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Frankito Lopes

AGÍLIO LOPES DA SILVA
(69 anos)
Cantor e Compositor

☼ Ilha do Bananal, TO (26/04/1939)
┼ Goiânia, GO (27/11/2008)

Agílio Lopes da Silva, mais conhecido pelo nome artístico Frankito Lopes, foi um cantor e compositor nascido na Ilha do Bananal, TO, no dia 26/04/1939.

Frankito Lopes nasceu na Ilha do Bananal e fez sua carreira no Pará. Era conhecido como Índio Apaixonado. Ele era descendente de índios do Pará, e fez sucesso, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil a partir da década de 1970 com o slogan "O Índio Apaixonado".

Frankito Lopes iniciou a carreira artística na década de 1970, compondo e gravando músicas românticas, em especial, boleros e guarânias, fazendo sucesso principalmente, no Norte e Nordeste do país.

Contratado pela gravadora Gravasom, lançou, em 1983, o LP "Caminhando Sozinho", no qual registrou onze composições de sua autoria, "Caminhando Sozinho" (Frankito Lopes), "Eu Canto Porque Sou Apaixonado" (Frankito Lopes), "Longe dos Seus Olhos" (Frankito Lopes), "Veja Meus Olhos" (Frankito Lopes), "Na Cadeira da Saudade" (Frankito Lopes), "Revolta" (Frankito Lopes), "Carimbó da Aldeia" (Frankito Lopes), "De Passagem Pra Belém" (Frankito Lopes), "Eu Nasci Pra Te Amar" (Frankito Lopes), "Conselho" (Frankito Lopes), "Deixe Meu Cabelo" (Frankito Lopes), "Quyero Aty (Quero Você)" (Carlos Santos e Alípio Martins), com versão de Frankito Lopes.


Dois anos depois, em 1985, lançou o LP "Fruto de Um Romance", com todas as músicas de sua autoria, com exceção de "Eu Preciso de Você" (Amilton Lelo) e "Quero Dormir Em Teus Braços" (Frankito Lopes e Vicente Dias). As outras músicas do disco, de sua autoria foram, "Prova de Amor" (Frankito Lopes), "O Homem Mais Apaixonado" (Frankito Lopes), "A Solidão Me Fez Chorar" (Frankito Lopes), "Fruto de um Romance" (Frankito Lopes), "Chorando em Meu Apartamento" (Frankito Lopes), "Cleide" (Frankito Lopes), "Eu Lhe Sirvo de Cobertor" (Frankito Lopes), "Vem Minha Índia" (Frankito Lopes), "Eu Te Amo, Tu Me Amas" (Frankito Lopes) e "Saudade do Meu Amor" (Frankito Lopes).

Em 1986, gravou o LP "Chorei", com as músicas "Meu Desepero" (Frankito Lopes), "Não Adianta Mulher" (Frankito Lopes), "Noite Comprida" (Frankito Lopes), "Coração Prisioneiro" (Frankito Lopes), "Hoje Eu Vou Buscar Você" (Frankito Lopes), "Desse Jeito Você Me Acaba" (Frankito Lopes), "Chorei" (Frankito Lopes), "Levo Comigo a Sua Imagem" (Frankito Lopes), "Lamento" (Frankito Lopes), "Vai-vai Cartinha" (Frankito Lopes), "Beijo Lunar" (Frankito Lopes) e "Eu Tenho Medo" (Frankito Lopes).

Em 1987, gravou o LP "Explode Coração", que incluiu as músicas "É Paixão e Nada Mais" (Frankito Lopes e Ronaldo Adriano), "Explode Coração" (Frankito Lopes), "Rolando Em Meu Leito" (Frankito Lopes), "Não Desligue o Telefone" (Frankito Lopes), "O Amor Maior do Mundo" (Frankito Lopes), "Vem Dançar Comigo" (Frankito Lopes), "Tem Dó de Mim" (Frankito Lopes), "Pra Mim Não Chorar" (Frankito Lopes), "O Amor Que Lhe Ofertei" (Frankito Lopes), "Bobobo no Bububu" (Frankito Lopes), "Onde Está Teu Orgulho" (Frankito Lopes) e "Índia Dengosa (Frankito Lopes)".


Em 1989, lançou o LP "Bar da Boemia", no qual interpretou as músicas "É Tarde Pra Esquecer" (Frankito Lopes), "A Paixão Que Me Domina" (Frankito Lopes), "Obrigado Minha Fã" (Frankito Lopes), "Deixa o Flechinha" (Frankito Lopes), "Não Posso Dizer o Nome Dela" ((Frankito Lopes e Benedito Seviero), "Coração de Bailarina" (Frankito Lopes e Itamaracá), "Eu Estou Sempre Chorando"  (Frankito Lopes e Ronaldo Adriano), "Encontro Com a Saudade" (Frankito Lopes, Célio Antônio e Valadares), "Bar da Boemia" (Frankito Lopes e Benedito Seviero), "Canoeiro do Araguaia" (Frankito Lopes e Goianito), "Quatro Paredes" (Frankito Lopes e Reginaldo Sodré), "Casinha Pobrezinha" (Amilton Lelo).

Em 1990, lançou o LP "Minhas Canções de Amor", onde gravou "Minhas Canções de Amor" (Frankito Lopes e Silvino Neves), "Boa Noite Amor da Minha Vida" (Amilton Lelo), "A Nossa Filha" (Frankito Lopes e Benedito Seviero), "Ela é Minha Paixão" (Frankito Lopes), "Minha Linda Rosa" (Frankito Lopes), "Eu Adoro Você" (Frankito Lopes), "Como Fui Me Enganar" (Frankito Lopes, Cícero Rossy e Geraldo Cabrobó) "Vou Mudar de Endereço" (Frankito LopesCícero Rossy e Geraldo Cabrobó), "Adeus Querida" (Frankito Lopes e Aurélio Santos), e "Isso é Você" (Frankito Lopes e Goianito).


Em 1992, foi lançada, pela Gravasom, a coletânea "Os Grandes Sucessos de Frankito Lopes", com 14 sucessos do cantor, "Fruto de Um Romance", "Parabéns", "Quero Dormir Em Teus Braços", "Caminhando Sozinho", "O Homem Mais Apaixonado", "A Solidão Me Fez Chorar", "Minha Linda Rosa", "Eu Canto Porque Sou Apaixonado", "A Mulher Que Eu Sempre Quis", "Não Posso Dizer o Nome Dela", "Eu Estou Sempre Chorando", "Rolando Em Meu Leito", "Carimbó da Aldeia" e "Índia Dengosa".

