Tutu Quadros

DIRCE MARIA QUADROS
(70 anos)
Política

* São Paulo, SP (28/12/1943)
+ Los Angeles, Estados Unidos (28/08/2014)

Dirce Maria Quadros, conhecida por Tutu, foi uma política brasileira, tendo como formação original a Biologia. Era filha única do ex-presidente Jânio Quadros, falecido em 1992, e de Eloá do Valle Quadros, falecida em 1990.

Dirce Maria casou-se aos 16 anos com o jornalista Alaor José Gomes, que trabalhava no gabinete do então governador Jânio Quadros, tendo o casal três filhas. Mais tarde, separando-se, Dirce Maria se casou novamente e foi morar nos Estados Unidos, sendo que teve um filho de prenome John Jânio.

Seu filho, de casamento posterior, John JânioJânio Quadros Neto, também tentou ingressar na política, candidatando-se a deputado estadual por São Paulo nas eleições de 1994 e 2006, não obtendo, entretanto, êxito em ambas as oportunidades.

Dirce Maria foi eleita deputada federal constituinte em 1986 pelo Partido Social Cristão (PSC), tomando posse no ano seguinte e cumprindo o mandato até 1991. Após um período no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), inscreveu seu nome como uma das fundadoras do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Candidatou-se à reeleição pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 1990, sem sucesso. Desde então, abandonou a política e passou a residir nos Estados Unidos.


Morte

Dirce Tutu Quadros morreu na quinta-feira, 28/08/2014, aos 70 anos. Ela estava em companhia de suas duas filhas Ana Claudia e Ana Laura, quando faleceu. Estava internada há alguns dias em clínica para clientes terminais nos Estados Unidos, ela lutava contra um enfisema pulmonar.

O corpo de Tutu foi cremado. Ela deixou os filhos Ana Paula, Ana Cláudia, Ana Laura, Jânio Quadros NetoMichel e três netos.

Monsueto

MONSUETO CAMPOS MENEZES
(48 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Ator e Pintor

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Monsueto Campos de Menezes foi um sambista, cantor, compositor, instrumentista, pintor e ator brasileiro. Nasceu na Gávea e foi criado no Morro do Pinto. Com menos de três anos ficou órfão de mãe e pai e foi criado pela avó e por uma tia. Na adolescência, trabalhou como guardador de carros no Jockey Club.

Monsueto estudou até o quinto ano primário, aos 15 anos, já tocava em baterias de escola de samba e aos 17 começou a trabalhar como baterista free lancer em bailes de gafieira e cabarés.

Prestou serviço militar no Forte de Copacabana e ao sair casou-se com Maria Aparecida Carlos, indo morar em Vieira Fazenda, subúrbio carioca. Lá, abriu uma tinturaria, a exemplo de seu irmão Francisco, que também fora proprietário de uma tinturaria na qual chegou a trabalhar. Apesar de ter seu próprio negócio, continuou tocando na noite, frequentando os pontos de encontro de músicos, principalmente nas redondezas do Teatro João Caetano.

Monsueto teve seis filhos.

Na década de 40, atuou como baterista em vários conjuntos, entre os quais, a Orquestra de Copinha, que tocava no Copacabana Palace Hotel. Teve sua primeira composição gravada em 1951, o samba "Me Deixe Em Paz" (Monsueto e Aírton Amorim), lançado por Linda Batista na RCA Victor e que fez bastante sucesso no carnaval do ano seguinte. Em seguida, teve várias músicas incluídas no show "Fantasia, Fantasias", do Copacabana Palace Hotel.

Em 1953, teve os sambas "Mulher de Mau Pensar" (Monsueto e Elói Marques) e "A Fonte Secou",(Monsueto, Tufyc Lauar e Marcléo) gravadas por Raul Moreno na Todamérica. O samba "A Fonte Secou" foi o grande sucesso no carnaval seguinte e seu maior êxito.

Em 1954, compôs com R. Filho o samba "Maldição" gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. Nesse ano, seu samba "Quando Vem a Noite" (Monsueto e Álvaro Gonçalves) foi gravado na Todamérica por Virgínia Lane, os sambas "Rosto Bonito" (Monsueto e Caribé da Rocha) e "Carrasco" (Monsueto, Raul Marques e F. Fernandes) foram lançados por Carlos Augusto na Sinter e o xote "Sem Amor" (Monsueto e João do Vale) foi gravado na Columbia por Índio e Seu Conjunto. Ainda em 1954, Marlene gravou para o carnaval o samba "Mora na Filosofia" (Monsueto e Arnaldo Passos), que fez muito sucesso, fazendo com que a expressão "mora", no sentido de percebe, entrasse para o vocabulário popular carioca. Esta música, aliás, havia substituído uma outra, "Couro do Falecido", em show do Copacabana Palace, apresentado pela mesma Marlene, em virtude do suicídio de Getúlio Vargas, um pouco antes.

Teve mais dois sambas gravados por Raul Moreno na Todamérica em 1955, "Me Empresta Teu Lenço" (MonsuetoElano de Paula e Nicolau Durso) e "Cachimbo da Paz" (MonsuetoRaul Moreno e Plínio Gesta). Nesse ano, Marlene lançou na Sinter os sambas "Canta, Menina, Canta" e "Na Casa de Corongondó", ambos parcerias de Monsueto com Arnaldo Passos. Ainda em 1955, Monsueto gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo, com os sambas "Nega Pompéia" (Estanislau Silva e Ferreira Gomes) e "Q.G. do Samba" (MonsuetoRossini Pacheco e Sebastião Nunes). Também em 1955, seu samba "Mora na Filosofiafoi escolhido por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das cinco melhores letras e melodias do carnaval daquele ano.

Em 1956, Linda Batista gravou o samba "Levou Fermento" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve mais três sambas gravados na Todamérica, "Rua Dom Manoel" e "Senhor Juiz" (Monsueto e Jorge de Castro) na voz de Raul Moreno, e "Tô Chegando Agora" (Monsueto e José Batista) na voz de Odete Amaral. Na SinterMarlene gravou o samba "O Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo ChagasJoão Violão).


Em 1957 Monsueto teve três sambas gravados na RCA Victor, foram eles, "O Gemido da Saudade" (Monsueto e José Batista), por Linda Batista, "Fogo na Marmita" (MonsuetoAldacir Louro e Amado Régis), por Marlene e "Não se Sabe a Hora" (Monsueto e José Batista), por Dircinha Batista. Nesse ano, atuou no filme "13 Cadeiras", com Oscarito, dirigido por Franz Eichhorn. Também gravou um disco pela Copacabana com os sambas "Prova Real" (Odelandes Rodrigues, Amado Régis e Edson Santana) e "Bola Branca" (Estanislau Silva, Otávio Lima e Antônio Guedes).

Em 1958, participou como cantor nos números musicais do filme "Na Corda Bamba", de Eurides Ramos e compôs músicas para os filmes "O Cantor Milionário" e "Quem Roubou Meu Samba?", ambos de José Carlos Burle. Ao todo, Monsueto teve participação em dez filmes brasileiros, três argentinos e um filme italiano. Ainda em 1958, teve gravados na Todamérica o samba-canção "Boa Noite", por Ted Moreno, o samba "Giro Pelo Norte", por Ari Cordovil e o choro "Trote" (Monsueto e Dilermando Rodrigues), por Cora Mar. Por essa época, fez vários shows com Herivelto Martins. Pouco depois criou seu próprio grupo com o qual excursionou pelo Brasil e países da América, Europa e África.

