Barbara Heliodora

HELIODORA CARNEIRO DE MENDONÇA
(91 anos)
Diretora, Crítica e Professora Teatral, Roteirista, Figurinista, Tradutora e Ensaísta

* Rio de Janeiro, RJ (29/08/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/04/2015)

Heliodora Carneiro de Mendonça, ou Barbara Heliodora, foi diretora crítica e professora teatral, roteirista, figurinista, tradutora, ensaísta e uma das maiores autoridades brasileiras da obra de William Shakespeare. Era filha do historiador Marcos Claudio Philippe Carneiro de Mendonça e e da poetisa Anna Amelia de Queiroz Carneiro de Mendonça.

Barbara Heliodora fez o Bacharelado em Língua e Literatura Inglesas no Connecticut College, nos Estados Unidos, e o Doutorado em Artes na Universidade de São Paulo (USP). Começou a carreira como jornalista aos 35 anos. Nessa época, estreou na crítica teatral por insistência de seus amigos que trabalhavam no meio e conheciam sua admiração pela arte.

Pela relevância de seu trabalho, ao longo de sua carreira recebeu o título de Oficial da Ordre des Arts et des Lettres, da França, a Medalha Connecticut College, nos Estados Unidos e a Medalha João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 2005, pelos serviços prestados à cultura brasileira. Era Professora Titular aposentada da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO) e Professora Emérita da mesma Universidade.

Entre suas atividades profissionais, exerceu sobretudo o ofício de crítica teatral, mas desempenhou outros papéis no cenário cultural nacional, entre os quais o de diretora do Serviço Nacional de Teatro (1964-1966); o de fundadora e duas vezes presidente do Círculo Independente de Críticos Teatrais (RJ-SP); de membro do júri do Prêmio Molière, desde sua criação até a extinção, membro do júri do Prêmio Mambembe; integrante da equipe de jurados para as bolsas da Rio-Arte na área de teatro e membro de júris de incontáveis outras premiações.


Exerceu também a atividade de tradutora, tendo em seu currículo a publicação em português de cerca de 40 livros de vários gêneros e autores de língua inglesa e um mesmo número de peças de teatro de autores diversos além de, como especialista da obra de William Shakespeare, ter traduzido boa parte das peças do "bardo".

Barbara Heliodora tornou-se uma das mais respeitadas especialistas em Shakespeare do país. Sua paixão pelo dramaturgo inglês começou na infância e, segundo a própria Barbara Heliodora, continuou por toda a vida: ela dizia que Shakespeare foi um grande e fiel amigo.

Entre suas obras, destacam-se os livros: "A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare", "Falando de Shakespeare" e "Martins Pena, Uma Introdução".

Participou de publicações coletivas, tendo escrito capítulos ou artigos em livros como "A História da Cultura no Brasil" (MEC); "A Era do Barroco" (MNBA); "Theatre Companies Of The World" (Kullman & Young); "Escenarios de dos Mundos" (Centro de Documentación Teatral, Espanha); e freqüentemente teve artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, entre os quais citam-se o Shakespeare Survey; o Shakespeare Quarterly; o Shakespeare Bulletin; a revista Bravo!; a revista República; e os jornais Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.

Como crítica, era admirada e temida: "Eu me indispus com muita gente", dizia. "Mas agora passo por cima de tudo isso. Não tenho rancores. Só projetos", disse em 2014 em entrevista a revista Época.

Barbara Heliodora se aposentou no final de 2013, quando anunciou que abandonaria a coluna que mantinha no jornal O Globo. Pretendia continuar trabalhando como tradutora.

Morte

Bárbara Heliodora morreu na manhã de sexta-feira, 10/04/2015, aos 91 anos, no hospital Samaritano, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela estava internada desde o dia 21/03/2015. Ela deixou três filhas e quatro netos.

Fonte: Instituto de Artes Unicamp e Época
Indicação: Fadinha Veras

Nilo Chagas

NILO CHAGAS
(56 anos)
Cantor

* Barra do Piraí, RJ (1917)
* Rio de Janeiro, RJ (1973)

Nilo Chagas foi um cantor brasileiro nascido em Barra do Piraí no ano de 1917.

Em 1935 alcançou a fama ao substituir o falecido Francisco Sena, parceiro de Herivelto Martins, na dupla Preto e Branco.

Em 1936 a dupla virou trio, com a entrada de Dalva de Oliveira. Trio que a partir de 1938 passou a ser chamado de Trio de Ouro.

Em 1950, com a separação de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, a cantora foi substituída por Noemi Cavalcanti.

Em 1952 foi a vez de Nilo Chagas abandonar o grupo, ao lado de Noemi Cavalcanti, sendo substituídos por Raul Sampaio e Maria de Lourdes Bittencourt.

Nilo Chagas faleceu no Rio de Janeiro em 1973, pobre, aos 56 anos de idade.

