Castor de Andrade

CASTOR GONÇALVES DE ANDRADE E SILVA
(71 anos)
Banqueiro do Jogo do Bicho e Empresário

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/04/1997)

Castor Gonçalves de Andrade e Silva, mais conhecido por Castor de Andrade, foi o mais famoso e poderoso bicheiro do Brasil.

Seu pai, Eusébio de Andrade, fez fortuna explorando o jogo do bicho, e Castor teve uma infância despreocupada. Estudou no tradicional Colégio Pedro II, mas era um aluno relapso, que matava aulas para nadar na praia do Flamengo. Isso não o impediu de se formar em Direito.

Castor herdou a banca de bicho de seu pai e a transformou num império. Era considerado um bicheiro romântico, que não permitia que outros negócios escusos, como o tráfico de drogas, fossem explorados juntamente ao jogo.

Membro da terceira geração de uma família ligada ao jogo do bicho, Castor de Andrade tornou-se o chefão da contravenção no Rio de Janeiro e, no auge do poder, expandiu seu império, muitas vezes a bala, chegando a bancar o jogo em outros Estados, inclusive no Nordeste. Na Bahia, a entrada dos bicheiros provocou uma guerra com os chefões locais, resultando em dezenas de mortes em Salvador.

A origem da dinastia é matriarcal: Sua avó, Dona Eurides, era bicheira no início do século XX. Seu pai, Eusébio de Andrade, o Zizinho, bancava o jogo em Bangu, bairro proletário da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde a família se instalou num tempo em que esse tipo de aposta era quase uma brincadeira inocente, antes de se transformar numa organização criminosa sob suspeita de manipular resultados para roubar apostadores e de ter ligação com tráfico, sequestros e assassinatos, incluindo uma macabra aliança com a linha-dura nos porões da Ditadura Militar.


Nos anos 70, formada a cúpula da contravenção, com o fim das guerras entre os banqueiros do bicho do Rio de Janeiro, reinava uma aparente calma no submundo da jogatina. Em 1976, porém, um velho banqueiro da Tijuca, Euclides Ponar, o China Cabeça Branca, deu uma entrevista-bomba à imprensa, denunciando que os chefes haviam decidido fraudar os resultados, para aumentar seus lucros, evitando assim pagar apostas altas que fossem premiadas. O esquema, que mais tarde teria passado a ser feito com o auxílio de computadores, era relativamente simples: Os números mais apostados nunca seriam sorteados. A denúncia de China custou-lhe a vida, ele apareceu morto com um tiro de pistola.

Sob o comando de Castor de Andrade, a cúpula do jogo enfrentou outras crises, como a intromissão do ex-policial Mariel Mariscot, que queria entrar no negócio. Sua pretensão foi eliminada com uma rajada de balas, em 08/10/1981, no Centro do Rio de Janeiro, sendo Mariel Mariscot morto em frente a uma das fortalezas do banqueiro Raul Capitão, pai de Marcos Aurélio Corrêa de Mello, o Marquinhos, que era sócio do ex-policial. Sete anos depois, em maio de 1988, Marquinhos foi metralhado, apesar de seu pai ser membro da chefia.

Após a promulgação o AI-5 no regime militar, Castor de Andrade cumpriu pena na Ilha Grande, em 1969, por enriquecimento ilícito. Do pai, Castor de Andrade herdou ainda uma frase, com a qual pavimentou seu caminho, na relação com policiais, políticos, jornalistas e membros do Poder Judiciário: "Onde existe o homem sempre pode haver corrupção!".

A prova maior de que ele seguiu a frase à risca veio em abril de 1994, quando o Ministério Público estourou uma fortaleza de Castor de Andrade em Bangu, apreendendo disquetes de computador e livros-caixa com a contabilidade da contravenção. Estavam lá, na folha de pagamentos do bicho, policiais, juízes, jornalistas, advogados, deputados e até artistas. A maioria desmentiu o recebimento de propinas e ninguém foi condenado.

Castor de Andrade em seu dia-a-dia acompanhado de seu guarda-costas "Anjo Negro", ex-pugilista.
Anos depois, acusado de assassinatos, contrabando, formação de quadrilha e tráfico de drogas, o bicheiro foi condenado por formação de quadrilha, juntamente com os demais membros da cúpula, numa sentença da juíza Denise Frossard. Os bicheiros foram para a cadeia, mas Castor de Andrade tornou-se foragido. Castor de Andrade foi reconhecido e capturado em 26/10/1994, quando visitava o Salão do Automóvel, em São Paulo, disfarçado com um bigode postiço e uma peruca preta. Ao ser preso em outubro de 1994, após 203 dias, Castor de Andrade comentou: "Estava escrito".

Recolhido à carceragem da Polinter, fez ali uma verdadeira revolução. As celas se tornaram suítes de luxo, com ar-condicionado, lavadora de roupa, frigobar, televisão e videocassete. As festas na prisão eram constantes e movidas à champanhe e caviar. Além de comprar mordomias, o contraventor financiou a reforma das instalações e o conserto de carros de polícia. Por problemas cardíacos, obteve da Justiça o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar, em seu luxuoso apartamento na Avenida Atlântica. Mas saía às ruas com freqüência, sem ser incomodado.

Ídolo do subúrbio para alguns, tinha sua fachada de respeitabilidade: Castor de Andrade era bacharel em Direito, dono de uma metalúrgica, de postos de gasolina e casas comerciais. Herdou a liderança no Bangu de seu pai, Zizinho, e sempre lamentou não ter sido bom jogador. Usava no futebol os mesmos recursos que fizeram-no capo di tutti capi: Comprava.

O Rei de Bangu era um benfeitor da comunidade: Ajudava com distribuição de leite, serviços médicos, auxílio-funeral e aos paraplégicos.

