Roberto Audi

ROBERTO AUDI
(63 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (10/02/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1997)

Roberto Audi iniciou sua carreira artística como corista nos shows de Carlos Machado na boate Night And Day.

Cunhado do letrista David Nasser, passou a atuar com freqüência na antiga TV Tupi, bem como na Rádio Tupi.

Estreou em disco em 1958 cantando a toada "Geada" (Armando CavalcantiDavid Nasser), e o fox "No Azul Pintado de Azul" (Modugno e Puzzaglia), com versão de David Nasser, em dueto com Leny Eversong, cantora que o descobriu. No mesmo ano, fez suas primeiras gravações solo, os sambas-canção "E Me Deixe Entrar" (Jossicar e Verinha Falcão), e "Não Tens Reconhecimento" (Fausto Guimarães e Verinha Falcão), realizadas na gravadora Copacabana, onde fez um total de 22 discos entre os anos de 1958 e 1963. Ainda em 1958, recebeu da revista Radiolândia o troféu Antena de Prata depois de eleito por um júri composto de críticos especialistas e representantes de agências de propaganda como o cantor revelação do ano na TV.

Em 1959 apresentou-se no "Super Show" da TV Tupi do Rio de Janeiro, passando posteriormente a atuar em programas da Rádio Nacional, TV Tupi, TV Rio e, em São Paulo, na TV Record e na Bandeirantes. No mesmo ano, gravou a toada "A Canção é Você" e o samba canção "Noite Triste Sem Ninguém", ambas de Fred Chateubriand e Vinícius de Carvalho. Nessa época, gravou o LP "E As Operetas Voltaram", onde conhecidos trechos de operetas europeias entrelaçadas com operetas americanas foram vertidos e adaptados para o português pelo compositor Lamartine Babo, que foi também o produtor do disco. Participou do LP "A Música de Dolores" uma homenagem da gravadora Copacabana à cantora e compositora Dolores Duran falecida prematuramente naquele ano. Nesse disco interpretou o samba-canção "Noite de Paz".


Em 1960 gravou o fox "Ninguém é de Ninguém" (Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão), e o samba canção "Um Novo Céu" (Ted Moreno e Fernando César).

Em 1961 foi premiado pela Revista do Rádio e Radiolândia  como Cantor Revelação. No mesmo ano, gravou a guarânia "Duas Rosas" (Lourival Faissal e Arsênio de Carvalho), e o bolero "Noite Após Noite" (Nelson GonçalvesDavid Nasser).

Entre os anos de 1961 e 1964 fez shows pelo Brasil e excursionou a Portugal, Estados Unidos, Uruguai e Argentina.

Em 1963 gravou "Meu Bem" (Getúlio Macedo), e, da dupla João Roberto KellyDavid Nasser, os sambas-canção "Poeira no Meu Caminho" e "O Céu do Teu Olhar".

Em 1964 gravou "Tédio" (Nazareno de Brito e Fernando César).

Sua primeira composição gravada foi "Encontrei Afinal, Meu Amor" (Roberto Audi e Ribamar).

Lançou ainda os LPs "Música Para Nós Dois" e "Com Vocês, Roberto Audi", ambos pela gravadora Copacabana. Ao abandonar a gravação de discos passou a se apresentar em shows pelo interior do país.

