Betinho

ALBERTO BORGES DE BARROS
(82 anos)
Cantor, Compositor e Guitarrista

* Rio de Janeiro, RJ (1918)
+ Maringá, PR (30/03/2000)

Filho de Josué de Barros, quem descobriu Carmen Miranda, Betinho nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1918. Chegou a acompanhar a cantora ao violão, ao lado do pai, quando era adolescente. Juntos, introduziram o violão elétrico nas apresentações musicais, uma novidade para aquela ocasião. Betinho, na época que integrava orquestras de jazz onde se apresentava na Argentina. Compôs sucessos como "Fel", "Abandono", "Moral da História", "O Vendedor de Laranjas" e "Parte".

Entre 1941 e 1946 foi solista da orquestra de Carlos Machado, no Rio de Janeiro e Niterói.

Considerado pelos críticos musicais como sendo o primeiro cantor de Rock'n Roll do Brasil, Betinho começou a carreira artística como violonista acompanhando seu pai Josué de Barros, em apresentações artísticas pelo país. Sempre a frente do seu tempo, foi o pioneiro na utilização do violão elétrico e da guitarra, instrumentos estes até então desconhecidos no cenário musical daquela época.

Atuou durante vários anos em Buenos Aires na Argentina onde tocou em conjuntos de jazz. Foi guitarrista em diversas orquestras, entre as quais, a do maestro Zacarias. De 1941 até 1946, foi instrumentista da orquestra de Carlos Machado, que se apresentava no Cassino da Urca e no Cassino de Icaraí.

No início da década de 1950, fundou o grupo Betinho & Seu Conjunto, que obteve vários sucessos, apresentando-se na Rádio Nacional paulista e na Boate Excelsior. Em 1953 estreou em disco com seu conjunto gravando pela Copacabana o baião "É Sobremesa", de sua autoria em parceria com Nelson Figueiredo, e o choro "Betinho no Choro", de sua autoria. O baião "É Sobremesa" não fez muito sucesso no Brasil, mas chegou a receber sete gravações na Europa, entre as quais, uma com a orquestra do maestro Roberto Ingles com o título de "Sunrise Samba".

Em 1954 obteve grande sucesso com o fox "Neurastênico", que fez parte da trilha sonora da novela "Estúpido Cupido", parceria com Nazareno de Brito, que logo foi regravado seis vezes no Brasil e oito na Argentina, onde também fez muito sucesso, assim como também no Uruguai. Em 1956, o "Mambo do Galinho", também em parceria com Nazareno de Brito, foi gravado por Cauby Peixoto no LP "Canção do Rouxinol".

Novo Ritmo

No Brasil, a partir de 1955, começou a estourar nas rádios um novo ritmo musical: o Rock'n Roll. Aproveitando esta onda, Betinho acabou adquirindo, em uma viagem que fez aos Estados Unidos, uma guitarra Fender Stratocaster modelo Sunburst em substituição a sua Gibson-Les Paul comprada no início daquela década. Assim, em abril de 1957, com sua nova guitarra e a participação de seu conjunto, foi gravada nos estúdio da Rádio Record em São Paulo, o primeiro rock nacional, a música "Enrolando o Rock", de autoria sua juntamente com o compositor Heitor Carrilho. A música acabou fazendo parte da trilha sonora do filme "Absolutamente Certo", com Anselmo Duarte e Odete Lara, onde o grupo fez uma aparição: O primeiro clip de rock do Brasil.

No ano seguinte gravou "Little Darlin'", de William, com versão de Heitor Carrilho, o calipso "Baby Lover", de Wandra Herrel e o rock "Peanuts" de J. Cock. Na mesma época, o cantor Valdemar Roberto gravou na Polydor a toada "Vou Falar de Você", de sua parceria com Nazareno de Brito.

Em 1959 gravou com sucesso a guarânia "Quero Beijar-te as Mãos", de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Acompanhou com seu conjunto as gravações de diversos artistas  entre os quais, Ronnie Cord, Moacyr Franco em "O Rock do Mendigo", Gessy Soares de Lima, Rossini Pinto e Cleide Alves.

Vida Pessoal

Betinho casou-se em 1941 com a polonesa Presyla Herminia Zseja de Barros e tiveram 2 filhos: Alberto Josué Borges de Barros e Irany Borges de Barros. Em meados da década de 60, Betinho se tornou evangélico e mais tarde, um renomado pastor. Passou a compor músicas religiosas no estilo rock-balada, sendo o primeiro guitarrista evangélico do Brasil. Participou de gravações, fazendo solos de guitarras em alguns LP's de cantores do meio evangélico como por exemplo, Luiz de Carvalho. Após sua jubilação como pastor, foi morar com sua família na cidade de Maringá, PR onde frequentava a Igreja Batista Sião.