Em 1994, lançou o LP "Cantando e Chorando - Volume 11", interpretando "Eu Te Amo Meu Amor" (Frankito Lopes), "Chega de Sofrer" (Frankito Lopes), "Solidão" (Frankito Lopes), "Só Falta o Rabo" (Frankito Lopes), "Confissão" (Frankito Lopes), "Cantando e Chorando" (Frankito Lopes), "Castelo Desfeito" (Frankito Lopes e Vicente Dias), "Meu Violão Apaixonado" (José Ajimenes), versão de  Frankito Lopes, "A Maior Montanha do Mundo" (Amilton Lelo), além da clássica guarânia "Índia" (Manuel Ortiz Guerrero), com versão de José Fortuna.

Depois de gravar mais de dez LPs, lançou seu primeiro CD em 2003, interpretando sucessos românticos, como "A Namorada Que Sonhei" e "É Paixão e Nada Mais".

Em 2005, foi lançado o CD "Grandes Sucessos: Frankito Lopes - O Índio Apaixonado" com sucessos como "Eu Sou Um Sofredor", "Quero Dormir Em Teus Braços", "Prova de Amor", entre outras.

Morte

Frankito Lopes faleceu na quinta-feira, 27/11/2008, aos 69 anos, em Goiânia, GO, vítima de uma Cirrose Hepática. Deixou uma filha e netos.

Discografia

  • 1981 - Quero Dormir Em Teus Braços (LP, Gravasom)
  • 1982 - Parabéns Pra Minha Dor (LP, Gravasom)
  • 1983 - Caminhando Sozinho (LP, Gravasom)
  • 1985 - Fruto de um Romance (LP, Gravasom)
  • 1986 - Chorei (LP, Gravasom)
  • 1987 - Explode Coração (LP, Gravasom)
  • 1989 - Bar da Boemia (LP, Gravasom)
  • 1990 - Minhas Canções de Amor (LP, Gravasom)
  • 1991 - Vou Te Levar Na Tribo (LP, Gravasom)
  • 1992 - Frankito Lopes - Os Grandes Sucessos de Frankito Lopes (LP, Gravasom)
  • 1994 - Frankito Lopes - Cantando e Chorando (LP, Gravasom)
  • 2003 - Frankito Lopes (CD)
  • 2005 - Frankito Lopes - O Índio Apaixonado (CD)

#FamososQuePartiram #FrankitoLopes

Durvinha

DURVALINA GOMES DE SÁ
(93 anos)
Cangaceira

☼ Paulo Afonso, BA (1915)
┼ Belo Horizonte, MG (28/06/2008)

Durvalina Gomes de Sá, também conhecida pelo pseudônimo de Jovina Maria da Conceição Souto, conhecida também como Durvinha, foi a última sobrevivente mulher e integrante do grupo de cangaceiros de Lampião e Maria Bonita.

Nascida em Paulo Afonso, BA, no ano de 1915, Durvinha era filha de um fazendeiro local bem-sucedido que possuía duas propriedades rurais na cidade.

Durvinha ingressou no cangaço aos 15 anos, no início dos anos 1930, após proposta do cangaceiro Virgínio Fortunato da Silva, ex-cunhado de Lampião. Diferente de outras mulheres no cangaço que foram raptadas de suas famílias, Durvinha acompanhou o bando espontaneamente. Entretanto, este fato causou diversos transtornos a sua família, que teve suas propriedades incendiadas pelas forças volantes e foram ameaçados.

Após a morte de Virgínio, casou-se com o cangaceiro José Antônio Souto, nome falso de Moreno, cujo nome de batismo era Antônio Ignácio da Silva.

Durvinha, à esquerda em cena do filme de Benjamin Abrahão Botto, de 1936. No centro da imagem, Virgínio, seu primeiro companheiro.
Durvinha é conhecida pela filmagem de Benjamin Abrahão Botto em 1936, na qual aponta um pequeno revólver para a câmera, ao lado de outros cangaceiros. No documentário "Os Últimos Cangaceiros", Durvinha fala sobre sua participação nas ações no bando:
- A senhora atirou muito no cangaço?
- Não... eu tinha um medo danado de atirar!
Após a morte de Lampião e a dispersão do bando em 28/07/1938, o casal conseguiu se reunir sem grandes ferimentos na mata. Na época grávida, Durvinha teve seu filho Inácio Carvalho Oliveira. Temendo ser encontrados pelas forças volantes, o casal doou o bebê com 30 dias para um padre na cidade de Taracatu em Pernambuco, visto que o casal estava em fuga e não podia se trajar como cangaceiros ou assumir suas identidades.

Moreno e Durvinha
DurvinhaMoreno escaparam do Massacre de Angico e conseguiram ir para Belo Horizonte, MG, disfarçados, de fevereiro a maio de 1940. Ali chegando, trocaram de nomes temendo prisão. Adotaram uma nova vida, tiveram outros filhos e guardaram o segredo até 2006.

Até então, nenhum deles sabia que os pais foram cangaceiros. O casal já com a idade avançada, resolveu contar a verdade. Neli, de temperamento inquieto, fez um trabalho de detetive e conseguiu localizar o irmão mais velho perdido no mundo. Ele, Inácio Carvalho Oliveira, morava no Rio de Janeiro e era militar, por ironia do destino.

Durvinha sobreviveu por mais de setenta anos depois de escapar do ataque da polícia de Alagoas que dizimou parte do bando de Lampião.

Durvinha usou o nome falso de Jovina durante toda a sua vida após o cangaço, revelando seu passado à família apenas poucos anos antes de seu falecimento.

Morte

Durvinha faleceu em 28/06/2008, aos 93 anos, em Belo Horizonte, MG, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Durvinha

Gigante Brazil

JORGE LUIZ DE SOUZA
(56 anos)
Cantor, Baterista e Percussionista

☼ Rio de Janeiro, RJ (25/04/1952)
┼ São Paulo, SP (20/09/2008)

Gigante Brazil, nome artístico de Jorge Luiz de Souza, foi um baterista e cantor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 25/04/1952. É considerado um dos mais importantes do movimento Vanguarda Paulista. Ele era conhecido também por seu trabalho com a banda Isca de Polícia.

