(71 anos)
Jornalista e Colunista Social
* Rio de Janeiro, RJ (23/06/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/10/1995)
Filho de imigrantes árabes, nasceu em família muito pobre, no bairro do Botafogo. Cresceu na Tijuca e em Vila Isabel, e morou muitos anos em quartos de pensão em Copacabana. Foi aluno de escola pública, onde concluiu o antigo Curso Ginasial e, aos 17 anos de idade, empregou-se no comércio. Devido aos frequentes atrasos, abandonou esse emprego.
Iniciou a sua carreira na imprensa como repórter fotográfico em 1946, fazendo plantão nas redações das sete horas da noite às sete da manhã. Adquiriu reputação ao cobrir a visita do então comandante das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial, general Dwight D. Eisenhower, ao Brasil. Na ocasião, fez uma fotografia em que Otávio Mangabeira parecia beijar a mão de Dwight D. Eisenhower, utilizada pelos críticos que, à época, combatiam o que chamavam de "servilismo" brasileiro em relação aos Estados Unidos da América.
Ainda da década de 1940, foi companheiro de boemia de personalidades como
Carlinhos Niemeyer,
Sérgio Porto,
Paulo Soledade e
Heleno de Freitas, com quem fundou o
Clube dos Cafajestes.
Trabalhou com
Joel Silveira na revista
Diretrizes. Começou a conhecer gente, frequentar festas e a piscina do
Hotel Copacabana Palace. De pequenas notícias na seção
"Vozes da Cidade", no recém-fundado
Tribuna da Imprensa de
Carlos Lacerda, passou a fazer a coluna
"Zum-Zum", no
A Vanguarda (1951).
Em 1954, passou a trabalhar no O Globo, onde permaneceu até falecer, em 1995. Ali se destacou, assinando uma coluna social que marcou época e influenciou jornalistas como Ancelmo Gois e Ricardo Boechat.
Causou polêmicas com as suas listas das "Dez mais": as dez mais belas mulheres, as dez mais elegantes e as dez melhores anfitriãs da sociedade carioca. A sua coluna passou a ser lida por todas as camadas sociais a partir do final da década de 1950, tendo passado a conviver com personalidades famosas no Brasil e no exterior.
Casou-se em 1958, num evento que tornou-se um dos maiores daquele ano. Nessa época, passou a manter um programa exclusivo pela antiga TV Rio, "Ibrahim Sued e Gente Bem", onde apresentava entrevistas, reportagens filmadas e comentários sobre a sociedade em geral.
Em comemoração aos 30 anos de sua coluna em
O Globo, em junho de 1983 teve lugar uma memorável recepção no
Copacabana Palace, onde compareceram personalidades como
Marta Rocha,
Roberto Marinho,
Emílio Garrastazu Médici,
Dulce Figueiredo e mais 1500 convidados que consumiram, entre outros, 600 garrafas de champanhe, 300 litros de vinho tinto francês, 120 quilos de camarão, 60 quilos de lagosta, 10 quilos de foie gras, 210 patos além de copiosa variedade de frutas e saladas. O evento contou ainda com uma queima de fogos de artifício e com o desfile de passistas de escolas de samba calçadão da Avenida Atlântica.
Em 1985 foi homenageado no Carnaval carioca pela
Acadêmicos de Santa Cruz com o enredo
"Ibrahim, De Leve Eu Chego Lá". Ainda na década de 1980,
Ibrahim Sued foi a figura principal do casamento de sua filha
Isabel Cristina, um dos maiores acontecimentos sociais à época, com quatro mil convidados.
Em 1993, deixou o jornalismo diário e passou a publicar apenas uma coluna dominical no
O Globo. A Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro lhe fez a outorga do Título de
Professor Emérito do Curso de Jornalismo, em evento que contou com a presença da nata da sociedade, além de políticos, sambistas, músicos e intelectuais. Ao entregar-lhe a comenda, o professor
Paulo Alonso, Diretor Acadêmico dessa instituição carioca, fez um discurso marcado pela emoção, lembrando momentos marcantes da vida do colunista.
Paulo Alonso, que também atuava no jornal
O Globo, falou da sua amizade com
Ibrahim Sued e ainda da capacidade do
"Turco", apelido de
Ibrahim Sued, em lidar com dificuldades e vencê-las. Foi uma solenidade que ganhou o noticiário brasileiro.
Ibrahim Sued cunhou expressões que se tornaram marcantes como
"De leve",
"Sorry periferia",
"Depois eu conto",
"Bola Branca",
"Bola Preta",
"Ademã que eu vou em frente",
"Os cães ladram e a caravana passa",
"Olho vivo, que cavalo não desce escada", dentre outras.
Considerado como um homem elegante, contou certa vez que, no início da sua carreira tinha apenas um terno, que deixava todo dia debaixo do colchão de sua cama, para que não perdesse o vinco.
Morte
Ibrahim Sued morreu aos 71 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio, no domingo, 01/10/1995, no Rio de Janeiro, RJ.
O velório aconteceu na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e o corpo foi levado no carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério. Cerca de cem pessoas, entre parentes, amigos e socialites, acompanharam o enterro.
O caixão foi coberto com a medalha da
Legion d'Honneur, que
Ibrahim Sued recebeu da França, e com as bandeiras do Brasil e da
Confraria do Garoto, que celebra a boêmia carioca e da qual
Ibrahim Sued era membro honorário.
O corpo de
Ibrahim Sued foi sepultado na segunda-feira, 02/10/1995, às 11:30 hs, no
Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, no jazigo da família da primeira mulher,
Glória Drummond de Sued. Ela ficou o tempo inteiro ao lado da filha
Isabel e da última mulher do colunista,
Simone Rodrigues.
Um cartaz lembrava uma expressão usada pelo colunista:
"Ademã", um abrasileiramento do francês
"À demain" (até amanhã), que
Ibrahim Sued usava para se despedir dos amigos.
Em 2003
Ibrahim Sued foi homenageado com uma estátua em frente ao
Hotel Copacabana Palace.
Fonte: Wikipédia