Ada Rogato

ADA LEDA ROGATO
(75 anos)
Pioneira da Aviação no Brasil

* São Paulo, SP (22/12/1910)
+ São Paulo, SP (15/11/1986)

Ada Leda Rogato foi uma pioneira da aviação no Brasil. Foi a primeira mulher a obter licença como pára-quedista, a primeira volovelista (piloto de planador) e a terceira a se brevetar em avião, no ano de 1935. Também se destacou pelas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país. Voando em aeronaves de pequeno porte e - ao contrário de outras famosas aviadoras - sempre sozinha, a fama nacional e internacional cresceu a partir dos anos 1950, graças à ousadia cada vez maior das proezas, que fizeram dela:
  • A primeira piloto brasileira a atravessar os Andes. Feito realizado por onze vezes, ida e volta, em 1950;
  • A única aviadora do mundo, até 1951, a cobrir uma extensão de 51.064 km em voo solitário pelas três Américas, chegando até o Alasca. O trajeto levou aproximadamente 6 meses;
  • A primeira a atingir o aeroporto de La Paz, na Bolívia, o mais alto do mundo até então, no ano de 1952, com um avião de apenas 90 HP - feito inédito na história da aviação boliviana;
  • O primeiro piloto, homem ou mulher, a cruzar a selva amazônica - o temido "inferno verde" - em um pequeno avião, sem rádio, em voo solitário, apenas com uma bússola, no ano de 1956;
  • A primeira aviadora a chegar sozinha à Terra do Fogo, no extremo sul do nosso continente, em 1960.
  • Detém o brevê número um de primeira paraquedista, entre homens e mulheres, e foi a primeira mulher no mundo a saltar de um helicóptero, realizando 105 saltos, e a primeira paraquedista das Américas;
  • A primeira mulher a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, no grau de cavalheiro, a Comenda Asas da Força Aérea Brasileira e o título da Força Aérea Brasileira (FAB) de Piloto em ''Honoris Causa''.
  • Realizou mais de mil "voos de coqueluche" porque acreditava-se que a altura exterminava a bactéria da doença;
  • A primeira a pousar em Brasília, quando a capital do país ainda estava em construção. 

Quando o pára-quedismo como atividade esportiva começava a ganhar os primeiros adeptos no Brasil, a audaciosa Ada Rogato se tornou campeã da modalidade brasileira em 1943 e paulista em 1948, ano em que também iniciou as atividades como piloto agrícola. E aproveitou seu reide de 1950 por quatro países sul-americanos para demonstrações em pára-quedas, tornando-se assim a primeira mulher a saltar no Paraguai e no Chile.

História

Filha única do casal de imigrantes italianos Mariarosa Greco e Guglielmo Rogato, naturais de San Marco Argentano, na Calábria, Ada Rogato recebeu dos pais a mesma educação dada à maioria das moças da época, para torná-las "prendadas" - além do colégio, aulas de piano e pintura -, mas a ambição ia além: queria aprender a voar. E não abandonou a meta mesmo quando os pais se separaram e ela teve de ajudar a mãe não só nas atividades domésticas como em bordados e trabalhos artesanais para se sustentar.

Conseguiu juntar dinheiro suficiente para as aulas que lhe possibilitaram tirar em 1935 o primeiro brevê feminino de voo a vela e, no ano seguinte, a primeira licença concedida a uma mulher pelo Aeroclube de São Paulo para pilotar avião. Um curso de pára-quedismo feito no Campo de Marte em 1941 lhe garantiu o primeiro certificado de pára-quedista concedido a uma brasileira.

Adepta incondicional da aviação esportiva, Ada Rogato passou desde então a usar suas habilidades para divulgar a aviação: acrobacias aéreas e saltos de pára-quedas, ajudava a atrair público para os eventos aviatórios organizados tanto nas capitais como nos recém-fundados aeroclubes do interior de São Paulo e de outros Estados. Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou voluntariamente 213 vôos de patrulhamento aéreo do litoral paulista. E em 1948, quando as autoridades decidiram dar combate aéreo à broca-do-café, praga que ameaçava as plantações do nosso principal produto de exportação na época, ela aceitou o desafio de cumprir a tarefa que a transformou em pioneira do polvilhamento aéreo no Brasil.

