Carvalhinho

RODOLFO DA ROCHA CARVALHO
(79 anos)
Ator e Humorista


☼ Recife, PE (24/05/1927)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2007)

Rodolfo da Rocha Carvalho, mais conhecido como Carvalhinho, foi um ator e humorista brasileiro, nascido em Recife, PE, no dia 01/03/2007.

Carvalhinho iniciou a sua carreira no final da década de 40. Ao longo de seis décadas de carreira trabalhou tanto no cinema como na televisão. Ainda no Recife, foi garoto prodígio, tendo atuado no rádio em diversas produções que o revelaram e o levaram à televisão anos mais tarde.

O Carvalhinho surgiu como seu nome artístico definitivo apenas na década de 60, quando já era conhecido por muitas peças e várias comédias não cinema.

Carvalhinho dedicou a maior parte de sua vida e obra ao teatro, aonde se tornou conhecido por seus papéis cômicos.

Seus trabalhos mais importantes foram: "Dona Xepa" (1959), "Como Ganhar Na Loteria Sem Perder a Esportiva" (1971), "O Varão de Ipanema" (1976), "O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra As Panteras" (1978), "Bububu No Bobobó" (1980) e "Irma Vap - O Retorno" (2006), que foi seu último trabalho.

Ao longo de uma carreira de quase 60 anos ele participou de inúmeros filmes e fez várias peças de teatro, além de ter feito parte do elenco de programas humorísticos como "Balança Mas Não Cai" e "Zorra Total".

Carvalhinho também esteve presente nas novelas "Deus Nos Acuda" (1992), "Torre de Babel" (1998) e "Da Cor Do Pecado" (2004), além da minissérie "Agosto" (1993), todas produções da TV Globo.

Ao lado de Jorge Dória, protagonizou um dos maiores sucessos do teatro brasileiro, "A Gaiola das Loucas". Após anos em cartaz viajando por todo o Brasil, a dupla vendeu os direitos da peça e partiu para novos projetos em teatro, cinema e televisão. Também se arriscou como autor, escrevendo uma comédia "O Amante do Meu Marido", montada no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Morte

Carvalhinho faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 01/03/2007, aos 79 anos de idade, vítima de parada cardiorrespiratória. Segundo a família, o ator já sofria de problemas cardíacos. Carvalhinho sentiu-se mal enquanto jantava em sua casa. Foi levado para a Clínica Tijucor, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, mas a sua morte foi inevitável.

O corpo do ator foi velado na capela do Hospital Santa Teresinha, também na Tijuca. O enterro aconteceu no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Jorge Dória, Erika Haidar e Carvalhinho no espetáculo "A Gaiola das Loucas", 1995
Filmografia

Cinema

  • 1946 - Caídos do Céu
  • 1957 - Com Jeito Vai
  • 1959 - Entrei de Gaiato
  • 1959 - Mulheres à Vista
  • 1959 - Dona Xepa
  • 1965 - Bairro Feliz
  • 1970 - Pais Quadrados, Filhos Avançados
  • 1970 - Uma Garota em Maus Lençóis
  • 1972 - Salve-se Quem Puder: O Rally Da Juventude
  • 1973 - Amante Muito Louca
  • 1974 - Robin Hood, O Trapalhão da Floresta
  • 1976 - O Varão de Ipanema
  • 1977 - O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão
  • 1978 - Elke Maravilha Contra O Homem Atômico
  • 1978 - O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra as Panteras
  • 1979 - A Virgem Camuflada
  • 1979 - Vamos Cantar Disco Baby
  • 1979 - Quanto Mais Pelada... Melhor
  • 1980 - Ela, Ela, Quem?
  • 1980 - Bububu no Bobobó
  • 2006 - Irma Vap - O Retorno

Televisão

  • 1992 - Deus Nos Acuda
  • 1992 - Você Decide
  • 1993 - Agosto
  • 1998 - Torre de Babel
  • 2004 - Da Cor do Pecado

Humorísticos

  • Balança Mas Não Cai
  • Domingo de Graça
  • Zorra Total
  • Escolinha do Professor Raimundo

Fonte: Wikipédia

Maurício do Valle

MAURÍCIO DO VALLE
(66 anos)
Ator


* Rio de Janeiro, RJ (01/03/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/10/1994)

Estreou nos cinemas em 1950, depois de ver um anúncio no jornal solicitando extras para o filme "Tudo Azul" de Moacyr Fenelon.

Na televisão, ainda na década de 50, fez um teleteatro em uma adaptação de "A Dama das Camélias" ao lado de Fernanda Montenegro.

Um dos principais nomes do Cinema Novo, Maurício do Valle chegou a participar de mais de 80 produções ao longo de uma carreira de 44 anos, e ficou conhecido por sua dureza natural, o tom de voz e o rosto agreste como se esculpido em pedra.

O sucesso chegou com o diretor Glauber Rocha, com quem fez quatro filmes e que lhe deu o papel de Antonio das Mortes, um matador de cangaceiros, nos filmes "Deus e O Diabo na Terra do Sol" de 1964 e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" de 1969. Glauber o considerava seu ator preferido.

Ganhou vários prêmios como melhor ator de cinema e se destacou em filmes como "O Grande Sertão"; "A Hora e a Vez de Augusto Matraga"; "Terra em Transe"; "Bebel, Garota Propaganda"; "Pindorama"; "O Profeta da Fome"; "O Dia em que o Santo Pecou"; "Pecado na Sacristia"; "Bacalhau"; "O Caçador de Esmeraldas" e "Os Sete Gatinhos", entre outros.

Maurício do Valle participou de diversas telenovelas, entre elas, "Meu Pedacinho de Chão"; "Jerônimo, o Herói do Sertão"; "Cabocla"; "Pé de Vento"; "Rosa Baiana"; "Roque Santeiro" e a minissérie "O Tempo e o Vento".

