Luiz de Carvalho

LUIZ AGAPITO DE CARVALHO
(90 anos)
Evangelista, Diácono e Cantor

☼ Bauru, SP (16/05/1925)
┼ São Bernardo do Campo, SP (17/11/2015)

Luiz Agapito de Carvalho ou simplesmente Luiz de Carvalho, foi um evangelista, diácono e um dos primeiros cantores da música cristã contemporânea no Brasil. Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida pela gravadora Bompastor, de propriedade de seu filho Elias de Carvalho.

Luiz de Carvalho foi o primeiro cantor cristão e também de estilo sacro na música brasileira a gravar um LP de 33 RPM em 1955. Quem realizou a primeira gravação em 1948 na história da música evangélica no Brasil foi Feliciano Amaral, contudo sua gravação se trata de um disco de 78 RPM. Um dos principais discos e importantes de sua carreira foi lançado em 1958 intitulado "Musical Boas Novas". Também introduziu o violão nos cultos em meados dos anos 50.

O álbum "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória" foi lançado em 1983, premiado com disco de ouro na época pela vendagem de 200 mil cópias.

Luiz de Carvalho foi presidente da União de Mocidade da Igreja Batista da cidade de Tupã, interior de São Paulo, na década de 40.


Nascido em Bauru, SP, o músico se sentiu atraído pela música desde a infância. Com o apoio do pai saiu de casa aos dez anos de idade a fim de investir em sua carreira musical e ajudar seus familiares. Morou em pensões de várias cidades paulistas e viajou por vários locais do Brasil. Contratado por uma gravadora já realizava alguns trabalhos musicais.

Aos 17 anos tinha uma banda chamada Conjunto Havaiano, que reuniu instrumentistas e dançarinos. O repertório baseava-se em vários gêneros musicais. Tal grupo passou a ser bastante notório no Brasil e se apresentou em países do exterior, como Chile, Argentina e México.

Em 1947 o músico converteu-se ao protestantismo através de um evangelismo realizado por um pastor numa rua em Tupã horas anteriores a um show da banda. A mensagem trazida pelo pastor despertou interesse em Luiz de Carvalho que decidiu procurá-lo, que lhe deu um exemplar da Bíblia, livro que Luiz de Carvalho leu logo em seguida.

Apesar de se tornar cristão, ele continuou a trabalhar com o conjunto da qual fazia parte, porém não tinha mais o mesmo entusiasmo e a animação de antes, pois sua vida anterior era controversa ao que estava aprendendo em sua religião.


Quando encerrou seu contrato com a banda, tendo o apoio de seu pastor, Luiz de Carvalho deixou o Conjunto Havaianos.

Ainda no ano de 1947, Luiz de Carvalho interessou-se pela música cristã e ingressou no Conservatório Carlos Gomes com o apoio de sua igreja. Seu primeiro trabalho musical foi gravado com a finalidade de dar recurso para a construção de um novo tempo de sua congregação. Todas as unidades foram vendidas e a construção foi concluída.

A partir do momento em que o cantor passou a lançar vários trabalhos mesmo sem o apoio de igrejas e mídias seu nome foi se solidificando no meio cristão, se tornando um músico bastante conhecido.

Em 1955 gravou o primeiro LP e depois, em 1958, gravou a música cristã no Brasil no álbum "Musical Boas Novas". A partir daí o cantor lançou diversos discos, alguns com vendagem superior a 200 mil cópias, como "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória", lançado em 1983 e ganhador de um Disco de Ouro.

Uma das apresentações mais memoráveis do músico foi realizada em 1965 no Maracanã durante uma cruzada de Billy Graham, onde Luiz de Carvalho cantou para cerca de cento e vinte mil pessoas. No ano 2000 ele voltou a se apresentar no Maracanã novamente com recorde de público.

Luiz de Carvalho e Família
Na década de 70 Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida por seu filho Elias de Carvalho, tornando-se a Bompastor.

Em 2011 aos 86 anos, o cantor gravou seu mais recente trabalho solo, intitulado "Adoração". Por sua contribuição à música cristã foi homenageado no Troféu Promessas daquele ano.

Em 2013 Gravou em parceria com o cantor Edvaldo Holanda o CD e DVD "Grande Clássicos da Música Gospel", sendo portanto este seu mais recente trabalho.

No dia 16/05/2015, Luiz de Carvalho completou 90 anos de idade, na ocasião foi realizado um culto de louvor e ação de graças pela vida deste mensageiro da palavra de Deus. A celebração se deu na Igreja Batista Paulistana, e por conta da data foi lançada uma biografia do evangelista intitulada "Luiz de Carvalho - Vida e Ministério", de autoria do pastor Eliel Faria. Foi ainda lançado um CD intitulado "Louvor Saudade".

Luiz de Carvalho foi casado com Adelina, tendo o casal quatro filhos, Elias, Luiz Roberto, Marta e David. Entretanto por conta de uma aneurisma cerebral ela veio a falecer em 1986. Sua morte teve grande impacto na vida pessoal de Luiz de Carvalho. Após três anos de sua morte o músico conheceu Ernestina, com quem se casou e teve uma filha, Priscila.