Futebol e Carnaval

Castor de Andrade foi presidente de honra e grande financiador do Bangu Atlético Clube, sendo o grande responsável pela conquista do título de campeão carioca de futebol de 1966, quando seu pai, Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva presidia o clube, e pelo vice-campeonato brasileiro de 1985, quando perdeu o campeonato para o Coritiba, que foi o campeão brasileiro após histórica decisão por pênaltis no Maracanã.

Castor de Andrade foi também patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba à qual ajudou a conquistar os títulos dos carnavais de 1979, 1985, 1990, 1991 e 1996. Mas sua participação no Carnaval não se limitava a esta escola de samba. Durante décadas colocou dinheiro na organização dos desfiles, numa época em que os demais contraventores não ousavam aparecer.

Deve-se ainda a Castor de Andrade a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que surgiu de uma dissidência da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro.

Sob a liderança de Castor de Andrade e de Capitão Guimarães, dez escolas de samba, financiadas por bicheiros, que eram minoria e sempre derrotadas nas deliberações da Associação, criaram a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA), que passou a dominar o Carnaval carioca.

Morte

Castor de Andrade faleceu no dia 11/04/1997, aos 71 anos, vítima de um ataque cardíaco. Ele cumpria prisão domiciliar, mas quando passou mal estava na casa de uma amiga, no Leblon, jogando cartas. Castor de Andrade foi levado para o Prontocor, na Lagoa, mas chegou morto. Ele sofria de miocardiopatia dilatada, conhecida como coração de boi, e já havia tido cinco edemas pulmonares.

Presidente de honra da Mocidade Independente de Padre Miguel e patrono do Bangu Atlético Clube, Castor de Andrade foi velado na quadra da Escola de Samba e enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. No sepultamento, o vereador Agnaldo Timóteo (PPB) cantou a "Ave Maria" diante do corpo e houve toques de surdo, fogos de artifício e pétalas de rosa.

No carnaval de 1998, público e foliões presentes ao sambódromo fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem.

O contraventor deixou quatro filhos: Paulo Roberto, então com 46 anos, e Carmem Lúcia, de 31, do casamento com Wilma Andrade, além de Ricardo, de 12 anos, e Camila, de 5, de sua união com Ana Cristina Bastos Moreira, com quem estava vivendo desde que obtivera na Justiça a prisão domiciliar, meses antes.


A morte de Castor de Andrade deflagrou uma guerra na família, que acabaria tendo consequências na estrutura do jogo do bicho como um todo. Nesse novo cenário, as disputas na família Andrade ganharam corpo. Ainda em vida, Castor de Andrade teria escolhido o sobrinho Rogério para comandar o jogo do bicho na Zona Oeste do Rio de Janeiro e em outras áreas do Estado. Inconformado com a decisão, seu filho Paulo Roberto, o Paulinho, começou uma guerra contra Rogério pelo controle da contravenção na região.

Em 1998, Paulinho e um segurança foram assassinados na Barra da Tijuca. Com a morte de Paulo Roberto, seu cunhado, Fernando Iggnácio Miranda, assumiu o lugar na disputa.

De acordo com investigações da polícia, a partir da metade dos anos 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em 1998, Rogério teria fundado a Oeste Rio. Com a queda nos lucros do jogo do bicho, a cobiça pelo mercado de caça-níqueis aumentou e os dois entraram em guerra em 2001. No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no Estado. Os inimigos passaram a atacar as máquinas um do outro. Dos ataques passaram a assassinatos.

Segundo a polícia, o conflito provocou pelo menos 50 mortes. O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril de 2010, outro golpe: O filho de Rogério, de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.

Fonte: WikipédiaAcervo O Globo
#FamososQuePartiram #CastordeAndrade

Wilson Barbosa Martins

WILSON BARBOSA MARTINS
(100 anos)
Advogado, Professor e Político

☼ Campo Grande, MS (21/06/1917)
┼ Campo Grande, MS (13/02/2018)

Wilson Barbosa Martins foi um advogado e político brasileiro nascido em Campo Grande, MS, no dia 21/06/1917. Foi senador da República, deputado federal, prefeito de Campo Grande e governador do Estado de Mato Grosso do Sul.

Filho de Henrique Martins e de Adelaide Barbosa Martins, nasceu na Fazenda São Pedro, área que hoje corresponde ao município de Sidrolândia e na época era área rural de Campo Grande. Aos 9 anos, Wilson acompanhou a família de mudança para a cidade de Entre Rios, atual Rio Brilhante.

Os primeiros estudos começaram com o pai e em seguida em escolas privadas da cidade.

Em 1929, a família voltou a Campo Grande para que Wilson e o irmão Ênio prosseguissem com os estudos. Nessa época, houve o primeiro contato do jovem com o futuro sogro Vespasiano Barbosa Martins.

Com a Revolução de 1932, a família engajou-se na luta contra o governo do então presidente Getúlio Vargas. O pai de Wilson e outros parentes comandaram batalhões no novo e revolucionário Estado de Maracaju. Com a derrota após poucos meses, Vespasiano Barbosa Martins foi exilado e a família voltou à rotina.


Dois anos mais tarde, o jovem mudou-se para a cidade de São Paulo, onde concluiu os estudos fundamentais e bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Foi onde teve contato com José Fragelli, que viria a ser governador de Mato Grosso, e o conterrâneo Jânio Quadros.

A agitação política continuava após 1932. Wilson se envolveu timidamente em movimentos estudantis, o que levou a ser preso por um dia. À época, o grupo que o estudante se identificou era dado como de esquerda.

A partir de 1935, tornou-se censor do Governo Federal, ainda comandado por Getúlio Vargas.

Em seguida, trabalhou em uma loja como vendedor até se formar, em 1939. Advogou por alguns anos em um escritório, até decidir voltar à cidade natal. Abriu o próprio escritório na cidade até começar a se envolver de vez na política.

