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Mamede Paes Mendonça

MAMEDE PAES MENDONÇA
(80 anos)
Empresário

☼ Ribeirópolis, SE (05/08/1915)
┼ São Paulo, SP (21/10/1995)

Mamede Paes Mendonça foi um empresário brasileiro, nascido em Ribeirópolis, SE, no dia 05/08/1915, pioneiro no ramo de supermercados no Brasil e fundador do Paes Mendonça, uma das maiores redes varejistas do país.

Filho de Eliziário e de Maria da Conceição, membros de uma família pobre de agricultores, que sobreviviam do que plantavam e colhiam em um pequeno lote de terra, num povoado do Município de Ribeirópolis, estado de Sergipe, chamado Serra do Machado, localizado numa região sofrida pelas longas estiagens.

Ainda muito jovem, aos 15 anos de idade, Mamede descobriu o comércio, vendendo farinha na feira, em sua cidade natal. Disposto a abandonar a roça, juntou dinheiro embaixo do colchão durante seis anos.

No ano de 1936, aos 21 anos de idade, havia poupado 1500 réis, que foram empregados na compra de uma pequena padaria, no município de Ribeirópolis.

Os negócios na pequena padaria iam bem, mas Ribeirópolis era um pequeno distrito, e Mamede entendia que era preciso crescer, ir para um grande centro da região, com um comércio maior e mais desenvolvido.

Assim, quatro anos mais tarde, em 1940, abriria um armazém de secos e molhados na cidade de Itabaiana, SE.

Em Itabaiana, os negócios cresciam, e a região começava a ficar pequena, Mamede partiu, então, para a capital, Aracaju, onde, em 1947, abriu filial, também com um armazém de secos e molhados.


Desde o primeiro comércio em Ribeirópolis, Mamede viajava muito para a Bahia, uma vez que sua capital, Salvador, era o centro abastecedor da região. Lá comprava as mercadorias para revender no seu comércio.

A convivência frequente com Salvador foi se tornando muito sedutora, para Mamede, que percebeu que para crescer teria que ir para aquela cidade, o que fez, em 1951, instalando-se na Praça Marechal Deodoro, com um loja de atacado, vendendo secos e molhados. Neste momento, o grande passo tinha sido dado.

Na década de 50, quando chegou em Salvador, a cidade era abastecida pelos armazéns, a maioria deles pertencente a comerciantes espanhóis e portugueses. Havia também as feiras-livres, como Água de Meninos e a das Sete Portas, que eram as mais conhecidas e procuradas. Prevalecia na época o sistema de venda por caderneta. O consumidor comprava semanalmente, ou por mês, através de caderneta. O pagamento era feito logo, contra a entrega da mercadoria, ou quando ele recebia seu salário, no fim do mês.

Anos mais tarde, nos idos de 1959, em viagem à Argentina, para comprar alpiste - que, na época, andava em falta no Brasil - conheceu alguns supermercados. Na volta, passando por Montevidéu, Uruguai, observou outras lojas em formato semelhante. Gostou e se convenceu de que aquele era o futuro do comércio de alimentos, retornando decidido a ser o pioneiro daquela nova forma de vender, na Bahia.

Assim, em 1959, é aberta a primeira de auto-serviço, supermercado, na Bahia, uma ideia avançada a época.


No dia 02/12/1959, inaugurou um pequeno supermercado no bairro de Nazaré, em Salvador, mais precisamente à Rua Jogo do Carneiro. Nascia ali a loja 1.

Os resultados positivos da primeira loja de supermercados o animou a continuar expandindo o setor. Menos de um ano depois, em 27/08/1960, inaugurou a loja 2, no Edifício Oceania, na Barra.

Em 1961, era inaugurada a loja 3 da Rua Visconde de São Lourenço, no forte de São Pedro. Em seguida, a loja 4, na Baixa dos Sapateiros.

Quando completou 25 anos em Salvador, inaugurou a loja 25. E aí por diante, atingindo e passando em muito o sonho/meta que tinha de completar 100 lojas, chegando ao pico de 156, em 4 estados do Brasil, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A loja 100 foi inaugurada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, tida, na época, como o maior Hipermercado do Brasil e terceiro maior do mundo.

Mamede Paes Mendonça era casado com Lindaura Andrade, com quem teve seis filhos. Era irmão de Pedro Paes Mendonça e tio de João Carlos Paes Mendonça.

Em vida, foi condecorado com diversos títulos, tais como: Comendador, conferido pelo Governo de Portugal; Diploma da Fraternidade Sacerdotal de Sergipe e Amigo da Marinha. Em 1984, Mamede Paes Mendonça recebeu ainda o título de Cidadão Baiano, pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Apesar da idade, Mamede Paes Mendonça estava à frente dos negócios. Exercia a presidência do grupo. O faturamento do grupo em 1994 foi de US$ 805 milhões. Para 1995 a previsão era de US$ 947 milhões.

Morte

Mamede Paes Mendonça faleceu no sábado, 21/10/1995, em São Paulo, SP, aos 80 anos, no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há um mês. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência de câncer. Mamede Paes Mendonça tinha quatro pontes de safena.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 23/10/1995, às 11h00 no cemitério Corpo Santo, em Salvador, BA.

Fonte: WikipédiaFolha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #PaesMendonça

Nhá Barbina

CONCEIÇÃO JOANA DA FONSECA
(79 anos)
Atriz e Comediante

☼ Jaboticabal, SP (02/12/1915)
┼ São Paulo, SP (11/11/1995)

Nhá Barbina foi uma comediante e atriz brasileira. Iniciou carreira artística no circo, subindo ao picadeiro pelas mãos de seu marido, João Gomes, o seu maior incentivador.

Estreou como atriz dramática na peça "O Divino Perfume". Permaneceu no gênero comovendo a platéia por dez anos.

Por volta de 1938, já interessada na arte da caricatura, teve a oportunidade de substituir a titular de um circo. Criou a personagem Nhá Barbina, solteirona, que fazia tudo para arrumar um bom marido. Impressionou tanto que ninguém mais a chamou de Conceição. Passou a ser chamada pelo nome de seu personagem, inclusive por seus familiares.

Trabalhou excursionando pelo Brasil em inúmeros circos e pequenos teatros. Participou de 11 filmes, entre eles, "Lá no Sertão", de Eduardo Lorente em 1959, co-estreando com Tonico e Tinoco e "O Cabeleira", de Milton Amaral em 1962. Nesse período trabalhou na Rádio Tupi de São Paulo, no programa "Festa na Roça", de Lulu Benacasi.


Era a única humorista sertaneja no Brasil e foi consagrada com o título de "Mãe Sertaneja".

Em 1960 gravou na Odeon, de Valter Amaral e Ado Benatti, o baião "O Galo Cantou" e a marcha "Arquimedes, Deixa Disso".

Em 1963, filmou "O Rei Pelé", de Carlos Hugo Christensen.

