João Lorêdo

JOÃO LUIZ RODRIGUES MAIA DE ALVARENGA LORÊDO
(81 anos)
Ator, Cantor, Diretor e Escritor

Campo Grande, RJ (04/07/1930)
+   Juiz de Fora, MG (24/01/2012)

João Lorêdo foi um cantor e ator brasileiro, irmão do humorista Jorge Lorêdo. Foi autor do livro "Era Uma Vez… a Televisão" (Editora Alegro, 2000), cujos primeiros capítulos foram publicados inicialmente na revista Amiga em 1995. Escreveu outros dois livros, que permanecem inéditos: "A Vida Escreveu Isto...", com prefácio de Jô Soares, e "É Assim Que Se Ri"

É filho do comerciante Etelvino e da dona de casa Luiza, que tiveram seis filhos; o mais velho, o humorista Jorge Lorêdo, também faria carreira na televisão, com o personagem Zé Bonitinho. Foi interno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e chegou a dar aulas de português, geografia, matemática e história. Formou-se em psicologia.

Começou sua carreira artística como cantor, no Coro dos Apiacás, de Mme. Lucila Villa-Lobos, primeira esposa do maestro Villa-Lobos. Em seguida, por intermédio do ator Sadi Cabral, conseguiu um emprego de radioator na Rádio Mayrink Veiga. Em 1945, transferiu-se para a Rádio Nacional e, logo depois, para a Rádio Tupi. Aos 20 anos, publicou seu primeiro livro de poemas, "Tempestade". Teve uma breve incursão no mercado publicitário, como redator da agência Standard Propaganda.

Grande Otelo e João Lorêdo
Sua primeira experiência no teatro amador, ainda na década de 1950, foi como ator e diretor do grupo de atores da Moderna Associação Brasileira de Ensino (Mabe). Com o grupo, venceu um concurso promovido pelo programa Teatrinho Kibon, dirigido por Alcino Diniz na TV Tupi. Em seguida, começou a trabalhar como ator e diretor de atores na TV Tupi, onde assumiria, tempos depois, a função de diretor artístico e de produção. Em 1954, foi eleito melhor ator pela revista Radiolândia. Contratado pela TV Rio, também como diretor artístico e de produção, assinou o programa Variety.

Trabalhou durante 10 anos na TV Continental, ao lado do diretor Costa Lima. Na mesma época, acumulou o trabalho na emissora carioca com um emprego na TV Cultura de São Paulo, onde dirigiu programas com a apresentadora Tia Amélia e a cantora Stellinha Egg. Na capital paulista, passou também pela TV Paulista, dirigindo programas de humor, e foi um dos fundadores da primeira produtora independente de televisão no Brasil, a Videum Produções. Em seguida, assumiu a direção da Rádio Piratininga e, logo depois, ocupou o cargo de diretor de teledramaturgia da Rede Tupi.

João Loredo e seu irmão Jorge Lorêdo
João Lorêdo começou a trabalhar na TV Globo, convidado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no final da década de 1960. Participou da criação do Fantástico, o Show da Vida, que estreou em agosto de 1973, e foi o primeiro a dirigir o programa. Trabalhou durante 12 anos na emissora, dirigindo atores como Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Chico Anysio e Costinha, em programas de sucesso como Dercy Espectacular (1966) e Dercy de Verdade (1967), Alô Brasil, Aquele Abraço (1969), Linguinha x Mr. Yes (1969) e Chico em Quadrinhos (1972). Em 1971, por seu trabalho à frente do programa Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), ganhou o Troféu Helena Silveira, o Antena de Ouro, entre outros.

Em 1973, dirigiu o programa Globo de Ouro, na época apresentado por artistas como Antonio Marcos, Vanusa, Jerry Adriani, Sandra Bréa, Wanderley Cardoso, Odair José e Murilo Néri.

Em 1976, foi o coordenador do programa Domingo Gente, que integrava uma faixa de programação chamada Bom Domingo, da qual também faziam parte: Esporte Espetacular (1973), Moacyr TV (1976) e 8 ou 800? (1976). Domingo Gente era produzido pela antiga Divisão de Reportagens Especiais da Rede Globo, que havia sido responsável por programas com perfis mais próximos do documentário, como Globo Repórter (1973) e O Mundo Em Guerra (1975).

Ainda nos anos 1970, trabalhou na TV Record e na TV Bandeirantes, onde dirigiu os programas do apresentador J. Silvestre. Também trabalhou na RTP, contratado para dirigir o programa de humor que marcou a volta do ator Raul Solnado à televisão portuguesa. Anos depois, voltou a trabalhar na TV Bandeirantes, como consultor artístico de seriados.

João Lorêdo e Jô Soares
Morte

João Lorêdo era cardíaco e diabético e passou por uma cirurgia no dia 10/01/2012, onde acabou amputando uma das pernas. Seu estado de saúde se agravou e ele teve um edema e uma pneumonia. João Lorêdo não resistiu e morreu na manhã do dia 24/01/2012 aos 81 anos. Foi sepultado em Juiz de Fora, no Cemitério Municipal.