Morte

Luiz de Carvalho faleceu na madrugada de terça feira, 17/11/2015, por volta das 4h30 hs, após um Acidente Vascular Cerebral que ocorreu no dia 27/10/2015. Luiz de Carvalho ficou 12 dias internado na UTI do Hospital da Unimed, em São Bernardo do Campo. Após este tempo os médicos decidiram por bem não realizar mais nenhum procedimento invasivo pois isto só causaria mais dor e sofrimento.

Discografia

Discos Solo
  • 1955 - Luiz de Carvalho
  • 1958 - Musical Boas Novas
  • 1960 - Canta
  • 1960 - Em Tudo Dai Graças
  • 1962 - Inspiração
  • 1964 - Sublime Promessa
  • 1964 - Pentecostes - Maravilhosos Hinos da Harpa Cristã
  • 1965 - Deus Cuidará de Ti
  • 1965 - Hinos Que Eu Pedi
  • 1965 - Cristo, a Única Esperança
  • 1966 - Gratidão
  • 1967 - Medite Comigo
  • 1969- Obra Santa
  • 1969 - O Violão Convertido
  • 1970 - Senhor, Eu Preciso de Ti
  • 1971 - De Joelhos
  • 1972 - 25 Anos Louvando a Jesus
  • 1972 - Jubileu de Prata
  • 1973 - Um Passeio Pelo Cantor Cristão
  • 1974 - Uma Voz
  • 1974 - Toque o Clarim (Também com o título: Oração de Fé)
  • 1975 - Perdão Senhor
  • 1976 - Águas Tranquilas (Também com o título: A Graça de Jesus)
  • 1976 - Hinos Evangélicos Famosos
  • 1977 - Feliz Natal
  • 1978 - O Rei Está Voltando
  • 1978 - Orando Quero Estar
  • 1979 - Vem Ver
  • 1979 - Só o Senhor é Deus (Também com o título: Uma Voz Canta Para Jesus)
  • 1980 - Glória a Deus
  • 1981 - Meus Hinos Queridos - Vol. I
  • 1982 - Alvo Mais Que a Neve
  • 1982 - Hinos Imortais Para a Nova Geração (Também com o título: Meus Hinos Queridos - Vol. IV)
  • 1983 - Meu Tributo - A Deus Toda a Glória
  • 1984 - Vamos Adorar a Deus
  • 1985 - Meus Hinos Queridos - Vol. II
  • 1986 - O Encontro
  • 1988 - Jardim de Oração
  • 1990 - Livrará
  • 1993 - Meus Hinos Queridos - Vol. III
  • 1994 - Ensina-me
  • 1998 - Meus Hinos Queridos - Vol. IV (Originalmente com título: Hinos Imortais Para a Nova Geração)
  • 1999 - Santo Espírito
  • 2000 - Com Todo Meu Coração
  • 2001 - Dia da Vitória
  • 2011 - Adoração
  • 2015 - Louvor Saudade

Coletâneas

  • 2002 - Bendirei Teu Nome
  • 2009 - Em Fervente OraçãoVENTE ORAÇÃO

Parceria Com Outros Cantores

  • 1964 - Duas Gerações, Um Ideal (Com Marta de Carvalho)
  • 1969 - Duas Vozes a Serviço do Rei (Com José Tostes)
  • 1972 - Agora Sou Feliz (Com Quarteto Prelúdio)
  • 1972 - Volume II (Com Quarteto Prelúdio)
  • 1973 - Trem da Salvação (Com Edgar Martins)
  • 1973 - Segura na Mão de Deus - Ontem e Hoje (Com Mara Dalila)
  • 1975 - A Paz Que Eu Anelo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
  • 1976 - Um Povo Santo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
  • 1977 - Eu Creio Num Ser (Com Betinho)
  • 1980 - Juntos (Com Denise)
  • 1983 - Juntos, Vol. II (Com Denise)
  • 1998 - Amigos, Vol. III (Com Denise)
  • 1998 - Cem Ovelhas, Vol. IV (Com Denise)
  • 2001 - Via Dolorosa, Vol. V (Com Denise)
  • 2013 - Grandes Clássicos da Música Gospel (Com Edvaldo Holanda)

Participações Especiais

  • 1988 - Magnífico (Daina Zarins)
  • 1998 - Pequeno Nome (Priscila de Carvalho)
  • 1998 - Forte Mão (Newton Azevedo)
  • 2002 - Jesus é Vida (Nelson Ned)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Mário Sérgio

MÁRIO SÉRGIO FERREIRA BROCHADO
(57 anos)
Cantor, Compositor e Cavaquinista

☼ São Paulo, SP (10/12/1958)
┼ Rio de Janeiro, RJ (29/05/2016)

Mário Sérgio era considerado um dos principais compositores do grupo carioca Fundo de Quintal, sendo o autor de diversas composições como: "Alem dos Sonhos da Ilusão", "Brasil Nagô", "Menina da Colina", "Ira de Hortelã", entre outras.

Em toda a carreira, Mário Sérgio participou, ao menos, da produção de 11 discos. Entre eles, "Fundo de Quinta - Cacique de Ramos", de 2002. No mesmo ano do CD "Jorge Aragão Ao Vivo", "Papo de Sambe", de 2001, e "Simplicidade", do Fundo de Quinta, em 2000.