Ada Rogato dedicada esta foto a aviadora Thereza de Marzo (1944)
Segunda Guerra Mundial

Durante a Segunda Guerra Mundial, realizou demonstrações de paraquedismo na Baía de Guanabara, um salto noturno e 213 voos voluntários de patrulhamento aéreo pelo litoral paulista voando em aeronaves de pequeno porte. Conforme o reconhecimeno crescia, a imprensa paulista e nacional a apelidava de "Milionária do Ar", "Gaivota Solitária" e "Pássaro Solitário".

Reconhecimento

Discreta e persistente no preparo dos vôos, Ada Rogato agia da mesma forma na vida particular. Mulher, solteira e sem filhos, trabalhava para viver como funcionária pública estadual. Começou em 1940 como escriturária no Instituto Biológico, vinculado à Secretaria da Agricultura, e aposentou-se em 1980, como chefe de seção técnica da Secretaria de Esportes e Turismo. Nos anos 1950, foi redatora de aviação da Revista dos Aviadores e também da revista Velocidade.

A personalidade modesta, no entanto, não a impediu de merecer da imprensa nacional e internacional inúmeros títulos pelas proezas, tais como "Milionária do Ar", "Águia Paulista", "Rainha dos Céus do Brasil" e "Gaivota Solitária" (imprensa brasileira, anos 1950), e da revista chilena Margarita ganhou o apelido de "Condor dos Andes".

Entre centenas de troféus e condecorações, foi a primeira aviadora a receber no Brasil a Comenda Nacional do Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro, e ainda as Asas da Força Aérea Brasileira e o título de Piloto Honoris Causa da Força Aérea Brasileira. Também no grau de Cavaleiro, recebeu na Bolívia a Condor dos Andes. no Chile, foi condecorada com a Bernardo O’Higgins no grau de Oficial e na Colômbia com as Asas da Força Aérea Colombiana, primeira entregue no país a uma aviadora. Em 1954, recebeu da Federação Aeronáutica Internacional, sediada na França, o diploma Paul Tissandier por seus méritos na aviação.

Em 1956, Ada Rogato foi convidada a fazer parte da comissão organizadora das comemorações do Cinquentenário do 1º Voo do 14-bis. A sugestão foi a realização de um reide por todos os Estados e Territórios brasileiros para homenagear e divulgar os feitos de Santos Dumont. Nesta viagem, ela percorreu 25.057 km em 163 horas de vôo, levando consigo não só material sobre a vida e obra do Pai da Aviação como também, a pedido das autoridades eclesiásticas, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em peregrinação aérea. O roteiro não se restringiu às capitais: com seu espírito aventureiro, a aviadora o estendeu a locais perdidos do interior, sobrevoando com o minúsculo Cessna trechos quase inexplorados do Centro-Oeste, descendo em campos de pouso recém-abertos na mata e visitando várias aldeias indígenas. Foi mais uma vez pioneira ao atravessar sozinha e num pequeno avião a selva amazônica, incluindo o até hoje temeroso trecho Xingu-Cachimbo-Jacareacanga.


Mesmo com todos esses louros, Ada Rogato ainda não estava satisfeita: após ter atingido o Círculo Ártico, o aeroporto mais alto e as profundezas da Amazônia, queria chegar também ao extremo sul do continente. E só encerrou a série de grandes viagens quatro anos depois, em 1960, quando se tornou a primeira piloto a chegar a Ushuaia, na Terra do Fogo, Argentina, a cidade mais austral do mundo - ainda a bordo do mesmo Cessna, chamado "Brasil". E só não foi mais longe nos anos seguintes por não ter conseguido obter um avião maior e mais potente.

Como membro da comissão do Cinquentenário do 14-bis, a aviadora passou posteriormente a fazer parte da Fundação Santos-Dumont (FSD), destinada a cuidar do acervo do inventor e apoiar o desenvolvimento da aeronáutica. Como dirigente dessa entidade - da qual foi sucessivamente conselheira, secretária e presidente -, Ada Rogato recepcionava os visitantes mais ilustres do Museu da Aeronáutica da Fundação Santos-Dumont, o primeiro da América do Sul, ao qual doou o seu "Brasil". Entre esses visitantes, contam-se vários astronautas norte-americanos, incluindo Neil Armstrong, que, antes de se tornar o primeiro homem a pisar na Lua, conheceu ali a aviadora, seu avião e a elogiou por suas façanhas.