Iniciou a carreira em 1969, como integrante da banda Massa Experiência. Em 1972, chegou em São Paulo acompanhando Jorge Mautner e em 1975, formou a banda Sindicato.

Gigante Brazil participou da final do festival MPB 80, na TV Globo, ao lado de Chico Evangelista, com a canção "Rastapé".

Tocou ainda com grandes nomes da MPB como Marisa Monte, onde teve grande exposição ao participar do disco e show "Mais". Eram de Gigante Brazil os vocais na faixa "Ensaboa". Também tocou com Gilberto Gil, Vânia Bastos, Caetano Veloso, Itamar Assumpção, entre outros.

Estilo de Tocar

Luiz Chagas, jornalista e músico, que tocou com Gigante Brazil na banda Isca de Polícia, fez o seguinte comentário a respeito de seu estilo musical:
"Gigante e seus solos de 'buchesom' - que criava batendo a ponta dos dedos nas bochechas e usando a boca para modular os sons. Ele tocava com o corpo, os braços pareciam asas, cantava num grave que parecia vir de outra dimensão, entrava em transe e arrastava o palco e o público junto. Uma de suas características era tirar som de qualquer coisa. Copos de metal, baldes, batentes de porta que levava para o palco. Como dizia Paulo Lepetit quando lhe pediam o mapa de palco, 'qual o kit de bateria do Gigante? Ah, o que tiver!'"
(Texto publicado na revista Brasileiros)

Conforme a revista Rolling Stone Brasil:
"Preciso, ele era certeza de uma cozinha perfeita em qualquer show e disco que participasse: tinha 'trovões nas mãos' e segurava perfeitamente tanto uma sessão de improviso ou quando fornecia a leve cama para o brilho de um intérprete!"
Morte

Gigante Brazil faleceu em São Paulo, SP, na segunda-feira, 20/09/2008, aos 56 anos, vítima de uma parada cardíaca, sofrida enquanto dormia em sua residência.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #GiganteBrazil

Esther de Figueiredo Ferraz

ESTHER DE FIGUEIREDO FERRAZ
(93 anos)
Advogada, Professora, Secretária de Estado e Ministra de Estado

☼ São Paulo, SP (06/02/1915)
┼ São Paulo, SP (23/09/2008)

Esther de Figueiredo Ferraz foi uma advogada e professora brasileira, secretária de Estado em São Paulo, e a primeira mulher ministra de Estado no Brasil. Era filha de Odon Carlos de Figueiredo Ferraz e de Julieta Martins de Figueiredo Ferraz, tendo sido irmã do ex-prefeito de São Paulo José Carlos de Figueiredo Ferraz.

Fez seus primeiros estudos em Mococa, SP. Foi diplomada normalista, com distinção, pelo Instituto de Educação Caetano de Campos, em São Paulo. Licenciou-se em Filosofia, pela Faculdade de São Bento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Concluiu o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde recebeu os prêmios "Carvalho de Mendonça" (Direito Comercial), "João Arruda" (Filosofia do Direito), "Duarte de Azevedo" (Direito Civil) e "Livreiro Saraiva".

Durante muitos anos foi a encarregada do Gabinete Psicotécnico do Instituto Profissional Feminino de São Paulo.

Como mestre, lecionou português, francês, latim, matemática, psicologia, sociologia, lógica e história da filosofia.

Esther de Figueiredo Ferraz foi Livre Docente de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, professora de Direito Judiciário penal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo.

Presidente João Figueiredo recebe em audiência a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz.
Atuou como advogada no foro de São Paulo, onde brilhou profissionalmente. Militou não apenas no foro cível e criminal, como um dos seus mais destacados membros, mas também no assessoramento das autoridades governamentais que muito se valeram dos seus vastos conhecimentos jurídicos, seja na elaboração de códigos e leis da maior importância, como representante seu em congressos e conferências, ou ainda integrando comissões encarregadas de estudos jurídicos mais importantes.

Como membro do Instituto dos Advogados do Brasil, foi indicada para elaborar um projeto de reforma do Código Civil Brasileiro, no que dizia respeito à situação civil da mulher casada. Integrou a Comissão Oficial da Reorganização Penitenciária do Estado de São Paulo.

Em 1956 fez sua defesa mais famosa, do governador Ademar Pereira de Barros no "Caso dos Chevrolet da Força Pública".

Esther de Figueiredo Ferraz foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1949, tendo sempre feito parte da sua Comissão de Ética. Foi também a primeira ministra de Estado brasileira.

Foi membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, de 1963 a 1964, no governo de Ademar Pereira de Barros, e do Conselho Federal de Educação, entre 1969 e 1982.

Presidente João Figueiredo recebe em audiência a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz.

Em 1966 a 1967 foi diretora do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura, durante o governo do presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Durante o governo de Laudo Natel, em São Paulo, de 1971 a 1975, foi Secretária da Educação.

Foi a primeira reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membro da Academia Paulista de Letras. Primeira mulher a dar aulas na Universidade de São Paulo (USP).

Foi a primeira mulher a possuir um cargo de ministra no Brasil, ocupando a pasta da Educação no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, de 24/08/1982 a 15/03/1985.

No Ministério da Educação e Cultura, ela regulamentou a emenda que estabeleceu percentuais mínimos obrigatórios para a aplicação na educação dos recursos arrecadados em impostos. Promoveu uma reforma universitária que aperfeiçoou os planos de carreira para professores e defendeu a criação das Escolas Técnicas Federais.

Ao comemorar seus 90 anos, recebeu do Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro o título de Doutor Honoris Causa, do reitor Paulo Alonso, em solenidade marcada pela emoção, em seu apartamento de São Paulo, cercada por amigos e familiares. Lúcida e bem disposta, Esther, de improviso, fez um discurso que emocionou a todos.


Paulo Alonso falou da amizade que o unia à educadora, destacando sua "generosidade, simplicidade, o saber servir, profissionalismo, pioneirismo e, sobretudo, sua meiguice e docilidade". Falou, ao encerrar, que o fato de ter tido a oportunidade de conviver com Esther fez com que aprendesse muito ao longo de sua carreira:

"Foi a professora Esther quem me ensinou muito do que sei e foi ela, do alto da sua sabedoria, que me fez refletir sobre a educação com mais profundidade. A professora Esther será sempre uma pessoa extremamente querida e ficará para sempre guardada na minha memória e no meu coração. Como ministra da Educação, foi essencial para colocar a educação na agenda do Brasil."