Em 1959, foi convidado a participar do programa humorístico "Noites Cariocas", da TV Rio, onde recebeu o apelido de "Comandante" e fez muito sucesso com seu quadro, lançando gírias como: "Castiga", "Vô Botá Pra Jambrá", "Mora" "Ziriguidum". Nesse ano, seus sambas "O Bafo do Gato" e "Comício no Morro" foram lançados por Edgardo Luiz na gravadora Polydor. Ao final da década de 50, teve composições incluídas em espetáculos de Carlos Machado como "Copacabana de Tal" e "Zelão Boca Rica"

Em 1961, gravou pela Odeon os sambas "Ajudai o Próximo" e "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", ambos de sua autoria. Nesse ano, Agostinho dos Santos gravou "Na Casa do Antônio Jó" (Monsueto e Venâncio).

Em 1962, lançou seu único LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", lançado pela Odeon e cujo destaque foi o samba "Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo Chagas e João Violão).

Em 1963, também na Odeon, gravou os sambas "Chica da Silva" (Anescar e Noel Rosa de Oliveira) e "Mané João" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve o samba "Ai Meu Calo" (Monsueto e José Batista) gravado por Ivon Curi na Odeon. Ainda em 1963, gravou pelo selo Orion os sambas "Sambamba" (Monsueto) e "Retrato de Cabral" (Monsueto e Raul Marques) e o samba "Mora na Filosofia" foi regravado por Walter Santos no LP "Bossa Nova - Walter Santos", com acompanhamento do conjunto de Walter Wanderley.

Por volta de 1964, tentou sem sucesso criar um selo de gravações com seu nome, mas que, no entanto, somente lançou um disco com ele mesmo interpretando os sambas "O Sucesso Está na Cara" (Monsueto e Linda Batista) e "Larga o Meu Pé" (Monsueto e Aloísio França).

Em meados da década de 60, começou a ser redescoberto pelos grandes nomes da Música Popular Brasileira. Em 1968, Maria Bethânia regravou "Mora na Filosofia". Em 1971, Caetano Veloso também gravou "Mora na Filosofia", em seu LP "Transa".

Em 1969 Milton Nascimento gravou "Me Deixa Em Paz", em seu LP "Clube da Esquina" ao lado de Alaíde Costa. Nessa época, passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros.

Sem nunca ter se ligado oficialmente a nenhuma escola de samba, passou por várias delas, a última, foi a Unidos Vila Isabel.


Morte

Em 1973, quando participava na Bahia das filmagem do filme "O Forte", de Olney São Paulo, passou mal, foi hospitalizado e veio a falecer, em decorrência de um câncer no fígado. Nesse ano, Caetano Veloso regravou "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", em seu LP "Araçá Azul" com um arranjo de rock, popularizando ainda mais o compositor entre os jovens. Na mesma época, pot-pourris com composições suas foram gravados por Martinho da Vila e MPB-4.

Na década de 90, teve o samba "Lamento da Lavadeira" regravado pela cantora Marisa Monte.

Em maio de 2002, foi um dos grandes homenageados no show "Marleníssima", estreado pela cantora Marlene no Teatro Rival BR, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, quando, em cena, eram lembrados e cantados um a um dos seus sucessos criados por ela, tais como "Aperta o Cinto", "Lamento da Lavadeira" e "Fogo na Marmita".

Em 2004, recebeu homenagem especial durante a entrega do Prêmio Rival BR de Música que foi dedicado a ele. Na ocasião foram cantadas músicas de sua autoria e exibidos trechos de filmes nos quais atuou.


Discografia

  • 1964 - O Sucesso Está na Cara / Larga o Meu Pé (Monsueto, 78)
  • 1963 - Chica da Silva / Mané João (Odeon, 78)
  • 1963 - Sambamba / Retrato de Cabral (Orion, 78)
  • 1962 - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (Odeon, LP)
  • 1961 - Ajudai o Próximo / Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo (Odeon, 78)
  • 1957 - Prova Real / Bola Branca (Copacabana, 78)
  • 1955 - Nega Pompéia / Q.G. do Samba (Mocambo, 78)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Deodato Borges

DEODATO TAUMATURGO BORGES
(80 anos)
Jornalista, Radialista e Quadrinista

* Campina Grande, PB (1934)
+ João Pessoa, PB (25/08/2014)

Deodato Taumaturgo Borges foi um jornalista, radialista e quadrinista brasileiro, criador do super-herói Flama e pai do também quadrinista Mike Deodato Jr.

Em 1963 transpôs o personagem para a revista "As Aventuras do Flama", a primeira do gênero no Nordeste brasileiro. Inspirada em sucessos da época, como "Jerônimo, o Herói do Sertão" e "The Spirit". A publicação tinha 40 páginas, com capa dura e imagens em preto e branco. Surgiu como uma propaganda da série de rádio homônima, comandada por Deodato Borges e transmitida pela Borborema AM, de Campina Grande, PB, em 1961. "As Aventuras do Flama" era dada como brinde aos ouvintes do programa e logo angariou uma legião de fãs. Flama foi um dos primeiros heróis dos quadrinhos brasileiros, segundo a Brasil Comic Con.

Considerado uma lenda dos quadrinhos brasileiros, Deodato Borges estava confirmado como uma das atrações da Brasil Comic Con, que acontecerá nos dias 15 e 16 de novembro de 2014, em São Paulo. Ao lado do filho, ele participaria dos dois dias de evento

Ainda na década de 60, Deodato Borges foi diretor geral dos Diários Associados de Pernambuco.

Em 1973, tornou-se editor de cultura do jornal O Norte, de João Pessoa, no qual introduziu as tiras de quadrinhos. Foi também secretário de Comunicação do Governo da Paraíba.

Deodato Borges e seu filho Mike Deodato Jr.
Morte

Deodato Borges morreu em João Pessoa, aos 80 anos. A morte foi constatada às 12:50 hs de segunda-feira. 25/08/2014, durante uma sessão de hemodiálise em que Deodato Borges teve duas paradas cardíacas. Na segunda, os médicos não conseguiram reanimá-lo.

Segundo informações da nora de Deodato Borges, Ana Paula Falcão,  ele havia sido diagnosticado com câncer no sistema urinário há cerca de dois meses. Ele já estava há aproximadamente 15 dias internado em um hospital particular de João Pessoa e chegou a fazer uma cirurgia para retirar um dos rins na semana passada. Ainda de acordo com ela, ele estava tendo uma melhora significativa depois da cirurgia, mas não resistiu à segunda sessão de hemodiálise.

O velório ocorreu na segunda-feira, 25/08/2014, na Funerária São João Batista, no bairro da Torre em João Pessoa. A família informou que o sepultamento ocorrerá na tarde de terça-feira, 26/08/2014, às 16:00 hs, no Cemitério Jardim Mangabeira, com entrada localizada nas proximidades da Praça do Coqueiral, no bairro de Mangabeira, Zona Sul da Capital.