Morreu vítima de Diabetes e Complicações Coronárias.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Érico Veríssimo

ÉRICO LOPES VERÍSSIMO
(69 anos)
Escritor


* Cruz Alta, RS (17/12/1905)

+ Porto Alegre, RS (28/11/1975)


Érico Veríssimo casou-se em 1931 com Mafalda Halfen Volpe, com quem teve dois filhos, Clarissa e Luis Fernando. Estudou em Porto Alegre e ao voltar para a sua cidade natal, trabalhou num banco, tornando-se mais tarde sócio de uma farmácia. Ali, entre remédios, dedicava suas horas vagas à leitura, principalmente de Ibsen, Shakespeare, Bernard Shaw, Oscar Wilde e Machado de Assis, que muito influenciaram sua formação literária.

Em 1928, estreou com o conto "Ladrão de Gado", na Revista do Globo. Dois anos depois transferia residência para Porto Alegre, ingressando como redator da revista que o acolhera como escritor.

Mais tarde, nos anos 30, passou a ocupar o cargo de Secretário do Departamento Editorial da Livraria do Globo. Em 1932 publicou "Fantoches", conjunto de contos, em sua maioria, sob forma dialogada.

"Clarissa", história das descobertas de uma adolescente vinda do interior para estudar em Porto Alegre, foi sua primeira novela, publicada em 1933. A volta de Clarissa à sua cidade natal é o tema de "Música ao Longe", obra publicada em 1934, que mereceu o Prêmio Machado de Assis. No ano seguinte, foi editado "Caminhos Cruzados", obra polêmica devido à acusação de que Érico Veríssimo teria imitado a técnica do Contraponto de Aldous Huxley, que traduzira anos antes.


Apesar das controvérsias e da crítica imediata da Igreja Católica, "Caminhos Cruzados" foi premiado pela Fundação Graça Aranha. É nesta obra que aparecem pela primeira vez a ironia e a sátira, resultando uma forte crítica social. Neste mesmo ano foi publicado "A Vida de Joana D`Arc", romance para os jovens.

Em 1936 escreveu "Um Lugar ao Sol", onde o autor coloca em cheque ideais antigos de personagens já conhecidos das obras anteriores. Um ano depois publicou "As Aventuras de Tibicuera", uma história romanceada do Brasil, dedicada ao público infanto-juvenil.

Com "Olhai os Lírios do Campo", editado em 1938, Érico Veríssimo tornou-se realmente popular. Trata-se da história de um jovem médico ambicioso que faz um casamento por interesse, abandonando a mulher com quem vivia e que realmente o amava: Olívia.

Outro livro infanto-juvenil foi publicado em 1939. "Viagem à Aurora do Mundo", obra que aborda a pré-história através de uma viagem fantástica de um cientista amalucado e alguns jovens.

Publicou, no ano seguinte, "Saga", que narra a luta de Vasco, personagem de "Música ao Longe", para libertar-se da condição de ser humano frágil e insatisfeito através da Guerra Civil Espanhola.

A convite do Department Of State, visitou os Estados Unidos, registrando suas impressões de viagem em "Gato Preto em Campo de Neve", publicado em 1941. Solicitado a permanecer nos Estados Unidos, Érico Veríssimo passou a lecionar literatura brasileira na Universidade da Califórnia e fez palestras em vários institutos culturais da América. Em 1946, regressando ao Brasil, publicou novo livro de viagens: "A Volta do Gato Preto".


O autor gaúcho ainda exerceu o cargo de Diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana em Washington, onde difundiu a literatura e a cultura brasileiras.

Seu trabalho mais notável é "O Tempo e o Vento", romance dividido em três partes que começou a escrever em 1949 e terminou em 1962. A primeira parte da trilogia, "O Continente", narra a saga da família Terra-Cambará, que se identifica com a própria história do Rio Grande do Sul. Os personagens deste livro impõe-se ao leitor por sua força épica e telúrica. A segunda, "O Retrato", centralizada na figura do Drº Rodrigo Cambará, retrata um período importante na história do Brasil, o início do século XX. A última parte, "O Arquipélago", trata dos conflitos individuais de cada personagem, tendo como pano de fundo os dias tumultuados do Brasil contemporâneo.

Destacam-se ainda "Noite" (1954), romance de abordagem psicanalítica; "México" (1957) e "Israel em Abril" (1969), relatos de viagem; "O Senhor Embaixador" (1965), "O Prisioneiro" (1967) e "Incidente em Antares" (1971), obras de denúncia social e política, e "Solo de Clarineta" (1973), seu livro de memórias. Érico Veríssimo morreu quando escrevia o segundo volume desta obra.

Seus livros foram traduzidos e publicados em quase todo o mundo: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Áustria, Japão, México, União Soviética, Holanda, Noruega, Argentina, e vários outros países.

Deve-se destacar, ainda, o humanismo e o modelo realista que marcaram os 40 anos de produção literária de Érico Veríssimo. Ele foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX.

Érico Veríssimo faleceu subitamente vítima de um infarto no dia 28/11/1975, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria "A Hora do Sétimo Anjo".

Carlos Drummond de Andrade faz homenagem ao amigo fazendo publicar o seguinte poema:

A Falta de Érico Veríssimo

Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.

Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta.

Fonte: Net Saber e Releituras

Clementina de Jesus

CLEMENTINA DE JESUS DA SILVA
(86 anos)
Cantora

* Valença, RJ (07/02/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (19/07/1987)

No depoimento que prestou ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 1967, Clementina disse que havia nascido no dia 7 de fevereiro de 1902. Mas Clementina não era boa com as datas e sua certidão de nascimento nunca foi encontrada. Em outras ocasiões, ela afirmou que nascera em 1900. Na certidão de casamento com Albino Correa da Silva, ou Albino Pé Grande, a data de nascimento é 07/02/1907.

Lena Frias encontrou a Certidão de Batismo de Clementina, em Valença, datada de 25/08/1901 e registrando a data de nascimento como o dia 07/01/1901.

Em documentos diferentes, ela aparece como Clementina Laura de Jesus ou Clementina de Jesus dos Santos. Com o casamento, adotando o nome do marido, tornou-se Clementina de Jesus da Silva.