Betinho faleceu aos 82 anos, cheio de vitalidade, três anos após a morte de sua esposa, em 30 de março de 2000, na cidade deMaringá, PR.

Betinho & Seu Conjunto

Betinho & Seu Conjunto foi um grupo musical surgido no início dos anos 50 formado pelo guitarrista, compositor e cantor Alberto Borges de Barros, o Betinho, considerado pelos pesquisadores musicais como sendo o primeiro grupo de rock'n roll no Brasil. O grupo era eclético e tocava jazz, calipso, baião, choro, rock'n roll, fox, música cubana, entre outros. Os músicos que acompanhavam Betinho eram Renatinho (acordeão), Salinas (piano), Navajas (contrabaixo), Bolão (sax) e Pirituba e Rafael (percussões/baterias). Além de donos de uma impecável técnica musical e modernos, ajudaram à abrir as portas para novos estilos e movimentos da música brasileira como a jovem guarda.

Betinho & Seu Conjunto foi um dos maiores conjuntos de boate de São Paulo, eleito o melhor em 1957. As primeiras canções do grupo são em 1953. Em 1954 lançaram o fox "Neurastênico", um dos clássicos mais conhecidos do grupo. A fase rock'n roll chegou em 1957 com "Enrolando o Rock" e o LP "Rock & Calypso" em 1958. Lançaram mais clássicos no fim dos anos 50 e primeira metade dos anos 60. A banda se desfez no início dos anos 60.


Discografia Como Cantor Popular

  • 1953 - Baião e Sobremesa / Betinho no Choro (Copacabana)
  • 1953 - Batuca Jojo / Baianinho (Copacabana)
  • 1953 - Lig Le no Baião / Ralando Coco (Copacabana)
  • 1954 - Corridinho 1951 / Burrinho Garboso (Copacabana)
  • 1954 - Neurastênico / Burrinho Leiteiro (Copacabana)
  • 1955 - Johnny Apaixonado / O Califa no Mambo (Copacabana)
  • 1955 - Violão Borocochô / A Polca do Véio (Copacabana)
  • 1955 - Casa da Vizinha / Não Caio Noutra (Copacabana)
  • 1957 - Enrolando o Rock / Cha Cha Cura (Copacabana)
  • 1958 - Loucamente (Little Darling) / Se Ela Vier (Copacabana)
  • 1958 - Baby Lover / Peanuts (Copacabana)
  • 1959 - Quero Beijar-te as Mãos / A Lágrima Rolou (Copacabana)
  • 1960 - Limelight / Aquarela do Brasil (Copacabana)
  • 1961 - Theme From a Summer Place / Love Is a Many Splendoured Thing (Copacabana)
  • 1961 - Betinho & Seu Conjunto Dançante (Copacabana)
  • 1962 - Betinho, Rock e Calypso (Copacabana)
  • 1963 - O Rei da Noite (Copacabana)
  • 1963 - Betinho, Twist e Bossa Nova (Copacabana)
  • Queimando a Sanfona (Tropicana)
  • 1976 - LP Estupido Cupido Nacional (Música "Neurastênico" - Som Livre)
  • 1987 - LP Rock dos Anos 60 (Música "Enrolando o Rock" - Phonodisc)


Discografia Como Evangélico

  • Uma Rosa Com Amor Para Mamãe (Luiz de Carvalho - Participação Tocando Guitarra)
  • Eu Creio Num Ser (Luiz de Carvalho - Participação Tocando Guitarra)
  • Suave Mensagem
  • Festival de Louvores 

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Roberto Simonsen

ROBERTO COCHRANE SIMONSEN
(59 anos)
Engenheiro, Empresário, Político, Historiador e Escritor

☼ Santos, SP (18/02/1889)
┼ Rio de Janeiro, RJ (25/05/1948)

Roberto Cochrane Simonsen era filho de Sidney Martins Simonsen e Robertina da Gama Cochrane Simonsen, esta última de família nobre. Começou a sua educação primária em Santos, depois foi para o Colégio Anglo-Brasileiro, na capital paulista. Mais tarde, ingressou na Escola Politécnica de São Paulo, hoje integrante da Universidade de São Paulo (USP), formando-se engenheiro.