Mike Deodato Jr. informou sobre a morte do pai nas redes sociais. "O Flama Morreu", publicou. Tendo o pai como referência, Mike Deodato Jr. é ilustrador da Marvel e responsável por quadrinhos como "Os Vingadores".

Fonte: WikipédiaG1
Indicação: Miguel Sampaio

Antônio Ermírio de Moraes

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
(86 anos)
Empresário, Engenheiro e Industrial

* São Paulo, SP (04/06/1928)
+ São Paulo, SP (24/08/2014)

Antônio Ermírio de Moraes foi um empresário, engenheiro e industrial brasileiro. Foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim e presidente da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Seu pai, o engenheiro pernambucano José Ermírio de Morais, criou o Grupo Votorantim, comprando as ações de uma empresa de tecelagem localizada na cidade de Votorantim, São Paulo que pertencia ao seu sogro, avô de Antônio Ermírio, o imigrante português António Pereira Inácio, diversificando o negócio. Sua mãe, Helena Rodrigues Pereira, nasceu em Boituva, SP, e teve com José Ermírio de Morais, quatro filhos, dos quais Antônio Ermírio foi o segundo.

Antonio Ermírio nasceu sem um rim e isso o ajudou a lutar toda a vida. Formou-se em engenharia metalúrgica em 1949 pela Colorado School Of Mines, mesma universidade que o seu pai, José Ermírio de Morais, estudou. Casou em 1953 com Maria Regina, com quem passou a lua-de-mel na Europa.

Na década de 50, sua família foi taxada de louca por querer concorrer com os grandes produtores de alumínio, como Alcan, Alcoa e Vale, e fundou a Companhia Brasileira de Alumínio. A empresa iniciou suas operações em 1955 produzindo apenas 4 mil toneladas e completou seu cinquentenário com 400 mil toneladas.

Em 1956, Antônio Ermírio de Moraes, teve de contrair empréstimos que equivaliam a 16 meses de faturamento, na mesma época sofreu um acidente ao visitar a unidade e, queimado por soda cáustica, ficou um mês de cama. Esta experiência ajudou a sedimentar em sua obsessão por conduzir o Grupo Votorantim da forma mais conservadora possível, evitando contrair dívidas.

Após assumir o grupo, Antônio Ermírio transformou-o em uma multinacional, com a aquisição de uma fábrica de cimento no Canadá. Expandiu o Grupo Votorantim, com mais de 60 mil funcionários, atuou nas áreas de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno bi orientado, especialidades químicas e suco de laranja.

Apesar do Grupo Votorantim possuir um banco, Antônio Ermírio de Moraes era um crítico do sistema financeiro e da especulação financeira:

"Se eu não acreditasse no Brasil, seria banqueiro!"

Antônio Ermírio de Moraes, 1980
Quando o banco foi criado não se conformava com o fato dele, ocupando somente um andar e empregando poucos funcionários, ser mais lucrativo do que sua Companhia Brasileira de Alumínio. Em relação ao banco Antônio Ermírio de Moraes costumava brincar que a instituição só foi criada "para não pagar os juros cobrados pelo mercado e estabelecidos pelo Banco Central".

Ao mesmo tempo que lidava com matérias-primas, Antônio Ermírio de Moraes deu o aval para a criação da Votorantim Ventures, a caçula das empresas do grupo criada há quase quatro anos. A Votorantim Ventures é um fundo de investimento com 300 milhões de dólares para investir em áreas tão diversas como biotecnologia, bioinformática, distribuição de MRO, serviços de datacenter e de call center, comércio eletrônico e biodiversidade.

Assim como o pai, aventurou-se na política, lançando-se à candidatura ao governo do Estado de São Paulo em 1986 pela União Liberal Trabalhista Social (PTB, PL e PSC), ficando em segundo lugar, perdendo para Orestes Quércia, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em uma época em que não havia segundo turno. Durante esta experiência ficou chocado com as manobras políticas e fisiológicas, todos que o abordavam pediam cargos para poder ficar sem trabalhar.

Foi a frustração com a política que o levou a escrever peças teatrais, dizia que "a política é o maior de todos os teatros". É autor de três peças de teatro, duas já lançadas no circuito paulistano: "Brasil S.A.", "Acorda Brasil" e "S.O.S Brasil". Todas as peças acabaram virando livro e a peça "Acorda Brasil" foi vista por 26 mil pessoas.

Também escreveu para a Folha de São Paulo uma coluna dominical durante 17 anos. O empresário sempre dedicou parte de seu tempo à Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo, uma hora e meia todo dia. Também se dedicou à Associação Cruz Verde de São Paulo, à Fundação Antônio Prudente, entre outras organizações não governamentais.

Em 2001 deixou a presidência do conselho de administração do Grupo Votorantim e entregou o comando do conglomerado aos filhos e sobrinhos. Trabalhador incansável, uma combinação de doenças afetaram sua mente e seus movimentos, imobilizando-o numa cama, levando-o a sofrer de Hidrocefalia e Mal de Alzheimer.


Resultados e Homenagens

Em 2013 a família de Antônio Ermírio de Moraes apareceram entre os 100 maiores bilionários do mundo, segundo ranking da Forbes, com fortuna avaliada em US$ 12,7 bilhões. No Brasil, a família foi considerada a terceira mais rica, segundo ranking divulgado pela revista em maio de 2014.

Antônio Ermírio de Moraes trabalhava 12 horas por dia, mas ponderava que era preciso moderação.

"Na vida, o meio termo é o correto, nem tanto ao mar,  nem tanto à terra. Eu acho que é preciso trabalhar, mas não se descuidar do lazer, para você, para sua família, para sua saúde inclusive!"
(Antônio Ermírio de Moraes durante uma entrevista à rádio CBN)

Pela intensa atividade social e pela trajetória empresarial ascendente, o empresário é um ícone da classe empresarial industrial. O currículo exibe ainda o Prêmio Eminente Engenheiro do Ano, mérito reconhecido em 1979. Em 2003 recebeu a Medalha do Conhecimento do Governo Federal.

Sua família ganhou o destaque do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, tanto pela administração do Hospital Beneficência Portuguesa há mais de 50 anos, quanto pela participação no conselho curador da rede voluntária do Hospital A.C. Camargo e ser uma das maiores doadoras da Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Em 2013, a vida do empresário foi retratada pelo sociólogo José Pastore em uma biografia intitulada "Antônio Ermírio de Moraes: Memórias de Um Diário Confidencial".

"No campo pessoal, a marca de Antônio Ermírio foi a simplicidade, sempre acompanhada de humildade e generosidade. Como empresário ele tinha como meta investir continuamente para gerar empregos de boa qualidade. [...] Como investidor ele pregava ser de responsabilidade dos empresários não apenas produzir e pagar impostos, mas também, ajudar o próximo. E para tanto, ele deu o exemplo ao longo dos seus 60 anos de trabalho", disse José Pastore, em nota.

Maria Regina Costa de Moraes e Antônio Ermírio de Moraes
Família

Antônio Ermírio de Moraes tinha 9 filhos, entre eles, Regina de Moraes, presidente da ONG Velho Amigo. Seu filho Carlos Ermírio de Moraes faleceu no dia 18/08/2011 após lutar durante 4 anos contra um câncer.