Clementina era filha de escravos libertos pela Lei do Ventre Livre. Pequena mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou em colégio de freiras. Foi figura significativa da MPB. Mesmo tendo iniciado tardiamente sua vida artística e com uma curta carreira, é sem dúvida uma das mais importantes artistas brasileiras.

A vida de Clementina de Jesus tinha tudo para ser igual à de milhões de pobres brasileiros se não fossem a sua insistência em cantar, a sua voz e o destino. Ainda menina, costumava acompanhar a mãe, uma lavadeira que gostava de cantar corimas, jongos, lundus, incelenças e modas, enquanto trabalhava. Foi provavelmente nesta época que aprendeu os cantos de escravos que, anos mais tarde, fariam a sua fama.


Com apenas dez anos, foi morar com a família em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Um vizinho, que sempre escutava a menina Clementina de Jesus cantando dentro de casa, ofereceu para a garota o papel de solista em procissões e festas religiosas. Após a morte do pai, a situação financeira da família ficou muito complicada e Clementina de Jesus não teve outra alternativa a não ser trabalhar como empregada doméstica, lavadeira e passadeira. Durante mais de 20 anos, esta foi a atividade que a sustentou.

Pouco tempo antes de morrer, em um depoimento, Clementina de Jesus disse que todos os integrantes da casa onde trabalhou como empregada doméstica gostavam de ouvi-la cantar, com exceção da proprietária, que dizia que a sua voz era irritante, por parecer um miado de gato. No final dos anos 20, passou a freqüentar blocos de Carnaval que, depois, seriam transformados em escolas-de-samba. Depois de dois casamentos, um deles com Albino Correia da Silva, o Pé Grande, um torcedor fanático da escola de samba da Magueira, o destino bateu à porta de Clementina de Jesus e a empregada doméstica deu lugar a uma cantora que marcou época na música popular brasileira.

Seu canto rouco e quase falado, fora dos padrões estéticos, conquistou a crítica, compositores, artistas e, principalmente, o povo. Um dos retratos do sincretismo brasileiro, Clementina de Jesus estabeleceu uma ponte entre o folclore dos terreiros de candomblé com a linguagem contemporânea. Finalmente, em 1964, quando já contava com 62 anos, a cantora teve a sua grande oportunidade profissional.


O compositor e produtor Hermínio Belo de Carvalho, que já tinha visto Clementina de Jesus se apresentar em bares do Rio de Janeiro, convidou-a para fazer alguns shows. No dia 7 de dezembro do mesmo ano, depois de ouvir um recital clássico (Mozart e Villa-Lobos), o público que lotava o Teatro Jovem, em Botafogo, ficou assustado ao ver entrar no palco uma cantora de voz anasalada, acompanhada por Paulinho da Viola, César Faria e Elton Medeiros.

O sucesso foi imediato, a ponto de Hermínio Belo de Carvalho criar o musical "Rosas de Ouro", que percorreu as principais capitais brasileiras. Chamada de "Tina" ou "Quelé" pelos amigos, Clementina de Jesus gravou mais de 120 músicas e participou de discos de outros artistas, como Milton Nascimento, por exemplo.

O compositor Paulinho da Viola, que teve duas músicas de sua autoria, "Essa Nega Pede Mais" e "Na Linha do Mar" incluídas no disco "Marinheiro Só", um dos maiores sucessos de Clementina de Jesus, contou em diversas entrevistas que a cantora era fascinante. "Tudo o que se fala de Clementina de Jesus não tem a dimensão da presença dela. Ouvi-la cantando, sentada, com o seu vestido de renda, era algo absolutamente fascinante, difícil de transmitir, de traduzir em palavras."

Faleceu em função de um derrame na Vila Santo André - Inhaúma - RJ.

Fonte: Estadão e Wikipedia

Jovelina Pérola Negra

JOVELINA FARIA DELFORD
(54 anos)
Cantora


* Rio de Janeiro, RJ (21/07/1944)

+ Rio de Janeiro, RJ (02/11/1998)

Indiscutivelmente, uma das grandes damas do samba e do pagode. Voz rouca, forte, amarfanhada, de tom popular e força batente. Herdeira do estilo de Clementina de Jesus, foi, como ela, empregada doméstica antes de virar sucesso no mundo artístico. Nascida em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, Jovelina Pérola Negra logo fincou pé na Baixada Fluminense, em Belford Roxo. Ela apareceu para o grande público ao participar do histórico disco Raça Brasileira, em 1985. Pastora do Império Serrano, ajudou a consolidar o que é chamado hoje de pagode.

Gravou cinco discos individuais ganhando, inclusive, um Disco de Platina. Infelizmente encontramos nas lojas apenas coletâneas com seus grandes sucessos como Feirinha da Pavuna, Bagaço da Laranja (gravada com Zeca Pagodinho), Luz do Repente, No Mesmo Manto e Garota Zona Sul, entre outros. O sucesso chegou tardiamente e ela não realizou o sonho de "ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve".

Seu estilo todo próprio conquistou muitos fãs no meio artístico, levando até mesmo Maria Bethânia a um show no Terreirão do Samba, na Praça Onze, de onde a diva da MPB só saiu depois de ouvir "Dona Jove versar". Alcione já homenageou a 'Pérola Negra' em um de seus melhores discos, Profissão Cantora.

Enquanto o samba e o verdadeiro partido alto existirem Jovelina sempre será lembrada por sua voz potente e sua ginga própria da raça negra - assim como Clementina de Jesus.

Morreu de Enfarte, aos 54 anos, na madrugada do dia 02/11/998, no bairro do Pechincha, em Jacarepaguá.

Fonte: Last.fm

Teixeirinha

VÍTOR MATEUS TEIXEIRA
(58 anos)
Cantor, Compositor e Ator


☼ Rolante, RS (03/03/1927)
┼ Porto Alegre, RS (04/12/1985)

Vítor Mateus Teixeira, mais conhecido pelo seu nome artístico Teixeirinha ou o Rei do Disco, pelos recordes de vendas, foi um cantor, compositor e ator brasileiro, nascido em Rolante, distrito de Mascaradas, RS, no dia 03/03/1927.