Wilson Barbosa Martins foi ainda professor e um dos proprietários do Colégio Oswaldo Cruz, onde conheceu alguns daqueles que seriam colaboradores em suas administrações.

Vida Pessoal

Wilson Barbosa Martins casou-se com a escritora e artista plástica Nelly Martins, filha de Vespasiano Barbosa Martins. Estiveram juntos por quase 60 anos até a morte da esposa, em 2003. Tiveram três filhos: Thaís, Celina e Nelson.

Na década de 1980, se desentendeu com o irmão Plínio Barbosa Martins, de quem se afastou por longo período. Os dois discordavam do apoio a um candidato ao governo, Gandi Jamil. Plínio não queria apoiá-lo, por não ter boas relações com a família Jamil. Também foi contrário à candidatura da filha Celina como vice de Gandi Jamil, mas aceitou após ela não mudar de ideia.

Em 2013, foi internado após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Já em agosto de 2014, foi internado após um mal súbito. No dia seguinte, circularam boatos de que Wilson Barbosa Martins havia falecido, o que foi negado pelo hospital.

Durante a internação, passou por uma traqueostomia, até receber alta após 21 dias.

Nos últimos anos, Wilson Barbosa Martins tinha dificuldades de locomoção devido ao AVC sofrido em 2013 e não falava por causa da traqueostomia de 2014. Todavia, se mantinha lúcido, residindo com a filha Thaís.

Carreira Política

Filiação à UDN e Primeira Eleição

Wilson Barbosa Martins filiou-se à União Democrática Nacional (UDN) quando formada, em 1945. Não concorreu, mas trabalhou para eleger o amigo Fragelli como deputado estadual. O tio Vespasiano foi eleito senador pela mesma legenda naquele mesmo pleito.

Esteve no grupo fundador e escreveu uma coluna para o jornal Correio do Estado. Durante a administração do então prefeito de Campo Grande, Fernando Corrêa da Costa, foi um de seus secretários. Concorreu à sucessão em 1950, mas perdeu para Ary Coelho.

Defendeu melhorias para o abastecimento de energia elétrica de Campo Grande. A empresa administradora do serviço teve a diretoria destituída e o grupo de Wilson assumiu a gestão. A empreitada o fez conhecido, o que o credenciou para candidatar-se novamente à prefeitura, sendo eleito em 1958. Antes, era suplente do então senador por Mato Grosso João Vilas Boas.

Prefeito de Campo Grande

Assumiu o cargo em janeiro de 1959, em uma eleição marcada pela coligação que reuniu à União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Mesmo sendo uma cidade de médio porte, Campo Grande tinha uma administração desorganizada, o que levou Wilson a promover uma reforma com o aval da Câmara Municipal. Mesmo com uma oposição forte, a reforma foi aprovada.

Promoveu o primeiro concurso público da história da administração pública municipal e obras de infraestrutura, como construção de escolas e pavimentação asfáltica.

Em 1962, elege-se deputado federal por Mato Grosso, mesmo com rejeição de parte da União Democrática Nacional (UDN), que o tachavam de comunista. Nessa época, já se cogitava-se uma candidatura ao Governo do Estado, antes mesmo da criação de Mato Grosso do Sul.

Deputado Federal

No primeiro mandato na Câmara dos Deputados, integrou quatro Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e viajou em missão oficial ao Japão. Com o golpe de 1964 e a consequente instalação da Ditadura Militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com a instalação do bipartidarismo.

Em 1966, recusou uma candidatura ao Governo de Mato Grosso à sucessão de Corrêa da Costa. Naquela ocasião, foi eleito aquele que viria a ser seu principal adversário político, Pedro Pedrossian. Wilson preferiu tentar a reeleição como congressista, e venceu.

No segundo mandato, foi vice-líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), integrou a Comissão de Constituição e Justiça e outras CPIs, além de fazer viagem oficial ao Peru. O clima se acirrava na Câmara e em 1968, o governo militar outorgou o Ato Institucional Número Cinco (AI-5), o que levou ao fechamento do Congresso Nacional e à cassação de mandatos parlamentares.

Teve o mandato cassado em 1969 e os direitos políticos suspensos por 10 anos, o que levou de volta à advocacia.

De Volta a Campo Grande

Voltou à cidade natal após a cassação do mandato e dos direitos políticos, voltando a abrir um escritório de advocacia. Permaneceu filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sem se envolver com política. Assistiu à criação do novo Estado de Mato Grosso do Sul, mas não tomou parte do processo por ainda estar suspenso da vida pública. Nessa época, já começava a divergência política com Pedro Pedrossian.

Acompanhou ainda a carreira política do irmão Plínio Barbosa Martins, e com o restabelecimento de seus direitos políticos, foi eleito o primeiro presidente da seccional estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Com a proximidade das primeiras eleições diretas para o Governo do Estado, a princípio articulou a candidatura do irmão. Plínio descartou a ideia, e o novo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) acabou apoiando Wilson para concorrer à sucessão de Pedro Pedrossian, sendo eleito em 1982.

Primeiro Governador Eleito de Mato Grosso do Sul

Assumiu o cargo em março em 1983, tendo como vice o então deputado estadual Ramez Tebet. Logo no começo, enfrentou o desafio de superar o desequilíbrio das contas públicas, com folhas de pagamentos funcionais e contratos atrasados, sendo obrigado a contrair empréstimos e renegociar dívidas com a União.

Com recursos Federais, promoveu obras de infraestrutura e manteve em dia salários dos servidores. Essa primeira administração foi marcada por grandes obras e crédito fácil junto à União, além de um secretariado composto por pessoas ligadas ao ex-governador Marcelo Miranda e outros do grupo de Wilson.

Em 1986, renunciou ao cargo para candidatar-se a uma vaga no Senado Federal, o que levou o vice-governador Ramez Tebet à Governadoria. Fez Marcelo Miranda como sucessor e elegeu-se senador.