O grupo era formado por Bira Presidente, Sereno, Ubirany, Ademir Batera, Mário Sérgio e Ronaldinho. Já gravou 32 álbuns, com 15 discos de ouro e quatro de platina. O grupo nasceu do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, e é berço de artistas como Jorge Aragão, Sombrinha, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Walter Sete Cordas, Cléber Augusto e Neoci.

Morte

Mário Sérgio faleceu na madrugada de domingo, 29/05/2016, aos 58 anos. A morte foi anunciada na manhã de 29/05/2016 pelo site da banda e suas páginas nas redes sociais.

Segundo a produção da banda, ele estava internado havia uma semana em um hospital em Nilópolis, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para fazer exames e estaria tratando um linfoma.

Artistas Lamentam

A morte do vocalista do grupo Fundo de Quintal, Mário Sérgio Ferreira Brochado, fez sambistas prestarem homenagem pelas redes sociais.

"Luto! Nosso amigo e referencia musical, se foi... Mário Sérgio (Fundo de Quintal), sentiremos saudades de você, mas suas lindas canções estão eternizadas aqui nos nossos corações... Muito obrigado por cantar em meu casamento... Muito obrigado pela companhia em Buenos Aires... E, pode ter certeza, vou terminar aquela canção que estávamos compondo... Estou muito triste! Sou muito fã! Vai com Deus, Marião!"
(Thiaguinho)

"O samba está em luto e o céu em festa. Um grande homem, um grande intérprete, um grande poeta. Sinceros sentimentos á toda família. Descanse em paz, Mario Sergio."
(Mumuzinho)

"Eu gravei duas ou três músicas deles. [A morte] Pegou de surpresa. Inclusive, fizemos um show no mês passado, no Cacique de Ramos. Era um grande músico, grande cara, gente boa. É a vida que segue."
(Zeca Pagodinho)

"Mário Sérgio foi um grande amigo! Foi um exemplo! Tivemos várias histórias no carnaval da Bahia, no pagode da tia Gessy, no próprio Cacique [de Ramos], em São Paulo... Nossos últimos momentos foram no carnaval de Salvador e no último DVD do Fundo de Quintal, no Circo Voador."
(Xande de Pilares)

Fonte: Grande FM

Cauby Peixoto

CAUBY PEIXOTO BARROS
(85 anos)
Cantor

☼ Niterói, RJ (10/02/1931)
┼ São Paulo, SP (15/05/2016)

Cauby Peixoto foi um cantor brasileiro nascido em Niterói, RJ, no dia 10/02/1931. Iniciou sua carreira artística no final da década de 1940. Estudou em um Colégio de Padres Salesianos em Niterói, onde chegou a cantar no coro da escola e também no coro da igreja que frequentava.

Trabalhou em um comércio até resolver participar de programas de calouros no rádio, no final da década de 1940, no Rio de Janeiro.

Sua voz era caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo próprio de cantar, que incluía extravagância e penteados excêntricos. Proveniente de uma família de músicos, o pai, conhecido como Cadete, tocava violão, a mãe bandolim, os irmãos eram instrumentistas, as irmãs cantoras e o tio pianista. Sobrinho do músico Nonô, pianista que popularizou o samba naquele instrumento, Cauby Peixoto também era primo do cantor Cyro Monteiro.

A Infância

Cauby Peixoto era o caçula de seis irmãos: Aracy, Moacyr, Andyara, Araken e Iracema. Alice, mãe de Cauby Peixoto, na época com vinte anos, e seus filhos, passaram por dificuldades depois da morte de seu esposo Eliziário. Foram ajudados pela cunhada de Alice, conhecida como Dona Corina, a qual ajudou-os a se mudarem para Fonseca, bairro de Niterói. Para os seis irmãos nenhum trauma. Cauby Peixoto com o tempo foi fazendo amizades em seu novo bairro, juntamente com Araken e Andyara. Durante sua infância, seu hobby era ir à praia para aperfeiçoar seus dotes de nadador. Já pré-adolescentes, aprontavam muito, tanto que apanhavam e tinham castigos rigorosos.

A casa onde moravam inicialmente em São Francisco Xavier, era moderna, e de alto custo na época. Só foi possível adquiri-la, com a ajuda de Dona Corina, que nunca faltava com sua atenção nas horas mais difíceis, desde de que Eliziário morreu. Na época, era uma casa grande com varanda, quintal, e três quartos.

Cauby Peixoto mesmo morando em São Francisco Xavier não deixava de ir à Fonseca, rever seus amigos e sua namorada, Josélia, com quem gostava muito de dançar. No Líder Esporte Clube de Niterói, chegou a ganhar prêmios por dançar. Cauby Peixoto também gostava de ir a Santa Rosa em época de carnaval, para brincar no Ringue e Barreto: os points animados de então. Com a devida ajuda de Dona Corina, ele se fantasiava com roupas cuidadosamente confeccionadas por ela. Ele desde pequeno já gostava de roupas diferenciadas.

Tempos depois, Alice, sua mãe, começou a se relacionar com um homem chamado Anacleto, o qual se aproximou lentamente da família Peixoto.