Em 1970, destacou-se como caricata no filme "Sertão em Festa", de Osvaldo Oliveira. No mesmo ano gravou o arrasta-pé "Puxa-Saco", parceria de Ariovaldo Pires e Zé Cupido. Ainda no início da década de 70, voltou à tela no filme "No Rancho Fundo", de Osvaldo de Oliveira, cantando "Tô Maluca Por Você" (Capitão Furtado e Zico) e "Puxando o Fole" (Juvenal Fernandes 'Argonauta' e Madalena Maria Pires 'Piquerobi').

No ano de 1971, lançou o LP "Nhá Barbina no Rancho Fundo", pela RGE, no qual registrou, entre outras, "Ranquei Pena" (PotyCapitão Furtado). Lançou também pela CBS seu segundo disco, com piadas e canções, dentre elas, "Ranquei Pena" (Madalena Maria Pires 'Piquerobi' e Poty), "Olha a Polícia" (Arlindo Pinto e Adoniran Barbosa) e "Cachorro Louco" (Nhá Barbina e Onofre).


Gravou novo LP em 1975, contendo "Casa Caipira", com letra de Cornélio Pires e música de Tinoco, além de, entre outras, três números humorísticos: "Família Repinica" (Madalena Maria Pires 'Piquerobi' e Poty), "Puxa e Repuxa" (Manezinho Araújo e Mané Baião) e "Penha-Lapa" (Martins Neto).

Nhá Barbina trabalhou também em vários programas de rádio e televisão. Gravou em torno de 10 discos. Recebeu vários troféus, diplomas e medalhas por sua atuação. Deixou dezenas de "causos", que contava com graça peculiar.

Nos últimos anos, antes de seu falecimento atuava no programa "A Praça é Nossa", no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Nhá Barbina faleceu em 11/11/1995, em São Paulo, SP, aos 79 anos, vítima de insuficiência respiratória aguda e broncopneumonia.

Dirceu

DIRCEU JOSÉ GUIMARÃES
(43 anos)
Jogador de Futebol

* Curitiba, PR (15/06/1952)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/09/1995)

Dirceu José Guimarães, mais conhecido como Dirceu, foi um jogador de futebol brasileiro que atuava como ponta-esquerda e meia.

Ele talvez tenha sido um dos jogadores mais técnicos e voluntariosos da história do futebol brasileiro. Sua disposição era tão grande que acabou herdando o apelido de "Formiguinha" de Zagallo. Dirceu foi um dos principais nomes da Seleção Brasileira nas décadas de 70 e 80.

São três Copas do Mundo, uma Olimpíada e muitos clubes no currículo. Sua brilhante carreira durou 25 anos, e um detalhe importante: nesse tempo todo, nunca recebeu um único cartão vermelho, apesar de toda a sua garra e toda a sua determinação mostrada nos gramados.

Dirceu José Guimarães nasceu no dia 15/06/1952, na cidade de Curitiba, PR. Iniciou a sua cerreira no futebol no final dos anos 60 no infantil do Coritiba. Foi lançado no time profissional pelo lendário Filpo Núñez quando tinha apenas 18 anos e logo começou a ser notado pelos dirigentes das equipes do eixo Rio-São Paulo. Foi fundamental na conquista dos campeonatos paranaenses de 1971 e 1972, conquistados pelo Coxa Branca. Antes de se transferir para o Botafogo, participou dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, e foi um dos poucos jogadores a se salvar na decepcionante campanha da Seleção Brasileira, que foi desclassificada ainda na primeira fase.

Suas atuações com a camisa do Botafogo fizeram com que aquele jovem ponta-esquerda ganhasse notoriedade e prestígio junto à torcida. Mesmo não tendo conquistado títulos com a camisa alvinegra, foi lembrado por Zagallo para fazer parte do grupo que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental.

Dirceu não começou o Mundial como titular, mas ganhou a vaga na segunda fase da competição e teve boa participação nos jogos contra a Alemanha Oriental, Argentina, Holanda e a Polônia. O quarto lugar na Copa acabou frustrando os torcedores, mas o hábil ponta-esquerda seguiu com bastante moral com a torcida.


Dirceu defendeu o Botafogo até 1975, participando de 52 partidas e marcando nove vezes. Depois foi contratado pelo Fluminense e fez parte de uma das equipes mais fantásticas e mais lembradas pela imprensa esportiva: a "Máquina Tricolor".

Junto com craques como Carlos Alberto Torres, Paulo César Caju, Edinho, Rodrigues Neto, Gil e Rivellino, conquistou o Campeonato Carioca de 1976 e ainda levou o Fluminense às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1976, quando a equipe das Laranjeiras foi derrotada pelo Corinthians nos pênaltis, na partida que ficou conhecida como a "Invasão Corintiana".

Dirceu deixou o Fluminense em 1977, como parte do "troca-troca" idealizado por Francisco Horta e se transferiu para o Vasco da Gama. Quando chegou em São Januário, Dirceu se transformou num dos principais jogadores do time, formando-se em um meio-campo de muito respeito com Zé Mário e Zanata. A conquista do Campeonato Carioca daquele ano, com apenas uma derrota e nenhum gol sofrido em todo o segundo turno, entrou para a história do Gigante da Colina. E a final contra o Flamengo, decidida apenas nos pênaltis, é considerada até hoje uma das mais emocionantes da história da competição.

Suas boas atuações com a camisa do Vasco da Gama lhe renderam a convocação para a sua segunda Copa do Mundo, em 1978. Dirceu, a princípio, era o reserva imediato de Rivellino, mas acabou entrando logo na partida de estréia, contra a Suécia.

A "Formiguinha" marcou três gols no Mundial da Argentina, dois contra o Peru e um contra a Itália, e foi o principal destaque da Seleção Brasileira que ficou com a terceira colocação no torneio, na ocasião chamada de "Campeão Moral" pelo técnico Cláudio Coutinho. E suas atuações foram tão boas que ele foi premiado com a "Bola de Bronze" da Copa do Mundo, como o terceiro melhor jogador do Mundial e fazendo parte da seleção do torneio.

Depois de duas temporadas jogando pelo América do México, Dirceu se transferiu para o Atlético de Madrid em 1979, permanecendo no clube por três anos. Foi lembrado por Telê Santana para a Copa do Mundo de 1982, na Espanha, mas só atuou no primeiro tempo da partida contra a União Soviética. Depois do Mundial, iniciou uma verdadeira peregrinação por clubes europeus, principalmente na Itália, onde defendeu o Napoli, Ascoli e o Como. Por este último, participou da melhor temporada da história do clube, levando a pequena equipe ao oitavo lugar no Campeonato Italiano e à semifinal da Copa da Itália. Por causa dessa temporada, foi eleito o melhor jogador do Calcio de 1985/1986.