Esther de Figueiredo Ferraz escreveu diversos livros, entre eles "Prostituição e Criminalidade Feminina" e "Mulheres Frequentemente".

Recebeu inúmeras honrarias, destacando-se a da Ordem do Mérito Nacional da Educação.

Esther de Figueiredo Ferraz faleceu no início da noite de terça-feira, 23/09/2008, aos 93 anos, no Hospital do Coração, em São Paulo, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O velório aconteceu na quarta-feira, 24/09/2008, a partir das 8h30, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e o enterro ocorreu às 16h00, no Cemitério do Araçá.

Esther de Figueiredo Ferraz não era casada.

Fonte: Wikipédia

Yoshihide Shinzato

Yoshihide Shinzato
(80 anos)
Mestre em Karate

☼ Okinawa, Japão (15/03/1927)
┼ Santos, SP (13/01/2008)

Yoshihide Shinzato foi um mestre de karatê nipo-brasileiro. Começou a praticar karatê aos 12 anos de idade, na escola (curso ginasial) com Anbun Tokuda (1886-1945), contemporâneo de Choshin Chibana e, como este, discípulo do Grão-Mestre Anko Itosu.

Nasceu em Okinawa, província situada no extremo sul do Japão, mais precisamente no arquipélago de Ryukyu, a capital política é a cidade de Naha. Estudou até o 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual de Okinawa e depois fui para o colégio militar em Tóquio. Em Pequim, China, atuou como rádio comunicador.

Após completar os estudos, Yoshihide Shinzato entrou para a academia do renomado Mestre Choshin Chibana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Yoshihide Shinzato serviu no exército japonês como rádio-telegrafista, em Tóquio, retornando ao fim da guerra a Okinawa, onde retomou os treinamentos com Choshin Chibana.

Devido às grandes dificuldades decorrentes do período pós-guerra, Yoshihide Shinzato resolveu aceitar o convite de um tio que havia emigrado para o Brasil e tomou um navio, desembarcando em Santos, SP, em 15/01/1954. Fixou residência no município de Praia Grande. Assim que chegou, imbuído do espírito de aventura, Yoshihide Shinzato passou a trabalhar na lavoura onde plantava principalmente agrião, tornando-se, em seguida, feirante em Santos. Neste período, ele começou a praticar o karatê nos fundos de sua casa, onde ensinava ao filho mais velho e aos filhos de alguns membros da colônia Okinawana local.

A Fundação da Associação Okinawa

Em 1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira academia em Santos, a Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, que viria mais tarde a se tornar uma forte associação. 5 anos depois, fundou uma organização nacional, a União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, com centenas de academias e clubes filiados.

Apesar de muito ligado ao espírito marcial do karatê, Yoshihide Shinzato dava muita importância ao aspecto esportivo da luta, incentivando a prática do karatê de competição, sem o qual, nos dias de hoje, uma arte marcial não sobrevive, principalmente com o advento do karatê olímpico, após o reconhecimento da modalidade pelo Comitê Olímpico Internacional.

Apesar de dar aulas nos fundos de sua casa na Praia Grande algum tempo após sua chegada ao Brasil, somente em 03/06/1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira escola, a Academia Santista de Karate-Do, na Rua Brás Cubas, em Santos.

Em 15/12/1962 a academia foi transferida para a Rua 15 de Novembro, 198. Três anos mais tarde, em 10/06/1965, passou a se chamar Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, sendo transferida mais uma vez para a Rua General Câmara e depois para Avenida Senador Feijó, 219, 2º andar, em 15/05/1976.

Hoje sua academia, também conhecida como Shin Shu Kan - nome derivado dos ideogramas que compõem o seu próprio nome, Shin de Shinzato e Shu ou Yoshi de Yoshihide, e Kan que significa academia - fica situada na Avenida Senador Feijó, sempre em Santos, para onde foi transferida em janeiro de 2000.

Seu dojo é frequentemente visitado por karatecas, de todas as faixas e graus, não só do Brasil como também do exterior. Nele são realizados os mais importantes cursos, dos quais participam praticantes, inclusive de outros estilos, sendo considerado a sede da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e reuniões e assembleias onde são tomadas as principais decisões da entidade.

Bastante espaçosa e bem equipada com makiwara (tábua de madeira para calejamento de mãos e pés), sunatawara (sacos de areia para treinamento de socos, cuteladas e chutes), e equipamento de musculação (apesar de utilizar ainda os antigos implementos inventados pelos professores de Okinawa, tais como os feixes de bambu e os jarros de cerâmica cheios com areia), a academia recebe mais de 200 alunos por dia.

Yoshihide Shinzato e um aluno
Pelos registros já passaram pela escola mais de 7000 alunos do sexo masculino e mais de 300 do sexo feminino. Na academia são ministradas aulas pela manhã e à tarde nas segundas, quartas, sextas-feiras e sábados, e à tarde nas terças e quintas-feiras.

Em quase todas as aulas o Mestre Shinzato participava com seus ensinamentos preciosos, onde faziam sucesso as técnicas de yakusoku-kumite - treinamento de defesa pessoal. O seu método de aula incorporava uma ginástica completa (com quase uma hora de duração), bases de ataque e defesa, katas, técnicas de defesa pessoal, luta de competição, prática com armas antigas e treinamento em aparelhos de fortalecimento físico e teoria de karate, onde estavam incluídos o embasamento biofísico e bioquímico e filosofia zen-budista. O principal objetivo era atingir o fortalecimento físico e mental do praticante através de uma equilibrada harmonia de interação e a construção de uma perfeita ética de conduta moral.

Dentre os alunos de Yoshihide Shinzato destacaram-se caratecas famosos, alguns campeões nacionais e internacionais do cenário brasileiro, sul-americano e pan-americano, outros eminentes políticos da Baixada Santista. Pelo seu grande trabalho de divulgação nacional e internacional do caratê em prol, não apenas da modalidade, mas também de formação do caráter da juventude que pratica este esporte maravilhoso, Yoshihide Shinzato recebeu muitos prêmios, sendo o mais famoso deles o título de Cidadão Santista, dado pela Câmara Municipal de Santos, em 1983.