Cauby Peixoto na adolescência foi considerado diferenciado, pois era vaidoso e sedutor. Mal sabia que em 1954, seria considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito por uma revista americana.

Em uma família de músicos, Cauby Peixoto passou a ter seus primeiros contatos, por meio de discos de seu irmão, Moacyr, que lhe mostrava canções de Sílvio Caldas e Orlando Silva. Ouvindo um dos discos de seu irmão, escutou a interpretação de Orlando Silva, que se tornou seu ídolo, e se apaixonou pela canção "Rosa" (Pixinguinha e Otávio de Souza). O rádio já era veículo de massa, e todos gostavam de ouvi-lo. Além de tudo sua mãe e suas irmãs adoravam cantar.

Em 1945, seguindo o exemplo dos irmãos mais velhos, Cauby Peixoto tratou de ajudar nas finanças de casa, pois já tinha quinze anos. Passou então estudar à noite, e a trabalhar durante o dia no comércio. Mesmo sabendo que a música era sua meta, Cauby Peixoto, ainda muito jovem nem sonhava com a reviravolta que estava para acontecer em sua vida.


Por esse tempo, ele foi trabalhar como vendedor em uma sapataria no centro da cidade, na Gonçalves Dias, quase em frente á Confeitaria Colombo. Mas, Cauby Peixoto, na flor de sua libido, encantou-se por uma mulher, e embaralhou-se ao oferecer-lhe um monte de pares de sapatos. A sujeita queixou-se ao seu patrão, um italiano de poucas palavras e o resultado foi que ele foi demitido.

A demissão não lhe rendeu maiores traumas. Tornou-se mais responsável e foi contratado pela Perfumaria Hermany, na mesma rua da sapataria. Na perfumaria ganhou títulos de melhor funcionário, pois estava encarando o comércio muito bem. Mas às vésperas de se tornar gerente, Cauby Peixoto largou o emprego por causa da música.

Antes de pedir suas contas, ele foi até a Av. Venezuela, onde se localizava a Rádio Tupi. Apresentou sua carteira de trabalho, e foi fazer um testes para atuar num curioso programa da "Cacique no Ar". Patrocinado pelo SESC do Rio de Janeiro e promovido pela pianista Babi de Oliveira, era o programa "Hora do Comerciário". Era perfeito para Cauby Peixoto, porque ia ao ar aos sábados, das 18h00 às 19h00, horário de sua folga. Ele esmerava-se ao máximo para fazer tudo direito e deu certo. Logo nas primeiras apresentações, em fevereiro de 1949, o novato teve os louvores da dirigente do programa. Já se destacava dos demais.

Depois da "Hora do Comerciário", Cauby Peixoto foi aos poucos tentando penetrar em outros espaços. E como sempre pedindo para dar "canjas" em boates como a Vogue e procurando até mesmo em teatros. O ator e diretor Sérgio Britto lembra-se bem da primeira vez que viu o cantor. Foi no palco do Theatro Rival, na Cinelândia, nos intervalos, entre uma mudança de cenário e outra, do espetáculo do grupo "A Brasiliana", criado pelo polonês Mieci Askanazy. Esse grupo fazia parte do cunho folclórico, explorando a arte negra. Para Sérgio Britto, o mais espetacular em Cauby Peixoto sempre foi sua entrada no palco, além do fato de cantar bem.

Cauby Peixoto prosperando felizmente no momento de honrar seus compromissos com as Forças Armadas. Conseguiu escapar de servir o Exercito. Motivo? Magro demais. Ele animado com o sucesso da Rádio Tupi e no Theatro Rival, sentiu que nascera para cantar. Como nessa altura (1949/1950) Moacyr e Andyara já estavam em São Paulo atuando na noite paulistana, seu lugar deveria ser lá também.

Com ajuda de seus irmãos Cauby Peixoto teve a primeira oportunidade de realizar sua primeira gravação. Foi em 1951, um ano antes da contratação pela emissora em meio aos festejos carnavalescos daquele ano, uma época profícua para o meio fonográfico. Os executivos da etiqueta Carnaval convocaram Cauby Peixoto para que gravasse seu primeiro 78 RPM.

Carreira

Cauby Peixoto gravou seu primeiro álbum em 1951, que foi chamado de "Saia Branca". Na época, por não ser muito famoso, teve pouca repercussão.

Em 1952, por intermédio de seu irmão Moacyr, Cauby Peixoto conheceu Di Veras, famoso empresário, conhecido por suas grandes estratégias de marketing. Ele levou Cauby Peixoto a São Paulo, especificamente à rua da Rádio Nacional.

Di Veras começou a trabalhar na estética de Cauby Peixoto. Ele exigiu que Cauby vestisse-se bem, pois por ser de família humilde não era acostumado, mas perante os cantores da época, era uma obrigação ser elegante. As mudanças no visual de Cauby Peixoto tornar-se-iam uma constante. Ele não deixou de gravar discos durante as mudanças, e em 1955 lançou seu primeiro sucesso no Brasil, o "Blue Gardênia", em uma versão que trouxe dos Estados Unidos em português. Na época, era um sucesso na voz de Nat King Cole, ídolo de Cauby Peixoto.