Após formado começou a trabalhar na companhia ferroviária Southern Brazil Railway. Logo saiu para ocupar por dois anos o cargo de diretor-geral de obras na prefeitura de Santos. Ali foi também engenheiro-chefe da Comissão de Melhoramentos de Santos. No ano seguinte fundou a Companhia Construtora de Santos, fato que foi o início de seu ofício de empresário.

Em 1919 iniciou-se na diplomacia, integrando missões comerciais. Graças à sua amizade com o ministro da Guerra no governo de Epitácio Pessoa (1919-1922), Pandiá Calógeras, sua companhia, executou a construção de quartéis para o exército em diversos estados do país.

Participou ativamente do Movimento Constitucionalista Paulista, em 1932, em resistência ao golpe de estado desferido por Getúlio Vargas e outros na Revolução de 1930. Integrou o movimento intelectual pela fundação da primeira escola superior que ofereceria sociologia e política no Brasil, a atual Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou história econômica do Brasil, atividade que o levou a publicar alguns trabalhos acadêmicos sobre o tema.

Em 1933 ingressou na política, sendo eleito deputado constituinte por São Paulo. Exerceu o mandato de deputado federal na legislatura de 1933 a 1937. Quando o país voltou ao regime democrático, após a II Guerra Mundial, elegeu-se senador, cargo que ocupava quando faleceu.

Era, ainda, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e integrante do conselho superior da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Sua atividade empresarial continuava, como presidente da Companhia Construtora de São Paulo e da Cerâmica São Caetano.

Membro de Instituições

Foi membro da Academia Paulista de Letras e Academia Brasileira de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Instituto Histórico e Geográfico de Santos e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Pertenceu ao Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e ao Instituto de Engenharia de São Paulo.

No exterior era membro da National Geographic Society, de Washington, DC, Estados Unidos, da Royal Geographic Society, de Londres, Inglaterra e da Academia Portuguesa de História.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) possui o Instituto Roberto Simonsen. Ele foi, ainda:
  • Comendador da Ordem Nacional do Mérito do Paraguai
  • Comendador da Ordem Nacional do Mérito do Chile
  • Medalha de Prata do Cinquentenário da Proclamação da República
  • Estádio Roberto Simonsen (Estádio do SESI) em Manaus, AM

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito a 9 de agosto de 1945 para ocupar a cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono Artur de Oliveira, como seu segundo ocupante, sendo recebido por José Carlos de Macedo Soares, a 7 de outubro do ano seguinte.

Roberto Simonsen veio a falecer em pleno Salão Nobre da Academia Brasileira de Letras, quando proferia um discurso de saudação ao Primeiro-Ministro belga, Paul van Zeeland, que visitava o país.

Sua produção foi toda voltada para os aspectos econômicos, e à sua atividade no magistério de economia. Publicou Roberto Simonsen os seguintes livros:
  • 1912 - O Município de Santos
  • 1912 - Os Melhoramentos Municipais de Santos
  • 1919 - Gado e a Carne no Brasil
  • 1919 - O Trabalho Moderno
  • 1923 - Calçamento de São Paulo
  • 1928 - A Orientação Industrial Brasileira
  • 1930 - As Crises no Brasil
  • 1931 - As Finanças e a Indústria
  • 1931 - A Construção dos Quartéis Para o Exército
  • 1923 - À Margem da Profissão
  • 1933 - Rumo à Verdade
  • 1934 - Ordem Econômica e Padrão de Vida
  • 1935 - Aspectos da Economia Nacional
  • 1937 - História Econômica do Brasil (2 Volumes)
  • 1937 - A Indústria em Face da Economia Nacional
  • 1938 - Conseqüências Econômicas da Abolição - Conferência promovida pelo Departamento de Cultura no Primeiro Centenário da Abolição. Rio de Janeiro. 'Jornal do Commercio' em 08/03/1938. Reimpressa na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo. V. XLVII. P. 257 e Seguintes
  • Discurso Pronunciado na Colação de Grau dos Primeiros Bacharéis em Ciências Políticas e Sociais, SP - Correio Paulistano, 19-12-1937
  • 1938 - Aspectos da História Econômica do Café
  • 1939 - A Evolução Industrial do Brasil
  • 1939 - Objetivos da Engenharia Nacional
  • 1940 - Recursos Econômicos e Movimentos de População
  • 1940 - Níveis de Vida e a Economia Nacional
  • 1941 - As Indústrias e as Pesquisas Tecnológicas
  • 1942 - As Classes Produtoras de São Paulo e o Momento Nacional
  • 1943 - Ensaios Sociais Políticos e Econômicos
  • 1943 - As Indústrias e as Pesquisas Tecnológicas
  • O Plano Marshall e a América Latina, Relatório