Foi convocado para a Copa do Mundo de 1986, mas acabou cortado por conta de uma lesão causada num choque com o goleiro Paulo Victor a poucos dias do embarque para o México. No entanto, Dirceu se mostrou inconformado com o fato e nunca perdoaria o técnico Telê Santana e o médico Neylor Lasmar pela sua ausência naquela que seria a sua quarta Copa do Mundo. É bom lembrar que outros jogadores veteranos como Zico, Sócrates e Falcão também estavam lesionados e/ou fora de forma, e contaram com a complacência da comissão técnica.

Dirceu defendereria ainda o Avellino, da Itália, retornou ao Vasco da Gama em 1987 onde se desentendeu com o técnico Sebastião Lazaroni e só jogou sete partidas. Passou pelo Miami Sharks, dos Estados Unidos e por outras equipes pequenas do futebol italiano, se dividindo entre os campeonatos de futebol e futsal.

Com quase quarenta anos, viveu outro grande momento atuando pelo modestíssimo Ebolitana, equipe da cidade de Eboli, na província de Salerno. Com o ex-companheiro de Fluminense Rubens Galaxe no comando do time, a fanática torcida começou a sonhar com o acesso para a Série C do Campeonato Italiano. Mesmo não tendo conseguido a classificação, Dirceu foi homenageado pelo clube que batizaram o estádio local com o nome "Stadio Dirceu José Guimarães".

Depois de mais um período atuando no futebol de salão e no showbol, Dirceu aceitou uma proposta do Yucatán, onde encerraria a sua brilhante carreira em 1995. E a sua despedida contou com a presença de amigos como Zico e Roberto Dinamite jogando no Estádio Asteca, tomado por 50 mil pessoas que queriam ver a "Forminguinha" jogando pela última vez.

Talvez a única mágoa do jogador, além da polêmica do corte na Copa do Mundo de 1986, tenha sido o fato de nunca ter sido homenageado em Curitiba, sua cidade natal. Por outro lado, Dirceu também ficou conhecido pelo fato de priorizar boas propostas financeiras ao invés de permanecer nos clubes por um maior período de tempo.

Após 17 anos fora do Brasil, resolveu voltar e se restabelecer definitivamente no país.


Morte

Uma semana depois de sua chegada ao Rio de Janeiro, retornando de um futebol noturno com ex-jogadores na Barra da Tijuca, Dirceu e seu amigo italiano Pasquale Sazio teriam sido vítimas da irresponsabilidade de rapazes que faziam um "racha" e acertaram seu carro, um Puma. Ambos faleceram na hora, na madrugada de 15/09/1995.

Dirceu José Guimarães tinha 43 anos de idade e deixou três filhos. Sua mulher estava grávida do quarto menino.


Títulos

Coritiba
1971 - Campeonato Paranaense
1972 - Campeonato Paranaense

Fluminense
1976 - Campeonato Carioca

Vasco da Gama
1977 - Campeonato Carioca
1988 - Campeonato Carioca



Prêmios

  • 1977 - Jogador do Ano: Melhor Jogador do Vasco
  • 1978 - Jogador do Ano: Melhor Jogador do Vasco
  • 1978 - Bola de Bronze Copa do Mundo FIFA
  • 1978 - 3º Maior Futebolista Sul-americano do Ano
  • 1985 - Melhor Jogador do Campeonato Italiano
  • 1986 - Melhor Jogador do Campeonato Italiano

Dino

DÉCIO SCARPELLI
(53 anos)
Cantor e Compositor

* Santos, SP (09/03/1942)
+ Marabá, PA (15/08/1995)

Décio Scarpelli foi um cantor e compositor brasileiro, nascido e criado no bairro da Vila Belmiro, em Santos, SP.

Iniciou a carreira artística no final da década de 50, quando, em dupla com o cantor José Rodrigues da Silva, o Deny, formou a dupla Os Boas Pintas e passou a se apresentar em programas de rádio e boates, com repertório baseado no então nascente rock'n roll. Em 1965, a dupla passou a se chamar Deny e Dino.

Em 1966 gravaram o primeiro disco, um compacto duplo, com as baladas "Coruja" e "O Estranho Homem Do Disco Voador", ambas de autoria Dino em parceria com Deny, que logo se tornariam sucessos, fazendo com que fossem convidados a se apresentar no programa Jovem Guarda, na TV Record. Ainda em 1966, apresentaram-se no programa do cantor Hugo Santana, e lançaram o primeiro LP, intitulado "Coruja" e que, além da música título e "O Estranho Homem Do Disco Voador", trazia mais três músicas em parceria que eram "Pare""Só Para Não Ver Sofrer" e "Charada".

Em 1967 Deny e Dino lançaram o LP "Deny e Dino", com mais oito parcerias intituladas "Por Causa Da Garota""Já Estou Acostumado Com Você""Só Restou Saudade""Se Eu Partir""O Ciúme""Infidelidade""O Que Há De Mal Em Mim" e "Pra Ver Você Chorar". Ainda em 1967, a dupla recebeu o Troféu Chico Viola, uma premiação organizada pela Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas (AFEU), e exibida pela TV Record de São Paulo, pela vendagem da música "O Ciúme".

Em 1969 Deny e Dino lançaram um compacto duplo com as composições "Vamos Tentar" e "Meu Bem Não Vá", ambas composições da dupla.

Em 1973, a dupla transferiu-se para a gravadora Top Tape e, no primeiro disco lançado no novo selo, um compacto simples, teve incluída a balada "Cantem Comigo" (Deny e Dino).

Em 1977, já na gravadora Continental, a dupla gravou o rock "Tirando Sarro" (Deny Dino).

Em 1982, ainda na Continental, a dupla lançou seu último disco em sua formação inicial, um compacto simples, com duas composições da dupla "Não Devo Chorar" e "O Amor É A Vida".

A dupla original Deny e Dino acabou em 1984, com um breve retorno entre setembro e dezembro de 1990. Seu maior sucesso foi a música "Coruja", (Deny e Dino).

Dino faleceu precocemente em Eldorado dos Carajás, a 30 km de Serra Pelada, em Marabá, PA.