Di Veras trabalhou com Cauby Peixoto até 1958, quando o cantor atingiu o 5º lugar nos álbuns mais tocado nos Estados Unidos.

Cauby Peixoto foi convidado para uma excursão aos Estados Unidos por Cardinal Spellman em 1955. Durante a viagem no navio, Cauby Peixoto cantou musicas religiosas. Já nos Estados Unidos, com nome artístico de Ron Coby, gravou alguns LP's com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. Entre 1955 e 1958, ficou indo e voltando dos Estados Unidos.

Em 1956, ele apareceu no filme "Com Água na Boca" cantando seu grande sucesso, "Conceição". Na época, foi citado nas revistas Time e Life como: "O Elvis Presley Brasileiro".

Em 1957, Cauby Peixoto foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, denominada "Rock And Roll", que foi composta por Miguel Gustavo, também autor da marchinha "Pra Frente, Brasil".

O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto, no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou Cauby Peixoto na canção "That's Rock", composta por Carlos Imperial. Cauby Peixoto ainda gravaria a canção "Enrolando o Rock", da banda Betinho & Seu Conjunto.

Após essa rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock, mas essa escolha não interferiu em sua carreira. Em 1958, cantou com seu ídolo de infância, Nat King Cole, o qual dedicou um disco, em 2015.

Cauby Peixoto e Ângela Maria
Em 1959, retornou aos Estados Unidos para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, "Maracangalha" (Dorival Caymmi), que recebeu o título de "I Go", música que levou Cauby Peixoto a atingir o 5º lugar de disco mais tocado nos Estados Unidos em 1958, gravado em um disco compacto de 78 RPM da Epic Records.

Voltou aos Estados Unidos, algum tempo depois que participou do filme "Jamboreé", da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes. De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.

A partir da década de 1970, apresentou-se com frequência em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Em 1979, o roteiro profissional incluiu Vitória, ES, e Recife, PE, no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.

Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o álbum "Cauby, Cauby", com composições escritas especialmente para ele como "Cauby, Cauby" (Caetano Veloso), "Bastidores" (Chico Buarque), "Oficina" (Tom Jobim), "Brigas de Amor" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e outros. "Bastidores", particularmente, se converteria em um dos maiores sucessos do repertório do cantor. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos "Bastidores" (Funarte, Rio de Janeiro) e "Cauby, Cauby, Os Bons Tempos Voltaram", na boate Flag, em São Paulo.

Em 1982, teve uma temporada no 150 Night Club, em São Paulo, com os irmãos Moacyr (pianista) e Araken (pistonista), e lançou o LP "Ângela e Cauby", o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como "Começaria Tudo Outra Vez" (Gonzaguinha), "Contigo Aprendi" (Armando Manzanero), "Recuerdos de Ipacaray" (Z. de Mirkin e Demétrio Ortiz) e a valsa "Boa Noite, Amor" (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).

Apenas em 1985 participaria com a banda Tokyo, do cantor Supla, num rock-bolero chamado "Romântica", composto pelos integrantes do grupo paulista.

Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca, em São Paulo, ao lado dos irmãos Moacyr, Araken, Yracema e Andyara. No mesmo ano a RGE relançou o LP "Quando os Peixotos se Encontram", de 1957.

Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia uma caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como "Conceição", entre outros.

Últimos Anos

Cauby Peixoto vivia em São Paulo com sua fã, a empresária e cuidadora Nancy Lara, responsável pela agenda, figurinos, cenários, montagem dos palcos e repertório. Cauby Peixoto se apresentava nas noites de segunda-feira no Bar Brahma, um tradicional templo da boemia paulistana, em funcionamento desde de os anos 40. O bar fica localizado na mais famosa esquina brasileira, Av. Ipiranga com Av. São João, em São Paulo. Uma temporada de três meses, com seu sucesso, levou a uma temporada que dura mais de uma década, com ingressos concorridos, tanto no Bar Brahma, como em seus shows que realizava pelo Brasil, com seu violonista, amigo e irmão de Agnaldo Rayol, Ronaldo Rayol.

Em 28/05/2015, seu documentário foi lançado no Brasil, "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez" de Nelson Hoineff. O filme possui noventa minutos, e conta toda sua trajetória. A película marcou a reinauguração do Cine Odeon, Cauby Peixoto fala sobre sua sexualidade e outros temas. Ao longo dos noventa minutos de exibição, o público se assenta em três pilares: além da ideia do eterno recomeço, o modelo de interpretação atemporal de Cauby Peixoto e a sinergia entre ele e a plateia, que transcende gerações.

Ainda em 2015, Cauby Peixoto assumiu a bissexualidade.

Morte

Cauby Peixoto morreu na noite de domingo, dia 15/05/2016, aos 85 anos, em São Paulo. O cantor morreu por volta das 23h50. Ele estava internado devido a uma pneumonia, desde o dia 09/05/2016 no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo.

A última apresentação do artista ocorreu no dia 03/05/2016, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde Cauby Peixoto cantou ao lado de cantora Ângela Maria com quem estava em turnê de comemoração de 60 anos de carreira.

O velório de Cauby Peixoto aconteceu no hall da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, sendo seu corpo sepultado no Cemitério de Congonhas.