Em Okinawa seu trabalho foi reconhecido também e de Katsuya Miyahira recebeu, em 1986, o título de 9º Dan Hanshi. Na Confederação Brasileira de Karate Shinzato é considerado 8º Dan.

Todo último domingo de cada mês são realizados treinamentos especiais para faixas-pretas (os quais são obrigatórios para aqueles que almejam os graus mais altos). Cursos de arbitragem são ministrados pela União com a anuência da Confederação Brasileira de Karatê e da Federação de Karate do Estado de São Paulo. Nos outros estados também é grande a participação das filiadas nos cursos organizados pelas Federações locais. Diversos torneios são realizados a nível estadual e municipal, mas uma vez por ano é realizado um campeonato do estilo Shorin Ryu do qual todas as academias e clubes filiados costumam participar. No fim de cada ano a União, sob a égide de Yoshihide Shinzato, realizava-se o Shorin-ryu Karate-Do Bonenkai, uma grande festa de confraternização onde são realizadas demonstrações e cursos de atualização de kata.

Mudanças na Shorin em Okinawa

De tempos em tempos, Yoshihide Shinzato viajava a Okinawa para reciclar o seu karate com Choshin Chibana, sempre trazendo as novidades da ilha para o Brasil, procurando evitar a degeneração do estilo devido à distância em relação aos centros onde o Shorin-ryu é praticado em Okinawa.

Após a morte de Choshin Chibana em 1969, Yoshihide Shinzato passou a manter relações mais estreitas com Katsuya Miyahira, o sucessor de Choshin Chibana no estilo Shorin da linha Kobayashi em Okinawa. Paralelamente, Yoshihide Shinzato associou-se com o Mestre Katsuyoshi Kanei, falecido em 1993, então presidente da International Okinawa Kobudo Association, procurando complementar o curriculum do Shorin-ryu com as técnicas de lutas com as armas tradicionais de Okinawa.

Katsuya Miyahira
Visitas do Mestre Miyahira ao Mestre Shinzato

Katsuya Miyahira visitou o Brasil em 1977, participando dos festejos do 15º aniversário de fundação da Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil e do 10º aniversário da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e em 1991, na comemoração do 20º aniversário da Associação, ocasião em que fez demonstrações e ministrou cursos de kata para os caratecas brasileiros.

Em 1992, Yoshihide Shinzato reuniu uma equipe com os melhores atletas do estilo e participou, em Okinawa, do Uchinanchu Festival, onde fez demonstrações e visitou mestres e academias famosos da ilha.

A Ligação de Mestre Shinzato ao Karatê

Quando indagado, Yoshihide Shinzato costumava responder que, para ele, o caratê se resume em: disciplina, responsabilidade, harmonia, humildade e dignidade.

Além disso, informava que, quando chegou ao Brasil, foi muito difícil se estabelecer, mas, segundo uma velha frase de seus antepassados que diz "Três anos sobre a pedra", atingiu seus objetivos graças ao esforço e à participação de seus alunos, bem como à compreensão do povo brasileiro que o recebeu com muito carinho e entusiasmo.

Com relação à técnica do karatê, Yoshihide Shinzato explicava que a prática do kata é a essência da arte. No entanto, a prática dos kihons também devia ser enfatizada para que o aprendizado fosse completo, tanto que tinha elaborado e sistematizado kihons ao longo de sua vida, tornando o estilo Shorin um dos mais bem fundados neste tópico.

O Livro Kihon

Em 2006, Mestre Shinzato publicou um livro onde mostra a sua grande visão sobre o karatê, apresentando o estilo Shorin e registrando para a posteridade os kihons e os katas do estilo que são os seguintes: Naihanchi Shodan, Fukyu-gata dai Ichi, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Fukyu-gata dai Ni, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Itosu no Passai, Kusanku Sho, Matsumura no Passai, Kusanku Dai, Chinto, Jion, Gojushiho, Unshu, Teesho, Koryu Passai (estes dois últimos incorporados recentemente pelo Mestre Katsuya Miyahira) e Ryuko (este incorporado recentemente pelo próprio Mestre Shinzato), dos quais destaca como mais importantes os Naihanchi, os Kusanku e os Passai.

Quando perguntado a Yoshihide Shinzato qual o professor de karatê mais importante para o Brasil, ele respondeu que foi o pioneiro o Mestre Harada (do estilo Shotokan), praticamente o primeiro a introduzir a luta no nosso país. Indagando, então, sobre os que ainda estão vivos e atuantes, disse Koji Takamatsu, pelo Wado-ryu, e Juichi Sagara, pelo Shotokan.

Mestre Shinzato e Sua Família

Yoshihide Shinzato tinha cinco filhas, três filhos que também praticavam o karatê assiduamente e 15 netos. O mais velho é o único nascido em Okinawa, Masahiro Shinzato, atualmente graduado como 9º Dan e que, até 1999, era o presidente da Federação de Paulista de Karate-do. O seu filho do meio, formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Nelson Mitsuhide Shinzato, é 4º Dan. O caçula, Eraldo Kazuo Shinzato, é engenheiro formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e é 1º Dan.

Shin Shu Kan no Exterior

Com o crescente aumento do número de praticantes do Shorin-ryu Karate-Do nos países vizinhos ao Brasil, tais como Uruguai, Argentina e Bolívia, sempre sob a tutela do Mestre Shinzato, os representantes desses países resolveram fundar, em 1991, a International Union Shorin-ryu Karate-Do Federation. Embora na Argentina o Shorin-ryu já estivesse representado pelo Mestre Shoei Miyazato (8º Dan), um discípulo direto de Katsuya Miyahira, esse okinawano deixou suas atividades relativas ao caratê por motivos de saúde, fazendo com que Katsuya Miyahira delegasse ao Mestre Shinzato a coordenação do estilo naquele país. Com a fundação da International Union, Yoshihide Shinzato passou a ter um controle mais organizado das atividades, agora não apenas na Argentina, mas também nos outros países da América do Sul onde se verificava a presença do Shorin-ryu. Existem representantes ainda nos Estados Unidos e na Austrália.

