Homero Ferreira

HOMERO FERREIRA
(86 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (1929)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2015)

De família de músicos, Homero Ferreira aprendeu a tocar violão ainda criança e desde jovem participava de serestas. Foi bancário por mais de trinta anos, profissão na qual se aposentou. Era irmão dos compositores Glauco, Renato e Ivan Ferreira.

Quando bancário trabalhava perto da Rádio Mayrink Veiga o que acabou ajudando a enturma-lo com nomes da música que atuavam naquela emissora. Sua primeira composição gravada foi a marcha "O Que Foi Que Eu Fiz", parceria com os irmãos Renato Ferreira e Ivan Ferreira, lançada em 1952 pela gravadora Carnaval na voz de Geraldo Alves. Na mesma época o comediante Castrinho gravou também pela Carnaval a "Marcha do Patati-Patatá" (Homero Ferreira, Renato Ferreira e Ivan Ferreira).

Em 1960, obteve seu maior êxito como compositor com a marcha "Me Dá Um Dinheiro Aí", parceria com os irmãos Glauco e Ivan. A idéia da música surgiu a partir do bordão "me dá um dinheiro aí" de um dos quadros escritos pelo irmão Glauco para o programa "A Praça da Alegria" da TV Rio. O outro irmão Ivan sugeriu que fizessem uma música a partir do bordão. E foi o que fizeram. A marcha foi gravada inicialmente pelo cantor Moacyr Franco, que fazia o papel do mendigo no referido programa, em disco lançado pela gravadora Copacabana em 1959. Praticamente na mesma época foi feita uma segunda gravação em ritmo de tango por Aloísio e Seus Teclados. No entanto, antes mesmo do disco chegar às lojas, a marcha tornou-se um sucesso ao ser cantada no programa "A Praça da Alegria" por Moacyr Franco que dizia o bordão "me dá um dinheiro aí".

Essa marcha tornou-se o maior sucesso do Carnaval do ano de 1960 e um dos maiores clássicos do Carnaval, sendo repetida ano após ano pelos foliões. Ainda em 1960, essa marcha seria regravada pela Lira de Xopotó em disco Sinter, e por Altamiro Carrilho e Sua Bandinha no LP "Parada de Sucessos", em disco lançado pela Copacabana. Também em 1960, o calipso-rock "Rock do Mendigo" (Homero Ferreira, Ivan Ferreira e Sérgio Ferreira) foi gravado por Moacyr Franco, com sucesso, e o samba "Colher de Chá" (Homero FerreiraIvan Ferreira e Renato Ferreira), foi lançado por Mara Silva, enquanto a marcha "Velho Bossa Nova", também parceria com os irmãos Ivan e Renato foi registrada na gravadora Copacabana por Moacyr Franco.


Em 1962, teve o samba-canção "O Culpado Fui Eu" (Homero FerreiraIvan Ferreira e Renato Ferreira) gravado por Gilberto Alves. Nesse ano, "Me Dá Um Dinheiro Aí" foi gravado na forma de dobrado pela Banda do 14º Regimento de Infantaria do Recife em disco da gravadora Mocambo.

Em 1963, fez com os irmãos Glauco e Renato a marcha "Juba de Leão", gravada por Tutuca na gravadora Copacabana.

Em 1965, fez algum sucesso no Carnaval com a marcha "Me Paga Um Óleo Aí" (Homero Ferreira e Glauco Ferreira), interpretada por Noel Carlos.

Na década de 70, a marcha "Me Dá Um Dinheiro Aí" foi regravada por Elizeth Cardoso no LP "Elizeth no Bola Preta". Em 1975, Ângela Maria registrou pela gravadora Copacabana o samba-canção "Pra Que Ficar" (Homero Ferreira e Jorge Costa).

Em 1984, a marcha "Me Dá Um Dinheiro Aí" foi regravada por Beth Carvalho no LP "Coração Feliz", da gravadora RCA Victor.

Em 2004, Homero Ferreira foi convidado especial do conjunto Abrindo o Berreiro e apresentou-se no Bar dos Chico´s contando histórias do Carnaval. Em 2006, foi o grande vencedor do concurso de marchinhas carnavalescas promovido pela Fundição Progresso com a marcha "Tá, Tá Muito Bom", parceria com Chiquinho, um velho companheiro de boemia já falecido. A composição, feita há alguns anos e inscrita no concurso juntamente com mais 601 concorrentes ficou também conhecida como "Marcha do Viagra".

Em 2010, voltou a concorrer no concurso de marchinhas carnavalescas da Fundição Progresso inscrevendo duas marchas: "Rio é Campeão" e "Garota Popozuda".

Morte

Homero Ferreira morreu na segunda-feira, 02/02/2015, no Rio de Janeiro aos 86 anos vítima de um infarto. O enterro foi realizado na terça-feira, 03/02/2015, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.


Indicação: Miguel Sampaio