Ao morrer em 1986, Ada Rogato ainda era diretora do museu que abrigava o seu inseparável "Brasil".

Homenagens

Em vida, Ada Rogato foi amplamente reconhecida e homenageada pelo talento, coragem, ousadia e pioneirismo.

Em 1984 foi lançado o filme de curta metragem "Folguedos No Firmamento", com direção de Regina Rheda, sobre os feitos de Ada Rogato. Esse filme foi exibido durante 5 anos em cinemas de todo o Brasil.

Poucos anos após a morte de Ada Rogato, o Museu da Aeronáutica foi fechado e o acervo se dispersou ao ser removido do espaço que ocupava no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Algumas referências públicas à brava piloto estão em uma praça na cidade de São Paulo e em uma rua de Ribeirão Preto, SP, que levam seu nome.

Atualmente o Cessna 140-A "Brasil" encontra-se exposto ao público no Museu TAM, localizado em São Carlos, SP.

Outro registro histórico em homenagem à heroína brasileira foi prestado em 1951: ao bater o recorde de voo solo, ao percorrer os 51.064 quilômetros entre e a Terra do Fogo e o Alasca, em apenas 326 horas, foi homenageada com a cachaça, a "Voadora".

Em outra homenagem póstuma, em 08/03/2000, os Correios do Brasil lançaram selos postais estampando as mulheres pioneiras da aviação brasileira, sob o tema "Mulheres Aviadoras", um carimbo postal e um selo comemorativo dos 50 anos do primeiro sobrevoo dos Andes por Ada Rogato com seu "Brasileirinho", um avião CAP-4 de apenas 65 HP.

Em 1986 Ada Rogato fez parte da Fundação Santos Dumont assumindo os cargos de conselheira, secretária e presidente, e posteriormente assumindo o cargo de diretora do Museu da Aeronáutica da própria Fundação.

Morte

Ada Rogato morreu em São Paulo, vítima de câncer, em 15/11/1986, aos 75 anos. O corpo foi velado no Museu da Aeronáutica, o cortejo foi acompanhado pela Esquadrilha da Fumaça.

Fonte: Wikipédia

Luís Carlos Arutin

LUÍS CARLOS ARUTIN
(62 anos)

Ator

☼ Barretos, SP (19/01/1933)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/01/1996)

O ator Luiz Carlos Arutin era filho de pai sírio e mãe italiana, e começou como ator na sua cidade natal e depois foi para São Paulo, onde cursou a Escola de Arte Drámatica da Universidade de São Paulo (USP).

O ator foi um dos comandantes, com Augusto Boal, do Teatro de Arena na década de 70. No final da década de 70 consagrou-se no teatro quando ganhou o Prêmio Molière e o prêmio de melhor ator da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) com a peça "O Inocente", em que interpretava Luigi Pécora.

Ao longo de quase 40 anos de carreira, Luís Carlos Arutin acumulou cerca de 20 trabalhos em telenovelas e miniséries na televisão.

Estreou na telenovela "Meu Pedacinho de Chão" em 1971 e a seguir fez "Vitória Bonelli" (1972). Luís Carlos Arutin brilhou particularmente no papel de Yussef, na novela "Os Imigrantes" (1981), que lhe valeu o prêmio de melhor ator em 1982 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), e Rachid, de "Renascer", exibida pela TV Globo em 1993.

Também brilhou como Oscar na novela "A Gata Comeu" (1985) e o técnico de futebol Bepe de "Vereda Tropical" (1984), ambas na TV Globo. Outros personagens de destaque foram Orlando Cardoso em "Campeão" (1982) na TV Bandeirantes, o bom e polêmico jornalista Augusto de "Sinhá Moça" (1986), e João Semana em "As Pupilas do Senhor Reitor" (1995), no SBT.

Luís Carlos Arutin seria uns dos principais personagens da novela "O Rei do Gado" (1996), não fosse seu falecimento dias antes do início das gravações. Sua última novela foi "A Idade da Loba", na TV Bandeirantes em 1995.

No cinema, seu último trabalho foi como Vovô Passarinho de "O Menino Maluquinho", exibido em 1995.