Fonte: Wikipédia

Thiago de Angelis

THIAGO DIAS DE ANGELIS
(29 anos)
Jornalista, Repórter e Humorista

* Santos, SP (1983)
+ São Paulo, SP (16/10/2012)

Thiago de Angelis era formado em Rádio e TV. Ainda na faculdade, começou o trabalho com humor fazendo vídeos para um site de baladas. Junto com o amigo Rodrigo Art criou o programa "Quebrando a Rotina", que virou sucesso de audiência na Rede VTV, então afiliada da RedeTV! na Baixada Santista e em Campinas.

Com a repercussão do programa, Thiago de Angelis foi convidado pelo "TV Fama", da RedeTV!, para fazer um quadro com exibição nacional. Passou a ser o Linguarudo, repórter engraçado que acompanhava os bastidores das celebridades. Atualmente, mesmo em tratamento, fazia participações no seu antigo programa, "Quebrando a Rotina", agora transmitido pela Santa Cecília TV.

Neymar e Thiago de Angelis
Criativo, inovador e irreverente em suas performances, onde ficaram famosas suas entrevistas sempre com o toque do humor. O jogadoer Neymar manifestou seu pesar em uma rede social. "Hoje dedico meus gols ao Linguarudo... Falei com ele há dois dias e prometi que faria um gol para ele. E hoje fiz dois... Descanse em paz!", dedicou o atacante do Santos, autor de dois gols, na goleada do Brasil contra o Japão, por 4 a 0.

No fim de 2011, logo após o casamento com Kátia Lopes de Angelis, o santista foi diagnosticado com um tipo raro de câncer: Sarcoma de Ewing. O primeiro tumor apareceu no rim, sendo necessária uma cirurgia para retirar o órgão. Iniciou a quimioterapia, mas outros tumores foram descobertos no pulmão, na coluna e no baço. Fez nova cirurgia para a retirada de tumores e continuou o tratamento quimioterápico. No entanto, o agressivo câncer se espalhou para os demais órgãos do corpo.

Cercado de amigos, Thiago de Angelis mostrou-se guerreiro na luta contra um câncer da família de tumores de Ewing que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, acometem primariamente ossos e tecido mole. Dependendo do grau de diferenciação neural, são denominados Sarcoma de Ewing, quando é um tumor indiferenciado. Hoje existem 80 casos no mundo com as mesmas características da doença de Thiago de Angelis.


No começo de outubro, Thiago de Angelis falou de seu encontro com Hebe Camargo meses antes. "Encontrei com Hebe na TV e disse: Eu tenho um tumor". Ela olhou nos meus olhos, sorriu e falou: "Tumor? Ah, isso não é nada! - Muita energia!", contou o repórter. "Graças a Hebe Camargo a partir daquele momento, eu tive muito mais energia pra enfrentar essa doença", completou. Hebe Camargo morreu aos 83 anos no dia 29/09/2012.

Thiago de Angelis foi afastado de suas funções em outubro de 2011. O jornalista estava internado no Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, onde veio a falecer. A quimioterapia, combinação de remédios contra o câncer, começou em janeiro. A cada 21 dias ele ficava uma semana recebendo o coquetel de medicamentos. Muitas vezes foi necessário isolamento e transfusão de sangue, quando caía muito a imunidade.

Thiago de Angelis morreu vítima de câncer, na manhã de terça-feira, 16/10/2012. O sepultamento do corpo de Thiago terminou às 16 horas desta quarta-feira, 17/10/2012, no Cemitério da Areia Branca. Desde a noite de terça, estava sendo velado na Beneficência Portuguesa.

Thiago de Angelis estava com 29 anos e deixou viúva Kátia Lopes de Angelis. No velório, realizado no necrotério da Beneficência Portuguesa de Santos, ela e amigos do marido falaram da alegria de viver do humoristas, que fez piada até momentos antes de morrer.

O Sarcoma de Ewing

O Sarcoma de Ewing é uma forma de tumor ósseo maligno que atinge principalmente crianças e adolescentes. O nome remete ao patologista americano James Ewing (1866-1943), primeiro a descrever a doença. É causado por uma mutação genética e raramente aparece fora do osso, como foi o caso de Thiago de Angelis.