(63 anos)
Jornalista e Compositor
* Jaú, SP (01/01/1917)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/12/1980)
Era filho de imigrantes libaneses. Logo criança mudou-se para Caxambu em Minas Gerais, onde fazia carretos com charrete. Lá conheceu, sem saber, Francisco Alves. Um dia mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou como mascate e depois vendedor de loja.
Na cidade maravilhosa, sofreu bastante e acabou se reencontrando com Francisco Alves. Daí em diante sua carreira foi decolando, pois Francisco Alves, se interessou pelos seus versos e acabou os musicando.
Carreira
Como teve Meningite quando criança, dedicou-se a ler e escrever estórias. Começou a trabalhar aos 14 anos, em 1934, como contínuo das empresas Diários Associados de Assis Chateaubriand. O conglomerado jornalístico reunia no mesmo prédio a redação dos jornais Diário da Noite e O Jornal, e a revista O Cruzeiro.
Aos poucos, tornou-se jornalista das empresas dos Diários Associados. Iniciou-se profissionalmente depois do golpe do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937.
Nos Diários Associados, criou "Giselle - A Espiã Nua Que Abalou Paris", espiã fictícia Giselle Monfort tratada como real pelo jornal Diário do Norte. Esta personagem teve uma série bastante popular de livros de bolso.
Foi contratado, em 1936, pelo jornal O Globo dirigido por Roberto Marinho. Saiu em 1943 insatisfeito por não poder realizar ou assinar reportagens importantes.
Em 1940, ele estourou com um sucesso incrível da música "Nêga do Cabelo Duro", e se tornou compositor de vários sambas e samba-canção.
Foi trabalhar, em 1943, na revista O Cruzeiro que se tornava, então, a revista brasileira mais popular dos anos 1940 e 1950. As reportagens que fez em parceria com o fotógrafo Jean Manzon de 1943 a 1951 foram fundamentais para o sucesso de vendas da revista cuja tiragem atingiu níveis inesperados para a época. David Nasser e Jean Manzon tornaram-se então a mais famosa dupla de repórter-fotógrafo do Brasil.
Ganhou notoriedade por realizar vários trabalhos conhecidos como Grande Reportagem, forma de reportagem que misturava de pesquisa de campo, opinião do jornalista, pedaços de entrevistas e muitas fotografias de alta qualidade técnica. Ocorria assim uma valorização do repórter que conhecia as pessoas e os locas de onde vinha a notícia como a principal figura da redação, em detrimento dos editorialistas e articulistas. A Grande Reportagem tornou-se bastante popular no Brasil dos anos 40 quando foi usada pelos jornais para driblar a censura da ditadura de Getúlio Vargas.
David Nasser apoiou a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) e teve amigos influentes nos seus diversos governos.
Deixou a revista O Cruzeiro em 1975, quando esta já estava em decadência. Dizia que sofria pressões para seguir pautas dadas pela direção da revista. Seu pedido de demissão foi noticia de repercussão nacional. Escreveu uma carta aberta intitulada "Por Que Deixei o Velho Barco" na qual atacava João Calmon, o diretor dos Diários Associados.
Em fevereiro de 1976 foi trabalhar na revista Manchete, que tinha o mesmo estilo da O Cruzeiro, seguindo um convite de Arnaldo Niskier. Lá continuou a escrever artigos atacando João Calmon, seu antigo chefe. Recorria aos amigos influentes no governo da Ditadura Militar pedindo para acelerar os processos judiciários civis que abriu contra seus antigos empregadores.
Em Pentagna, distrito do município de Valença, RJ, o jornalista David Nasser possuía uma residência, que ainda existe, junto a colônia de férias dos servidores do estado do Rio de Janeiro, bem como uma outra junto a cachoeira, que ainda hoje pertence a seus familiares.
Morou no bairro da Aldeia Campista no Rio de Janeiro e fez parceria com inúmeros compositores de música popular da região.
Reportagens
As versões de David Nasser sobre pequenos e grandes fatos nem sempre refletiam a realidade. Aumentavam e criavam fatos apenas para aumentar a venda de O Cruzeiro. (Leia Mais)
O deputado federal Barreto Pinto foi entrevistado e deixou-se fotografar em seu gabinete e numa banheira, vestido de fraque e cartola, mas sem as calças, de cuecas samba-canção. O caso resultou na cassação do deputado.
Em 1944 viajou para Pedro Leopoldo com o intuito de entrevistar Chico Xavier. À época, a família de Humberto de Campos movia uma ação contra Chico Xavier pelo fato deste publicar obras psicografadas como sendo de autoria do falecido escritor. Como não conseguia ser atendido por Chico Xavier, fingiu ser estrangeiro, o que também serviria para testar se de fato o médium se comunicava com espíritos.
A história acima é de veracidade discutível, é um exemplo de que a opinião de David Nasser é importante até nos dias atuais. A verdade é que conseguiu fazer uma reportagem não muito simpática com o extremamente retraído médium Chico Xavier, a qual foi publicada em O Cruzeiro. (Leia Mais)
Em 1963, David Nasser foi agredido pelo então deputado federal Leonel Brizola no aeroporto do Galeão. O que motivou a agressão foi um artigo escrito por David Nasser na revista O Cruzeiro com pesadas ofensas ao ex-governador gaúcho e fluminense.
David Nasser e o fotógrafo Jean Manzon forjaram uma reportagem sobre a morte do próprio Jean Manzon. Foi apenas um brincadeira de mau gosto que ajudou bastante as vendas de O Cruzeiro.
Em 1945, a dupla David Nasser e Jean Manzon publicou em O Cruzeiro uma matéria ilustrada na qual pretendiam ensinar aos brasileiros distinguir um japonês de um chinês. David Nasser escreveu, entre outras coisas, que o japonês podia ser distinguido pelo "aspecto repulsivo, míope, insignificante".
David Nasser morreu aos 63 anos, doente de diabetes e câncer no pâncreas.
Fonte: Wikipédia
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