Morte

Antônio Ermírio de Moraes morreu na noite de domingo, 24/08/2014, em São Paulo, aos 86 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da empresa, ele morreu em sua casa, no Morumbi, Zona Sul, vítima de insuficiência cardíaca.

O corpo do empresário será velado a partir das 09:00 hs de segunda-feira, 25/08/2014, no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa. A partir das 16:00 hs, o cortejo deve seguir ao Cemitério do Morumbi, onde ele será sepultado. Antônio Ermírio de Moraes deixa a esposa, Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos.


Nota do Grupo Votorantim

"É com grande pesar que o Grupo Votorantim comunica o falecimento do Drº  Antônio Ermírio de Moraes, aos 86 anos, na noite deste domingo, 24 de agosto, em São Paulo.
Presidente de honra do Grupo Votorantim, Dr. Antônio era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School Of Mines (EUA) e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955.
Com o falecimento do Drº Antônio Ermírio de Moraes, o Grupo Votorantim perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos.
Drº Antônio deixa a esposa, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos. O corpo será velado a partir das 9h desta segunda-feira no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa e o cortejo sairá às 16h rumo ao Cemitério do Morumbi, onde o corpo será enterrado."

Dani Voguel

DANI VOGUEL
(37 anos)
Cantora

* Jaraguá do Sul, SC (28/08/1976)
+ Salvador, BA (18/09/2013)

Dani Voguel foi uma cantora nascida em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, ex-vocalista da banda Sampa Crew, e que em seus últimos anos atuava como cantora gospel. Dani Voguel ficou no Sampa Crew por oito anos, de 2003 até o final de 2011 quando saiu do grupo e entrou para a música gospel. Evangélica, investia na carreira gospel.

Em vídeo publicado na página oficial do Sampa Crew no Facebook, ela aparece em um culto da Igreja Internacional da Graça de Deus, dizendo que havia sido dependente de drogas, mas agora só "Dependia do Senhor".

Uma banda de R&B romântico, com composições calcadas em ritmos como charm e funk melody, o Sampa Crew fez sucesso no começo dos anos 2000, justamente a fase em que Dani Voguel esteve à frente do grupo.

Ela era casada com o irmão do atual vocalista do Sampa Crew (na época de sua morte), e saiu de São Paulo para a Bahia por conta da transferência do marido.




Morte

Dani Voguel morreu em Salvador na madrugada de quarta-feira, 18/09/2013, vítima de pneumonia bacteriana, afirmou Ieda Maria, mãe da artista. Dani Voguel estava gripada há algum tempo, teve uma pneumonia, foi internada no Hospital Tereza Lisieux, onde fez aniversário, no dia 28/08/2013, e depois liberada para se tratar em casa. Após algumas semanas, voltou a se sentir mal, mas resistiu a ser levada para o hospital.

"No sábado, dia 14/09/2013, ela passou mal, desmaiou em casa, e o marido a levou para o hospital", disse Ieda Maria. Dani Voguel fez alguns exames, foi diagnosticada com pneumonia bacteriana e quatro dias depois veio a falecer. "Fomos pegos de surpresa. Me desesperei. É uma coisa que nenhuma mãe espera. Eu não sabia o que fazer!".

O corpo de Dani Voguel foi velado e cremado em Balneário Camboriú, SC.

Ieda Maria é a responsável pelos três filhos de Dani Voguel, Lucas, de 20 anos, Bruna, de 16, e Giulia, 10. Ela criou as crianças em Balneário Camboriú, SC, para que a filha pudesse viajar e seguir a carreira de cantora.

"Nos falamos no domingo e ela disse que estava bem, que estava muito feliz, pois finalmente tinha terminado de gravar seu primeiro CD gospel. Lutamos dez anos para que ela conseguisse realizar esse sonho. Tenho certeza que ela morreu feliz!", disse a mãe da ex-vocalista do Sampa Crew.

"Gostaria de agradecer a força que estou recebendo de todo o Brasil. Esse amor que os fãs e amigos estão me dando é o que está me mantendo em pé. Não sabia que minha filha era tão amada no país!"

Fonte: G1 e Veja

Capitão Aza

WILSON VASCONCELOS VIANNA
(75 anos)
Ator, Policial e Apresentador de Programas Infantis

* Rio de Janeiro, RJ (27/02/1928)
+ Bonito, MS (03/05/2003)

Capitão Aza, nome artístico de Wilson Vasconcelos Vianna, foi um apresentador de programas infantis da televisão brasileira.

Com estas palavras, começava o programa "Clube do Capitão Aza", sucesso infantil da antiga TV Tupi Rio que esteve no ar durante 14 anos:

"… Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô, alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil! Aqui quem fala é o Capitão Aza, comandante em chefe das Forças Armadas Infantis deste Brasil."


História

O Capitão Aza foi criado em setembro de 1966, durante a Ditadura Militar, servindo como homenagem a um falecido herói da Força Aérea Brasileira (FAB) que lutou na Segunda Guerra Mundial, o capitão aviador Adalberto Azambuja, que era conhecido como "Aza" entre os aviadores.

O Capitão Aza, com seu uniforme aeronáutico e o capacete de piloto com o "A" com duas asas, era interpretado pelo ator e policial civil Wilson Vianna e foi criado para tentar superar o programa concorrente da TV Globo, "Capitão Furacão", tendo conseguido tal objetivo após alguns meses, liderando a audiência junto aos mais jovens.

O Capitão Aza buscava trazer à tona bons conselhos como estudar, respeitar os mais velhos, compartilhar da amizade, carinho e amor das pessoas. Sempre que possível e principalmente nos finais de semana, levava as crianças a passeios turísticos promovidos pela TV Tupi junto com os patrocinadores Riotur e Casas Sendas.

Ídolo de toda uma geração, passou a fazer parte do imaginário das crianças de então, que não parecem esquecê-lo até hoje.

O programa dava a oportunidade às crianças de se tornarem artistas através da "Mini Chance", espécie de programa de calouros, onde eles eram julgados por um júri. Os melhores ganhavam cadernetas de poupança e outros prêmios.

Durante os 13 anos que esteve a frente do programa Wilson Vianna visitou aproximadamente 100 escolas por ano, mantendo assim estreito contato pessoal com os fãs do programa. Em suas visitas sempre se fazia acompanhar de um policial-militar, um marinheiro, um bombeiro e um ex-oficial da Força Expedicionária Brasileira (FEB), levando a sua mensagem de civismo às crianças.

Nas datas festivas, como o 7 de setembro, desfilava com sua possante moto na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, além de exaltar os feitos dos ex-combatentes (pracinhas) na campanha da Segunda Grande Guerra Mundial.


O Programa

"Clube do Capitão Aza" era apresentado de segunda à sexta, inicialmente apenas para o Rio de Janeiro e a partir de 1974 para todo o Brasil via satélite Embratel. Teve diversas fases e durações. Chegou a 4:00 hs de duração e por fim, em 1979, 1:15 hs.

No princípio era apresentado de dentro de um pequeno avião. Já nos anos 70 ganhou um novo cenário, mais futurista, lembrando uma nave espacial.