Yoshihide Shinzato esperava que este organismo internacional crescesse ainda mais nos próximos anos, principalmente depois que o karatê foi oficialmente reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Por outro lado, Yoshihide Shinzato já havia dado os primeiros passos no sentido de registrar o estilo na World Karate-do Federation (WKF), substituta da primeira World Union Of Karate-do Organizations (WUKO), hoje extinta, que é a entidade internacional representante do esporte perante o Comitê Olímpico Internacional.

Homenagens

  • 23/06/1972 - Cidadão Santista - Câmara Municipal de Santos
  • 1978 - Medalha Primavera - Sociedade Geográfica Brasileira, São Paulo
  • 1994 - Grã-Cruz - Ordem ao Mérito Municipalista - Sociedade dos Estados Municipalistas, São Paulo
  • 31/03/2001 - Defensor de Bens Culturais - Câmara Municipal de São Paulo
  • 16/06/2001 - Medalha de Honra ao Mérito - Brás Cubas - Câmara Municipal de Santos
  • 8° Dan, pela World Karate Federation (WKF)
  • 9° Dan - Kobu-do Shin Shu Kan
  • 9° Dan, pela Federação Paulista de Karate-do (FPK)
  • 9° Dan, pela Confederação Brasileira de Karatê-do (CBK)
  • 10° Dan - Okinawa Shorin-Ryu Karate-do
  • Comendador do Outono do Governo do Japão

Fonte: Wikipédia

Rosa Branca

CARMO DE SOUZA
(68 anos)
Jogador de Basquete

☼ Araraquara, SP (16/07/1940)
┼ São Paulo, SP (22/12/2008)

Carmo de Souza foi um jogador de basquete brasileiro, mais conhecido como Rosa Branca, era formado em Educação Física na cidade de São Carlos, na antiga Escola Superior de Educação Física de São Carlos, hoje curso vinculado a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ele era diretor da Federação Paulista de Basketball e estava aposentado pelo Serviço Social do Comércio (SESC), onde trabalhou entre 1975 e 2003, como técnico da programação esportiva.

Rosa Branca nasceu Carmo de Souza, em 16/07/1940, na cidade de Araraquara. Desde criança mostrou-se interessado e apaixonado por esportes em geral. Ainda na infância o pequeno Carmo destacou-se nas modalidades de salto em altura e distância, mas foi na adolescência que conheceu seu grande amor, o basquete.

O primeiro contato com a bola laranja aconteceu no Nosso Clube de Cestobol, em Araraquara.

Ainda na cidade natal Rosa Branca defendeu seu primeiro clube profissional, o Nosso Clube Araraquara. Ainda jogou no São Carlos, no Palmeiras e no Corinthians, onde conseguiu a façanha de sagrar-se campeão brasileiro por 8 anos consecutivos.


Rosa Branca defendeu a seleção brasileira por 12 anos. Foram 78 partidas e 539 pontos. Era tão versátil que atuou nas 5 posições, com mais destaque nos papéis de pivô e ala de força. Ele é uma dos cinco jogadores presentes nas duas conquistas de campeonato mundial, em 1959, no Chile, e 1963, no Brasil. Além disso ajudou o país a conseguir duas medalhas olímpicas de bronze, em 1960 em Roma, e 1964 em Tóquio, além do bronze no Pan de 1955 e a prata no Pan de 1963.

Sua carreira começou no Nosso Clube de Cestobol de Araraquara, mas só passou a alcançar exito jogando magnificamente pelo São Carlos Clube onde foi Campeão Paulista do Interior e Vice-campeão Paulista em 1956, onde jogou até 1958.

Em 29/10/1958, transferiu-se para o Palmeiras, onde continuou com grandes exibições e conquistas, posteriormente passou pelo Juventus, e encerrou a carreira jogando pelo Corinthians, em 1971.

Rosa Branca é respeitado em São Carlos até os dias de hoje, pelos feitos de sua carreira junto ao São Carlos Clube que o projetou, é considerado e reconhecido como Cidadão São-Carlense.

Rosa Branca ao lado do zagueiro Galhardo
Entrevista Com Rosa Branca

Por que o apelido Rosa Branca?
Essa história começou em 1954, na cidade de Araraquara. Cheguei ao treino do Nosso Clube com uma revista O Cruzeiro nas mãos. Esta revista tinha uma foto de um motorista do Getúlio Vargas que se chamava Rosa Branca. Os jogadores me acharam parecido com o motorista e começaram a me chamar de Rosa Branca. Na época, não gostei muito, mas hoje tenho orgulho do apelido.

Como foi a conquista do título no Mundial do Chile, em 1959?
Em 1959, levamos vantagem por causa da desistência da União Soviética, que não jogou contra a China. Mas a seleção estava muito bem e acho que ganharíamos o título mesmo assim. Ficamos três meses treinando isolados na Ilha das Enxadas. Lá, a equipe respirava basquete o dia inteiro. Só tínhamos folga nos fins-de-semana, quando íamos para o Rio de Janeiro, com o Kanela tomando conta dos jogadores. Kanela era um técnico excepcional, com uma grande paixão pelo basquete. Sem ele e sem esse grupo excelente de jogadores, a conquista do bicampeonato mundial seria impossível. 

Fale um pouco sobre a conquista do bicampeonato mundial.
No ano de 1963, tivemos uma campanha muito boa. Fomos campeões do Sul-Americano, em Lima, e levamos a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo. Durante o Mundial, no Rio de Janeiro, jogamos muito bem. Houve uma renovação no time. Kanela chamou alguns bons jogadores de equipes paulistas, como Ubiratan Maciel, Vitor Mirshawka e Luis Cláudio Menon. Da seleção brasileira campeã mundial de 1959, ficamos apenas eu, Amaury Pasos, Wlamir Marques, Waldemar Blatskaukas e Jathyr Schall. Chegamos invictos na final, onde enfrentamos a seleção dos Estados Unidos. Era a mesma equipe que nos derrotou na final dos Jogos Pan-Americanos naquele mesmo ano, mas, dessa vez, ganhamos por 85 a 81. Bati os lances-livres que fecharam a partida. O Maracanãzinho estava lotado com quase 20 mil pessoas. Foi uma grande festa. O jogo terminou às onze horas da noite e só consegui sair de quadra às três da manhã. É uma conquista que ficou marcada na história do basquete.