Senador e Membro da Assembleia Constituinte

Em 1987, tomou posse como senador, e como membro da Assembleia Constituinte. Dentre as mais diversas políticas daquela que viria compor a atual Constituição Federal, votou a favor da proteção contra demissão sem justa causa, do voto aos 16 anos e da desapropriação da propriedade produtiva. Foi contra a pena de morte, o aborto, o presidencialismo e o mandato de cinco anos do então presidente José Sarney. Absteve-se sobre a limitação dos encargos da dívida externa e estava ausente nas votações para a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e limitação do direito de propriedade privada.

Após a promulgação da Constituição e o restabelecimento do Congresso, foi quarto-suplente da Mesa Diretora do Senado, sendo relator de CPIs e projetos importantes, como a Medida Provisória nº 318, que fixou novas regras para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

Viajou em missão oficial para a Venezuela em 1990, e em 1992, votou a favor do afastamento e depois pela cassação do mandato do então presidente Fernando Collor, que enfrentou um processo de impeachment. Renunciou ao mandato em dezembro de 1994, após ser eleito novamente governador de Mato Grosso do Sul.

Com uma administração em crise, teve desentendimentos com o então governador Marcelo Miranda, o que o levou a filiar-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) com seu grupo político, permanecendo, mesmo após pedidos para reconsiderar do então deputado Ulysses Guimarães. Apoiou o candidato Gandi Jamil, que tinha como vice a filha Celina Jallad, contra seu histórico adversário Pedro Pedrossian. O resultado foi a eleição de Pedro Pedrossian, que assumiu o cargo pela segunda vez.

Segunda Vez Como Governador

Eleito em 1994, assumiu o cargo de governador pela segunda vez em 1995, tendo como vice Braz Melo. Assumiu mais uma vez a gestão de um estado em dificuldades financeiras, mas dessa vez não obteve muita ajuda do Governo Federal.

Deu continuidade a obras paradas e iniciou outras. Enfrentou greves de servidores e bloqueios de recursos. Foi um dos governadores que pressionaram o Congresso e o Governo Federal pela Reforma Administrativa, além da renegociação da dívida dos Estados.

Em 1996, firmou acordo com a União para diminuir o pagamento da dívida e apoiou André Puccinelli nas eleições municipais de Campo Grande. No ano seguinte, foi acusado de fazer aplicação irregular de recursos estaduais em áreas distintas pelo ex-secretário de Estado e Educação, Aleixo Paraguassu, e apontado pela imprensa nacional como candidato à reeleição pelo apoio e esforço pela aprovação da Emenda Constitucional 16. Ainda em 1997, Wilson autorizou a privatização da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul), com o objetivo de obter recursos para pagamento de dívidas com a União.

Com as eleições de 1998, Wilson descartou disputar a reeleição e em seguida uma nova candidatura ao Senado, abrindo espaço para que o ex-prefeito de Campo Grande Juvêncio da Fonseca disputasse uma cadeira na casa alta do Congresso.

Para sua sucessão, o então governador articulou a candidatura do então senador Lúdio Coelho, que não obteve apoio de lideranças políticas estaduais. O também senador Ramez Tebet também não foi feliz para tentar disputar o governo. Assim, Wilson apostou em seu secretário de Fazenda, Ricardo Bacha, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).[8]

Enfrentou a resistência do seu partido, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), para levar a candidatura de Ricardo Bacha em frente. Por fim, a legenda indicou Humberto Teixeira como vice de Ricardo Bacha.

Para Wilson e outras lideranças, haveria um segundo turno entre Ricardo Bacha e Pedro Pedrossian. Porém, ninguém previu que o candidato Zeca do PT poderia passar para a fase seguinte. Com o apoio do velho adversário Pedro PedrossianZeca do PT foi eleito superando décadas de revezamento entre velhas elites políticas.

A campanha de segundo turno foi dominada por acusações do Zeca do PT a Ricardo Bacha, desde uso da máquina pública à pagamentos de precatórios à Construtora Andrade Gutierrez, que teriam abastecido o caixa de campanha do tucano.

Wilson deixou o cargo com forte rejeição, sem participar da cerimônia de posse do sucessor e teve que usar por um período escolta policial para se locomover. Continuou militando politicamente por alguns anos após deixar o governo, mas não se candidatou a nenhum cargo eletivo.

Morte

Em 2013, foi internado após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Em agosto de 2014, foi internado após um mal súbito. No dia seguinte, circularam boatos de que Wilson havia falecido, o que foi negado pelo hospital. Durante a internação, passou por uma traqueostomia, até receber alta após 21 dias.

Nos últimos anos, o ex-governador tinha dificuldades de locomoção devido ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em 2013 e não falava por causa da traqueostomia de 2014. Todavia, se mantinha lúcido, residindo com a filha Thaís.

Wilson Barbosa Martins faleceu aos 100 anos, na manhã de terça-feira, 13/02/2018, vítima de um infarto, em sua casa, em Campo Grande, MS.

O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-governador.

Nos últimos anos ele vivia recluso, em casa, em razão da saúde debilitada. Em 2017, quando completou 100 anos, a Assembleia Legislativa do Estado realizou uma sessão solene em comemoração a data, onde ele foi representado por familiares.

O velório foi realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo. Além de familiares, amigos e políticos também marcam presença no funeral.

Wilson Barbosa Martins foi sepultado no fim da manhã de quarta-feira, 14/02/2018, no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande, MS.

Fonte: WikipédiaG1
Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #WilsonBarbosaMartins

Niltinho Tristeza

NILTON DE SOUZA
(81 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/02/2018)

Niltinho Tristeza foi um cantor e compositor nascido em no Rio de Janeiro, RJ, no dia 15/10/1936. Foi integrante da ala de compositores da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, ex funcionário do INPS e linotipista. Nilton de Souza prestou serviços também na União Brasileira de Compositores (UBC) e na Sociedade Administradora de Direitos de Execução Musical do Brasil (SADEMBRA), entretanto, sua grande paixão e vocação sempre foi a música.