Em 1974 ganhou mais um cenário. Com o advento da TV em cores o Capitão Aza teve de se adaptar à nova tecnologia e pintou seu capacete, até então branco, na cor abóbora, para ficar talvez mais visível no espaço de seu cenário. Os efeitos eram elaborados pelo técnico visual J. Reis.

Entre suas principais atrações, estavam os seriados "Jeannie é Um Gênio" e "A Feiticeira", os desenhos dos Heróis Marvel: Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Namor e Homem Aranha. Também houve espaço no horário para as séries de "Supermarionation", animações de marionetes, tais como, "Thunderbirds", "Capitão Escarlate", "Joe 90" e "Stingray".

Outros desenhos apresentados em seu programa foram "Turma da Pantera Cor de Rosa", "Grump, O Feiticeiro Trapalhão", "Anjo do Espaço", "Super Robin Hood", "Mr. Magoo", "Esper: O Garoto a Jato", "Vingadores do Espaço", "Robô Gigante", "Jerry Lewis" (desenho), "King Kong" (desenho), "Brasinhas do Espaço" entre tantas outras animações.

Em 1975, o "Clube do Capitão Aza" apresentou a série "Batman", com Adam West, pela primeira vez a cores. Também em 1975, foi resgatado o desenho "Speed Racer", que tinha sido exibido pela TV Globo carioca em 1972 e 1973, e como aquela ainda não era transmitida em rede nacional, não teve tanta repercussão. Quando exibido pela TV Tupi dentro do programa, o desenho alcançou o sucesso nacional.


Histórias Em Quadrinhos

Em 1973, o personagem Capitão Aza teve histórias em quadrinhos publicadas na revista "O Cruzeiro Infantil" da Editora O Cruzeiro.

Após o fim da editora em 1975, alguns títulos como "Pimentinha" e "Gasparzinho" passaram a ser publicados pela Editora Vecchi, outros como "Luluzinha" e "Heróis da TV", com personagens da Hanna Barbera, foram para a Editora Abril.

Mas o Capitão Aza, ao contrário dos outros personagens, não ganhou uma nova revista em quadrinhos. O personagem contudo, continuou associado aos quadrinhos quando, ainda em 1975, a TV Tupi fez uma parceira com a Bloch Editores, editora que publicava personagens da Marvel na época. O programa da TV Tupi que exibia a série "The Marvel Super Heroes", veiculou chamadas para as revistas da Bloch Editores e de seu "Clube do Bloquinho" que estavam sendo lançadas com os personagens que haviam sido publicados pela Editora Ebal, além de novos personagens nunca antes publicados aqui no Brasil. Todas as edições vinham com a coluna "Notícias do Capitão Aza" que divulgava as atividades do programa bem como as visitas, atividades e suas novas atrações. Essa parceira durou até 1978.


A Despedida

Em 1979, depois de 10 meses sem pagamento, assim como os demais funcionários da TV Tupi, Wilson Vianna apresentou o último "Clube do Capitão Aza", dizendo como despedida que teria de partir para uma missão no espaço.

Depois disso, houve uma tentativa de se rodar um filme sobre o personagem mas, por falta de patrocínio, o projeto foi cancelado.

Em 1981, estava praticamente certo o seu retorno pela TVS. Com contrato praticamente acertado com Moysés Weltman, diretor da TV na época, Wilson Vianna sofreu o seu segundo infarto.

Aconselhado pelos médicos e seus familiares a não voltar mais à televisão, pois poderia expor-se a mais um infarto, o que poderia ser fatal, o Capitão Aza se retirou definitivamente da mídia, preferindo se dedicar ao seu Hotel/Pousada em Penedo, região serrana do Rio de Janeiro, onde recebia velhos amigos como Flávio Cavalcanti, Roberto Carlos, Aérton Perlingeiro entre outros.

Ainda voltaria para algumas pontas cinematográficas em dois filmes: "Atrapalhando a Suate" (1983) com Dedé, Mussum e Zacarias e "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz" (1985) com Os Trapalhões e Xuxa. Também participou de alguns capítulos da minisérie "Marquesa de Santos" (1983) na Rede Manchete.

Em 1985 teve na Rádio Bandeirantes AM do Rio de Janeiro, um programa de entrevistas ás segundas-feiras sempre ás 22:00 hs recebendo grandes nomes do cinema, televisão e teatro. Entre os que estiveram no programa "Mesa de Celebridades" destacam-se Jô Soares, Tibério Gaspar, Orlandivo e Alcione. Depois disso, preferiu viajar pelo mundo. Era também membro da Academia de Cinema de Hollywood.

Wilson Viana era delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, e além de interpretar o Capitão Aza atuou em 63 filmes.


Morte

Wilson Vianna morreu na madrugada de sábado, 03/05/2003 vítima de um infarto fulminante. Ele estava com a mulher, o filho e a nora passando uma temporada em Boito, no Mato Grosso do Sul. O corpo de Wilson Vianna foi levado para o Rio de Janeiro. O velório aconteceu na Capela C do Cemitério do Caju e o enterro às 12:00 hs de domingo, 04/05/2003.

Indicação: Miguel Sampaio

Cybele

CYBELE RIBEIRO DE SÁ LEITE FREIRE
(74 anos)
Cantora

* Ibirataia, BA (03/05/1940)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/08/2014)

Cybele Ribeiro de Sá Leite Freire foi uma cantora brasileira. É irmã das cantoras e compositoras Cyva, Cynara e Cylene, todas do grupo vocal Quarteto em Cy.

Nascida em 03/05/1940 em Ibirataia, na Bahia, Cybele formou o grupo vocal com as irmãs. Originalmente conhecido como As Baianinhas, o grupo começou a cantar junto em 1959.

Em 1963, o quarteto gravou a trilha sonora composta por Pixinguinha e Vinicius de Moraes para o filme "Sol Sobre a Lama", de Alex Viany.

No dia 30/06/1964 o grupo estreou no Rio de Janeiro, no Bottle's Bar, casa do Beco das Garrafas, em Copacabana. O grupo chegou à projeção nacional ao participar do disco de Dorival Caymmi "Caymmi And The Girls From Bahia", de 1964.

Cybele desligou-se do grupo três anos depois e, juntamente com a irmã Cynara, formou a dupla Cynara e Cybele, que se desfez em 1968.

No III Festival Internacional da Canção, interpretando "Sabiá" (Tom Jobim e Chico Buarque), a dupla desbancou Geraldo Vandré e "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", hino contra a Ditadura Militar. Apesar de uma estrondosa vaia do público pela derrota de Geraldo Vandré, o músico fez um apelo para que "Sabiá" fosse reconhecida por seu valor musical.

Posteriormente, Cybele dublou a voz de Branca de Neve e cantou no filme homônimo de Walt Disney.

Em 1974, gravou um compacto duplo lançado pela gravadora CID, com produção musical de Paulinho Albuquerque e participação do Terra Trio.

Entre 1974 e 1983, Cybele fez parte do Coral da TV Globo.

Em 1980, retomou sua participação no Quarteto em Cy, sendo integrante do grupo até 2013, quando deu lugar à Keyla Fogaça para se dedicar mais à família.