Discografia

78 RPM
  • 1958 - Geada / No Azul Pintado de Azul (Copacabana)
  • 1958 - E Me Deixe Entrar / Não Tens Reconhecimento (Copacabana)
  • 1958 - Telefonei / Vida de Artista (Copacabana)
  • 1959 - Noite de Paz / Outros Caminhos (Copacabana)
  • 1959 - Matei a Saudade / Cravo Branco - Carnaval de 1960 (Copacabana)
  • 1960 - Romântica / Férias de Amor (Copacabana)
  • 1960 - A Canção é Você / Noite Triste Sem Ninguém (Copacabana)
  • 1960 - Ninguém é de Ninguém / Um Novo Céu (Copacabana)
  • 1960 - Eu Amei / O Maior Amor (Copacabana)
  • 1961 - Duas Rosas / Música Para Nós Dois (Copacabana)
  • 1961 - Sino de Belém / Boas Festas (Copacabana)
  • 1961 - Valsa da Despedida / Feliz Natal, Meu Amor (Copacabana)
  • 1961 - Dinheiro Não Há / Adeus Mangueira (Copacabana)
  • 1961 - Renunciei / Ponto Final (Copacabana)
  • 1961 - São João Diferente / Noite Após Noite (Copacabana)
  • 1961 - Vou Beber Até Cair / É Incrível (Copacabana)
  • 1962 - Loucura, Loucura / Palhaço de Botequim (Copacabana)
  • 1962 - Sofrimento / O Lelê da Lalá (Copacabana)
  • 1962 - Adeus, Amor, Adeus / Quero e Não Quero (Copacabana)
  • 1963 - Poeira no Caminho / O Céu do Teu Olhar (Copacabana)
  • 1963 - Ao Nascer do Sol / Meu Bem (Copacabana)
  • 1963 - Meu Castigo / Eu e Elas (Copacabana)
  • 1963 - Fim de Ano / Noite Silenciosa (Copacabana)
  • 1964 - Estranho na Praia / Tédio (Copacabana)
  • 1964 - Meu Patuá / Festa Brava (Copacabana)
  • 1964 - Que Fez Você / O Carrinho (Copacabana)


LPs
  • 1959 - Concerto Para Senhoras (Copacabana)
  • 1960 - E as Operetas Voltaram (Copacabana)
  • 1960 - Música Para Nós Dois (Copacabana)
  • S/DT - Presença de Roberto Audi (Copacabana)
  • S/DT - Com Vocês, Roberto Audi (Copacabana)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB e Discomentando
Indicação: Miguel Sampaio

Luiz Felipe Lampreia

LUIZ FELIPE PALMEIRA LAMPREIA
(74 anos)
Sociólogo e Diplomata

☼ Rio de Janeiro, RJ (19/10/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/02/2016)

Luiz Felipe Palmeira Lampreia foi um sociólogo e diplomata brasileiro. Filho de João Gracie Lampreia e Maria Carolina Palmeira Lampreia, graduado em sociologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em 1962. Ingressou no Instituto Rio Branco (IRBr) no mesmo ano.

Foi nomeado terceiro-secretário em novembro de 1963, foi embaixador em Paramaribo, Suriname, em Lisboa, Portugal, e em Genebra, Organização Mundial do Comércio (OMC) e outros organismos internacionais.

Foi Secretário Geral do Itamaraty entre 1992 e 1993 e Ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2001.

Era também professor associado de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Rio).

Foi ligado institucionalmente ao Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), um think tank de relações internacionais, do qual foi vice-presidente emérito.

Foi também presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). Além disso, foi membro dos conselhos de várias empresas internacionais de consultoria em planejamento estratégico, como McLarty Associates e Oxford Analytica, empresas industriais, como Partex Oil And Gas, Souza Cruz e Coca-Cola, e do banco português Caixa Geral de Depósitos.


A objetividade e o pragmatismo sempre foram marcantes no embaixador. Quando era ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Felipe Lampreia não gostava de conversas longas. Costumava resolver tudo em menos de meia hora, enquanto ouvia cantos gregorianos em seu gabinete.

Crítico ao governo do Partidos dos Trabalhadores (PT), Luiz Felipe Lampreia escreveu artigos contra a entrada da Venezuela no Mercosul e os passos dados pelo seu sucessor, Celso Amorim, no Itamaraty. Um deles foi o fim das negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

Apesar das divergências, Luiz Felipe Lampreia sempre teve o Estado como prioridade. Assim, há cerca de um mês, assinou, junto com mais 40 embaixadores aposentados de todas as tendências políticas, um manifesto em favor do governo brasileiro no impasse com Israel. As autoridades israelenses tornaram público o nome do líder de assentamentos em territórios palestinos, Dani Dayan, para ser embaixador em Brasília, antes mesmo da concessão do agrément, ou seja, da autorização do Brasil.

Mesmo aposentado, Luiz Felipe Lampreia nunca parou. Mantinha um blog sobre Política Internacional na página de O Globo, escrevia artigos e participava de debates e entrevistas sobre política externa com frequência. Era vinculado ao Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

Morte

Luiz Felipe Lampreia morreu aos 74 anos, na terça-feira, 02/02/2016, após uma parada cardíaca durante a manhã, um mês depois de ter alta do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Ele havia sido internado para tratar um tumor de pulmão.