "Solidão", "Minha Terra Distante", "Vai Com Deus", entre outras, geraram inúmeras regravações, inclusive no exterior.

Entretanto, José Fortuna não foi na sua essência, um compositor de guarânias somente, mas sim de uma grande versatilidade de estilos musicais. Outros de seus grandes sucessos foram as músicas "Lembrança", "Paineira Velha", "Berrante de Ouro", "Cheiro de Relva", "Terra Tombada", "O Selo de Sangue", "Rosto Molhado", "Vinte e Quatro Horas de Amor", "Esteio de Aroeira", "A Mão do Tempo", "O Ipê e o Prisioneiro", "O Vai e Vem do Carreiro", entre outras, todas com várias regravações.

Durante todo este tempo, e paralelamente às suas atividades como compositor, José Fortuna manteve um trio, do qual pertencia também seu irmão Euclides Fortuna, o Pitangueira, formando com Zé do Fole o trio Os Maracanãs. Eles gravaram mais de quarenta LPs e dezenas de discos ainda em 78 rotações, como também muitos compactos com músicas de José Fortuna. Apresentaram-se em todas as emissoras da capital e do interior. Curiosamente foi o trio Os Maracanãs que inaugurou o canal 5, hoje Rede Globo de Televisão, no ano de 1950.


Além de compositor, José Fortuna foi também autor e escritor de 42 peças de teatro, tais como "O Punhal da Vingança", "O Selo de Sangue", "Voz de Criança", "Lenda da Valsa dos Noivos", "Crime de Amor", "Os Valentes Também Amam", "Coração de Homem", entre outras peças,  percorrendo todo o Brasil, e algumas cidades da América do Sul, com a Companhia Teatral Maracanã. Também atuava como ator de destaque em todas as suas criações teatrais, e a Companhia Teatral Maracanã acabou por receber inúmeros prêmios e troféus, tornando-se assim conhecidos dentro do universo da música sertaneja como "Os Reis do Teatro".

Em meio a todas essas atividades, publicou também 40 livretos com as letras de suas obras musicais e dezenas de estórias completas, todas em verso, a chamada Literatura de Cordel.

Após o encerramento das atividades com a Companhia Teatral Maracanã, por volta de 1975, passou então a se dedicar com maior afinco à composição. Foi a época dos grandes Festivais de Música Sertaneja promovidos pela Rádio Record, em que ele começou a trabalhar em parceria com Carlos Cezar.

Participou então seguidamente de mais de 20 Festivais, obtendo sempre as primeiras colocações, principalmente na Capital, onde nos anos de 1979, 1980 e 1981 venceu-os consecutivamente. Em um deles, no ano de 1979, obteve os três primeiros lugares com as músicas: "Riozinho" (1º lugar), "Berrante de Ouro" (2º lugar) e "Brasil Viola" (3º lugar).

Ainda em 1979, a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo, oficializou "O Hino do Trabalhador Brasileiro", de José Fortuna e Carlos Cezar.

"Berrante de Ouro", por exemplo já tem mais de setenta regravações. Isto tudo ocorreu em meio a festivais onde participavam mais de 13.600 concorrentes, durante um período de seis meses, com eliminatórias em todas as Capitais e grandes cidades brasileiras.

Em 1981, também no Festival da Rádio Record, concorrendo com mais de dez mil composições, obteve o primeiro lugar com a música "O Vai e Vem do Carneiro", além de ganhar, juntamente com Carlos Cezar, os troféus de melhor letra, melodia, orquestração, interpretação e arranjo.

Zé Fortuna & Pitangueira
No âmbito da música sertaneja pode-se afirmar que não há um intérprete que não tenha gravado obras de José Fortuna, desde Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, João Paulo & Daniel, Milionário & José Rico, Tião Carreiro & Pardinho, Tonico & Tinoco, estes inclusive gravaram um LP com doze faixas só com obras de José Fortuna, homenageando o compositor, Sérgio Reis, Roberta Miranda, Cezar & Paulinho, Mococa & Paraíso, enfim, todos os intérpretes do gênero sertanejo, têm com certeza em seu repertório passado ou recente, obras musicais de José Fortuna.

Um fato curioso acontecido em sua vida, foi quando da inauguração da cidade de Brasília, ocasião em que José Fortuna teve o prazer de receber das mãos do então Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, um cartão de congratulações e mérito por sua composição "Sob o Céu de Brasília", tida como o Hino Inaugural de Brasília.

O Rádio também foi outra de suas grandes paixões. Foi radialista durante toda a sua vida artística, e apresentou o "Programa José Fortuna" em quase todas as rádios da capital: TupiPiratiningaGazetaJornalRecordNove de JulhoSão PauloCometaNacionalDifusoraGloboMorada do Sol, entre outras.

Ao longo de sua vida, teve o prazer de receber inúmeros troféus, títulos e congratulações, destacando-se dentre estes:

  • Título de Cidadão Osasquense
  • Cartão de Prata e a Medalha Anchieta por iniciativa da Câmara Municipal do Estado de São Paulo
  • Título de Cidadão Paulistano
  • A Sala José Fortuna no Museu de sua cidade natal, Itápolis
  • A Avenida José Fortuna na sua cidade natal, Itápolis, inaugurada por ele apenas vinte dias antes do seu falecimento.

Outras cidades que o homenagearam, dando o seu nome à algumas praças e ruas são: São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Guarulhos, São Paulo, São Miguel Paulista, Osasco, Blumenau em Santa Catarina, São Carlos, Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.

A última foto de José Fortuna
Morte

José Fortuna faleceu no dia 10 de novembro de 1983, em sua casa, na cidade de São Paulo, vítima da Doença de Chagas que o acompanhou durante toda a sua vida, deixando sua esposa Durvalina e suas duas filhas Iara e Marlene. Está sepultado no Cemitério do Morumbi, São Paulo, e em sua campa há uma estrofe de um poema seu musicado, que se intitula "O Silêncio do Berranteiro":

"Aqui estou meus velhos companheiros
Olhem pra cima, pra me ver passando
Em meu cavalo, Raio de Luar
Pelo estradão de estrelas galopando
O meu berrante hoje são trombetas
Que os anjos tocam chamando a boiada
De nuvens brancas no sertão do espaço
Vindo ao curral azul da madrugada"

José Fortuna deixou inéditas perto de novecentas obras musicais, que foram sendo musicadas e gravadas por seus diversos parceiros, dentre estes destacando-se com maior afinco Paraíso, co-autor juntamente com José Fortuna de inúmeras obras musicais, tais como "O Ipê e o Prisioneiro", "Avenida Boiadeira", "Atalho" e "Raízes do Amor", sendo também o responsável pela administração de todo o repertório atual de José Fortuna.

Fonte: José Fortuna Site Oficial
Indicação: Miguel Sampaio