Lyda Monteiro

LYDA MONTEIRO DA SILVA
(59 anos)
Secretária

* Niterói, RJ (05/12/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1980)

Lyda Monteiro da Silva foi uma secretária, morta em um atentado à bomba na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro.

Funcionária da Ordem dos Advogados do Brasil, onde ingressou em 1936, aos 16 anos de idade, ocupou também o cargo de Diretora do Conselho Federal da OAB, no Rio de Janeiro e em 1980 era secretária do então presidente da OAB no Rio de Janeiro, Eduardo Seabra Fagundes, quando foi vítima de um atentado à bomba na sede da Ordem no Rio de Janeiro. Na ocasião, a   OAB era vice-presidida por Sepúlveda Pertence.

Atentado à Ordem dos Advogados do Brasil

Em 27 de agosto de 1980, um atentado terrorista organizado por grupos extremistas de direita do Brasil, executaram a chamada Operação Cristal, no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Na época, o Brasil encontrava-se no chamado Estado de Exceção e os advogados cerravam fileiras na luta pelas liberdades democráticas. O atentado indignou a sociedade brasileira que viu o ato como um ato terrorista naqueles anos de autoritarismo.

Revista Veja: Enterro Lyda Monteiro 1980
Os Fatos

Lyda Monteiro era a mais antiga funcionária da OAB, secretária do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil quando, aos 59 anos de idade, abrindo a correspondência, fez explodir uma carta-bomba no início da tarde da quarta-feira, dia 27 de agosto de 1980. O artefato lhe decepou o braço, além de outras mutilações, e provocou a morte tão logo foi hospitalizada. 

Além do atentado à Ordem dos Advogados do Brasil, outras ações ocorreram na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na sede do jornal ligado ao Partido Comunista do Brasil, Tribuna da Luta Operária, o primeiro com seis feridos e o segundo, um artefato de pouca potência estourado na madrugada, provocou estragos materiais. Uma outra carta-bomba havia sido enviada à Associação Brasileira de Imprensa, mas foi desativada por seu presidente, Barbosa Lima Sobrinho, haver sido avisado por telefonema anônimo.

Em seu editorial do dia seguinte aos crimes o jornal Folha da Manhã declarou que, embora ninguém houvesse assumido a autoria dos atentados terroristas, estes certamente vieram de setores que tinham interesse em interromper o processo de abertura do país rumo à democracia, então levada a termo pelo governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo

Na noite do mesmo dia, o Conselho Federal da OAB, presidido pelo advogado Eduardo Seabra Fagundes, resolveu proclamar a data de 28 de agosto como Dia Nacional de Luto dos Advogados, em memória da vítima Lyda Monteiro.

Mesa de Lyda Monteiro da Silva, exposta ao público no dia da pré-inauguração do Museu em agosto de 2003
A mesa de trabalho de dona  Lyda Monteiro, local onde ela abriu a carta e veio a falecer, está guardada no Museu do Conselho Federal, em Brasília.

O depois membro do Supremo Tribunal Federal, ministro Sepúlveda Pertence, à época vice-presidente da OAB, declarou que "foi um dos dias mais chocantes da minha vida". Sepúlveda Pertence era o presidente em exercício da entidade classista, e chegou ao prédio momentos após o atentado. Segundo seu relato, feito 24 anos depois, "Desde aquele dia se pode dizer que cresceu a autoridade da OAB para a luta pela retomada do processo democrático"

A morte de Lyda Monteiro foi dada como resultado de "ato de sabotagem ou terrorismo". O registro de ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia tem o número 0853. Na explosão que resultou em sua morte saiu ferido outro funcionário, José Ramiro dos Santos.

O óbito de n° 313 foi assinado pelo Drº Hygino C. Hércules, do Instituto Médico Legal, tendo como declarante Joaquim Alves da Costa.

Lyda Monteiro foi enterrada no dia seguinte no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, com grande participação dos movimentos sociais, entre eles o grupo Tortura Nunca Mais que desempenhou papel fundamental na busca por justiça pelas vítimas da Ditadura Militar Brasileira. O acontecimento teve cobertura da imprensa nacional e internacional.

Na época, durante o governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, os inquéritos foram abertos e nada foi apurado.

27 Anos Depois

Em nota pública divulgada em 27 de agosto de 2007, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso apontou que o atentado que vitimou Lyda Monteiro em 1980, continua encoberto pelo manto da impunidade e simboliza o Dia Nacional de Luto dos Advogados:

"Ainda é preocupante que o atentado não tenha sido solucionado e os culpados punidos. A morte de Lyda Monteiro da Silva continua encoberta pelo manto da impunidade, que acoberta tantos outros casos de violência e pode, infelizmente, levar a população a desacreditar nas instituições."