Nasceu em Botafogo, Rio de Janeiro, na Rua Real Grandeza, e lá mesmo foi criado, até se casar, na época do sucesso de "Tristeza", quando mudou-se do bairro. Porém até chegar a este momento trabalhou antes em muitos eventos. Niltinho Tristeza não teve influencias musicais da família. A música já nasceu consigo, um dom natural.

Niltinho Tristeza  começou no Bloco da São Clemente passando depois para o Foliões de Botafogo. Carrega este apelido devido ao grande sucesso de sua musica "Tristeza", composta em 1963 para o bloco Foliões de Botafogo e, sem sombra de dúvida, sua maior inspiração, sua composição mais conhecida até hoje, tanto no Brasil como no resto do mundo.

Seu amigo Paulo Duque incentivou-o com a primeira versão da música. Na realidade, somente 3 anos após ser composta, e com a nova parceria de Haroldo Lobo, que impressionou-se ao ouvi-la, a música recebeu algumas modificações que a tornaram mais popular. Seu parceiro não chegaria a ouvir a música nas rádios, falecendo antes de o samba ser lançado. Na época houve uma certa revolta dos dirigentes da São Clemente devido ao grande sucesso da musica, que afinal , foi cantada no bloco rival. A versão original é bastante conhecida pelos frequentadores mais assíduos do antigo Cantinho da Fofoca, e é também muito bem elaborada e de grande qualidade musical.

João Nogueira levou-o para o Cacique de Ramos em 1970 e em 1971, Zé Katimba o carregou definitivamente para a Imperatriz Leopoldinense.


Casado com Neuza Maria, a inspiradora de sua grande obra, há mais de 42 anos. Mulata que, como ele próprio, também trabalhava nos espetáculos produzidos por Oswaldo Sargentelli, e com ele trabalharam por mais ou menos 10 anos. Desse casamento tiveram um filho e 3 netos. Ela foi , na época, a grande batalhadora para que "Tristeza" alcançasse o sucesso. Por mito tempo Neuza Maria ainda trabalhou com o samba ensinando e ensaiando a dança para as novas gerações, além de integrar a ala das baianas da Imperatriz Leopoldinense.

Somente em 1966 a música estourou nas rádios e passou a ser uma das mais cantadas no Carnaval daquele ano, na voz de Ari Cordovil, passando daí ao exterior onde foi gravada centenas de vezes.

Além de "Tristeza"Niltinho Tristeza possui cerca de 150 sambas gravados e, pelo menos mais uns 40 guardados, inéditos. Somente "Tristeza" foi gravada 575 vezes. Graças à musica conseguiu estabilidade na vida.

Outro grande sucesso seu é a musica "Chinelo Novo", em parceria com João Nogueira (1971).

Em 1984, integrante da ala de compositores da Imperatriz Leopoldinense, ganhou o samba na Escola com "Alô Mamãe" (Niltinho Tristeza, Guga, Toninho e Jurandir). Em 1985 fizeram "Adolã - A Cidade Mistério". Em 1986 fizeram "Um Jeito Para Ninguém Botar Defeito" e em 1987 foi "A Estrela Dalva".

Em 1989, criou em parceria, o samba enredo "Liberdade! Liberdade! Abre As Asas Sobre Nós" (Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir) contribuindo assim para que a Imperatriz Leopoldinense se tornasse a campeã do carnaval daquele ano. Este samba já teve diversas regravações, sendo até hoje considerado o mais belo samba-enredo daquela agremiação.


A partir do sucesso de "Tristeza", Niltinho passou a ser muito solicitado no meio artístico e vários cantores começaram a gravar suas musicas, entre eles: Elizeth Cardoso, Pery Ribeiro, Wilson Simonal, Elza Soares, Jorge Goulart, Maria Creuza, Emílio Santiago, Dominguinhos do Estácio, Jair Rodrigues (Com sua voz é que "Tristeza" estourou de vez em 1966, sendo depois regravada no LP "Dois Na Bossa" com Elis Regina), Sergio Mendes, Doris Monteiro, Miltinho, Agnaldo RayolElis Regina, Toquinho, Vinicius de Moraes, Paulinho Mocidade, dentre vários outros.

O musico de jazz Oscar Peterson chegou a gravá-la em um LP com o título de sua música. Em outros países também foi gravado por Paul Mauriat, Astrud Gilberto, Freddy Cole, Julio Iglesias, Ray Connif, e três vezes diferentes por Ornella Vanoni.

Niltinho Tristeza atribui também o sucesso de sua musica a uma grande enchente que houve no Rio de Janeiro devido às densas chuvas que caíram nos meses que antecederam o Carnaval daquela época, inclusive ameaçando a suspensão do Carnaval.

Com o ambiente triste envolvendo a cidade, o povo saiu as ruas cantando em alto e bom som:
Tristeza

Por favor vá embora

Minha alma que chora
Está vendo o meu fim
Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar aquela vida de alegria
Quero de novo cantar!

Em 1971, mudou-se para São Paulo para uma pequena temporada de shows, ficando por lá pelo menos 14 anos. A partir de 1972 levou para lá toda a sua família.

No final de 1981, recebeu um convite para montar um show de mulatas no chile e ficou por lá por volta de 6 meses.

Somente em 1985, Niltinho voltaria para o Rio de Janeiro. Adquirindo uma casa de vila em Ramos, para justamente ficar próximo ao Cacique de Ramos.

Alguns de seus grandes sucessos são "A Onda do Mar Levou" (Niltinho Tristeza e Nonô), "Barra de Ouro, Barra de Rio, Barra de Saia" (Niltinho Tristeza e Zé Katimba), este foi seu primeiro samba ganhador na Imperatriz Leopoldinense, "Liberdade! Liberdade! Abre As Asas Sobre Nós" (Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir), "Tristeza" (Niltinho Tristeza e Haroldo Lobo), "A Infelicidade" (Niltinho Tristeza e Mauro Duarte) e o samba introdutório da Imperatriz Leopoldinense, samba que é cantado na concentração antes da entrada da escola na passarela.

