Deise Cipriano

DEISE CIPRIANO
(38 anos)
Cantora

☼ São Caetano do Sul, SP (05/11/1980)
┼ São Paulo, SP (12/02/2019)

Deise Cipriano foi uma cantora nascida em São Caetano do Sul, SP, no dia 05/11/1980. Ela era vocalista do Fat Family, grupo musical formado por irmãos que se destacam pela potência das vozes.

Dona de uma voz maravilhosa e inigualável, a soprano Deise Cipriano viveu sua infância no bairro do Éden, em Sorocaba, SP, e desde a época da escola já encantava os colegas de classe por meio da música.

Com o Fat Family, possui 4 discos e reconhecida carreira nacional e internacional nos segmentos soul e black music.

No dia 01/02/2011, outro integrante do Fat Family e irmão de Deise Cipriano, Sidney Cipriano, faleceu aos 45 anos em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Fat Family

Fat Family teve sua origem na cidade de Sorocaba, SP, formado inicialmente pelos irmãos Sidney, Celinho, Celinha, Simone, Suzetti, Kátia e Deise Cipriano. Suely (ex-enfermeira padrão) entrou no grupo a partir do segundo álbum da banda no ano de 1999.

Inspirados por cantores norte americanos como Whitney Houston, Chaka Khan, Aretha Franklin, James Brown, e a tradicional música gospel americana, o grupo atraiu notoriedade rapidamente no Brasil e no mundo.

Fat Family atraiu a atenção do Brasil no final da década de 90, mais precisamente em 1998. Em programas de televisão os irmãos de peso integrantes do grupo (fato que dá nome a banda), começaram a se apresentar inspirados em grupos vocais norte-americanos do estilo gospel.

O grupo também ficou conhecido pela sua "coreografia do pescoço", que todos os fãs tentavam imitar, mas o julgavam difícil. Além do integrante Celinho ensinar para o público como se fazia o pescoço em vários programas. Mas vozes sincronizadas, agudas e graves com bastante nitidez, é o que mais se destacava.

O primeiro sucesso do grupo foi "Jeito Sexy", versão de "Shy Guy" de Diana King, canção do primeiro álbum, "Fat Family", lançado em 1998. Este álbum vendeu cerca de 250 mil cópias. Em 1998, a canção "Onde Foi Que Eu Errei?", foi o tema da personagem da atriz Cláudia Jimenez na novela "Torre de Babel", da TV Globo. No Natal daquele mesmo ano, o grupo fez uma participação especial no seriado "Sai de Baixo", onde cantaram a música "Noite Feliz".

Em 1999 foi a vez da canção "Gulosa" que foi o tema de abertura da novela "Andando Nas Nuvens", também da TV Globo. No mesmo ano o grupo recebeu a mais nova integrante, Suely, formando assim um octeto, lançaram o segundo CD, intitulado "Fat Festa". Os sucessos deste álbum ficaram por conta das canções "Eu Não Vou", "Madrugada", "Fat Family", versão de "We Are Family", composta por Nile Rodgers para o grupo Sister Sledge, e a regravação a capela de "Oh Happy Day".

No fim do ano foi a vez do grupo estrear nas telonas juntamente com a apresentadora Xuxa Meneghel no filme dela, chamado "Xuxa Requebra". No filme, eles interpretaram os Fat Capangas, que foram contratados pela personagem de Elke Maravilha, que era a antagonista. No final do filme, o grupo cantou a canção "Chegou a Festa", do CD "Fat Festa". Com roupas brancas e posicionados como um coral, foram regidos pela mãe deles, Nelita Cipriano.

Em 2001, o grupo lançou o terceiro álbum pela gravadora EMI Music, intitulado "Pra Onde For, Me Leve". A regravação da faixa "Fim de Tarde", que foi o grande sucesso da cantora Cláudia Telles, também obteve êxito nas rádios. Outros singles foram: "Pra Onde For, Me Leve", "Sem Parar", "Noite de Setembro", versão de "September" de Earth, Wind And Fire, e "Pudera", gravado primeiramente por Tim Maia. Este foi o último trabalho do grupo pela gravadora EMI.

Em 2003, o grupo lançou o quarto CD, intitulado "Fat Family", pela gravadora Sum Records. Este álbum do grupo trouxe uma grande variedade de estilos, entre eles o MPB e o Gospel. O álbum inteiro foi feito de regravações de grandes sucessos nacionais e internacionais e entre eles estão: "Lilás", de Djavan, "Amor de Índio", de Milton Nascimento "Força Estranha" de Caetano Veloso

As regravações gospel foram "Joyful, Joyful", gravada originalmente para o filme "Mudança de Hábito 2", "Poor Pilgrim Of Sorrow", "O Homem de Nazareth" e "Deus é o Amor", essa em especial, recebeu também uma versão remixada no mesmo álbum.

Conversão ao Cristianismo

O Fat Family se converteu ao Cristianismo em 2003, na sua própria casa, por intermédio de Deise Cipriano, a irmã caçula. Por onde o Fat Family passa, em igrejas de todo o Brasil, Deise Cipriano conta como foi a conversão de sua família. Ela conta que foi em um culto na casa do lutador de vale-tudo, Vitor Belfort, amigo da família. Lá ela se converteu ao Cristianismo, e logo depois os outros membros da família também se converteram.

Cirurgias de Redução do Estômago

Em 2005, Sônia, empresária do grupo e irmã, fez a cirurgia de redução do estômago.

Em 01/02/2005, os integrantes Celinho, Suzetti e Kátia se submeteram à cirurgia de redução do estômago. Eles eliminaram juntos 177 kg.

Em 2007, a integrante Simone, também se submeteu a mesma cirurgia feita pelos irmãos Sônia, Celinho, Suzetti e Kátia.

Saídas do Grupo e Carreiras Solo

Partindo para carreira solo no gênero gospel, deixaram o grupo em 2006: Sidney Cipriano, que adotou o nome artístico de Sidney Sinay e Celinha Batista

Sidney Cipriano gravou um CD gospel em 2007 intitulado "Sidney Sinay: Um Novo Homem". Celinha Batista já tem três CDs gravados: "Tua Palavra" (2011), "Um Novo Tempo" (2013) e "Teu Espírito" (2015). Atualmente, usa o nome Célia Soul.

Suely Cipriano deixou o Fat Family em 2016, mas não seguiu carreira solo.

Morte

Deise Cipriano morreu na tarde de terça-feira, 12/02/2019, aos 38 anos, vítima de câncer, em São Paulo, SP.

Deise Cipriano enfrentava um câncer no fígado desde agosto de 2018 quando passou por duas temporadas em UTIs, e estava em casa há quase um mês fazendo exames de rotina, tendo se submetido a uma sessão de quimioterapia no dia 31/01/2019.

Com náuseas, febre e dificuldade para se alimentar, ela foi encaminhada para o Centro de Atendimento de Intercorrências Oncológicas (CAIO), em São Paulo, e internada na UTI do Instituto do Câncer de São Paulo na segunda-feira, 11/02/2019.

Na manhã de terça-feira, 12/02/2019, após sentir muita falta de ar e ter uma queda da pressão arterial, Deise Cipriano foi sedada e entubada. Com isso, a pressão da cantora  voltou ao normal e a falta de ar foi controlada, mas ela ficou em coma, conforme informação de sua assessora de imprensa, Suh Souza.

Deise Cipriano chegou a ficar 19 dias em coma em 2018, durante a primeira internação devido à doença.

Deise deixou uma filha, Talita Cipriano, que chegou a raspar o cabelo em homenagem a mãe durante o tratamento contra a doença.
"Raspar o cabelo foi um sacrifício a Deus e para dar apoio e significado pra minha mãe de que ela não está sozinha. A família toda está sempre unida, agora mais ainda. Grata eternamente pela mãe e pai que Deus me deu. Não é fácil, Deus está no controle de tudo. Ajuda-me senhor, como minha alma chora!"
(Talita - Instagram)

No dia 21/12/2018, Talita Cipriano comemorou a saída do hospital de sua mãe com uma foto da família reunida, incluindo Celinho, Celinha e Katia. Em comunicado, em nome da mãe, disse:

"Após uma luta de 4 meses e 7 dias internada no Instituto do Câncer de São Paulo, para tratar de um câncer no fígado, Deise finalmente recebe alta. Passando inúmeras complicações, uma delas a levou ao coma, por 19 dias, Deise vem reagindo bem às sessões de quimioterapia e todos respiram aliviados. O acompanhamento de fisioterapeutas e fonoaudiólogos para reabilitação segue em casa. Deise se despede do hospital falante e se alimentando bem. Esperança de um Natal em casa com a família é real!"
 (Diz Deise em lágrimas)

Fonte: Revista Quem
Indicação: Miguel Sampaio
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Edith Gaertner

EDITH GAERTNER
(85 anos)
Atriz

☼ Blumenau, SC (22/03/1882)
┼ Blumenal, SC (15/09/1967)

Edith Gaertner foi uma atriz que nasceu em nasceu em Blumenau, SC,  no dia 22/03/1882. Era filha do cônsul da Alemanha Victor Gaertner, sobrinho-neto do químico e filósofo Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade de Blumenau, e da fundadora do teatro da cidade. Edith Gaertner era a caçula de oito irmãos.

Seu monumento foi levantado no Horto do Museu da Família Colonial, antiga casa de Edith Gaertner, e moldado pelo escultor Miguel Barba. Foi inaugurado em 15/09/1973, na presença de autoridades locais. 

Em Blumenau, SC, existe o Cemitério dos Gatos dentro de um Horto Florestal que pertenceu a uma atriz que amava gatos e se chamava Edith Gaertner.

