ANTÔNIO PORTO FILHO
(71 anos)
Maestro, Arranjador, Clarinetista, Saxofonista e Compositor
☼ Rio Grande, RS (27/09/1925)
┼ São Paulo, SP (01/01/1997)
Antônio Porto Filho nasceu na cidade do Rio Grande, RS, no dia 27/09/1925, numa família de músicos, onde o pai era trombonista, o avô sanfoneiro e o tio violonista.
Mudou-se ainda jovem para Porto Alegre, onde conheceu o conceituado violonista paulista Antonio Rago. A convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em várias orquestras e com grandes artistas, chegando inclusive a reger, como convidado, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.
Participou nos anos 40 do regional de Claudionor Cruz, nos 50 do regional do Rago, e foi uma figura da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo. Portinho assinou arranjos de alguns discos de renomados artistas, como Ângela Maria, Paulo Vanzolini, Nelson Gonçalves, Waldick Soriano, Noite Ilustrada, Cláudia Barroso (descoberta por Portinho), entre tantos outros, incluindo ídolos da Jovem Guarda, como Ed Carlos, Demétrius, Martinha, Mário Faisal, Wilson Miranda, e outros.
O maestro também entrou também na "onda" da Jovem Guarda, tendo inclusive gravado o álbum "Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê", lançado em 1967 pela gravadora Continental. O destaque está na contracapa: um texto de Ronnie Von, redigido do próprio punho na madrugada de 06/07/1967, destacando as qualidades do músico e informando que "A Praça", grande sucesso do cantor na época, teve os arranjos assinados pelo maestro.
"Portinho veio confirmar um pensamento nosso sobre a inexistência da idade cronológica. Sua jovialidade suplantou a nossa, e, vindo de outra geração, enquadrou-se perfeitamente na era da harmonia musical eletrônica, aderindo à nossa causa e, conosco, levanta agora, ainda mais alto, a bandeira da música jovem."
(Ronnie Von)
De fato, o repertório é formado por sucessos da juventude, e o álbum foi produzido com o talento impar do maestro.
O maestro foi tão respeitado no meio artístico que o cantor Teixeirinha o homenageou na gravação da música "O Centro-Oeste Brasileiro". O violonista de 7 cordas Ed Gagliardi disse que o mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e alegre.
Muitos discos produzidos, principalmente, nos anos 60 e 70, vinham com o nome do maestro Portinho como o responsável pelos arranjos. Além de figurar como um dos músicos mais requisitados em discos, que iam de Teixeirinha a Caetano Veloso, o maestro também gravou vários discos. Uma reportagem sobre o artista informa que foram 35 LPs orquestrais e 5 como solista, mas esses dados requerem melhor apuração.
A sua discografia é imensa, e só para citar dois excelentes álbuns, recordamos um, só com composições de Noel Rosa, intitulado "Noel Rosa e Portinho Dá Samba", e outro que gravou em 1973, com muitas músicas de Ary Barroso intitulado "Samba, o Melhor do Brasil".
Os seus últimos anos de atividade foram ensinando música na Universidade Livre de Música (ULM), em São Paulo.
Portinho faleceu no dia 01/01/1997, em São Paulo, SP, deixando um importante legado para a cultura musical brasileira.
Indicação: Miguel Sampaio