Niltinho Tristeza participou do CD "Meninos do Rio", em 2001, juntamente com outros compositores de renome da música, interpretando suas composições "Chinelo Novo", "Liberdade! Liberdade! Abre As Asas Sobre Nós" e "Tristeza".

Em 2003, participou juntamente com Noca da Portela, Darcy da Mangueira e Roberto Serrão, como um dos convidados de Leandro Fregonesi do Café Cultural Sacrilégio.

Em 2006 ganhou na Imperatriz Leopoldinense, o samba enredo da escola, em parceria com os compositores Amaurizão, Maninho do Ponto e Tuninho Professor. Ao todo já ganhou 5 vezes o samba enredo da Imperatriz Leopoldinense. 

Niltinho Tristeza gostava também de compor e cantar outros gêneros musicais tais como o samba canção, bossa nova, bolero e seresta. Curiosamente, apesar de seu potencial musical, Niltinho Tristeza gravou apenas três compactos pela RCA, Continental e RGE, fora, é claro, as gravações que fez para o CD "Meninos do Rio".

Morte

Niltinho Tristeza faleceu na tarde de sábado, 10/02/2018, no Rio de Janeiro, RJ, aos 81 anos. Ele estava internado há 15 dias no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, e lutava contra um câncer no pulmão.

O velório ocorreu no Cemitério do Caju às 10h00 de domingo, 11/02/2018, e o sepultamento às 14h30.

Nas Redes Sociais, familiares, amigos e admiradores do artista fizeram homenagens ao cantor.

Fonte: Dr. Zem e O Globo
Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #NiltinhoTristeza

Eduardo Carneiro

EDUARDO CARNEIRO
(52 anos)
Ator, Cantor, Professor e Jornalista

☼ Fortaleza, CE
┼ Rio de Janeiro, RJ (08/02/2018)

Eduardo Carneiro foi um ator brasileiro nascido em Fortaleza, CE.

Eduardo Carneiro vivia no Rio de Janeiro há 28 anos e atuava também como cantor, professor e jornalista. Além da atual novela das 21h00, ele participou de "Velho Chico" (2016) e na temporada mais recente da série "Cidade dos Homens" (2007).

Atualmente Eduardo Carneiro fazia parte do elenco de apoio da novela na novela "O Outro Lado do Paraíso" e integrava o núcleo do garimpo da obra.

Morte

Eduardo Carneiro faleceu na quinta-feira, 08/02/2018. A causa da morte não foi revelada.

Em nota, a TV Globo confirmou a notícia e informou que o velório do corpo do ator será no Ceará, sua terra natal.

O ator Juliano Cazarré, que fez cenas com Eduardo Carneiro, lamentou a perda nas redes sociais. Os dois contracenaram juntos nas sequências do garimpo da ficção:
"Cearense, Dudu veio para o Rio batalhar pelo sonho de ser artista e viver da arte. Conseguiu. Era um guerreiro. Sempre com uma conversa boa, sempre gentil. Essa vida é mesmo um sopro. E a gente perde tanto tempo e energia reclamando e sofrendo por besteiras (...) Dudu, essa é minha singela homenagem a você. Brasileiro, artista, amigo. Voa, Ceará! Vai fazer teatro com os anjos. A gente se vê!"
Rafael Losso, outro colega do artista, publicou outra mensagem de luto:
"Perdemos um companheiro, amigo e parceiro. Um dos garimpeiros da nossa história que entre nós era conhecido como Ceará. Eduardo Carneiro. Grande ator e guerreiro. Meus sentimentos à família e aos amigos. Um grande abraço pra você, Du. Que o universo te abrace e você dance com os santos. Por favor, mais amor no mundo porque a vida é um átimo de segundo."
Indicação: Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #EduardoCarneiro

Osório Duque-Estrada

JOAQUIM OSÓRIO DUQUE-ESTRADA
(56 anos)
Poeta, Crítico Literário, Professor e Ensaísta

Vassouras, RJ (29/04/1870)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/02/1927)

Joaquim Osório Duque-Estrada foi um poeta, crítico literário, professor e ensaísta brasileiro, nascido no então Distrito de Paty dos Alferes, pertencente ao Município de Vassouras, que veio a ser emancipado em 1988, no dia 29/04/1870.

Seu primeiro livro, um livro de poemas, foi "Alvéolos" (1886). Foi conhecido pela autoria da letra do Hino Nacional Brasileiro e sua atividade de crítico literário na imprensa brasileira do início do século XX. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Seu poema de 1909, em versos decassílabos, foi oficializado como letra do Hino Nacional Brasileiro por meio do Decreto nº 15.671, do presidente Epitácio Pessoa, em 06/09/1922, véspera do Centenário da Independência do Brasil. O autor morreu cinco anos mais tarde, em 05/02/1927.

Osório Duque-Estrada era filho do tenente-coronel Luís de Azeredo Coutinho Duque-Estrada e de Mariana Delfim Duque-Estrada. Era afilhado do general Osório, Marquês do Erval. Estudou as primeiras letras na capital do antigo império, nos colégios Almeida Martins, Aquino e Meneses Vieira.

Matriculou-se em 1882 no imperial Colégio Pedro II onde recebeu o grau de bacharel em letras, em dezembro de 1888. Em 1886, ao completar o 5º ano do curso, publicou o primeiro livro de versos, "Alvéolos".

Osório Duque-Estrada começou a colaborar na imprensa, em 1887, escrevendo os primeiros ensaios no Rio de Janeiro, como um dos auxiliares de José do Patrocínio na campanha da abolição.