Teixeirinha era filho de Saturnino Teixeira e Ledurina Mateus Teixeira, e teve um irmão e duas irmãs. Com 6 anos perdeu o pai e, com 9 anos, perdeu a mãe, ficando órfão. Foi morar com parentes, mas estes não tinham condições de sustentá-lo. Saiu de sua terra ainda menino, seguindo sua caminhada pelo mundo fazendo de tudo um pouco.

Aprendeu a ler nos poucos meses que frequentou a escola, e fez sua morada as muitas cidades por onde passou: Taquara, Santa Cruz do Sul, Soledade, Passo Fundo e Porto Alegre. Para sobreviver trabalhou em granjas no interior. Seu primeiro emprego foi em Porto Alegre, na pensão de Dona Aidê, carregando malas, vendendo doces como ambulante, entregador de viandas, vendedor de jornais, enfim fazia qualquer atividade para poder sobreviver.

Com Dezesseis anos se auto-registrou como Cidadão Brasileiro. Aos dezoito anos se alistou no Exército, mas não chegou a servir. Nesta ocasião foi trabalhar no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), como operador de máquinas, durante seis anos. Dali saiu para tentar a carreira artística, cantando nas rádios do interior nas cidades de Lajeado, Estrela, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul. Nesta última conheceu sua esposa Zoraida Lima Teixeira.

Casaram-se em 1957 e foram morar em Soledade, em seguida mudaram-se para Passo Fundo, onde compraram um "Tiro ao Alvo" que era cuidado por ele e sua esposa. Durante a noite Teixeirinha se apresentava na Rádio Municipal de Passo Fundo.

Com o coração voltado para a música, nas horas vagas já era solicitado para animar festas, iniciando assim sua carreira com shows. Sem estudar canto nem música, possuía muita capacidade de improvisação e repentismo. A beleza simples de suas letras e a melodia comunicativa de suas músicas eram frutos de inspiração espontânea, gerados por sua vivência, seu amor à vida e aos seus semelhantes.

Em 1959 foi convidado para gravar em São Paulo. Viajou na segunda classe de um trem. Gravou seu primeiro 78RPM onde de um lado tinha a música "Xote Soledade" e do outro "Briga no Batizado".

Segundo depoimento de um dos membros da Gravadora Chantecler, Drº Biaggio Baccarin, o sucesso assim aconteceu:

Como se constata, "Coração de Luto" ocupou o lado B do quarto disco gravado por Teixeirinha, o qual foi lançado sem qualquer preocupação de sucesso que, no entanto, aconteceu espontaneamente após seis meses de seu lançamento.

As primeiras reações vieram de Sorocaba, SP, e em pouco tempo já era sucesso nas demais cidades da região. Foi nessa ocasião que a gravadora Chantecler resolveu trazer o cantor para São Paulo a fim de trabalhar o disco, cujo trabalho teve início com um show na cidade de Sorocaba, SP e, posteriormente, nas demais cidades do Estado de São Paulo, até o triângulo mineiro.

O sucesso aconteceu em todo o Brasil, com venda superior a um milhão de cópias no ano de 1961. Um acontecimento inédito na história da música popular brasileira. Para se ter uma idéia deste fato, o disco "Coração de Luto" chegou a ser vendido no câmbio negro em Belém, PA, onde haviam filas para comprá-lo.

A gravadora não tinha condições de atender aos pedidos e era obrigada a distribuir cotas para cada loja. O fato de Belém foi registrado pelo saudoso Edgard Pina, então agente da Chantecler naquela capital.

Teixeirinha voltou a Passo Fundo, vendeu o "Tiro ao Alvo" e se mudou para Porto Alegre. Foi chamado novamente pela Chantecler, desta vez para morar em São Paulo e continuar a divulgação do sucesso "Coração de Luto", no entanto, recusou domiciliar-se em São Paulo, voltando para Porto Alegre.


Com o que ganhou na excursão em São Paulo, comprou uma casa, no bairro da Glória em Porto Alegre, onde viveu toda sua vida e uma Kombi para viajar por todo o Brasil. Então, definitivamente Teixeirinha assumiu a carreira artística, passando a trabalhar em circos, parques, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos. Como o próprio cantor relatou em uma de suas últimas entrevistas à imprensa:

"... onde o povo me pediu para estar, eu fui!"
(RBS/TV - julho/1985)

Teixeirinha começou a viajar por todo o Brasil como o "Gaúcho Coração do Rio Grande".

Em 1963, ganhou o troféu Chico Viola outorgado pela TV Record de São Paulo, no programa "Astros do Disco", um programa de gala da televisão brasileira que tinha por objetivo premiar os melhores do disco de cada ano, e Teixeirinha ganhou por ter sido o cantor campeão de vendagem por dois anos consecutivos, em 1962 e 1963.

Internacionalmente ganhou o troféu Elefante de Ouro como maior vendagem de discos em Portugal.

A música "Coração de Luto", até hoje, vendeu mais de 25 milhões de cópias.

Em 1964, Teixeirinha escreveu a história do filme "Coração de Luto", que foi produzido pela Leopoldis Som, em 1966, se transformando em outro recorde de bilheteria.

Em 1969, encenou no filme "Motorista Sem Limites" juntamente com Walter D’Avila, produzido por Itacir Rossi.

Em 1970 criou sua própria produtora Teixeirinha Produções Artísticas Ltda., pela qual escreveu, produziu e distribuiu dez filmes: "Ela Tornou-se Freira" (1972), "Teixeirinha 7 Provas" (1973), "Pobre João" (1974), "A Quadrilha do Perna Dura" (1975), "Carmem a Cigana" (1976), "O Gaúcho de Passo Fundo" (1978), "Meu Pobre Coração de Luto" (1978), "Na Trilha da Justiça" (1978), "Tropeiro Velho" (1980) e "A Filha de Iemanjá" (1981).