Morte

Luís Carlos Arutin morreu na madrugada de 10/01/1996, vitima de asfixia causada por um incêndio ocorrido no apartamento onde morava com a mulher, Maria do Carmo Vieira Arutin, e o filho mais novo, na Rua Professor Roberto Oswaldo Cruz 4/302, na Freguesia, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

O fogo, segundo vizinhos, foi provocado por uma vela acesa no quarto do rapaz. As chamas se espalharam rapidamente por causa da parede revestida de isopor e carpete, usados como isolamento acústico pelo filho do ator, que tocava bateria.

A mulher do artista disse que vai estudar a possibilidade de ingressar com uma ação indenizatória contra o Governo do Estado. Ela acusa os bombeiros de terem demorado a resgatar o marido, achado inconsciente sobre a cama do casal. Maria do Carmo denunciou ainda o fato de as mangueiras de combate a incêndio do prédio não terem funcionado.

O comandante do 12º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Jacarepaguá, coronel César Santos, rebateu a acusação, afirmando que a primeira providência tomada pelos bombeiros num local de incêndio é verificar se há vitimas a socorrer. O oficial disse ainda que o ator quando foi encontrado já estava bastante debilitado por ter inalado monóxido de carbono. Os bombeiros, garantiu César Santos, tentaram reanimá-lo.

Luís Carlos Arutin ainda chegou a ser levado com vida para o Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, mas não resistiu à intoxicação causada pelo excesso de fumaça. O ator tentou, segundo vizinhos, salvar alguns objetos, jogando-os pela janela do apartamento.

Maria do Carmo disse ainda que os bombeiros destacados para o local do incêndio não foram acompanhados de uma equipe médica. O oficial do 12º Grupamento informou que a equipe médica não costuma sair com a primeira guarnição destacada para o local do incêndio.

"Fomos informados de que se tratava de um pequeno incêndio. A ambulância não costuma ir junto sempre. Aquele quarto era um verdadeiro paiol. O rapaz, para fazer o isolamento acústico, usou isopor e carpete, além de papelão no piso, que são materiais altamente inflamáveis" - contou o oficial.

Segundo Maria do Carmo, caberá aos demais membros da família do artista a decisão de representar contra o Estado:

"Primeiro ele tentou apagar o fogo com um balde. Somente depois que eu perguntei por ele é que os bombeiros voltaram lá para apanhá-lo. Ele ficou aguardando por socorro muito tempo!"

Segundo os vizinhos, o incêndio começou por volta das 3h30. O imóvel, que estava em obras, ficou parcialmente destruído. As chamas se propagaram muito rapidamente. O fogo destruiu também a janela e o toldo do apartamento 402, além de chamuscar a fachada de um outro apartamento, no quinto andar do prédio. O filho do ator confirmou que de fato acendera uma vela para um amigo, que está fazendo provas.

O corpo de Luiz Carlos Arutin foi levado para São Paulo, a fim de ser sepultado na sua cidade natal, Barretos.

Luiz Carlos Arutim e Eva Tudor
Televisão

  • 1971 - Meu Pedacinho de Chão
  • 1972 - Vitória Bonelli ... Sanches
  • 1980 - A Deusa Vencida ... Amarante
  • 1981 - Os Imigrantes ... Youssef
  • 1982 - Campeão ... Orlando
  • 1982 - Os Imigrantes (Terceira Geração) ... Youssef Assad
  • 1983 - Champagne ... Camilo
  • 1984 - Vereda Tropical ... Bepe
  • 1985 - A Gata Comeu ... Oscar
  • 1985 - Tenda dos Milagres ... Bonfanti
  • 1986 - Cambalacho ... Delegado
  • 1986 - Sinhá Moça ... Augusto
  • 1987 - Carmem ... Pimentel
  • 1987 - Corpo Santo ... Vidigal
  • 1988 - Vida Nova ... Michel
  • 1990 - Top Model ... Silas
  • 1993 - Renascer ... Rachid
  • 1994 - Memorial de Maria Moura ... Tonico
  • 1995 - A Idade da Loba ... André
  • 1995 - As Pupilas do Senhor Reitor ... João Semana

Cinema

  • 1994 - Menino Maluquinho - O Filme ... Vô Passarinho
  • 1985 - Sonho Sem Fim
  • 1983 - Flor do Desejo ... Manoel
  • 1973 - O Pica-Pau Amarelo