Discografia

  • 2015 - A Bossa de Cauby Peixoto
  • 2015 - Cauby Sings Nat King Cole
  • 2013 - Reencontro
  • 2012 - Minha Serenata
  • 2011 - Cauby, O Mito
  • 2011 - Especial Negue
  • 2010 - Cauby Sings Sinatra
  • 2009 - Cauby Interpreta Roberto
  • 2006 - Cauby Canta Baden
  • 2004 - A Bossa e o Swing de Cauby Peixoto
  • 2003 - Cauby Peixoto?! Graças á Deus
  • 2000 - Meu Coração é Um Pandeiro
  • 1999 - Cauby Canta as Mulheres
  • 1999 - Focus - O Essencial de Cauby Peixoto
  • 1999 - Millennium - Cauby Peixoto
  • 1999 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto Grandes Sucessos
  • 1998 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto
  • 1998 - 20 Super Sucessos - Cauby Peixoto, o Professor da MPB
  • 1998 - Série Brilhantes - Cauby Peixoto, Edição Especial
  • 1996 - Série Aplauso - Cauby Peixoto
  • 1996 - Celebridades da MPB (Disco 1)
  • 1996 - Celebridades da MPB (Disco 2)
  • 1996 - 20 Preferidas - Cauby Peixoto
  • 1995 - Cauby Canta Sinatra
  • 1995 - Frente a Frente - Cauby Peixoto & Sílvio Caldas
  • 1994 - Cauby! Cauby!
  • 1994 - Cauby Peixoto - Estrelas Solitárias
  • 1994 - Cauby / O Que Será de Mim..
  • 1993 - Acervo - Cauby Peixoto
  • 1993 - Acervo Especial - Cauby Peixoto
  • 1993 - Cauby - Grandes Emoções
  • 1993 - Cauby Peixoto
  • 1993 - A Arte do Espetáculo ao Vivo
  • 1993 - Ângela & Cauby
  • 1993 - Ângela & Cauby Ao Vivo
  • 1992 - A Arte do Espetáculo Ao Vivo - Cauby Peixoto
  • 1992 - Ângela & Cauby Ao Vivo
  • 1991 - Grandes Emoções - Cauby Peixoto
  • 1991 - Convite Para Ouvir Cauby Peixoto
  • 1988 - Cauby, Elizeth e Nora Ney
  • 1988 - Cauby é Show
  • 1988 - Presença de Cauby Peixoto
  • 1988 - Quando os Peixoto se Encontram
  • 1987 - Cauby Peixoto, Ângela Maria & Agnaldo Timóteo
  • 1986 - Cauby!
  • 1985 - Cauby Peixoto - Só Sucessos
  • 1985 - Cauby Peixoto / Amparito
  • 1983 - Cauby Peixoto, Agostinho dos Santos, Altemar Dutra, Nélson Gonçalves e Jessé - Série Brilho
  • 1982 - Estrelas Solitárias
  • 1982 - Ângela & Cauby
  • 1980 - Cauby! Cauby!
  • 1980 - Cauby Peixoto
  • 1980 - Cauby - O Que Será de Mim
  • 1980 - Cauby Sempre Cauby
  • 1979 - Cauby Peixoto
  • 1976 - Cauby
  • 1976 - Ângela Maria & Cauby Peixoto no Canecão
  • 1972 - Superstar
  • 1972 - Os Grandes Sucesos de Cauby
  • 1972 - Cauby Interpreta
  • 1972 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
  • 1969 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
  • 1969 - O Explosivo Cauby Peixoto
  • 1969 - Os Grandes Sucessos Românticos de Cauby Peixoto
  • 1969 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
  • 1969 - Os Maiores Sucessos de Cauby Peixoto
  • 1968 - Um Drink Com Cauby e Leny - Cauby Peixoto e Leny Eversong
  • 1967 - Cauby Peixoto - Porque Só Penso Em T
  • 1965 - Cauby Canta Para Ouvir e Dançar
  • 1965 - Grandes Interpretações - Cauby Peixoto
  • 1965 - Porque Só Penso Em Ti
  • 1964 - Cauby Interpreta...
  • 1963 - Tamanco no Samba / A Noite de Ontem
  • 1963 - Tudo Lembra Você
  • 1962 - Minhas Namoradas / Madrepérola
  • 1962 - O Poeta Chorou / Aleli
  • 1962 - Enamorada / E Os Céus Choraram
  • 1962 - Lambuzando o Selo / Quebranto
  • 1962 - Ave Maria Dos Namorados / Canção Que Inspirou Você
  • 1962 - Canção Que Inspirou Você - Cauby Peixoto
  • 1962 - Os Grandes Sucessos de Cauby Peixoto
  • 1961 - Duelo / Brigas
  • 1961 - Perdão Para Dois
  • 1961 - Cauby Canta Novos Sucessos
  • 1960 - Marina / Drink Na Praia
  • 1960 - De Degrau Em Degrau / Me Deixa Em Paz
  • 1960 - Mack The Knife / Vila de Santa Bernadette
  • 1960 - Lealdade / Ninguém é de Ninguém
  • 1960 - Se Foi Passado / No Mundo da Lua
  • 1960 - O Sucesso na Voz de Cauby Peixoto
  • 1959 - Noite / Close To You
  • 1959 - Porque e Para Que / Inveja
  • 1959 - Seu Amigo Cauby Cantando Para Você
  • 1959 - Os Grandes Sucessos de Cauby
  • 1958 - Nono Mandamento / Meu Amor Por Você
  • 1958 - Linda / Enrolando o Rock
  • 1958 - Toreador / Viver Sem Você
  • 1958 - Simplesmente / Bela Nápoli
  • 1958 - Volare / Triste Paixão
  • 1958 - Cartilha de Amor / Primeiro Mandamento
  • 1958 - Quero Você / Tammy
  • 1958 - Música e Romance - Cauby Peixoto
  • 1958 - Nosso Amigo Cauby
  • 1957 - Serenata / As Três Lágrimas
  • 1957 - Garotas de Portugal / Outro Dia Virá
  • 1957 - Rock'n'roll em Copacabana / Amor Verdadeiro
  • 1957 - Anastácia / Onde Ela Mora
  • 1957 - Não Fale de Mim / Espera-me No Céu
  • 1957 - Melodia do Céu / Você e Eu
  • 1957 - O Louco / Tinha Que Ser
  • 1957 - Ouvindo Cauby
  • 1957 - Os Pobres do Brasil / Ser Triste Sozinho
  • 1957 - Abandonado / Se Adormeço
  • 1957 - Final de Amor / A Pérola e o Rubi
  • 1957 - É Tão Sublime o Amor / Sem Teu Amor
  • 1957 - Quando os Peixotos se Encontram
  • 1957 - Prece de Amor - Cauby Peixoto
  • 1956 - Blue Gardênia
  • 1956 - O Show Vai Começar
  • 1956 - Você, a Música e Cauby
  • 1956 - Lisboa Antiga / Tentação
  • 1956 - Molambo / Amor Não é Brinquedo
  • 1956 - Conceição / Bibape do Ceará
  • 1956 - Canção do Mar / Volta ao Passado
  • 1956 - Siga / Acaso
  • 1956 - Prece ao Amor / Lamento Noturno
  • 1956 - Canção do Rouxinol
  • 1956 - Nada Além / Flor do Asfalto
  • 1956 - Cajú Nasceu Pra Cachaça / Ter Saudade
  • 1955 - Amor Cigano / Um Sorriso e Um Olhar
  • 1955 - Esperei Por Você / Tu, Só Tu
  • 1955 - Superstição / Mambo do Galinho
  • 1955 - Tarde Fria / Ci-ciu-ci, Canção do Rouxinol
  • 1955 - Nem Toda Flor Tem Perfume / Cabo Frio
  • 1954 - Palácio de Pobre / Criado-mudo
  • 1954 - Vaya Con Dios / Elvira
  • 1954 - Blue Gardênia / Só Desejo Você
  • 1954 - Daqui Para a Eternidade / Triste Melodia
  • 1954 - Mil Mulheres / Se Você Pensa
  • 1953 - Tudo Lembra Você / O Teu Beijo
  • 1953 - Aula de Amor / Ando Sozinho
  • 1953 - Caruaru / Mulher Boato
  • 1951 - Saia Branca / Ai Que Carestia