Teixeirinha e Mazzaropi foram os maiores fenômenos populares do cinema sul-americano regional. No caso do cantor gaúcho, seus filmes chegaram a superar 1,5 milhões de espectadores, obtidos apenas nos três Estados do sul do país. A fórmula era semelhante: baseavam-se em músicas de autoria de Teixeirinha, que interpretava a si mesmo. Eram coproduzidos por distribuidores e exibidores locais, que lhes asseguravam a permanência em cartaz. Sua última produção, "A Filha de Iemanjá", foi distribuída pela Embrafilme, com fracos resultados.

Durante 20 anos, apresentou programas de rádio diariamente com duas edições: "Teixeirinha Amanhece Cantando" (Manhã), "Teixeirinha Comanda o Espetáculo" (Noite) e "Teixeirinha Canta Para o Brasil "(Domingos pela manhã) em diversas rádios da capital, com transmissão para o interior e outros Estados brasileiros.

Teixeirinha recebeu 9 discos de ouro, foi cidadão emérito de vários municípios como Passo Fundo, Santo Antônio da Patrulha e Rolante.

Em 1973 foi contratado para fazer 15 apresentações nos Estados Unidos.

Em 1975 foi para o Canadá, onde realizou 18 espetáculos.

Teixeirinha fez shows na maioria dos países da América do Sul.

Durante 22 anos Mary Terezinha lhe acompanhou com acordeon em shows, rádio e cinema.

Teixeirinha teve um recorde de venda de discos sendo que até 1983, lançou 70 LPs, compôs por volta de 1200 canções e vendeu mais de 80 milhões de cópias.

Teixeirinha teve sete filhas e dois filhos: Sirley, Liria Luisa, Victor Filho, Margareth, Elizabeth, Fátima, Márcia Bernadeth, Alexandre e Liane Ledurina.

Morte

Teixeirinha faleceu vítima de câncer, aos 58 anos, em Porto Alegre, RS, no dia 04/12/1985, e está sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, Quadra 04, Túmulo 04.

Sua viúva, Zoraida Lima Teixeira, com quem Teixeirinha se casara em 1956, faleceu em 2014.

Discografia

  • 1961 - O Gaúcho Coração do Rio Grande
  • 1961 - Assim é Nos Pampas
  • 1961 - Um Gaúcho Canta Para o Brasil
  • 1962 - O Gaúcho Coração do Rio Grande, Volume 4
  • 1963 - Saudades de Passo Fundo
  • 1963 - Êta Gaúcho Bom
  • 1963 - Teixeirinha Interpreta Músicas de Amigos
  • 1964 - Teixeirinha Show
  • 1964 - Gaúcho Autêntico
  • 1964 - Canarinho Cantador
  • 1965 - O Rei do Disco
  • 1965 - Bate-bate Coração
  • 1965 - Disco de Ouro
  • 1966 - Teixeirinha no Cinema
  • 1967 - Coração de Luto (Trilha Sonora do Filme)
  • 1967 - Mocinho Aventureiro
  • 1967 - Dorme Angelita
  • 1968 - Doce Coração de Mãe
  • 1968 - Última Tropeada
  • 1969 - O Rei
  • 1969 - Volume de Prata
  • 1970 - Carícias de Amor
  • 1970 - Doce Amor
  • 1971 - Num Fora de Série
  • 1971 - Entre a Cruz e o Amor
  • 1971 - Chimarrão da Hospitalidade
  • 1972 - Ela Tornou-se Freira (Trilha Sonora do Filme)
  • 1972 - Minha Homenagem
  • 1973 - O Internacional
  • 1973 - Sempre Teixeirinha
  • 1974 - Última Gineteada / Menina Que Passa
  • 1975 - Pobre João (Trilha Sonora do Filme)
  • 1975 - Aliança de Ouro
  • 1975 - Lindo Rancho
  • 1977 - Novo Som de Teixeirinha
  • 1977 - Norte a Sul
  • 1977 - Canta Meu Povo / Fronteira Gaúcha
  • 1978 - Amor de Verdade / Inseparável Violão
  • 1978 - Menina da Gaita / O Centro-Oeste Brasileiro
  • 1979 - 20 Anos de Glória
  • 1979 - Menina da Gaita
  • 1980 - Menina Margareth / Vida e Morte
  • 1981 - Rio Grande de Outrora / Crime de Amor
  • 1981 - Iemanjá (Trilha Sonora do Filme)
  • 1982 - Que Droga de Vida / Infância Frustrada
  • 1982 - Os Reis do Desafio - Dez Desafios Inéditos (Teixeirinha e Mary Terezinha)
  • 1983 - Chegando de Longe / Apenas Uma Flor
  • 1984 - Guerra dos Desafios - Teixeirinha e Nalva Aguiar
  • 1984 - Quem é Você Agora / Amor Desfeito
  • 1985 - Amor Aos Passarinhos
  • 1993 - Milonga da Fronteira (Póstumo)
  • 1994 - Teixeirinha Canta Com Amigos (Póstumo)


Participação Especial

  • 1981 - A Grande Noite da Viola (Ao Vivo)


Filmografia

  • 1967 - Coração de Luto
  • 1969 - Motorista Sem Limites
  • 1972 - Ela Tornou-se Freira
  • 1973 - Teixeirinha a 7 Provas
  • 1974 - O Pobre João
  • 1976 - Na Trilha da Justiça
  • 1976 - Carmen a Cigana
  • 1976 - A Quadrilha do Perna Dura
  • 1978 - Meu Pobre Coração de Luto
  • 1978 - Gaúcho de Passo Fundo
  • 1979 - Tropeiro Velho
  • 1981 - A Filha de Iemanjá

Fonte: Wikipédia

Felipe Levy

PHILIPE LEVY
(69 anos)
Ator

* São Paulo, SP (12/12/1938)
+ São Paulo, SP (09/07/2008)

Descendente de franceses, Felipe Levy foi criado no município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

Aos 19 anos de idade, Felipe Levy voltou a morar em São Paulo, iniciando-se na carreira artística.

Felipe Levy nunca se casou, mas teve um filho, Patrick, fruto de um relacionamento amoroso.