Discografia

  • 1995 - Essencial (Acervo, CD)
  • 1982 - Não Devo Chorar / O Amor É A Vida (Continental, Compacto)
  • 1979 - Ainda Vai Chegar O Dia / Bêbado (Tapecar, Compacto)
  • 1977 - Por Toda A Vida / Tirando Sarro (Continental, Compacto)
  • 1976 - Da Vida Nada Se Leva / A Photo (Continental, Compacto)
  • 1975 - Teu Peso Em Ouro / A Cara E A Coragem (Continental, Compacto)
  • 1975 - O Maior Golpe Do Mundo / Esse Cara Não Tá Com Nada (Continental, Compacto)
  • 1973 - Cantem Comigo / Você Precisa Se Acostumar (Top Tape, Compacto)
  • 1972 - Nem Um Minuto Mais / Espero (Sinter, Compacto)
  • 1971 - O Conteúdo Do Blá / Olha A Cara Dele (Odeon, Compacto)
  • 1971 - Sem Sentido / Matuto (Odeon, Compacto)
  • 1970 - Capricho / Hey, Alô Princesa (Odeon, Compacto)
  • 1969 - Shut Up / O Quanto Eu Te Quero (Odeon, Compacto)
  • 1969 - Shut Up (Odeon, LP)
  • 1968 - Assim Vai Mal / A Minha Vida Não Existe Sem Você (Odeon, Compacto)
  • 1967 - Eu Só Quero Ver / Cathedral (Odeon, Compacto)
  • 1967 - O Ciúme / Pare, Pare, Pare / Pra Ver Você Chorar / Lição De Moral (Odeon)
  • 1967 - Ciúme (Odeon, LP)
  • 1966 - Coruja (Odeon, LP)
  • 1966 - Coruja / O Estranho Homem Do Disco Voador (Odeon, Compacto)

Indicação: Miguel Sampaio

Manacéia

MANACÉIA JOSÉ DE ANDRADE
(74 anos)
Compositor e Instrumentista

* Rio de Janeiro, RJ (26/08/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/11/1995)

Manacéia nasceu em 26/08/1921 em Pedra de Guaratiba, bairro de classe média da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e mudou-se para o bairro de Osvaldo Cruz aos 5 anos.

Irmão dos também compositores Mijinha (Bonifácio Andrade) e Aniceto da Portela (Aniceto José de Andrade), Manéceia frequentou desde criança os blocos carnavalescos "Quem Fala de Nós Come Mosca", "Quem Nos Faz é o Capricho" e "Vai Como Pode", que mais tarde originariam o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela, e aos oito já participava dos desfiles.

Na Portela, Manacéia começou a tocar tamborim e mais tarde, em 1939, aos 18 anos, começou a compor, graças à influência de Mijinha. Neste mesmo ano, a Portela desfilou, cantando um samba de sua autoria. Manacéia integrou, ainda, a famosa Velha Guarda da agremiação do bairro de Oswaldo Cruz, tendo composições que passaram à história com alguns dos maiores sambas.

Sua primeira música gravada foi "Minha Querida" (Manacéia e Francisco Santana), em 1957. No período entre 1942 e 1952, compôs alguns sambas-enredo para a Portela, entre os quais "Descoberta do Brasil" (Manacéia e Risadinha) em 1952.

Chegou às paradas de sucesso em 1974, com a regravação feita por Cristina Buarque de Hollanda de seu samba "Quantas Lágrimas", que havia passado despercebido quando gravado por Paulinho da Viola, em 1970, no LP da RGE, "Portela Passado de Glória", que reunia a Velha Guarda da escola.

Autor de "Desengano", música gravada por Beth Carvalho e quase sempre atribuída erradamente a Aniceto do Império.

Foi apresentado à Ala de Compositores da Portela por Alvaide, então presidente desta ala e responsável pelo lançamento de diversos outros compositores, como Francisco Santana e Candeia.

Noca, Casquinha, Monarco e Manacéia
Um Breve História

"Ah, quantas lágrimas eu tenho derramado, só em saber que não posso mais, reviver o meu passado..."

Quando esses versos estouraram em meados da década de 70, em todas as rádios, na voz da jovem cantora Cristina Buarque de Hollanda, o Brasil, enfim, pôde conhecer o grande compositor Manacéia, autor dos sambas-enredo "Princesa Isabel" (1948), "O Despertar De Um Gigante" (1949), "Riquezas Do Brasil" (1950) e "Brasil De Ontem" (1952).

Conta quem o conheceu que Manacéia era muito tímido, humilde, sensível, porém muito disciplinador. Foi para a Portela pelas mãos de Seu Nicanor, então tesoureiro da escola e marido de uma tia, sempre na companhia do primo Ernani.

Manacéia formava, juntamente com seus irmãos e também compositores Aniceto da Portela e Mijinha, um trio muito respeitado na escola. E esse trio acabou por dar origem a uma nobre linhagem de portelenses que dá frutos até hoje.

Casou-se com Dona Neném e teve três filhas, entre as quais a compositora e pastora Áurea Maria. Trabalhou em uma fábrica de gelo em Osvaldo Cruz, onde conheceu sua esposa, foi serralheiro em uma empresa de construção e líder do conjunto da Velha Guarda da Portela.

Com o objetivo de se dedicar à família e não querendo mais ter a obrigação de compor sambas-enredo, afastou-se das disputas em 1953, passando a responsabilidade para os jovens compositores Candeia e Altair Prego. Porém, continuou vivenciando o dia-a-dia da escola. Participou do primeiro disco da Velha Guarda, produzido por Paulinho da Viola, em 1970, tornando-se líder do grupo com a morte de Ventura.

Aconteceram em seu famoso quintal, na Rua Dutra e Melo, no bairro de Osvaldo Cruz, os primeiros ensaios da Velha Guarda da Portela, que transcorriam conforme o planejado, apenas com os membros do grupo e alguns mais íntimos e vizinhos, para somente depois - com o tempero de Dona Neném e de Aniceto, exímios mestres da cozinha - todos caírem nas animadas rodas de samba e de partido-alto. Era uma sucessão de pratos que ficaram famosos: galinha com quiabo, corvina de linha (frita ou cozida), churrasco e tripa lombeira.

Além do belo samba "Quantas Lágrimas" e dos sambas-enredo já citados, Manacéia compôs "Manhã Brasileira", gravado por Zezé Motta e Marquinhos de Osvaldo Cruz, e "Carro De Boi", gravado por Beth Carvalho, assim como "Nascer e Florescer", "Sempre Teu Amor" e "Volta, Meu Amor" (Manacéia e Áurea Maria), incluídos no CD "Tudo Azul".

Já naqueles longínquos anos 40, o talento de Manacéia começava a emocionar as favelas e morros cariocas - lembra Claudionor Santana, o Nonô do Jacarezinho, vencedor 21 vezes consecutivas na sua escola - quando Paulo da Portela, sozinho ou em comitiva, visitava as escolas menores, comandando os ensaios e entoando sambas da Portela:

"Paulo andava de escola em escola e eu também gostava de andar assim por elas. Então, eu via muito a atuação do Paulo da Portela. Nós tínhamos uma senhora que foi uma das fundadoras do Jacarezinho, grande batalhadora, dona Andreza Nogueira, que deixou muita saudade na escola. Então, por intermédio dela, o Paulo da Portela ia sempre lá no Jacarezinho e quando ele chegava comandava o ensaio. De lá íamos para o Recreio de Inhaúma, para o Cenáculo do Samba, que tinha no Cachambi, para os Acadêmicos do Engenho da Rainha, e ele chegava, sozinho ou com aquela comitiva e puxava o samba, entendeu? Quer dizer que ali, no meio da comitiva, os sambas eram deles e daqueles rapazes. Tinha o falecido Caquera, que sempre o acompanhava, Mijinha, então eu posso dizer que foi assim que eu conheci as músicas de Paulo da Portela e de outros compositores da Portela. Um samba que ele divulgava muito, que marcou muito o pessoal do Jacarezinho, era o 'Quando A Natureza Se Aborrece', de Manacéia."