Fonte: Wikipédia

Mauro Montalvão

MAURO MONTALVÃO
(74 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* (1936)
+ Rio de janeiro, RJ (06/02/2010)

Mauro Montalvão foi um apresentador de televisão e locutor de rádio brasileiro da década de 1970. Um dos últimos remanescentes da Era de Ouro da TV brasileira. Por duas décadas, comandou na TV Tupi o programa Mauro Montalvão Em Quatro Tempos. Passou também pela TV Record, TV Bandeirantes, e encerrou a carreira no vídeo nos anos 90, na extinta TV Rio.

Em 2000, teve breve passagem no rádio, ao lado de Francisco Barbosa e Paulo Martins, na Rádio Carioca (AM 710).

Mauro Montalvão já morou num apartamento de quatro quartos de frente para o mar na Rua Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro brasileiro a ter um Bugatti, carro de luxo esportivo. Era comum vê-lo em rodas de amigos cercado de craques como Pelé e Jairzinho.

Em 2001, os tempos áureos de Mauro Montalvão, repórter esportivo que cobriu três Copas do Mundo e ganhou fama como apresentador de um programa que levava seu nome na extinta TV Tupi, estavam presentes apenas nas fotografias que ele guardava em seu apartamento de um quarto alugado em Copacabana.

A queda de Mauro Montalvão começou em 1980, quando a TV Tupi saiu do ar. Dois anos depois passou ter sintomas de uma doença que só em 1990 foi diagnosticada como Síndrome do Pânico. Foi tratado como cardíaco por sentir palpitações. Melhorou, mas não entrava em elevador sozinho, sentia-se mal em congestionamentos e túneis. "A doença acabou com minha carreira", disse Mauro.

A Síndrome do Pânico, hoje uma doença curável se o tratamento for seguido corretamente, se arrastou no caso de Montalvão. "A doença se tornou crônica nele porque, por problemas financeiros, não seguiu o tratamento indicado. E também era hipertenso", explicou o neurologista Fernando Pompeu Filho, seu médico. "Cerca de 80% dos pacientes se curam em um ano, com medicamentos específicos. No terceiro mês dão sinais de melhora", disse a psiquiatra Silvana Forelli.

Gustavo Almeida e Mauro Montalvão
Mauro Montalvão foi dono de fábrica de pastel. Sem sucesso, vendia canetas e isqueiros em quiosques da orla,  mas abandonou a vida de ambulante porque não alcançava o lucro necessário para cuidar de sua doença e se manter. Vivendo com aposentadoria de R$ 900,00 por mês, morava com a mulher e o filho, desempregado, e amigos o ajudam a pagar o aluguel de R$ 900,00.

Mauro Montalvão faleceu vítima de um Infarto na madrugada de sábado, dia 06/02/2010, aos 74 anos, no Hospital Municipal de Itatiaia, região sul Fluminense.  O seu corpo foi sepultado às 15:00hs de sábado, dia 06/02/2010, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Mauro Montalvão deixou duas filhas, sete netos e bisnetos. 

Hermes Ernesto da Fonseca

HERMES ERNESTO DA FONSECA
(66 anos)
Militar e Político

Marechal Deodoro, AL (02/09/1824) 
Rio de Janeiro, RJ (07/02/1891) 

Filho mais velho de Manuel Mendes da Fonseca (1785-1859) e Rosa Maria Paulina da Fonseca (1802-1873), era irmão do Marechal Deodoro da Fonseca e pai do futuro presidente da república brasileira, que lhe tinha o nome em homenagem, Hermes Rodrigues da Fonseca. Era também irmão de Severiano Martins da Fonseca, o Barão de Alagoas.

De família de militares, seguiu carreira como o pai e os seus seis irmãos, vindo a servir na Guerra do Paraguai.

Após a Proclamação da República ocupou o comando das tropas do exército em Salvador. Apesar de irmão do novo presidente, demorou a aderir ao novo regime, somente aceitando-o após as notícias do embarque da família imperial brasileira para a Europa.

Foi músico amador, tendo composto músicas sacras e militares, como "Polca do Regimento" e a mazurca "Icamacuá".

Hermes Ernesto da Fonseca foi casado com Rita Rodrigues Barbosa da Fonseca e está sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.

Governo de Mato Grosso

Foi presidente da província de Mato Grosso, de 5 de julho de 1875 a 2 de março de 1878, nomeado por carta imperial de 1 de maio de 1875.

Governo da Bahia

A Bahia foi dos últimos estados a aderir ao novo regime, sucedendo-se vários interventores que, devido ao clima instável, não duraram no posto. Nomeado pelo irmão presidente Hermes da Fonseca, assumiu no lugar de Manuel Vitorino, que se indispusera com o governo federal, ficando apenas cinco meses à frente do cargo, afastando-se por motivos de saúde, passando o cargo ao vice-presidente, Virgílio Clímaco Damásio.

Governou a Bahia de 26 de abril a 14 de setembro de 1890, período em que procurou serenar os ânimos e consolidar as instituições do novo regime. Revogou vários atos de seu antecessor, dentre os quais a reforma educacional.

Fonte: Wikipédia