Na TV, Felipe Levy atuou em novelas e programas humorísticos, destacando-se as suas participações nos programas Os Trapalhões e Bronco, com Ronald Golias onde interpretava o personagem Salomão. No cinema, dentre dezenas de atuações, destacam-se suas participações em pornochanchadas e nos filmes de Amácio Mazzaropi. Se caracterizou por interpretar personagens judeus e estrangeiros. Atuou no cinema desde 1971.

Afastado do cinema e televisão desde o fim da década de 90, participou de algumas peças de teatro, e no final de sua carreira, demonstrava sinais de melancolia devido a idade, a problemas particulares e por ter sido esquecido após tantos anos de carreira.

Fumante crônico e com uma série de problemas circulatórios, faleceu no primeiro semestre de 2008 em sua residência de ataque cardíaco aos 69 anos. Sua morte não foi divulgada pela mídia, e ficou desconhecida de seus amigos artistas e do grande público por um longo período.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam e Wikipedia

Noite Ilustrada

MÁRIO SOUSA MARQUES FILHO
(75 anos)
Cantor, Compositor e Violonista

* Pirapetinga, MG (10/04/1928)
+ Atibaia, SP (28/07/2003)

Cantor sambista brasileiro nascido em Pirapetinga, interior do Estado de Minas Gerais, que ganhou o apelido do humorista Zé Trindade, quando ainda calouro em função de ser viciado numa revista de passatempo com palavras cruzadas que tinha esse nome.

Filho único de um professor de inglês, depois da II Grande Guerra, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na patota da Portela.

Na década seguinte partiu para São Paulo. Na capital paulista, iniciou sua carreira como crooner de boates e começou a gravar.

Sambista com 73 discos gravados, fez grande sucesso em todo o país, especialmente depois de meados do século. Seu primeiro grande sucesso foi o samba Volta por Cima, de Paulo Vanzolini, gravado em no disco Noite Ilustrada (1963).

Gravou grandes nomes do samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho e, em mais de 40 anos de carreira, consagrou-se como um dos grandes cantores do ramo. Entre seus sucessos destacaram-se Cara de Boboca, de Jaime Silva e Edmundo Andrade, Barracão, de Luís Antônio e Oldemar Magalhães, O Neguinho e a Senhorita, de Noel Rosa e Abelardo Silva, e Toalha de Mesa, de Dora Lopes, Carminha Mascarenhas e Chumbo.

Noite Ilustrada fez grande sucesso em todo o país no final dos anos 50 e início dos 60; sua gravação de Volta Por Cima, de Paulo Vanzolini, marcou época. Seu último disco foi Perfil de um sambista (2001), com produção de Fernando Faro e repertório formado por releituras das canções que mais gostava de cantar .

Figura lendária da noite paulistana, o famoso intérprete morreu na cidade de Atibaia, no Estado de São Paulo, aos 75 anos de idade, depois de 20 dias internado no Hospital de Atibaia, tentando resistir a um câncer no pulmão.

Fonte: NetSaber Biografias

Francisco Petrônio

FRANCISCO PETRONE
(83 anos)
Cantor

☼ São Paulo, SP (08/11/1923)
┼ São Paulo, SP (19/01/2007)

Francisco Petrônio, nome artístico de Francisco Petrone, foi um cantor brasileiro. Filho de imigrantes italianos, nasceu no bairro do Bexiga, em São Paulo, no dia 08/11/1923.

Cantava desde a infância, e costumava contar:

"Quando eu era criança, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas um passageiro e cantor chamado Nerino Silva gostou de minha voz e me levou para fazer um teste na TV Tupi. Cantei, e o Cassiano Gabus Mendes que na época era diretor artístico da emissora, gostou da minha voz e me contratou para a Rádio e a TV Tupi."

Em 1964 gravou a música "Baile da Saudade" que marcou sua carreira e bateu recordes de vendas.


Na televisão, em 1966, Francisco Petrônio criou o programa "Baile da Saudade", apresentado na TV Paulista, aproveitando a boa receptividade da música que levava o mesmo nome. Posteriormente, passou por várias emissoras brasileiras, como TV Bandeirantes, TV Gazeta, com o programa "Trasmontano em Família", TV Cultura, com "Festa Baile", TV Record, com "O Grande Baile" e Rede Vida, com o programa "Cantando Com Francisco Petrônio".

Conhecido também como o "Rei do Baile da Saudade", Francisco Petrônio passou a realizar shows e bailes da saudade por todo o Brasil. Certa ocasião ele declarou:

"Continuo fazendo o que melhor sei fazer, ou seja, cantar. Até quando não sei, Deus é quem dirá. A única certeza que tenho é que estou aqui de passagem e preciso entoar meu cântico aos que gostam de me ouvir cantar!"

Em 46 anos de carreira, gravou cerca de 750 músicas e teve lançados 55 discos e CD´s, entre gravações solo, participações especiais e regravações.

Foi casado com Rosa Petrone, tiveram três filhos, José, Armando e Francisco Jr., e seis netos, Alessandro, Leandro, Thiago, Juliana, Camila e Rafaela.

Francisco Petrônio morreu na madrugada de sexta-feira, 19/01/2007, em São Paulo, SP. Ele estava internado desde domingo, 14/01/2007, no Hospital Santa Paula. A causa da morte foi uma Infecção Abdominal. Francisco Petrônio está sepultado no Cemitério do Araçá.

Fonte: Wikipédia

Jamelão

JOSÉ BISPO CLEMENTINO DOS SANTOS
(95 anos)
Cantor e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (12/05/1913)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/06/2008)

Filho de um pintor de paredes, José Bispo Clementino dos Santos foi engraxate, vendedor de jornal e tocador de tamborim e cavaquinho nos subúrbios cariocas.

Aos 15 anos conheceu o sambista Lauro Santos, que o levou à escola de samba Estação Primeira de Mangueira, onde começou tocando tamborim, na bateria. Com o tempo, entrou nas rodas de samba que aconteciam após o desfile, na Praça Onze.