Filmografia


  • 1955 - Carnaval em Marte (Cantando "Se Você Pensa")
  • 1955 - Aí Vem o General (Cantando "Mil Mulheres")
  • 1956 - Com Água na Boca (Cantando "Conceição")
  • 1957 - Com Jeito Vai (Cantando "Melodia do Céu")
  • 1957 - Canjerê
  • 1957 - Chico Fumaça (Cantando "Onde Ela Mora")
  • 1957 - Tagarela
  • 1957 - Metido a Bacana (Cantando "O Teu Cabelo Não Nega")
  • 1957 - Jamboreé (Cantando "El Toreador")
  • 1958 - De Pernas Pro Ar (Cantando "Nono Mandamento")
  • 1958 - Minha Sogra é da Polícia (Cantando "That's Rock")
  • 1970 - O Donzelo (Cantando "Vagador")
  • 1992 - O Corpo (Cantando "Blue Gardênia")
  • 1997 - Ed Mort (Cantando "Bastidores")

Fonte: Wikipédia

Teixeira Heizer

HITHLER TEIXEIRA HEIZER
(83 anos)
Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (16/12/1932)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/05/2016)

Teixeira Heizer, nascido Hithler Teixeira Heizer, foi um jornalista esportivo brasileiro. Começou a carreira no rádio, nos anos 50. Teixeira Heizer nasceu em 16/12/1932, no Rio de Janeiro. Formou-se em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF). Trabalhou como professor, mas foi sua atuação na imprensa esportiva que o tornou conhecido. Apaixonado pelo esporte e também pela gramática, ele tinha cuidado com as palavras - tanto no jornal impresso, quanto no rádio ou na televisão.

Em entrevista ao Memória Globo, Teixeira Heizer lembrou que o apreço pela língua portuguesa era uma de suas principais marcas:

"Sempre que eu escrevia (no jornal), eu prestava atenção porque alguém ia ler o que eu fizesse. Então eu construía o melhor para oferecer ao leitor. Até hoje, bate no meu ouvido: 'Ele tem o gosto pela frase.'"