Fonte: Wikipédia

Caninha

JOSÉ LUIZ DE MORAIS
(77 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (06/07/1883)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/06/1961)

José Luiz de Morais mais popularmente conhecido como Caninha, foi um compositor brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Jacarepaguá, mas, em seguida, mudou-se para a Cidade Nova. Perdendo seus pais muito cedo, conseguiu emprego como vendedor de roletes de cana, na estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, e, a partir daí, passou a ser chamado de Caninha Doce e, por fim, apenas Caninha. Nessa época aprendia cavaquinho com Adolfo Freire.

Sendo o mais antigo compositor de samba da primeira leva, Caninha foi amigo de DongaPixinguinhaJoão da BaianaHeitor dos Prazeres, entre outros. 

Por 1900, começou a frequentar as reuniões de sambistas nas casas da Tia Dadá e da Tia Ciata, baianas da Cidade Nova. Nesta época também estudou cavaquinho com o músico Adolfo Freire. Um dos fundadores do Dois de Ouro, rancho pioneiro no Rio de Janeiro, participou ainda do Balão de Rosa, do Rosa Branca, do Recanto das Fadas, do União dos Amores, chegando a ser diretor de canto do Recreio das Flores.

Já havia feito várias músicas, mas o seu primeiro sucesso foi o maxixe "Gripe Espanhola", lançado na festa da Penha em 1918, num momento em que que a famosa gripe tornava-se uma epidemia, obrigando as repartições públicas a fecharem suas portas para evitar contágio. Outros sucessos vieram aumentando em muito seu prestígio: "Ninguém Escapa do Feitiço", "Até Parece Coisa Feita", "Quem Vem Atrás Feche a Porta", "Que Vizinha Danada", "Essa Nêga Qué Me Dá", dentro outras.

Depois, tornou-se frequentador constante da festa e passou a integrar vários grupos carnavalescos, como o Grupo de Caxangá, do qual participava com o nome de Mané do Riachão, o Grupo Cidade Nova, integrado também por Pixinguinha, e o Grupo Sou Brasileiro.

Em 1919 compôs o tango "O Kaiser Em Fuga" e o samba "Até Parece Coisa Feita".

Em 1920, fez os sambas "Quem Vem Atrás Fecha a Porta", outro sucesso, e "Ninguém Escapa Ao Feitiço".

Em 1921 obteve êxito com sua primeira composição gravada, "Esta Nêga Qué Mi Dá" (Caninha e Lezute). Ainda em 1921, compôs um samba e um tango, ambos com o mesmo título, "Que Vizinha Danada".

Em 1922 foi acirrada a disputa entre Sinhô e Caninha pela majestade do samba. Sinhô recebeu as honras de Rei do Samba, e Caninha foi aclamado Imperador do Samba. Conquanto Sinhô tenha sido o autor de maior sucesso do período, Caninha foi o único que conseguiu ameaçar o seu reinado de popularidade, inclusive tendo derrotado o Rei do Samba, em 1922, no concurso da Festa da Penha, com a marcha-rag-time "Me Sinto Mal". A partir daí, tudo que compusesse seria sucesso.

Vários foram os seus intérpretes, entre os principais, o Rei da Voz Francisco Alves e os cantores Bahiano, Fernando, Mário Reis, Frederico RochaMoreira da Silva.

Para o Carnaval de 1923, compôs o maxixe "Não é Conversa", a marcha "Meu Amor Qué Me Batê" e o samba "Não Se Ganha Pra Comer".

Em 1927 obteve o primeiro prêmio no concurso do jornal Correio da Manhã, com "Rosinha".

Com o falecimento de Sinhô em 04/08/1930, de quem, embora rival, Caninha também era amigo, acabou se afastando do meio musical.

Em 1933, já por muitos considerado ultrapassado, compôs "É Batucada", feita em parceria com o jornalista Horácio Dantas, que usava o pseudônimo de Visconde de Bicoíba. Com este samba, venceu o Primeiro Concurso de Sambas e Marchas instituído pela Prefeitura do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, que também lhe agraciou com o Diploma de Sambista, visto que concorrera com outros 63 compositores importantes do período. Essa música foi gravada por Moreira da Silva, na Columbia, com acompanhamento do grupo instrumental Gente do Morro, de Benedito Lacerda.

No início dos anos 40, chegou a se casar com Edméia Franco, no entanto não teve filhos.

Funcionário Público, José Luiz de Morais se aposentou em 1945.

Em 1954, participou do Festival da Velha Guarda organizado por Almirante, de que também fizeram parte PixinguinhaDongaJoão da Baiana, Alfredinho Flautim e outros.

Caninha faleceu aos 77 anos, em sua casa em Olaria, subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 16/06/1961, embora em 1950, a prefeitura do Rio de Janeiro, supondo sua morte, já o tivesse incluído numa homenagem prestada a sambistas famosos falecidos, ao lado de Noel RosaSinhô e outros.

Fonte: Wikipédia