Margarida Rey


MARGARIDA REY
(61 anos)
Atriz

* Santos, SP (17/01/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (19/11/1983)

Margarida Rey foi uma atriz brasileira, integrante de importantes companhias dos anos 50, que permaneceu ativa nas transformações ocorridas nos anos 60. Dotada de forte personalidade, atingiu grandes desempenhos em papéis dramáticos e trágicos, seus momentos de maior êxito.

Margarida Rey estreou em "A Rainha Morta", de Henry de Montherland, uma direção de Ziembinski para "Os Comediantes", em 1946. No mesmo ano, esteve em um grande sucesso intitulado "Desejo", de Eugene O'Neill. Voltou em "Terras Do Sem Fim", adaptação de Graça Mello para o romance de Jorge Amado, em 1947.

Junto a "Os Artistas Unidos", a atriz participou de dois grandes espetáculos: "Medéia", de Eurípides, e "Uma Rua Chamada Pecado", de Tennessee Williams, ambos dirigidos por Ziembinski, com Henriette Morineau à frente do elenco, em 1948.

Em São Paulo, surgiu ao lado de Madalena Nicol, em "O Homem, A Besta E A Virtude", de Luigi Pirandello, em 1951. Contracenando com Nicette Bruno em "De Amor Também Se Morre", em 1952, e, com a Companhia de Delmiro Gonçalves, esteve em duas realizações cheias de ressonâncias: "A Falecida Mrs. Black", de Dinner e Morunr, e "A Ilha Das Cabras", de Ugo Betti, encenações de Rubens Petrilli de Aragão, que lhe deram dois prêmios Saci consecutivos.

Em 1954, Margarida Rey foi contratada pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) onde fez "Negócios De Estado" e "Cândida", em 1954, e "Santa Marta Fabril S.A.", em 1955.


Saiu do Teatro Brasileiro de Comédia para retornar ao Rio de Janeiro, na Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), atuando com destaque nas principais montagens da empresa, como "Otelo" de William Shakespeare, "A Viúva Astuciosa" de Carlo Goldoni, "Entre Quatro Paredes" (Huis Clos) de Jean-Paul Sartre, todas em 1956, com novas premiações. "Natal Na Praça" de Henri Ghéon, em 1960, "Calúnia" de Lillian Hellmann, "Seis Personagens À Procura De Um Autor" de Luigi Pirandello"Esses Maridos" e "O Castelo Da Suécia" de Françoise Sagan, "Arsênico e Alfazema" de Joseph Kesselring, em 1961.

Em São Paulo, na Companhia Nicette Bruno, interpretou "Oito Mulheres", de Robert Thomas, com direção de Luís de Lima, em 1963. Voltou ao gênero trágico, em 1965, na montagem de "Electra", de Sófocles, ao lado de Glauce Rocha, com o diretor Antônio Abujamra à frente do Grupo Decisão.

Em 1966, Margarida Rey esteve em "Os Físicos", de Dürrenmatt, novamente com Ziembinski e, no ano seguinte, na montagem de "Édipo Rei", direção de Flávio Rangel para a companhia de Paulo Autran. Em 1968, participou de "O Burguês Fidalgo", de Molière, direção de Ademar Guerra para o mesmo conjunto.

Em 1974, ressurgiu ao lado de Miriam Mehler em "Bonitinha, Mas Ordinária", de Nelson Rodrigues, uma encenação de Antunes Filho.

Margarida Rey "Os Inconfidentes"
Sua interpretação em "A Ilha Das Cabras" motivou o crítico Décio de Almeida Prado a comentar:

"Margarida Rey tem no drama de Ugo Betti o maior desempenho de sua carreira. Embora contracenando com três bons atores, esmaga-os com sua sobriedade, a sua força autêntica e profunda, a sua impecável dignidade, a sua noção de medida que é calor e não frieza. Margarida sempre foi uma excelente atriz mas ascende agora ao rol, muitíssimo restrito, das grandes atrizes. A sua preocupação, durante muito tempo, será a de manter e não de ultrapassar o nível deste seu desempenho."

Também atuou na televisão e no cinema.

No cinema, estreou em "Alegria De Viver" (1958). Em 1962, protagonizou o filme "Porto Das Caixas" (1962). Depois, interpretou a rainha Maria I de Portugal no filme "Os Inconfidentes" (1972).

Na televisão, Margarida Rey esteve nas novelas "Nenhum Homem É Deus" (1969), "Super Plá" (1969), "Bandeira 2" (1971), "O Bofe" (1972), "O Bem-Amado" (1973), onde interpretou a irmã do personagem Zeca Diabo, "Anjo Mau" (1976) e "Sem Lenço, Sem Documento" (1977).

Margarida Rey faleceu no Rio de Janeiro, aos 61 anos de idade, vítima de um Edema Pulmonar.

Fonte: Wikipédia