Indicação: Miguel Sampaio

Gracinda Freire

GRACINDA FREIRE
(69 anos)
Atriz

* Natal, RN (31/07/1925)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/07/1995)

Gracinda Freire foi uma atriz brasileira e começou no teatro em 1951, no espetáculo "A Primadona". A partir daí, sempre foi presença constante nos palcos brasileiros. Participou de montagens importantes como "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo, com Procópio Ferreira, e do musical "Viva o Cordão Encantado".

A estreia no cinema aconteceu em 1962, nos filmes "Assalto ao Trem Pagador" (1962), dirigida por Roberto Farias, e "Três Cabras de Lampião" (1962), de Aurélio Teixeira, com quem foi casada. Participou depois de "Procura-se Uma Rosa" (1964), "Mineirinho, Vivo Ou Morto" (1967), onde foi dirigida pelo marido, o diretor de cinema Aurélio Teixeira"Pra Quem Fica Tchau" (1971), "Rua Descalça" (1971), "Cassy Jones, o Magnífico Sedutor" (1972), "O Filho do Chefão" (1974), "Ana, a Libertina" (1975), "A Árvore dos Sexos" (1977), "Nos Embalos de Ipanema" (1978), "Chuvas de Verão" (1977), "Bububu No Bobobó" (1980) e "Dôra Doralina" (1982).

Foi para a TV em 1969 e fez duas novelas da TV Globo neste ano, primeiro "Rosa Rebelde" (1969) e depois "Véu de Noiva" (1969). Marcou presença também em "Assim Na Terra Como No Céu" (1970)", "Bandeira 2" (1971), "O Semideus" (1973), "Senhora" (1975), "O Feijão E O Sonho" (1976), "Sem Lenço, Sem Documento" (1977), "Dancin' Days" (1978), "Feijão Maravilha" (1979), "Chega Mais" (1980) e "Sétimo Sentido" (1982).

Gracinda Freire morreu em consequência de um derrame cerebral. Ela era mãe do diretor musical de TV, Roberto Jorge.


Televisão

  • 1982 - Sétimo Sentido
  • 1980 - Chega Mais ... Valda
  • 1979 - Feijão Maravilha ... Antonieta
  • 1978 - Dancin' Days ... Alzira
  • 1977 - Sem Lenço, Sem Documento ... Dirce
  • 1976 - O Feijão e o Sonho ... Mariana
  • 1975 - Senhora ... Donana
  • 1973 - O Semideus ... Joventina
  • 1971 - Bandeira 2 ... Miloca
  • 1970 - Assim Na Terra Como No Céu
  • 1969 - Véu De Noiva
  • 1969 - Rosa Rebelde ... Rafaela

Cinema

  • 1962 - O Assalto Ao Trem Pagador
  • 1962 - Três Cabras De Lampião
  • 1963 - Gimba, Presidente Dos Valentes
  • 1964 - Procura-se Uma Rosa
  • 1967 - Mineirinho Vivo Ou Morto
  • 1969 - Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite
  • 1971 - Pra Quem Fica, Tchau
  • 1971 - Faustão
  • 1971 - Rua Descalça
  • 1972 - Cassy Jones, O Magnífico Sedutor
  • 1973 - Aladim E A Lâmpada Maravilhosa
  • 1974 - Um Homem Célebre
  • 1974 - O Filho Do Chefão
  • 1975 - Ana, A Libertina
  • 1975 - Ipanema, Adeus
  • 1975 - Com Um Grilo Na Cama
  • 1975 - Os Maníacos Eróticos
  • 1977 - A Árvore Dos Sexos
  • 1978 - A Noiva Da Cidade
  • 1978 - Chuvas De Verão
  • 1978 - Nos Embalos De Ipanema
  • 1979 - Amor E Traição
  • 1979 - Inquietações De Uma Mulher Casada
  • 1979 - Terror E Êxtase
  • 1980 - Bububu No Bobobó
  • 1982 - Dôra Doralina
  • 1982 - Os Vagabundos Trapalhões
  • 1983 - Estranhas Relações


Principais Prêmios


Em 1979 recebeu o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria de melhor atriz coadjuvante por "Chuvas de Verão" (1878), e de melhor atriz de televisão por "Dancin' Days" (1978).

Fonte: Wikipédia
Indicação: Daniel Pozzi

Mingo

DOMINGOS ORLANDO
(52 anos)
Cantor e Guitarrista

* São Paulo, SP (01/01/1943)
+ São Paulo, SP (14/06/1995)

Domingos Orlando, mais conhecido por Mingo, foi integrante do conjunto Os Incríveis, inspirado nos conjuntos vocais-instrumentais norte-americanos e um dos grupos mais populares da época da jovem guarda. Em 1963 gravaram um compacto e um LP, fazendo sucesso dentro do estilo twist, então na moda.

Originalmente denominados The Clevers na década de 60, seus integrantes foram obrigados a mudar de nome por imposição do empresário do grupo, que, depois de uma desavença, foi afastado da função. Como ele já tivesse registrado o nome anterior em seu benefício, foi sugerido Os Incríveis, que permaneceu até os dias atuais.

Mingo era guitarrista e vocalista do conjunto Os Incríveis. Ele deu voz ao sucesso dos anos 60 "Era um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" (C'era Un Ragazzo Che Come Me Amava i Beatles e i Rollings Stones). Entre seus êxitos, destacam-se também "O Vagabundo" (Giramondo), "Molambo", "O Milionário" (The Millionaire), "Czardas" e "Perdi Você" (Missing you).

Em seguida, Os Incríveis se separaram e alguns dos integrantes partiram para carreiras solo. Em 1973 e 1974, Risonho, Mingo e Nenê se juntaram para gravar dois discos. No fim da década de 80 se reuniram mais uma vez, com formações variáveis, para apresentações e shows pelo Brasil.

Mingo faleceu aos 52 anos, em 14 de junho de 1995 vítima de Derrame Cerebral.

Fonte: Memorial da Fama
Indicação: Miguel Sampaio

Raphael Rabello

RAFAEL BAPTISTA RABELLO
(32 anos)
Compositor, Violonista e Arranjador

* Petrópolis, RJ (31/10/1962)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1995)

Rafael Rabello foi um violonista, compositor e arranjador brasileiro, ligado ao choro e à música popular brasileira. É considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, sobretudo em sua especialidade, o violão de 7 cordas.