Ganhou o apelido de Jamelão quando se apresentava em gafieiras da capital fluminense. Já a alcunha de Gogó de Ouro veio por causa de sua bela voz, de enorme versatilidade.

Em 1945 participou do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, interpretando "Ai, Que Saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago). A partir daí conseguiu trabalhos em boates e no rádio. Também assinou um contrato com a gravadora Continental.


Em 1949, começou a sua carreira como intérprete da Mangueira. Três anos depois viajou para a França como crooner da Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, para cantar em uma festa promovida por Assis Chateaubriand e pelo estilista francês Jacques Fath. Ainda como crooner, Jamelão protagonizou um "duelo" ocorrido no auditório da antiga Rádio Tupi entre a Orquestra Tabajara e a big band norte-americana de Tommy Dorsey.

Na gravadora Continental, em 1954, obteve destaque com as músicas "Leviana" (Zé Keti e Armando Reis), "Folha Morta" (Ary Barroso) e "Deixa de Moda" (Padeirinho). Dois anos depois, fez sucesso com "Exaltação à Mangueira" (Enéias Brito e Aluísio Augusto da Costa), feita para o desfile daquele ano. Em 1959, gravou "Ela Disse-me Assim" (Lupicínio Rodrigues).

Jamelão entrou para a ala de compositores da Mangueira em 1968. Quatro anos depois, gravou o disco "Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues", acompanhado pela Orquestra Tabajara. A seguir, lançou o LP "Jamelão", que incluía "Coquetel de Sofrimento" e "Castigo e Molambo".

Em 1987, outro disco dedicado a Lupicínio Rodrigues, "Recantando Mágoas - A Dor e Eu" fez os críticos o colocarem como um cantor de músicas de dor de cotovelo, enquanto Jamelão preferia considerar-se um cantor romântico.

No carnaval de 1990, Jamelão anunciou o fim da sua carreira de intérprete de escola de samba, mas no ano seguinte, ele voltou a ativa. De personalidade forte e com muitas manias, tinha o costume de andar com uma caixa cheia de elásticos no bolso e alguns deles nas mãos. Dizia que iria utilizá-los no dia em que ganhasse bastante dinheiro.


Em 1994, Jamelão gravou com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, o samba "Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu" (Davi Corrêa, Carlinhos Sena, Bira do Ponto e Paulinho Carvalho).

Em 1997, a gravadora Continental lançou a coletânea "Jamelão - A Voz do Samba", em 3 CDs. Ainda em 1997 Jamelão também participou da gravação do CD "Chico Buarque da Mangueira".

No carnaval de 1998, conquistou seu sexto Estandarte de Ouro como intérprete de samba-enredo no carnaval carioca, do qual também foi eleito intérprete do século, no ano seguinte.

Em 2001 foi eleito presidente de honra da Mangueira. No mesmo ano recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, pelas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Jamelão tinha hipertensão e diabetes. Em 2006, sofreu dois derrames e passou a ter dificuldades para se alimentar. No fim de 2007, foi internado com um quadro de desnutrição e desidratação. Outros problemas decorrentes da idade avançada resultaram em novas internações e na morte, por falência múltipla dos órgãos, aos 95 anos.