O Quarteto em Cy (Cyva, Cybele, Cynara e Sonya)
Morte

Cybele morreu na tarde de quinta-feira, 21/08/2014, em casa, no Rio de Janeiro. Recuperando-se de uma pneumonia, ela sofreu um desmaio e veio a falecer vítima de uma isquemia pulmonar. O velório ocorreu à partir de 12:00 hs de sexta-feira, 22/08/2014, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro e o sepultamento às 14:00 hs.

Mercedes Baptista

MERCEDES IGNÁCIA DA SILVA KRIEGER
(93 anos)
Bailarina

* Campos dos Goytacazes, RJ (20/05/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/08/2014)

Mercedes Ignácia da Silva Krieger, Mercedes Batista, nasceu em 1921, no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, em uma família humilde que vivia do trabalho de sua mãe, a costureira Maria Ignácia da Silva.

Ainda jovem, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, exercendo diversas atividades profissionais. Trabalhou em uma gráfica, em fábrica de chapéus e como não podia fugir a regra de grande parte das meninas negras de seu tempo, foi empregada doméstica. Trabalhou, também, em bilheteria de cinema e quando podia, assistia aos filmes. Neste período acalentava o sonho dos palcos. Mobilizada por realizar seu sonho, começou a dedicar-se a dança.

Cabe salientar que Mercedes Baptista foi iniciada no balé clássico e dança folclórica, pela grande Eros Volúsia, bailarina que abrilhantou o Brasil através de suas coreografias inspiradas na cultura brasileira.

Na década de 40 ingressou na Escola de Danças do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo a oportunidade de estudar com Yuco Lindberg e Vaslav Veltchek, artistas que possuíam projeção internacional.

No ano de 1947 foi admitida como bailarina profissional no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tornando-se assim a primeira mulher negra a ingressar como bailarina nesta casa de espetáculos.


Embora fizesse parte do Corpo de Baile do Teatro Municipal, teve poucas chances de atuar, pois pouquíssimas vezes foi escalada para as apresentações. Percebeu então um traço do preconceito. Enquanto mulher negra e artista sofreu discriminação, mas também aprendeu com os próprios passos e escolhas a criar mecanismos de superação. É neste mesmo período que conheceu Abdias do Nascimento e passou a acompanhar os ideais do Teatro Experimental do Negro. Juntamente com as forças renovadas e ao perceber que outros negros e negras, desenvolviam formas de atuação de luta contra o racismo no Brasil, uniu forças com estes grupos, criando espaços e estratégias para lutar contra o preconceito racial.

Neste cenário, buscou formas de valorizar a cultura brasileira, assim como lutou contra o preconceito que tentava inferiorizar a população negra. Foi então, que sistematicamente trabalhou pela reafirmação do artista negro na dança, com talento, perseverança e o uso da pesquisa enquanto instrumento/ferramenta. Conseguiu magistralmente, embasar e aprofundar o conhecimento sobre as artes negras, assim entendendo e conhecendo suas origens usando-a enquanto elemento criativo, e, portanto, uma nova postura sobre a dança afro-brasileira.

Mercedes Baptista participou de diversos eventos promovidos pelo Teatro Experimental do Negro, sendo, em 1948, eleita a Rainha das Mulatas. No ano de 1950, tornou-se membro do Conselho de Mulheres Negras.

Em finais da década de 50 foi selecionada pela coreógrafa e antropóloga americana Katherine Dunham e conquistou uma bolsa de estudos em New York. Quando de sua volta para o Brasil, no Rio de Janeiro, fundou o Ballet Folclórico Mercedes Baptista. Grupo formado por bailarinos negros que desenvolviam pesquisas e divulgavam a cultura negra e afro-brasileiras, descortinando novos horizontes para a dança, introduzindo elementos afro na dança moderna brasileira. O grupo ganhou notoriedade e respeito, apresentaram-se na Europa e vários países da América do Sul.


Na década de 60, Mercedes Baptista, teve a oportunidade de atuar no Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, elaborando coreografia, para o tema "O Quilombo dos Palmares", escolhido pela escola. As escolas de samba curvaram-se ao talento de Mercedes Baptista, pois foi ela quem idealizou as apresentações das escolas com alas coreografadas. E não fica por aí, coreografou para cinema, televisão e teatro.

Mercedes Baptista ministrou diversos cursos fora do Brasil - New York e Califórnia. Influenciou a dança em outros países, mas também teve consistência e prestígio para introduzir na Escola de Dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a disciplina dança afro-brasileira.

Por sua capacidade de conciliar técnica e talento, por inovar, por sua trajetória de vida e sua importância para dança nacional, e por que não dizer mundial, no ano de 2005 recebeu uma homenagem através da exposição "Mercedes Baptista: A Criação da Identidade Negra na Dança", com curadoria de Paulo Melgaço e Jandira Lima.

Em desdobramento a exposição, no ano de 2007 foi lançado o livro "Mercedes Baptista: A Criação da Identidade Negra na Dança", de autoria de Paulo Melgaço da Silva Júnior, publicado pela Fundação Cultural Palmares.

Também recebeu, em 2008, a homenagem da Escola de Samba Cubango (grupo de acesso), sendo considerado um dos sambas mais bonitos deste ano. No ano seguinte a Escola de Samba Vila Isabel, escolheu por tema o centenário do Teatro Municipal, quanto este lhe rendeu a merecida homenagem, por ser Mercedes Baptista uma figura emblemática da dança nacional e referência obrigatória no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Seu legado é a valorização das culturas de matrizes africanas e a introdução de elementos da dança afro a dança moderna brasileira, mais sobretudo o exemplo de superação e criatividade para a juventude negra, fazendo dela um dos nomes mais respeitado no Brasil nessa área.


Morte

Mercedes Baptista morreu na segunda-feira, 18/08/2014, aos 93 anos, na casa de repouso onde morava, em Copacabana, Rio de Janeiro. O corpo foi velado na casa de repouso onde ela morava e cremado no Memorial do Carmo, no Caju. Mercedes Baptista sofria de diabetes e problemas cardíacos.

Em nota, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro lamentou a morte de Mercedes Baptista.

Nicolau Sevcenko

NICOLAU SEVCENKO
(61 anos)
Historiador

* São Vicente, SP (1952)
+ São Paulo, SP (13/08/2014)

Nicolau Sevcenko foi um historiador brasileiro que dedicou-se ao estudo da história, com ênfase na cultura brasileira e desenvolvimento social das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Formou-se na Universidade de São Paulo (USP), onde manteve o cargo de professor de história da cultura, além de membro do Center For Latin American Cultural Studies do King's College da Universidade de Londres.

Foi professor visitante também na Universidade de Georgetown, Washington, DC, e na Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, nos Estados Unidos.

Nascido em 1952, em uma família de ucranianos fugidos da Guerra Civil Russa, Nicolau Sevcenko nasceu em São Vicente, no litoral do estado de São Paulo. Sua infância, conciliada entre o trabalho, esporte e estudos, lhe deu uma visão de mundo bastante ampla e significativa, o que o levou a optar pela História.

Graduado em 1975 e doutorado em História Social, em 1981, ambos pela Universidade de São Paulo (USP), em 1990, fez pós-doutorado pela Universidade de Londres. Já lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lecionando na Universidade de São Paulo desde 1985 até sua aposentadoria em 2012. Desde então passou a dar aulas na Universidade Harvard.