Em 1888 alistou-se também nas fileiras republicanas, ao lado de Silva Jardim, entrando para o Centro Lopes Trovão e o Clube Tiradentes, de que foi segundo secretário. No ano seguinte foi para São Paulo a fim de se matricular na Faculdade de Direito, entrando nesse mesmo ano para a redação do Diário Mercantil. Abandonou o curso de Direito em 1891 para se dedicar à diplomacia, sendo então nomeado segundo secretário de legação no Paraguai, onde permaneceu por um ano.

Regressou ao Brasil, abandonando de vez a carreira diplomática. Fixou residência em Minas Gerais, de 1893 a 1896. Aí redigiu o "Eco de Cataguases". Nos anos de 1896, 1899 e 1900 foi sucessivamente inspetor geral do ensino, por concurso. Bibliotecário do Estado do Rio de Janeiro e professor de francês do Ginásio de Petrópolis, cargo que exerceu até voltar para o Rio de Janeiro, em 1902, sendo nomeado regente interino da cadeira de História Geral do Brasil, no Colégio Pedro II.

Deixou o magistério em 1905, voltando a colaborar na imprensa, em quase todos os diários do Rio de Janeiro. Entrou para a redação do Correio da Manhã, em 1910, dirigindo-o por algum tempo, durante a ausência de Edmundo Bittencourt e Leão Veloso. Foi nesse período que criou a seção de crítica "Registro Literário", mantida, de 1914 a 1917, no Correio da Manhã. De 1915 a 1917, no Imparcial, e de 1921 a 1924, no Jornal do Brasil. Uma boa parte de seus trabalhos desse período foram reunidos em "Crítica e Polêmica" (1924).

Tornou-se um crítico literário temido e gostava de polêmicas. De todas as censuras que fez, nenhuma conseguiu dar-lhe renome na posteridade. Osório Duque-Estrada tinha espírito contestador; gostava de polêmicas e de censurar atitudes alheias, testemunhado por seus colegas na Academia Brasileira de Letras. Segundo as palavras de Arthur Motta, Duque-Estrada "tinha um temperamento agressivo e espírito intolerante. Determinava-lhe a índole uma predisposição para os teirós e ação contínua de combate".

Como poeta, não fez nome literário, a não ser pela autoria da letra do Hino Nacional Brasileiro. Além do livro de estreia, publicado aos 17 anos, "Flora de Maio", com prefácio de Alberto de Oliveira, reunindo poesias escritas até os 32 anos de idade. Revelou sensível progresso na forma e na ideia. Conservou a feição dos poetas românticos, apesar de publicado em plena florescência do Parnasianismo, de que recebeu evidentes influxos, conservando, contudo, a essência romântica.

Osório Duque-Estrada foi o segundo ocupante da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 25/11/1915, na sucessão de Sílvio Romero, recebido pelo acadêmico Coelho Neto em 25/10/1916. Recebeu o acadêmico Luís Carlos.

Obras

  • 1887 - Alvéolos (Poesia)
  • 1899 - A Aristocracia do Espírito
  • 1902 - Flora de Maio (Poesia)
  • 1909 - O Norte (Impressões de Viagem)
  • 1911 - Anita Garibaldi (Ópera-baile)
  • 1912 - A Arte de Fazer Versos
  • 1915 - Dicionário de Rimas Ricas
  • 1918 - A Abolição (Esboço Histórico)
  • 1924 - Crítica e Polêmica
  • Noções Elementares de Gramática Portuguesa
  • Questões de Português
  • Guerra do Paraguai
  • História Universal
  • História do Brasil
  • A Alma Portuguesa.

Encontram-se trabalhos seus na "Revista Americana", em "O Mundo Literário", na "Revista da Língua Portuguesa" e na "Revista da Academia Brasileira de Letras".

A letra do Hino Nacional Brasileiro manuscrita pelo autor, Joaquim Osório Duque-Estrada
Hino Nacional Brasileiro

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

Primeira Parte

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Segunda Parte

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #OsorioDuqueEstrada

Oswaldo Loureiro

OSWALDO LOUREIRO FILHO
(85 anos)
Ator e Diretor

☼ Rio de Janeiro, RJ (23/07/1932)
┼ São Paulo, SP (03/02/2018)

Oswaldo Loureiro Filho foi um ator e diretor de teatro, televisão e cinema brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 23/07/1932. Foi também presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro.

Estudou no Teatro Duse, de Paschoal Carlos Magno, e seu primeiro trabalho profissional foi em 1955, na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, pela companhia de Henriette Morineau.

Em 1956, fez "Otelo", de Shakespeare, dirigido por Adolfo Celi, pela Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA).

Em 1958, veio "A Fábula do Brooklin", de Irwin Shaw, que lhe rendeu o prêmio de Ator Revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT).

Veio a década de 1960 e, com ela, no Teatro dos Sete, encenou "Com a Pulga Atrás da Orelha", de Georges Feydeau, dirigido por Gianni Ratto, e "Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, sob direção de Fernando Torres.

Oswaldo Loureiro, 1974
Em 1964, foi para São Paulo após o fechamento da Companhia Tônia-Celi-Autran, e lá atuou em "A Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht, no Teatro Ruth Escobar. Depois, integrou o Grupo Opinião e, de volta ao Rio de Janeiro, em 1966, fez, novamente com Gianni Ratto, "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come", de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar.

Em 1967, seria dirigido por Flávio Rangel na montagem de "Édipo Rei", de Sófocles, contracenando com Paulo Autran.

Na década de 1970 fez "Gota d'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes, "A Longa Noite de Cristal", de Oduvaldo Vianna Filho, "Dois Perdidos Numa Noite Suja", de Plínio Marcos, e "Papa Higuirte", também de Oduvaldo Vianna Filho.

Como dirigente sindical, lutou pela subvenção do Estado ao teatro e pelo reconhecimento da profissão de ator. Oswaldo Loureiro chegou à presidência do Sindicato dos Artistas.