Irmão da cantora Amélia Rabello e da cavaquinista Luciana Rabello, foi o caçula de uma família de nove filhos. Sua primeira influência musical foi de seu avô materno José de Queiroz Baptista, chorão e violonista amador, a quem dedicou o choro "Meu avô". Quem lhe ensinou os primeiros acordes no violão foi seu irmão Ruy Fabiano, quando tinha apenas sete anos de idade. Sua desenvoltura no instrumento foi notada desde cedo e começou a ter aulas de teoria musical com Maria Alice Salles, professora também de seus irmãos.

Aprendeu muito tocando junto com discos, em especial os dois volumes de "Choros Imortais", do Regional do Canhoto. Jayme Florence, mais conhecido como Meira, era o violonista desse grupo e acabou tornando-se seu professor. Mais tarde, teve aulas de harmonia com Ian Guest.

Menino prodígio que executava partituras aos 8 anos e aos 13 se tornou profissional, Rafael Rabello participou de mais de 200 discos de astros como Ney MatogrossoCaetano Veloso e seu cunhado Paulinho da Viola, além de gravar uma dezena de CDs com o próprio nome.

Rafael Rabello foi casado com Liana Rabello, com quem teve duas filhas: Diana e Rachel.

Iniciou sua carreira profissional em 1976, integrando o conjunto musical Os Carioquinhas, juntamente com sua irmã Luciana (que, a seu pedido, trocou o violão pelo cavaquinho), Paulo Alves (bandolim), Téo (violão de seis cordas) e Mario Florêncio (pandeiro).

Rafael Rabello participou de concertos e gravações com famosos músicos brasileiros, tais como Tom Jobim, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Jacques Morelenbaum, Paulo Moura, João Bosco e também instrumentistas internacionais, como por exemplo Paco de Lucia.

Rafael Rabello passou a tocar o violão de sete cordas influenciado por Dino 7 Cordas, com quem gravou um álbum em 1991. Rafael Rabello, por um tempo, dedicou-se somente ao violão de sete cordas, chegando, inclusive, a adotar o nome "Raphael 7 Cordas" (o mesmo nome de seu primeiro álbum).

No início dos anos 1980, ele participou como instrumentista em famosas gravações de samba como por exemplo, "Minha Missão", de João Nogueira. Ele desenvolveu um ritmo de samba para violão que é reproduzido por diversos violonistas de hoje em dia.

"Ele não tem limitações. Técnica, velocidade, bom gosto harmônico, um artista completo!"
(Dino 7 Cordas)


O Início do Drama

Na vida pessoal, depois de descobrir que era portador do vírus da AIDS, o violonista, casado e com duas filhas, passou os últimos tempos lutando ferozmente contra o vício da cocaína e do álcool. Raphael Rabello também sofria de apnéia - suspensão da respiração, que acontece normalmente durante o sono.

A tragédia de Raphael Rabello começou involuntariamente, em maio de 1989, quando ele sofreu um acidente de carro no Rio de Janeiro, a bordo de um táxi, e teve o braço direito esmagado. No pronto-socorro, quiseram amputar-lhe o braço. Levado a um hospital particular, submeteu-se a uma delicada cirurgia de reconstituição, tão bem-sucedida que meses depois ele voltava a dedilhar seu violão. Dois anos mais tarde decidiu procurar um médico para emagrecer e iniciou um regime acompanhado por anfetaminas. A certa altura do tratamento, o médico constatou que Rafael Rabello estava anêmico e pediu uma bateria de exames, inclusive o teste de HIV. O exame deu positivo.

Segundo a família, o vírus teria sido contraído numa transfusão de sangue à época do acidente. Embora em 1989 a disseminação da AIDS já tivesse determinado uma fiscalização rígida nos bancos de sangue, a infectologista carioca Maria de Lourdes Moura não descartou a hipótese de que Rafael Rabello tivesse sido vítima de contaminação no hospital.

A descoberta de que era soropositivo fez com que Raphael Rabello mergulhasse fundo no álcool e nas drogas. "Durante uma temporada que fizemos numa casa noturna, ele ficou três dias sem dormir", recordou o saxofonista Paulo Moura. Além disso, Raphael Rabello iniciou uma desvairada corrida contra o tempo. "Ele passou a ter um sentimento de urgência diante da vida, queria fazer mil trabalhos ao mesmo tempo", relatou o jornalista Ruy Fabiano, o mais velho de seus oito irmãos.

Em 1994 Raphael Rabello deixou o Brasil, já com problemas com as drogas, e foi para os Estados Unidos com a perspectiva de expansão de sua carreira profissional. Chegando lá começou a lecionar em uma universidade de música em Los Angeles. Paralelamente começou a libertar-se das drogas. Mais tarde, porém, Raphael Rabello precisou voltar ao Brasil para breve trabalho aprovado pela Fundação Cultural Banco do Brasil: a realização de um disco resgatando a obra do compositor Capiba.

Atormentado pelo vírus da AIDS e pelas drogas, Raphael Rabello morreu vítima de Arritmia Cardíaca seguida de parada respiratória aguda, aos 32 anos, dia 27 de abril de 1995, no Rio de Janeiro.


Legado

Raphael Rabello teve 2 CD's gravados em sua homenagem e uma escola nomeada com seu nome. O último trabalho feito em sua homenagem, era o que ele se encontrava produzindo antes de sua morte: Um Tributo à Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido por Capiba (1904–1997). Ele foi um dos arranjadores, também creditado como produtor, tocou grande parte do violão do disco e mesmo, cantou uma das canções. A lista de cantores convidados é realmente impressionante: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Alceu Valença, João Bosco e Ney Matogrosso.

Alguns violonistas manifestaram suas opiniões sobre Raphael Rabello:

"A música e o seu estilo único de tocar o violão fazem falta, apesar de termos admiráveis “sucessores” como o Yamandú Costa e o Alessandro Penezzi, dois monstros. Mas o Raphael tinha um estilo diferente, ele conseguia transitar por mundos diferentes dentro da música e não ficava preso ao mundo do violão instrumental, ele fazia parcerias fantásticas com grandes vozes da música brasileira."
(Andreas Kisser, Sepultura)

"O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava."
(Paco de Lucia)

"Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiu. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi 'o' Violonista Brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem é uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer."
(Pat Metheny)

"Raphael Rabello foi um dos mais notáveis violonistas de todos os tempos. A sua 'pegada' era muito expressiva e confiante, com interpretações vibrantes e técnica exuberante. A contribuição dele foi essencial, deixando uma das mais ricas e memoráveis páginas na história do violão brasileiro."
(Marco Pereira)

"Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumental da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…"
(Mark Holston, Guitar Player Magazine)

"Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual… ele foi único!"
(Francis Hime, Guitar Player Magazine)

"Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi."
(Lee Ritenour, JazzTimes Magazine)

"Raphael era um amigo muito próximo. Quando eu o conheci, eu fiquei impressionada com o seu talento. Eu estava estonteada pela sua genialidade."
(Gal Costa)