É autor de obras como "A Corrida Para o Século XXI", "Orfeu Extático na Metrópole - São Paulo nos Frementes Anos 20", "Literatura Como Missão: Tensões Sociais e Criação Cultural na I República", "A Revolta da Vacina, Mentes Insanas Em Corpos Rebeldes", "O Renascimento" e "Pindorama Revisitada".


Morte

Nicolau Sevcenko morreu por volta das 19:00 hs de quarta-feira, 13/08/2014, em sua residência em São Paulo, aos 61 anos. Sua esposa, a editora Cristina Carletti, afirmou que ele deve ter sofrido um infarto.

Fonte: Wikipédia

Eduardo Souto

EDUARDO SOUTO
(60 anos)
Compositor, Pianista e Maestro

* São Vicente, SP (14/04/1882)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/08/1942)

Eduardo Souto foi um pianista, compositor e maestro brasileiro. Dedicou-se a diversos gêneros, como a valsa, o tango e o samba. Compôs músicas românticas, como o tango "O Despertar da Montanha", "As Quatro Estações", as operetas "Paixão de Artista", "Os Milhões do Senhor Conde", "A Maçã", e outras. Compôs ainda o hino oficial do Botafogo, hino que foi ofuscado pela criação de Lamartine Babo.

Em 1919, compôs sua grande obra, o tango de salão "O Despertar da Montanha", peça típica dos saraus do início do século, que se tornou essencial no repertório pianístico brasileiro.

Em 1920, fundou a Casa Carlos Gomes, situada na Rua Gonçalves Dias, que além de lançar definitivamente o seu nome no meio artístico tornou-se ponto de encontro de grandes compositores da época. Imprimindo, inicialmente, obras quase que exclusivamente de sua autoria, a impressão da Casa Carlos Gomes passou posteriormente a abranger outros compositores de música de salão. Ainda em 1920, fez a programação musical e organizou as orquestras que tomaram parte da recepções ao Rei da Bélgica em sua visita ao Brasil.

Em 1921, fez sucesso no carnaval com a chula baiana "Pemberê", gravada pelo cantor Bahiano e pelo Grupo do Moringa na gravadora Odeon. No mesmo ano, Bahiano gravou de sua autoria o choro "Mesmo Assim", a canção carnavalesca "Eu Vou-me Embora" e os cateretês "No Rancho" e "Caboclo Magoado". Ainda no mesmo ano, o Grupo do Moringa gravou os choros "Mesmo Assim" e "Um Baile no Catumbi", o cateretê carnavalesco "Caboclo Magoado" e o cateretê "No Rancho". Em 1921, a Orquestra Passos gravou na Odeon o fox trot "Uma Festa no Japão", a valsa "Nuvens" e o tango "Do Sorriso da Mulheres Nascem as Flores". Vicente Celestino gravou as canções "Paixão de Artista""O Que os Teus Olhos Dizem" e o tango "Saudade". Eduardo Souto compôs em parceria com Norberto Bittencourt "Seu Delfim Tem Que Vortá", música em que faz referência ao presidente Delfim Moreira. No carnaval de 1921 fez sucesso com a marcha "Pois Não" (Eduardo Souto e João da Praia), gravada quase simultaneamente pelo Bahiano e pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.

Contribuiu enormemente, através de sua produção, para o desenvolvimento e a fixação do gênero marcha. "Pois Não", além de ter sido pioneira das marchas carnavalescas, foi incluída em 1921 na revista "Gato, Baeta, Carapicu", de Cardoso de Meneses, Bento Moçurunga e Bernardino Vivas, que estreou no Teatro São José, apresentada pela atriz Otília Amorim e pelo ator Álvaro Fonseca à frente de um bloco. Também em 1921, fez a música para a revista "Fogo de Palha", de J. Brito apresentada no Teatro Recreio e cujo grande sucesso foi a "Canção do Pescador", apresentada por Francisco Pezzi. Fez também as música para a burleta "Paixão de Artista", de Soares Júnior e Tapajós Gomes apresentada no Teatro São Pedro, com Vicente Celestino interpretando suas composições.

Por volta de 1922, criou o Grupo Eduardo Souto e gravou na Odeon o maxixe carnavalesco "Não Sei o Que é" e o fox trot "O Carnaval", de sua autoria. No mesmo ano, apresentou-se com o paulista Cornélio Pires, pioneiro da música caipira, na Associação Brasileira de Imprensa, durante as festividades do Centenário da Independência. Ainda nesse mesmo ano, alcançou grande êxito com o cateretê "Eu Só Quero é Beliscar" gravado pelo cantor Bahiano na Odeon.

Em 1923, ao compor o samba à moda paulista "Tatu Subiu No Pau", procurou diversificar seu repertório com uma peça bem ao estilo de Marcelo Tupinambá. Criou então uma obra tipicamente caipira, baseada em motivos folclóricos e que apesar dessa característica apareceu com grande destaque no carnaval. Para tal sucesso contribuíram seus métodos de divulgação que incluíam a execução repetida das músicas nos pianos da Casa Carlos Gomes, com distribuição das letras aos transeuntes, e até a criação de um bloco que frequentava a Festa da Penha. Para fora do Rio de Janeiro, iam os discos de sua orquestra, gravados pela Casa Edison, da qual foi diretor artístico por vários anos. Ainda em 1923, criou a Orquestra Eduardo Souto com a qual gravou na Odeon as marchas carnavalescas "Goiabada", "Tatu Subiu No Pau" e "Só Teu Amor", o cateretê "Piracicaba", o maxixe "Meu Bem", o samba carnavalesco "Espanta Bode", a toada carnavalesca "Só Pra Machucar" e o cateretê carnavalesco "Nego Véio", todas de sua autoria. Ainda nesse mesmo ano, sua música "Tatu Subiu No Pau" deu nome a uma revista dos Irmãos Quintiliano apresentada no Teatro São José. Fez ainda as músicas para a revista "A Maçã", também dos Irmãos Quintiliano e apresentada no Teatro Recreio.

Em 1924, gravou com sua orquestra mais algumas composições de sua autoria, entre as quais, o tango "Sugestão De Um Sorriso", o cateretê "Poeta Do Sertão", a valsa lenta "Viver Dentro De Um Sonho" e o fox trot "Um Festival No Arraial". No mesmo ano, fez com o maestro Assis Pacheco as músicas para a revista "Off-Side", de J. Brito, apresentada no Teatro São José, sendo cantadas por Francisco Alves e Aracy Côrtes. Fez ainda as músicas para a revista "A Folia", dos Irmãos Quintiliano e apresentada no Teatro Lírico sobre a qual o crítico Mário Nunes escreveu:

"O sucesso da revista cabe, em grande parte, à partitura de Eduardo Souto, em que superabundam bonitos números, não havendo revista em que o folclore esteja tão bem representado nas suas melodias dolentes e harmoniosas toadas."


Em 1925, gravou com sua orquestra o fox trot "Não Sei Dizer", a marcha carnavalesca "Pai Adão" e os sambas "Tem Que Havê Combinação", "Se Me Dé De Comê" e "Quem Quiser Ver", de sua autoria. No mesmo ano, a dupla Bahiano e Januário gravou o cateretê carnavalesco "Iaiá-Ioiô", além de outras canções.