Primeiros Passos

O primeiro trabalho no jornalismo foi na redação do Correio Fluminense, em 1953. Um ano depois, já fazia parte da equipe de repórteres da Emissora Continental.

No início da década de 1960, começou a trabalhar como comentarista esportivo na Rádio Globo, ao lado de profissionais como Waldir Amaral, Luiz Mendes e Raul Brunini. Pela rádio participou da cobertura da Copa do Mundo do Chile, em 1962, quando a Seleção Brasileira de futebol comandada por Garrincha conquistou o segundo título mundial.

No ano seguinte, fez parte da equipe que cobriu uma excursão da Seleção Brasileira pela Europa. Essa cobertura deu à Rádio Globo o primeiro lugar de audiência entre as emissoras cariocas na época.

Além do trabalho na rádio, Teixeira Heizer também exerceu a função de secretário de revistas da Rio Gráfica Editora em meados da década de 1960.

Pioneiro na Globo

Teixeira Heizer fez parte da equipe de profissionais que auxiliaram na inauguração da TV Globo, em 1965, e foi contratado, em janeiro de 1964, com o crachá número 01 da empresa. Teixeira Heizer foi o responsável também pela criação dos primeiros programas esportivos da emissora, como o "Em Cima do Lance" e "Por Dentro da Jogada". Fazia parte também do "Tele Globo" e chegou a apresentar o programa ao lado de Nathalia Timberg e Hilton Gomes. O telejornal foi o primeiro a ser exibido pela emissora.

Teixeira Heizer também planejou a primeira transmissão de um jogo de futebol na TV Globo, em 1965. A partida foi disputada entre o Brasil e a União Soviética no Maracanã. Na época, ainda não existia tecnologia que permitisse as transmissões ao vivo, que só foram possíveis a partir da Copa do Mundo do México, em 1970.

Para exibir o jogo, a solução encontrada por Teixeira Heizer foi gravar a partida em filmes, em partes, e mandar os rolos para a emissora para montá-los rapidamente. O jornalista fez a narração por cima das imagens já editadas, e a partida foi exibida pouco depois do seu início.

Teixeira Heizer saiu da TV Globo pouco tempo depois da exibição dessa primeira transmissão de futebol. Em sua carreira de jornalista, escreveu para diversos veículos na imprensa do Rio de Janeiro e de São Paulo, como Diário da Noite, Diário de Notícias, Última Hora, O Dia, Placar, Veja e Estado de S.Paulo.

Seu último trabalho foi como comentarista no canal Sportv, da Globosat, onde participou dos debates sobre a Copa do Mundo do Brasil, em 2014.

Em junho de 2010, o jornalista lançou o livro "Maracanazo - Tragédias e Epopeias de um Estádio Com Alma", contando suas memórias sobre a final da Copa do Mundo de 1950, quando a seleção brasileira foi derrotada pela uruguaia.

Em abril de 2016, lançou seu quinto livro, "A Outra História de Cada Um", onde reuniu casos sobre personalidades do esporte, colhidos em seus 60 anos de carreira.

Morte

Teixeira Heizer morreu na tarde de terça-feira, 03/05/2016, vítima de uma parada cardíaca. De acordo com o Sportv, ele estava internado desde o dia 07/04/2016 no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Indicação: Miguel Sampaio

César Macedo

CÉSAR MACEDO
(81 anos)
Ator e Humorista

☼ Luz, MG (15/03/1935)
┼ São Paulo, SP (30/04/2016)

César Macedo ficou famoso por trabalhar na "Escolinha do Professor Raimundo", na TV Globo, como Seu Eugênio, uma paródia do cientista alemão Albert Einstein. Seu Eugênio tinha os cabelos desgrenhados e recebia o professor com a expressão:

"Pode perguntar que comigo é na manteiga!"

César Macedo também atuou na "Escolinha do Barulho", programa da TV Record inspirado na atração da TV Globo, que foi ao ar de 1999 a 2001.

Em participação no programa "Domingo Espetacular", da TV Record, ele afirmou que os filhos o abandonaram e o exploram. César Macedo vivia com a família em Mairiporã, em São Paulo, mas, deixou a casa alegando desavenças com os filhos, que supostamente o rejeitavam e o alimentavam mal.

Morte

César Macedo morreu na manhã de sábado, 30/04/2016, no Hospital Estadual de Franco da Rocha, em São Paulo, aos 81 anos. De acordo com a família, a morte foi resultado de um quadro de infecção hospitalar, que evoluiu para uma pneumonia. Ele estava internado havia duas semanas.

O velório começa na madrugada de domingo, 01/05/2016, às 2h00, no Cemitério Municipal de Mairiporã. O enterro ocorrerá às 16h00, no Cemitério dos Coqueiros, no bairro Terra Preta.

"Ele deixa um grande legado. Foi um ótimo pai, não tenho do que reclamar", disse Fábio Macedo, filho do artista. Fábio Macedo conta que o pai havia sido diagnosticado há pouco tempo com Mal de Alzheimer e que o ator estava deprimido desde a morte de sua mulher, em 2012.

César Macedo deixa três filhos biológicos e quatro de criação. 

Indicação: Miguel Sampaio