Oswaldo Loureiro, 2000
Em 1982, recebeu o Prêmio Mambembe por seu trabalho em "Motel Paradiso", de Juca de Oliveira.

Em 1983, novamente sob direção de Flávio Rangel, atuou em "Vargas", de Dias GomesFerreira Gullar.

Em 1990, dirigiu "Baixa Sociedade", de Juca de Oliveira.

Em 1993, tornou-se diretor do Teatro Guaíra, em Curitiba, e levou mais de 700 pessoas ao teatro por meio do seu projeto "Teatro Para o Povo".

De volta ao Rio de Janeiro, trabalhou sob direção de Moacyr Góes na montagem de "O Doente Imaginário", de Molière. Em seguida, contracenou com Jacqueline Laurence e Othon Bastos em "A Profissão da Senhora Warren", de Bernard Shaw.

Em 2000, novo trabalho com Moacyr Góes em "Bonitinha Mas Ordinária", de Nelson Rodrigues.

Oswaldo Loureiro, 1998
Morte

Oswaldo Loureiro faleceu na madrugada de sábado, 03/02/2018, aos 85 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. Ele sofria de Alzheimer. Ele estava internado no Hospital São Luiz, em São Paulo.

O velório aconteceu na tarde de sábado, 03/02/2018, no Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, SP, das 14h00 às 17h00, seguido da cremação.

Oswaldo Loureiro era casado com Madalena Loureiro e deixou filhos e netos.

Oswaldo Loureiro, 1990 
Carreira

Televisão
  • 2005 - A Lua Me Disse ... Boaventura
  • 2004 - Começar de Novo ... Albert
  • 2004 - A Diarista ... General Castro
  • 2004 - Celebridade ... Peixoto
  • 2003 - Kubanacan ... Pantoja
  • 2001 - A Grande Família ... Almeidinha
  • 2001 - As Filhas da Mãe ... Delegado
  • 2000 - Uga Uga ... Querubim
  • 1998 - Pecado Capital ... Boca
  • 1998 - Malhação ... Esmeraldino Sampaio
  • 1997 - Mandacaru ... Maldonado
  • 1996 - Salsa e Merengue ... Bola
  • 1996 - O Fim do Mundo ... Romildo Galvão
  • 1995 - Malhação ... General Milton
  • 1995 - Decadência ... Emiliano
  • 1995 - Cara e Coroa ... Cardosinho
  • 1995 - Xuxa Especial de Natal - Deu a Louca na Fantasia ... Mestre do Mal
  • 1994 - Quatro Por Quatro ... Olegário
  • 1994 - Incidente em Antares ... Inocêncio Pigarço
  • 1990 - Desejo ... Solon
  • 1990 - Mico Preto ... Belarmino
  • 1990 - Pantanal ... Chico
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Gaston Marny
  • 1987 - Mandala ... Américo Junqueira
  • 1986 - Cambalacho ... Armandinho da Cruz / Duque Armand Grimaldi Delacroix
  • 1985 - Tenda dos Milagres ... Nilo Argolo
  • 1985 - Roque Santeiro ... Navalhada
  • 1983 - Guerra dos Sexos ... Joca
  • 1983 - Parabéns Pra Você ... Armando
  • 1980 - Marina ... Carlos Eduardo
  • 1978 - Roda de Fogo ... Lear
  • 1976 - O Casarão ... Deodato Leme
  • 1974 - Corrida do Ouro ... Otávio
  • 1973 - A Volta de Beto Rockfeller
  • 1972 - A Revolta dos Anjos ... Ricardo Bragança
  • 1969 - Véu de Noiva ... Chico
  • 1969 - Os Acorrentados ... Willian
  • 1968 - Sangue e Areia ... Antônio
  • 1964 - O Direito de Nascer

Cinema
  • 1998 - Simão o Fantasma Trapalhão ... Drº Hiram
  • 1990 - Sonho de Verão
  • 1987 - Rádio Pirata ... Werner
  • 1987 - Leila Diniz ... Alfredo Buzaid
  • 1986 - Sexo Frágil
  • 1984 - Para Viver Um Grande Amor
  • 1983 - Parahyba Mulher Macho
  • 1983 - Bar Esperança ... Baby
  • 1983 - Atrapalhando a Suate ... Comandante
  • 1981 - O Beijo no Asfalto ... Cunha
  • 1981 - Bonitinha Mas Ordinária ou Otto Lara Rezende
  • 1979 - O Sol dos Amantes
  • 1978 - Se Segura, Malandro!
  • 1976 - Um Brasileiro Chamado Rosaflor
  • 1971 - As Confissões de Frei Abóbora
  • 1970 - Os Herdeiros
  • 1969 - Máscara da Traição
  • 1968 - O Homem Nu ... Ludovico
  • 1967 - Una Rosa Per Tutti ... Nino
  • 1967 - Mineirinho Vivo ou Morto ... Drº Geraldo
  • 1966 - Engraçadinha Depois Dos Trinta
  • 1964 - Um Morto ao Telefone ... Marcelo
  • 1964 - A Morte em Três Tempos
  • 1963 - Und Der Amazonas Schweigt ... Green Napoleon
  • 1963 - Sonhando Com Milhões ... Guimarães
  • 1962 - O 5º Poder
  • 1962 - Os Mendigos
  • 1959 - Um Caso de Polícia
  • 1948 - Inconfidência Mineira
  • 1947 - Asas do Brasil
  • 1944 - Romance Proibido
  • 1944 - É Proibido Sonhar
  • 1944 - O Brasileiro João de Souza ... Jovem Mário

Direção de Televisão
  • 1975 - Cuca Legal
  • 1987 - Senti Firmeza
  • 1982-1983 - Os Trapalhões

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Neyde Almeida e Valmir Bonvenuto
#FamososQuePartiram #OswaldoLoureiro