Em 1926, Zaíra de Oliveira gravou suas canções "Cantiga""A Margura" e o fado tango "Guitarrada". No mesmo ano, a mesma Zaíra de Oliveira gravou em dueto com Bahiano o cateretê carnavalesco "Eu Só Quero É Conhecer" e a marcha "Quando Me Lembro", parceria com João da Praia. Também no mesmo ano, o cantor Del Nigri registrou na Odeon suas canções "A Despedida" (Eduardo Souto e Bastos Tigre), "O Sabiá" (Eduardo Souto e Goulart de Andrade), "Nunca Mais" (Eduardo Souto e Heitor Modesto) e "Romantismo" (Eduardo Souto e Zito Batista). Escreveu em parceria com o maestro Antônio Lago a música para a revista "Zig Zag", de Bastos Tigre. Fez também as músicas para a revista "Dentro Do Brinquedo", de Carlos Bittencourt, apresentada no Teatro São José.

Em 1927 fez com Bento Moçurunga as músicas para a revista "Boas Falas", de Bastos Tigre.

Em 1929, lançou duas marchinhas sobre o presidente Washington Luís, "É Sim Senhor" e "Seu Doutor", ambas gravadas por Francisco Alves na Odeon.

Em 1930, compôs com Osvaldo Santiago o "Hino a João Pessoa", homenagem ao político paraibano assassinado naquele ano. O hino foi gravado ainda em 1930 por Francisco Alves e em seguida, pela Banda do Regimento Naval. Este hino obteve enorme sucesso porque a Revolução que aconteceu naquele momento levou ao poder partidários de João Pessoa, que foi elevado à condição de mártir do movimento. O disco gravado por Francisco Alves foi lançado em pleno período de euforia dos vitoriosos e vendeu milhares de cópias, tornando-se o grande sucesso do ano.

Em 1931, teve o tango canção "O Despertar Da Montanha" e a barcarola "Praias De Nossa Terra" gravada na Odeon pela Orquestra Colonial. No mesmo ano, sua marcha "Verbo Ser" foi gravada por Francisco Alves e Norma Bruno e seu samba "Tem Moamba", pela Orquestra Copacabana, ambas na Odeon. A Orquestra Copacabana gravou a valsa "Viver... Morrer... Por Um Amor" (Eduardo Souto e Osvaldo Santiago). Compôs ainda com João de Barro a marcha "Batucada", um de seus últimos sucessos, gravada por Mário Reis. No mesmo período, o cantor Jorge Fernandes gravou a canção "Vestido Encarnado" (Eduardo SoutoJoão de Barro) e a valsa "Viver" (Eduardo Souto e Eugênio Fonseca Filho). Participou do elenco do Teatro Cassino Beira-Mar no Rio de Janeiro, juntamente com Ary Barroso, Bando de Tangarás, Elisa Coelho, Carolina Cardoso de Menezes, Luperce Miranda e Artur Nascimento, quando então se realizou o Festival Parlophon.

Eduardo Souto foi o idealizador do Coral Brasileiro, integrado por famosos cantores como Bidu Sayão, Zaíra de Oliveira, Nascimento Silva e outros. Orquestrador de música sinfônica, realizou concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi também diretor artístico da Odeon e da Parlophon.

Em 1932, conheceu seu último grande sucesso, a marcha rancho "Gegê" (Eduardo Souto e Getúlio Marinho), gravada por Jaime Vogeler na Odeon em novembro do ano anterior. No mesmo ano, Jaime Vogeler gravou o cateretê "Lá No Sertão" (Eduardo Souto e Eustórgio Wanderley) e a reza de malandro "Samba Nosso" (Eduardo Souto, Benoit CertaineFrancisco Alves), as canções "A Saudade" e "A Despedida", ambas parcerias com Bastos Tigre. Teve ainda as marchas "Anatomia" e "Aborrecimentos", parcerias com José Evangelista, gravadas por Castro Barbosa e Jonjoca.

A partir de 1932, com surgimento de uma nova geração de compositores, o nome de Eduardo Souto caiu no esquecimento.

Em 1933, teve o samba "Mandei Buscar", gravado por Leonel Faria, a marcha rancho "Amor, Meu Grande Amor" (Eduardo Souto e Luiz Martins), gravada por João Petra de Barros, as marchas "Modos De Mamar" por Jaime Vogeler e "Terapêutica", por Vitório Lattari.

Em 1953, sua toada-canção "Do Sorriso Das Mulheres Nasceram As Flores", foi regravada em interpretação de cítara Avena de Castro em disco Copacabana.

Em 1958, seu filho, o pianista Nelson Souto, gravou o LP "Nelson Souto Interpreta Eduardo Souto", com músicas suas. Pouco depois, a Sinter lançou o LP "Eduardo Souto Na Interpretação de Mário de Azevedo".

Eduardo Souto Neto, filho de Nelson Souto, passou a se destacar como compositor, pianista e arranjador, a partir de 1970.

Discografia

  • 1959 - Eduardo Souto Na Interpretação de Mário de Azevedo (Sinter, LP)
  • 1958 - Nelson Souto Interpreta Eduardo Souto (Festa, LP)
  • 1925 - Não Sei Dizer (Odeon, 78)
  • 1925 - Iaiá Ioiô (Odeon, 78)
  • 1925 - Pai Adão (Odeon, 78)
  • 1925 - Fais Chorá (Odeon, 78)
  • 1925 - Tem Que Havê Combinação (Odeon, 78)
  • 1925 - Se Me Dé De Comê (Odeon, 78)
  • 1925 - Quem Quiser Ver (Odeon, 78)
  • 1925 - Parati Dançante (Odeon, 78)
  • 1924 - Sonho Oriental (Odeon, 78)
  • 1924 - Jeriquitim (Odeon, 78)
  • 1924 - Sugestão De Um Sorriso (Odeon, 78)
  • 1924 - Viver Dentro De Um Sonho (Odeon, 78)
  • 1924 - Poeta Do Sertão (Odeon, 78)
  • 1924 - Malditos Olhos (Odeon, 78)
  • 1924 - Um Festival No Arraial (Odeon, 78)
  • 1924 - Marulhos (Odeon, 78)
  • 1924 - Mister Câmbio (Odeon, 78)
  • 1924 - Guanabara (Odeon, 78)
  • 1924 - Viradinho (Odeon, 78)
  • 1924 - Monta No Trouxa (Odeon, 78)
  • 1923 - Goiabada (Odeon, 78)
  • 1923 - Tatu Subiu No Pau (Odeon, 78)
  • 1923 - Só Teu Amor (Odeon, 78)
  • 1923 - Piracicaba (Odeon, 78)
  • 1923 - Meu Bem (Odeon, 78)
  • 1923 - Espanta Bode (Odeon, 78)
  • 1923 - Só Pra Machucar (Odeon, 78)
  • 1923 - Nego Véio (Odeon, 78)
  • 1923 - Eu Só Quero Ver (Odeon, 78)
  • 1923 - Não Olhe Assim (Odeon, 78)
  • 1923 - Viola Do Jangadeiro (Odeon, 78)
  • 1922 - Não Sei O Que É (Odeon, 78)
  • 1922 - O Carnaval (Odeon, 78)
  • 1023 - Deu O Fora (Odeon, 78)