Discografia


  • 2003 - Cada Vez Melhor (Obi Music, CD)
  • 2001 - Escolas de Samba no Dia da Cultura (CD)
  • 2000 - Por Força do Hábito (Som Livre, CD)
  • 1997 - A Voz do Samba (CD)
  • 1994 - Minhas Andanças (RGE, LP)
  • 1987 - Recantando Mágoas - Lupi, a Dor e Eu (Continental, LP)
  • 1984 - Mangueira, a Super Campeã (Continental, LP)
  • 1980 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1977 - Folha Morta (Continental, LP)
  • 1975 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1975 - Samba-Enredo - Sucessos Antológicos (Continental, LP)
  • 1974 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1974 - Os Melhores Sambas Enredos 75 (Continental, LP)
  • 1973 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1972 - Jamelão Interpreta Lupicínio Rodrigues (Continental, LP)
  • 1970 - Jamelão (Continental, LP)
  • 1969 - Cuidado Moço (RCA Victorl, LP)
  • 1964 - Torre de Babel / Feioso e Pobre (Continental, 78)
  • 1963 - Horinha Certa / Eu Agora Sou Feliz (Continental, 78)
  • 1963 - Reza / Não Adianta (Continental, 78)
  • 1963 - Fim de Jornada / Foi Assim (Continental, 78)
  • 1963 - Velinha Acesa / Eu Não Quero Vacilar (Continental, 78)
  • 1963 - Estamos em Paz / Voa Meu Passarinho (Continental, 78)
  • 1963 - Sambas Para Todo Gosto (Continental, LP)
  • 1962 - A Marron do Leblon / Você é Gelo (Continental, 78)
  • 1962 - Jamelão Canta Para Enamorados (Continental, LP)
  • 1961 - Amor de Mãe / Valsinha da Mamãe (Continental, 78)
  • 1961 - Meu Barracão de Zinco / Vou Fugir de Mim (Continental, 78)
  • 1961 - Mais do Que Amor / Qual o Quê! (Continental, 78)
  • 1961 - Foi Brinquedo / Só Meu Coração (Continental, 78)
  • 1961 - Dia de Pierrô / Linguagem do Morro (Continental, 78)
  • 1961 - Jamelão e os Sambas Mais (Continental, LP)
  • 1960 - Não Importa / O Grande Presidente (Continental, 78)
  • 1960 - Exemplo / Jajá na Gamboa (Continental, 78)
  • 1960 - Solidão / Decisão (Continental, 78)
  • 1960 - Deixei de Sofrer / Eu Não Sou Deus (Continental, 78)
  • 1960 - Desfile de Campeãs - Jamelão e Escolas de Samba (Continental, LP)
  • 1959 - Ela Disse-me Assim / Esquina da Saudade (Continental, 78)
  • 1959 - Três Amores / Há Sempre Uma Que Fica (Continental, 78)
  • 1959 - O Samba é Bom Assim / Esta Melodia (Continental, 78)
  • 1959 - Fechei a Porta / Perdi Você (Continental, 78)
  • 1959 - O Samba é Bom Assim - A Boite e o Morro na Voz de Jamelão (Continental, LP)
  • 1958 - Grande Deus / Frases de um Coração (Continental, 78)
  • 1958 - Nem te Lembras / Ela Está Presente (Continental, 78)
  • 1958 - Saudade Que Mata / Serenata de Pierrô (Continental, 78)
  • 1958 - Guarde Seu Conselho (Continental, 78)
  • 1958 - O Samba em Noite de Gala (Continental, LP)
  • 1958 - Escolas de Samba (Continental, LP)
  • 1957 - Moleza / Eu Hein, Dolores (Continental, 78)
  • 1957 - Timbó / Pense em Mim (Continental, 78)
  • 1957 - Quem Mandou / Como Ela é Boa (Continental, 78)
  • 1957 - Não Quero Mais / Não Tenho Ninguém (Continental, 78)
  • 1956 - Cansado de Sofrer / Mirando-te (Continental, 78)
  • 1956 - Folha Morta / Dengosa (Continental, 78)
  • 1956 - Definição (Continental, 78)
  • 1956 - Vida de Circo / Confiança (Continental, 78)
  • 1955 - Bica Nova / Se Parar Esfria (Continental, 78)
  • 1955 - Ogum General de Umbanda / Encosta o Carro Gírias Cariocas - (Continental, 78)
  • 1955 - Corinthians, Campeão do Centenário / Oração de um Rubro Negro (Continental, 78)
  • 1955 - Exaltação à Mangueira / Lá Vou Eu (Continental, 78)
  • 1955 - Eu Não Mandei / Castigo do Céu (Continental, 78)
  • 1954 - Sem Teu Amor / O Caçador de Preá (Sinter, 78)
  • 1954 - Alta Noite / A Cegonha Mandou (Sinter, 78)
  • 1954 - Leviana / Deixa de Moda (Continental, 78)
  • 1953 - Acabei Entrando Bem / Vem Cá Mulata (Sinter, 78)
  • 1953 - Eu Não Poderei / Deixa Amanhecer (Sinter, 78)
  • 1953 - Seu Deputado / Voltei Ao Meu Lugar (Sinter, 78)
  • 1952 - Só Apanho Resfriado / Você Vai... Eu Não (Sinter, 78)
  • 1952 - Eu Vou Partir / Mora no Assunto (Sinter, 78)
  • 1951 - Falso Pirata / Lá Vem Você (Odeon, 78)
  • 1951 - Casinha da Colina / Voltei Ao Meu Lugar (Odeon, 78)
  • 1951 - Torei o Pau / Onde Vai Sinhazinha (Odeon, 78)
  • 1950 - Pancho Vila / Este é o Maior (Odeon, 78)
  • 1950 - Capitão da Mata / Já Vi Tudo (Odeon, 78)
  • 1950 - Pai Joaquim / Siá Mariquinha (Odeon, 78)
  • 1950 - Pirarucu / Duque de Caxias (Odeon, 78)
  • 1949 - A Jiboia Comeu / Pensando Nela (Odeon, 78)

Fonte: Uol Educação Biografias

Candeia

ANTÔNIO CANDEIA FILHO
(43 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (17/08/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/11/1978)

Era de filho de sambista. Em seus aniversários, a festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido alto. No Natal, a situação se repetia.

Seu pai, tipógrafo e flautista, foi, segundo alguns, o criador das Comissões de Frente das escolas de samba. Passava os domingos cantando com os amigos debaixo das amendoeiras do bairro de Oswaldo Cruz. Assim, nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé Com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros. Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira.

Candeia começou a fazer músicas ainda na adolescência. Seu pai tocava flauta e carregava o filho para rodas de samba e de choro em Oswaldo Cruz e Madureira.

Compôs em 1953, aos 17 anos, seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego: foi quando a Portela realizou a façanha inédita de obter nota máxima em todos os quesitos do desfile (total 400 pontos). É até hoje um dos grandes nomes no panteão da Portela.

No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba, no qual participavam Arlindo, Jorge do violão, Picolino, Casquinha e Casemiro.

Em 1961, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta no ano de 1965, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, após bater em um caminhão de peixe e atirar nos pneus do caminhão, Candeia levou cinco tiros entre eles um atingiu a medula óssea que paralisou para sempre suas pernas.

Viveu os seus últimos treze anos de vida numa cadeira de rodas, em decorrência daquele tiro.

Candeia se aposentou por invalidez após o acidente e pôde, então, se dedicar exclusivamente à música.

Sua vida e obra se transformaram completamente. Em seus sambas, podemos assistir seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida: Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz são só alguns exemplos.

Recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. "De qualquer maneira, meu amor, eu canto", diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.

No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. Coerente com seus ideais, em dezembro de 1975 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: "Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo".

No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu Testamento de Partideiro, onde dizia: "Quem rezar por mim que o faça sambando".

Em 1978, ano de sua morte, gravou Axé um dos mais importantes discos da história do Samba, porém não chegou a ver o disco pronto. Ainda viu publicado seu livro escrito juntamente com Isnard: Escola de Samba, Árvore que Esqueceu a Raiz.

No dia 16 de Novembro de 1978 decorrente de uma infecção generalizada Candeia parte deixando esposa, filhos, amigos e fãs inconsoláveis.

Porém o maior reconhecimento veio da passarela paulistana durante o ano de 1981, com o enredo "Axé, Sonho de Candeia", a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, homenageou o grande baluarte em seu desfile...

Voltou a ser lembrado em 1995, quando Martinho da Vila gravou o disco Tá delícia, tá gostoso, no qual incluiu um pot-pourri chamado Em memória de Candeia, que tinha as faixas Dia de graça, Filosofia do samba, De qualquer maneira, Peixeiro grã-fino e Não tem vencedor.

Em 1997 foram relançados em CD três discos de Candeia: Samba da antiga, de 1970, Filosofia do samba, lançado originalmente em 1971, e Samba de roda, de 1974.

Fonte: Wikipedia