Discografia

  • 2002 - Mestre Capiba (Lançamento Póstumo)
  • 2001 - Amélia Rabelo & Raphael Rabello (Lançamento Póstumo)
  • 1997 - Raphael Rabello & Armandinho em Concerto
  • 1996 - Armandinho e Raphael Rabello (Brasil Musical - Série Música Viva)
  • 1994 - Relendo Dilermando Reis
  • 1994 - Cry, My Guitar (Gravado em 1994 - Lançado Postumamente)
  • 1993 - Delicatesse - Raphael Rabello e Déo Rian
  • 1992 - Dois Irmãos - Raphael Rabello e Paulo Moura
  • 1992 - Todos os Tons - Raphael Rabello
  • 1992 - Shades Of Rio - Romero Lumambo e Raphael Rabello
  • 1991 - Todo o Sentimento - Raphael Rabello e Elizeth Cardoso
  • 1991 - Raphael Rabello e Dino 7 Cordas
  • 1990 - À Flor Da Pele - Ney Matogrosso e Raphael Rabello
  • 1989 - Nelson Goncalves & Raphael Rabello - Ao Vivo
  • 1988 - Raphael Rabello
  • 1987 - Raphael Rabello Interpreta Radamés Gnattali
  • 1982 - Raphael 7 Cordas
  • 1982 - Tributo a Garoto - Radamés Gnattali e Raphael Rabello
  • 1977 - Os Carioquinhas no Choro

Chris Pitsch

CHRISTIANE PAGLIUCA PITSCH TEDD
(24 anos)
Atriz

* São Paulo, SP (05/08/1971)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/10/1995)

Christiane Pagliuca Pitsch Tedd, mais conhecida como Christiane Tedd ou simplesmente Chris Pitsch, nasceu em São Paulo, em 05/08/1971. Foi uma atriz que teve sua carreira abreviada em 1995, quando um infarto causou sua morte, com apenas 24 anos.

Aos 14 anos de idade, Chris Pitsch recebeu o diagnóstico de Cardiopatia Congênita e iniciou tratamento médico com medicamentos.

Chris Pitsch estudou no Colégio Rio Branco, em Higienópolis, e no Colégio Santa Marcelina, no bairro de Perdizes, ambos em São Paulo. Participou da telenovela brasileira "A Viagem" (1994) produzida pela Rede Globo vivendo Bárbara, do núcleo jovem da trama. Era sua estréia e última participação em novela.

Ao contrário do que se divulgou na época, Chris Pitsch não sofria de leucemia. Segundo a mãe da atriz, "Ela nunca teve leucemia e nunca fez quimioterapia, o que ela teve foi cardiopatia congênita. Apareceram os primeiros sintomas aos catorze anos, quando começou a desmaiar, fazia tratamento, tomava remédios, ela poderia ter durado 100 anos ou 24, mas como ela era muito especial e já tinha cumprido sua missão aqui ela partiu mais cedo."

A atriz começou a sentir-se mal enquanto assistia televisão com seu marido, em sua casa no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. Ela desmaiou e o marido a levou para um hospital, onde, mesmo recebendo socorro médico, faleceu.

Chris Pitsch faleceu no dia 20/10/1995, aos 24 anos de idade, no Rio de Janeiro, RJ, onde vivia com seu marido. Ela foi cremada e suas cinzas foram jogadas nas pedras do Arpoador, no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Lia

Albertinho Fortuna

ALBERTO FORTUNA VIEIRA DE AZEVEDO
(72 anos)
Cantor

☼ Porto, Portugal (20/10/1922)
┼ Niterói, RJ (01/07/1995)

Albertinho Fortuna nasceu em 28/10/1922, em Vila Nova de Gaia, junto à cidade do Porto, em Portugal. Veio para o Brasil aos seis meses de vida e sua família se fixou em Niterói, RJ. Residia no bairro Santa Rosa e estudava no Colégio Salesiano, destacando-se no coro da escola.

Quando tinha oito anos, convidado por um amigo da família, foi cantar na Rádio Mayrink Veiga e, conseguindo agradar ao público, para lá retornou várias vezes, já pedindo um cachê de dez mil réis. Na rádio, houve um concurso infantil e ele saiu vencedor, com direito a receber como prêmio um par de sapatos de verniz. Do lado feminino, a menina Lourdinha Bittencourt, que integraria anos mais tarde o Trio de Ouro, em sua segunda fase, foi a vencedora, com direito a um corte de tecido. 

Continuou seus estudos no Instituto de Humanidades, cujo diretor era Gomes Filho, conhecido jornalista e compositor, que estava inaugurando em Niterói a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, da qual era diretor. Albertinho Fortuna foi um dos pioneiros da emissora, em 1936.

Nesse ano, 1936, Zezé Fonseca providenciou seu retorno para a Rádio Mayrink Veiga, pedindo a César Ladeira, diretor artístico da rádio, que o testasse. Albertinho Fortuna foi aprovado e contratado por 400 mil réis mensais, recebendo também de César Ladeira o slogan de "O Garoto Que Vale Ouro". Albertinho Fortuna, um menino de treze anos, apresentou-se várias vezes junto de Carmen Miranda, a maior estrela da emissora.

Parou de cantar por dois anos devido à fase da mudança de voz, retornando, em 1938, na Rádio Tupi. Depois de uma temporada na mesma, foi para a Rádio Educadora do Brasil, convidado por Saint-Clair Lopes e Luís Vassalo.


Em 1940, mudou-se para a Rádio Nacional, onde passou a fazer parte do Trio Melodia, criado para o lançamento do programa “Um Milhão De Melodias”, que começou a ser apresentado em 1943, ao lado de Nuno Roland e Paulo Tapajós. Pela qualidade de seus integrantes, o trio gravou vários discos e acompanhou muitos dos melhores cantores da época.

Entretanto, Albertinho Fortuna continuou sua carreira solo paralelamente e, em 1944, gravou o primeiro disco na Continental, acompanhado das Três Marias, com o samba "Ai, Que Saudades Da Amélia" de Ataulfo Alves e Mário Lago.

Sua segunda gravação, no ano seguinte, foi a valsa "Meu Coração Te Fala", de Pedro Raimundo, o qual o acompanhou no acordeão e em uma declamação. Também alcançou grande êxito no carnaval de 1947, com a "Marcha Dos Gafanhotos" de Eratóstenes Frazão e Roberto Martins.

Apesar do sucesso com a música carnavalesca, Albertinho Fortuna foi prestigiado principalmente como cantor romântico. Gravou muitas versões, entre as quais a do tango "Mano A Mano", de Carlos Gardel e E. Razzano, com versão de Flores Ghiaroni, em 1952.