Quais são os jogadores brasileiros que se destacam na atualidade?
Se tivesse que montar a minha seleção hoje, ela teria os pivôs Nenê e Anderson Varejão, o ala Marcelinho e os armadores Leandrinho e Valtinho. Mas cada técnico tem a sua opinião e trabalha da sua maneira. Existem outros bons jogadores, como os alas Renato, do COC/Ribeirão Preto, e Guilherme, que está na Itália. Também temos outros pivôs excelentes, como André Bambu (Uniara), Alírio (Mogi), Luis Fernando e Michel (Minas) e Tiago Splitter, do time espanhol Bilbao Basket.

E as chances do Brasil no Pré-Olímpico?
Tenho muita confiança nesses meninos. Os adversários mais difíceis são Estados Unidos, Argentina e Porto Rico, que joga em casa, mas temos muita chance de conseguir uma das três vagas para as Olimpíadas de Antenas, em 2004. Se os jogadores estiverem conscientes da responsabilidade que é vestir a camisa da seleção brasileira e se entrarem em quadra com vontade de ganhar, podem derrotar qualquer equipe.

Você lembra de alguma história engraçada sobre a seleção brasileira?
Quando jogamos contra a Rússia, durante o Mundial de 1963, um juiz uruguaio, que não devia gostar de brasileiros, estava apitando muito mal, em favor dos russos. A partida estava muito disputada e tensa. Depois de uma falta técnica do Amaury, marcada injustamente, o Kanela se enfureceu e deu um tapa forte na cara do juiz. O jogo parou e o Kanela foi expulso. Foi complicado tirar ele de quadra, mas o jogo continuou e a expulsão acabou sendo um estímulo para que os jogadores da seleção brasileira conquistassem a vitória. Na época, Nelson Rodrigues até escreveu uma crônica sobre esse episódio chamada "O Tapa Cívico"

Morte

Carmo de Souza, o Rosa Branca, morreu na manhã de segunda-feira, 22/12/2008, aos 68 anos, no Hospital Metropolitano, em São Paulo. Ele estava internado, desde a última sexta-feira, por causa de uma pneumonia.

Rosa Branca, com mais um troféu conquistado pelo Corinthians, comemorando com o dirigente alvinegro Francisco Mendes, no desembarque da delegação.
Títulos
  • 1956 - Campeão Paulista do Interior - São Carlos Clube
  • 1956 - Vice-campeão Paulista - São Carlos Clube
  • 1959 - Campeão Mundial - Seleção Brasileira
  • 1960 - Medalha de Bronze Olímpica - Jogos Olímpicos de Roma
  • 1961 - Campeão Paulista - Palmeiras
  • 1963 - Bicampeão Mundial - Seleção Brasileira
  • 1963 - Campeão Paulista - Palmeiras
  • 1964 - Medalha de Bronze Olímpica - Jogos Olímpicos de Tóquio

Roberto Freire

JOAQUIM ROBERTO CORRÊA FREIRE
(81 anos)
Psiquiatra, Escritor, Diretor, Autor, Letrista e Pesquisador

☼ São Paulo, SP (18/01/1927)
┼ São Paulo, SP (23/05/2008)

Joaquim Roberto Corrêa Freire foi um médico psiquiatra e escritor brasileiro, conhecido por ser o criador de uma nova e heterodoxa técnica terapêutica denominada Soma (somaterapia), baseada no anarquismo e nas ideias de Wilhelm Reich. Foi também diretor de cinema e teatro, autor de telenovela, letrista e pesquisador científico.

Nasceu em São Paulo no dia 18/01/1927. Formou-se em Medicina, na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1952. Enquanto estudante, e após a sua formatura, trabalhou como pesquisador em eletrofisiologia e em biofísica celular no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil, sob a orientação do professor Carlos Chagas Filho.

Em 1953 foi trabalhar no Collège de France, em Paris, desenvolvendo trabalhos de endocrinologia experimental, sob orientação do professor Robert Courrier. Publicou vários trabalhos nas revistas das Academias de Ciências do Rio de Janeiro e de Paris.

Após alguns anos trabalhando como endocrinologista clínico, Roberto Freire realizou sua formação em psicanálise através da Sociedade Brasileira de Psicanálise, em São Paulo, com o professor Henrique Schlomann.


Em 1956, realizou trabalhos de acompanhamento clínico no Centro Psiquiátrico Franco da Rocha, em São Paulo.

A partir deste período Roberto Freire buscou novas fontes de pesquisa, realizando estágios no exterior. Em bioenergética, com os discípulos de Wilhem Reich, em Paris. Em gestalterapia, com os discípulos de Frederich Perls, em Bourdeaux. Suas divergências teóricas e ideológicas se ampliaram e Roberto Freire acaba se distanciando da psicanálise, ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais do campo artístico, literário e político brasileiro.

Roberto Freire, militante clandestino lutando contra a ditadura militar, não encontrava na psicanálise nem na psicologia tradicional as ferramentas necessárias que auxiliassem nos conflitos emocionais e psicológicos de seus companheiros de luta que o procuravam buscando algum tipo de ajuda. Foram principalmente as pesquisas de um cientista renegado pelo meio acadêmico - considerado por muitos como o dissidente mais radical da psicanálise - Wilhelm Reich, que influenciaram Roberto Freire na criação de uma nova técnica terapêutica corporal e em grupo.

A Soma nasceu de uma pesquisa sobre o desbloqueio da criatividade, realizada no Centro de Estudos Macunaíma, com as contribuições de Myriam Muniz e Sylvio Zilber. Através de exercícios teatrais, jogos lúdicos e de sensibilização, Roberto Freire foi criando uma série de vivências que possibilitavam uma rica descoberta sobre o comportamento, suas infinitas e singulares diferenças.

Roberto Freire e Roberto Carlos
Perceber como o corpo reage diante de situações comuns no cotidiano das relações humanas, como a agressividade, a comunicação, a sensualidade, e sua associação com os sentimentos e emoções, permite um resgate daquilo que nos diferencia enquanto individualidade, para criar um jeito novo, a originalidade contra a massificação. Assim, a Soma se construiu como um processo terapêutico com conteúdo ideológico explícito, o Anarquismo.