Com temperamento independente, aos 20 anos, depois da morte dos pais, viajou sozinha. Chegou a trabalhar como governanta de uma família em uma fazenda no Uruguai, mas foi na Argentina que começou a realizar seu sonho: Ser atriz.

Foi na Argentina que conheceu Elenora Duse, uma atriz alemã, que foi sua musa inspiradora.

Edith Gaertner foi para a Alemanha, onde cursou a Academia de Arte Dramática em Berlim. Percorreu as principais cidades da Europa trabalhando em peças nos mais renomados palcos de teatro, com peças de Goethe, Schiller, Molière e Shakespeare. A crítica, contam historiadores, a recebia muito bem: Sua dicção e mímica eram sempre elogiados.

O pós-guerra, porém, trouxe dificuldades à Alemanha. Quando, em 1924, Edith Gaertner recebeu a notícia de que seus dois irmãos solteiros estavam muito doentes, viu a deixa para abandonar a carreira artística e retornar ao Brasil.

Vida de Clausura

De volta a Blumenau, voltou à viver na propriedade da família Gaertner, construída no centro histórico da cidade, e que hoje abriga o Museu da Família Colonial e o horto. Nessa época Edith Gaertner tinha pouco mais de 40 anos e, para surpresa de todos, mudou radicalmente seu estilo de vida, contou a professora Sueli Petry, diretora do Patrimônio Histórico de Blumenau

"Solteira, Edith nunca teve filhos. Não trabalhou mais com teatro, vivia enclausurada. Para passar o tempo tinha gatos, e toda a parte afetiva era para eles. Tinha seis, sete gatos de uma vez só, e à medida que os gatos foram morrendo, ela os enterrava nos fundos da casa”, diz Sueli.

Ela voltou à Alemanha somente em 1928 e permaneceu lá por mais de um ano. Nesta época, a Alemanha vivia os efeitos do pós Primeira Guerra Mundial. Quando retornou ao Brasil, Edith Gaertner modificou radicalmente seus hábitos e estilo de vida. Do constante e assíduo contato com o público, preferiu refugiar-se no silêncio da sua propriedade, entre livros, animais e o verde do parque nos fundos da casa, e foi assim até o final de sua vida.

A ameaça de perder parte de seu patrimônio, um dos mais expressivos referenciais da colonização alemã, para dar lugar a uma nova rua, fizeram-na tomar uma atitude: Doou para o município uma área de 1.775 m² . A doação foi feita sob a condição de se manter a área tal como a deixara, garantindo que ninguém a perturbasse em seu retiro enquanto vivesse, e que após sua morte este patrimônio continuaria a ser mantido.


A residência, o horto e outras benfeitorias foram incorporadas à Fundação Cultural de Blumenau, transformadas no Museu da Família Colonial e Parque Botânico Edith Gaertner.

Edith Gaertner deixou registro fotográfico das flores que alegravam seu belo jardim e dos gatos, seus fiéis companheiros. Ela tinha grande afeto pelos felinos, que ao morrerem eram enterrados com funeral e cortejo fúnebre. Os nomes escritos nas lápides de concreto são de gatos que viveram no século passado, entre o começo dos anos 1920 e o fim dos anos 1960: Pepito, Mirko, Bum, Peterle, Musch, Schnurr, Sittah, Putze e Mirl.

O inusitado Cemitério de Gatos faz parte da história de Blumenau, no Vale do Itajaí, mas também ajuda a contar a história de sua dona, que poucos conhecem: Edith Gaertner, uma ex-atriz que viveu a fama e a clausura na mesma intensidade.

Além do Parque Botânico que leva seu nome, há também a Sala de Teatro Edith Gaertner, dentro da Fundação Cultural de Blumenau, e parte de sua história é contada no longa-metragem "Outra Memória", dirigido por Chico Faganello.

Edith Gaertner faleceu em 15/09/1967, aos 85 anos.

Ritual de Enterro

Foram mais de 50 gatos enterrados ali, garante Sueli Petry, mas apenas nove lápides permaneceram: "Ela fazia uma ritualística no enterro desses gatos", disse Sueli Petry. Ainda em vida, Edith Gaertner doou o terreno para a prefeitura. Quando morreu, em 1967, o então diretor da Biblioteca Pública, José Ferreira da Silva, transformou o imóvel em museu.

"Em respeito a Edith, foi mantido o cemitério de gatos. Foi Ferreira da Silva quem colocou as lápides com os nomezinhos deles", explicou Sueli Petry, lembrando que as esculturas foram baseadas em imagens dos animais, mantidas até hoje pela prefeitura.

Há quem diga que este é o único cemitério de gatos do mundo. Sueli Petry não confirma, mas também não nega: "Eu desconheço outro. Mas é uma  atração a mais para os visitantes do museu!".

O cemitério de gatos pode ser visitado no Museu da Família Colonial, que fica na Alameda Duque de Caxias, 64. As visitações ocorrem de terça a domingo, das 10 às 16h.

Fonte: Gato Preto e G1 
Indicação: Miguel Sampaio
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