Em 1959, gravou o samba-canção "Eu Sei Que Vou Te Amar", autoria de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Gravou ainda pelos selos RCA Victor, Star, Carnaval e, majoritariamente, Continental, onde gravou seus LPs: "Tangos De Ontem E Hoje" (1956), "Albertinho Fortuna Canta Tangos Inesquecíveis" (1957), "Tudo É Amor" (1959), "Tangos Inesquecíveis" (1960) e "Prelúdio" (1963).

Fonte: Wikipédia

Ricardo Bandeira

RICARDO BANDEIRA
(59 anos)
Mímico, Poeta, Escritor, Dramaturgo, Compositor, Produtor e Diretor Teatral

* Rio de Janeiro, RJ (11/01/1936)
+ São Paulo, SP (10/10/1995)

Considerado um dos maiores mímicos do Brasil. Ricardo Bandeira trabalhou no teatro e no cinema por mais de 45 anos. Dirigiu filmes e espetáculos teatrais que fizeram sucesso no Brasil e no exterior.

No cinema seu maior sucesso foi O Menino Arco-Íris de 1983 com Paulo Autran, Lima Duarte, Antônio Fagundes e Dercy Gonçalves, que chegou a representar o Brasil no Festival de Veneza.

Seu último espetáculo teatral foi "Carlitos no Circo" em 1993. Escreveu e dirigiu a peça de sucesso "Todo Mundo Nu"

Além de ter sido um excelente mímico, foi, também, poeta, escritor, dramaturgo, músico, compositor, produtor e diretor teatral. Nasceu em 11 de janeiro de 1936, no subúrbio da Leopoldina, no Rio de Janeiro. Estudou na Escola Prudente de Moraes e, depois, no Colégio Batista Brasileiro, onde se iniciou no Teatro de Fantoche.

Aos 16 anos, ingressou no teatro profissional, na Companhia de Procópio Ferreira, representando Cleanto em "O Avarento, de Molière". Fez, ainda, "Escola de Maridos", do mesmo autor, "O Demônio Familiar", de José de Alencar e "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo. Procópio Ferreira tornou-se, posteriormente, um grande admirador dele.

Em 1955, produziu, interpretou e dirigiu para a TV Record de São Paulo o infanto-juvenil "Tic-Tac O Amigão", que foi líder do Ibope durante um ano. Trabalhou na Companhia Jaime Costa, no Teatro de Revistas, nas Companhias Mesquitinha, Zilco Ribeiro e Wellington Botelho. Participou dos filmes A Família Lero-Lero da Cinematográfica Vera Cruz, "A Pensão de Dona Estela" da Multifilmes e "A Doutora é Muito Viva" da Maristela.

Ricardo Bandeira quando estudou com Jean-Louis Barrault (1956)
Embora muitos digam que foi um mímico autodidata, Ricardo Bandeira estudou balé com Maria Carmem Brandão (1956-57), foi para Paris estudar a arte da mímica com Jean Louis Barrault, com quem entrou em contato com a gramática corporal de Decroux e estudou a arte da pantomima com Marcel Marceau, que tanto o marcou em sua carreira.

Em 1958, estreou a Cia Ricardo Bandeira, no Teatro Arena de São Paulo, com o espetáculo em dois atos "As Aventuras de Bonifácio" e "Pequena Homenagem a Charles Chaplin". Excursionou ao sul do país e, em 1959, estreou "Novas Pantomimas de Bonifácio" e o mimodrama "A Seca". Apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo e no Rio de Janeiro, no Teatro Maison de France. Recebeu da Associação Paulista de Críticos Teatrais, hoje Associação Paulista de Críticos de Arte, o Prêmio Honorífico. Em 1960, estreou no Teatro de Cultura Artística de São Paulo, o mimodrama "Carnaval", apresentado no Teatro Brasileiro de Comédia e Teatro Municipal de São Paulo.

Ricardo Bandeira foi uma referência para toda uma geração de mímicos e deixou muitos discípulos, entre eles Alberto Gaus, idealizador do Solar da Mímica e Cléber França. Fizeram parte de sua companhia Flávio Migliacio, César Macedo, Guilherme Corrêa, Célia Helena, Tereza Sodré, Marilena Ansaldi e outros. Em seu livro "Atos-Movimento na Vida e no Palco" (1994), Marilena Ansaldi, ao relatar sua experiência no Festival da Juventude em Helsinki, na Rússia, em 1962, escreve:

"Ricardo Bandeira foi absolutamente ovacionado em todas as suas apresentações. Foi uma contribuição notável a da delegação brasileira ao festival."

Ricardo Bandeira excursionou pela América Latina, no Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela. Em 1962, foi para a Europa, onde recebeu o prêmio no Festival de Teatro da Finlândia, com o seu personagem Bonifácio. Apresentou-se em várias cidades da antiga União Soviética e nos Estados Unidos. Na volta, montou "Um Americano em Moscou".

Ricardo Bandeira com Marcel Marceau em Paris
Em 1963-64, excursionou pelo Brasil com novos espetáculos. Em 1967, apresentou sua primeira versão de Hamlet, de William Shakespeare, no Teatro Nacional de Comédia do Rio de Janeiro, sob o patrocínio do embaixador Pascoal Carlos Magno. Na segunda versão desta montagem, apresentou-se em São Paulo, no Teatro Ruth Escobar e fez, em 1968, uma bem sucedida turnê pela Europa, onde recebeu, pela segunda vez, o prêmio de primeiro lugar no Festival Internacional da Bulgária. Estendeu sua turnê por outros países da Europa e Estados Unidos.

De volta para o Brasil, estreou o espetáculo "O Acrobata Pede Desculpas Mas Não Cai", inspirado na obra de Fausto Wolff. Em 1970, recebeu pela terceira vez, o primeiro prêmio no Festival Internacional de Teatro em Stratford-on-Avon, na Inglaterra, com Hamlet. Entre 1971 a 1976, criou os espetáculos "História da Incivilização", "Que Fazer com a Minha Juventude", "Eu! Maiakovski!, Eu! Beethoven", "Coração de Vidro" e "Ricardo III", criação livre sobre a obra de William Shakespeare, pela primeira vez em toda a história do teatro representada por um único ator.

Adotou um estilo de movimentação que se assemelhava à mímica objetiva de Marcel Marceau, e embora trouxesse as ilustrações objetivas, era poética e repleta de metáforas. Por meio de suas apresentações, Ricardo Bandeira nos fez repensar, assim como Marcel Marceau, que a relação entre mímica objetiva e mímica subjetiva é mais complexa do que imaginávamos e são dois elementos indissociáveis como será incansavelmente pontuado pela mímica contemporânea. Marcel Marceau, certa vez, no Brasil, assistiu à apresentação de Ricardo Bandeira e marcou o meio artístico ao falar:

"Esse é o meu sucessor brasileiro."

Após sua morte, seu nome parece ter sido banido do teatro brasileiro, nunca mais se publicou nada sobre ele e sua memória praticamente foi abandonada, causando grande prejuízo existencial para a mímica.