Simultaneamente a vida científica, desenvolveu atividades artísticas e culturais, desde seu retorno da Europa, especialmente no campo da poesia e do teatro. Desta época resultou um trabalho de poesia ainda inédito, "Pé no Chão, Roupa Suja, Olho no Céu". A maioria desses poemas foi musicada pelo compositor Caetano Zama, sendo que um deles, "Mulher Passarinho", teve gravação de Agostinho dos Santos, no período inicial da bossa nova.

No teatro, Roberto Freire foi diretor das peças "Escurial", de Michel Guelderhode e "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, além de autor e co-diretor de "O&A", co-direção com Sionei Siqueira.

A peça "Morte e Vida Severina" é sempre muito lembrada por diretores e atores, pois foi a revelação de um jovem músico, Chico Buarque. Além disso, esta peça, de 1965, enaltecia dois pilares essenciais no teatro: a sua alta qualidade artística associada ao trabalho de mobilização do grupo de atores, músicos e diretores. Esses elementos foram fundamentais na superação da estrutura material ainda precária, e impulsionaram o grupo de tal maneira que, no ano seguinte, a peça obtivesse o primeiro lugar no Festival de Teatro de Nancy, na França.


Roberto Freire trabalhou também em funções administrativas, como presidente da Associação Paulista da Classe Teatral, diretor do Serviço Nacional de Teatro, e diretor artístico no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA).

Na música, Roberto Freire foi letrista e jurado de diversos Festivais da Música Popular Brasileira. Nesta época trabalhava para a TV Globo na criação e redação, em parceria com Max Nunes, no programa "A Grande Família". Mesmo assim, Roberto Freire e o grupo de jurados, Nara Leão (presidente), Rogério Duprat, Décio Pignatari, Sérgio Cabral, César Camargo Mariano, Big Boy, entre outros, decidem que Roberto Freire seria o representante do júri nacional que leria o manifesto assinado por eles no palco do Maracanãzinho.

O pesquisador Zuza Homem de Mello, em seu livro "A Era dos Festivais, Uma Parábola" (2003, Editora 34, pag. 429), descreve claramente de que maneira os resultados dos Festivais passaram a ser ditados pelos interesses ligados à ditadura militar e enfoca o papel de Roberto Freire no último Festival Internacional da Canção (FIC) da TV Globo.

"Ao tentar ler no palco do VII Festival Internacional da Canção um manifesto contra a destituição do júri nacional, Roberto Freire foi violentamente arrastado por policiais, que o levaram a uma sala e o espancaram barbaramente (…) Terminava a Era dos Festivais."

Na televisão, Roberto Freire foi autor de teleteatro, exibido na TV Record e na TV Globo. No cinema fez a direção e roteiro do longa-metragem "Cleo e Daniel", com Myriam Muniz, John Herbert, Beatriz Segall, Irene Stefânia (no papel de Cleo), Chico Aragão (como Daniel). O roteiro é uma adaptação do romance homônimo, escrito por Roberto Freire em 1966, inspirado na tragédia "Daphnis e Chloe" do poeta romano Longus. O primeiro livro de Roberto Freire é reconhecido como um marco para as gerações de 1960 e 1970, que se identificava fortemente com os conflitos familiares e amorosos das personagens.


No jornalismo Roberto Freire foi repórter e redator de medicina e saúde pública no jornal OESP. Diretor-responsável e redator do jornal Brasil Urgente. Cronista do jornal A Última Hora, de São Paulo. Repórter da revista Realidade, da Editora Abril, na qual obteve o Prêmio Esso com a reportagem "Meninos do Recife". Diretor de reportagem da revista Bondinho. Editor da revista Grilo (histórias em quadrinhos).

Na área da educação, foi assessor do professor Paulo Freire no Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, associando as pesquisas pedagógicas a um movimento nacional de cultura popular. Este trabalho foi interrompido após 1964. Além desta experiência, Roberto Freire foi professor na disciplina Psicologia do Ator na Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo, então dirigida por Alfredo Mesquita, onde acumulava a função de médico clínico dos alunos.

Em 1958, a convite dos alunos e por insistência do amigo e mestre Alberto D’Aversa, também professor da Escola de Artes Dramáticas e recém chegado da Argentina, escreveu a peça "Quarto de Empregada", cujos dois únicos papéis eram representados, como exercício didático, pelas alunas Ruthnéia de Moraes e Assunta Peres. "Quarto de Empregada" é, até hoje, a peça mais encenada de Roberto Freire.

Em todas as atividades às quais se dedicou - psicanálise, teatro, televisão, jornalismo e a literatura - Roberto Freire deixou suas marcas. Porém, segundo o próprio Roberto Freire, a Somaterapia foi a sua principal contribuição enquanto teórico e libertário.

Roberto Freire morreu na noite de sexta-feira, 23/05/2008, aos 81 anos. O corpo foi cremado no sábado, 24/05/2008, no Crematório da Vila Alpina, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada pela família. 

Haroldo de Andrade

HAROLDO ANDRADE SILVA
(73 anos)
Locutor, Radialista, Apresentador de TV, Publicitário e Empresário

* Curitiba, PR (01/05/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2008)

Haroldo Andrade Silva, popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, localizado na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência que a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", com repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o "Concerto Nº 1 Para Piano e Orquestra", do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Haroldo de Andrade aos 17 anos, em Curitiba, com seu primeiro microfone.
Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Rádio Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões.

Foi quando lançou o programa "Musifone", em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do "Musifone", Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 06/11/1961, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das 06:00 hs às 08:00 hs da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio de Janeiro, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

Haroldo de Andrade no auditório do "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No final de 1965 Haroldo passou a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz.

Em 1966 passou a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofreu um acidente automobilístico que lhe deixou sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passou a se apresentar na TV Excelsior, onde ganhou um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passou a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo de Andrade à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

Jerry Adriani e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No rádio, o grande destaque do "Programa Haroldo de Andrade" passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o "Programa Haroldo de Andrade" recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a "Maior Personalidade No Ar".

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para "se casar" com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo de Andrade foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983.

No final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo de Andrade na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo de Andrade, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Paulo Sérgio e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
Haroldo de Andrade não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não-renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o "Programa Haroldo de Andrade" saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo de Andrade não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo "dial" de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 07/11/2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade.

Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

Morte

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais.

Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo de Andrade dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo de Andrade novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15:00 hs do dia 01/03/2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.

Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 06/03/2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 05/05/2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19/05/2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade.

No dia 12/09/2011 foi inaugurado no interior da Estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio